13/06/2024
Amor Romântico e a dose de realidade que nasce com os filhos
Hoje é o dia dos namorados. Quando a gente se torna mãe essa data tem outros contornos e cores, assim como a percepção do amor.
Quando jovens queremos o movimento, a paixão, a inovação. O amor maduro, que muitas vezes vem junto com a maternidade tem novas necessidades.
Para o amor sobreviver a transformação da chegada de um filho é preciso crescer. Clama para que ambos cuidem da casa, da alimentação, das rotinas e principalmente do cuidado. Quando isso tudo é equilibrado o amor flui e ganha dimensões reais fantásticas.
Os pequenos gestos, como uma massagem no pé, um copo de água ou chá que vem sem pedir, um petisco quando a gente tá sentada dando de mamar são “eu te amos” que valem mais que declarações. Amar é ter consciência da carga mental e agir sem precisar pedir quando a balança pesar.
Mas principalmente quando nos sentimos olhadas e atendidas em nossas necessidades também podemos servir e ser gentis. Não é o amor que acaba. O cansaço nos transforma em pessoas reclamonas e sem energia. A falta de tempo para si nos faz desenvolver manias e controles.
O amor maduro, com filhos nos convida a crescer e compartilhar responsabilidades e cuidado sobretudo. Para isso é preciso que ambos tenham tempo para si, tempo juntos e cuidados compartilhados e equilibrados com filhos, rotinas e casa.
Algumas vezes deito na cama com meu companheiro: a casa está limpa, o filho dormindo cedo no quarto, os cachorros nos pés e eu penso como a perfeição se modifica com a maturidade. Com filho pequeno a perfeição era filho dormindo cedo e um tempo para papear sobre as profundezas da alma.
O amor maduro é a resistência ao capitalismo desta data que convoca presentes e jantares. Cabe a reflexão do equilíbrio do cuidado.
Como vai ser o dia dos namorados por aí?