14/09/2024
Os índices de suicídio na adolescência aumentaram significativamente, de acordo com os últimos estudos. Este dado exige nossa atenção como profissionais da saúde mental e, principalmente, como sociedade.
A adolescência é uma fase de vulnerabilidade emocional, onde o jovem ainda está em processo de desenvolvimento de sua identidade e maturidade emocional. Fatores como pressão social, baixa autoestima, bullying, abuso de substâncias e transtornos mentais não diagnosticados — como a depressão e a ansiedade — contribuem para esse cenário.
Como psicóloga, observo que muitos adolescentes chegam ao consultório já em estágios avançados de sofrimento, muitas vezes após anos lidando sozinhos com suas angústias. A questão central está na dificuldade que os jovens têm em se expressar e na falta de redes de apoio eficazes, tanto na família quanto no ambiente escolar.
A psicoterapia é uma ferramenta essencial nesse contexto. Por meio dela, os adolescentes conseguem entender e nomear suas emoções, identificar gatilhos e desenvolver estratégias para lidar com suas frustrações de maneira saudável. Uma abordagem baseada em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ou Terapia do Esquema, por exemplo, pode oferecer ao jovem a possibilidade de reestruturar seus pensamentos disfuncionais, ressignificar experiências traumáticas e encontrar novos significados para suas vivências.
O ponto mais crítico é que, na maioria das vezes, o pedido de ajuda não vem em palavras claras. Ele aparece em mudanças de comportamento, isolamento e, principalmente, em atitudes de desesperança. A intervenção profissional, nesse sentido, é crucial para que possamos prevenir tragédias e auxiliar esses jovens a encontrarem um propósito na vida.
Se você é pai, mãe ou educador e percebe que o adolescente à sua volta está apresentando sinais de sofrimento, não subestime esses sinais. Buscar ajuda especializada o quanto antes pode ser a diferença entre salvar uma vida ou agravar uma situação já delicada. A prevenção começa com a abertura ao diálogo e o apoio incondicional.
Procure ajuda profissional. A saúde mental do adolescente é responsabilidade de todos.