15/12/2024
No texto anterior, falei um pouco sobre como enfrentar os livros de Ni**od de Rosario utilizando a ética do Guerreiro.
Por meio dessa ética, devemos forjar em nós mesmos a estrutura necessária para nos tornarmos fortes e invencíveis. Quem deseja ser livre deve destruir todo o contexto cultural que o mantém preso a uma personalidade condicionada, como, por exemplo, ser mesquinho, preguiçoso, conformista, avarento e desistente. Só devemos preservar em nós aquilo que é do Espírito: honra, lealdade, fidelidade, vontade, valor, entre outros atributos elevados.
Ao fazer isso, vamos nos conhecendo mais profundamente, separando o que é do Espírito e o que pertence à alma. Devemos nos enxergar como uma pedra bruta e assumir o papel de escultor, moldando essa pedra à semelhança e imagem do que desejamos alcançar. Assim, nos auto elegemos para o desafio de demonstrar a soberania do Espírito sobre a matéria.
Vou exemplif**ar com a história de um homem a quem chamarei de Mengano.
O Mengano está trilhando o caminho em direção ao super-homem. Ele já vinha moldando e forjando em si mesmo um caráter forte e destemido. Havia superado a pobreza inicial, mas percebeu em si sentimentos de inveja e mesquinhez. Ao reparar nisso, notou que o problema estava em invejar o que era dos outros sem tomar atitudes para mudar sua própria realidade. Assim, parou de focar nos outros e começou a investir em si mesmo, dedicando-se aos estudos da própria psique e personalidade, sempre buscando aprender novas coisas e colocando em prática, e trabalhando para alcançar novos níveis com a elevação de suas faculdades intelectuais.
Com o tempo, Mengano percebeu que não devia lutar contra os outros, mas contra suas próprias fraquezas e debilidades. Ele começou a ressignif**ar cada aspecto de si mesmo, perguntando-se constantemente: “Por que sinto este tipo de emoção em relação a determinada pessoa ou situação?” Ao refletir, ele encontrava a raiz do sentimento e tratava de aprender com a situação, ressignif**ando tudo.
Certo dia, Mengano enfrentou um problema profundo, relacionado à sua infância: ele havia se tornado prisioneiro do vício em pornografia. Já casado, esse hábito prejudicava muito sua relação com a esposa, pois ele havia sido condicionado a idealizar as relações de casal baseando-se nos vídeos que consumia. Esse comportamento impedia que ele conhecesse verdadeiramente sua esposa e a tratasse como ela merecia.
Munido da força de vontade que havia forjado ao longo de sua trajetória, Mengano assumiu a monumental tarefa de desfazer-se de tudo o que havia aprendido com esses vídeos. Ele decidiu recomeçar do zero, empenhando-se em conhecer e valorizar sua esposa de verdade.
Para evitar recaídas, Mengano tomou medidas práticas: livrou-se do computador, instalou bloqueios automáticos no celular e criou barreiras que o impedia de acessar conteúdos pornográficos. Também deixou de estar na companhia de pessoas que tinham a mente condicionada por esse tipo de conteúdo. Com essas atitudes, ele começou a redescobrir sua esposa, percebendo nela um verdadeiro tesouro. Ao abandonar o “idealismo” pornográfico, Mengano enxergou sua esposa como uma Dama, uma pessoa completa, com emoções e necessidades que mereciam ser reconhecidas e valorizadas.
Farei uma pausa para acrescentar algo. Nós temos duas naturezas: a humana e a divina. A natureza humana é caracterizada por instintos, emoção e razão; a divina, por inteligência e força volitiva.
Mengano compreendeu como sua natureza humana era ativada por estímulos visuais e como isso drenava sua energia para o dia a dia. Ele notou que, após ceder a esses impulsos, f**ava mais lento, com dificuldade para pensar e fadigado.
Usando sua inteligência, Mengano identificou o problema e a solução. Com determinação, moldou em si mesmo um novo Ser. Nunca mais assistiu à pornografia, abandonou a idealização pornográf**a de sua esposa e passou a tratá-la como a verdadeira Dama que ela sempre foi.
O que quero dizer com este texto é que o homem que conhece suas naturezas — humana e divina — pode mudar tudo. Basta querer. O Espírito domina sobre a matéria, e a matéria não tem escolha a não ser se submeter à vontade do escultor.
📍 Sra das Neves
Texto revisado com IA