10/08/2024
O Peso de um Abraço
Ontem, durante a celebração do Dia dos Pais na escola Arco Íris em Caldas Novas -Goiás, testemunhei uma cena que me tocou profundamente o meu coração e as lagrimas foram impressas em meus olhos. Após a apresentação das crianças, cada uma correu ao encontro de seus pais para receber elogios e compartilhar abraços. Mas houve um abraço em particular que se destacou – um abraço que durou mais de dez minutos, envolto em lágrimas tanto da menina, quanto do rapaz que, muito provavelmente, seja seu pai.
Fiquei ali, observando aquele momento, e não pude evitar a onda de emoções que me tomou. Ver aquela demonstração tão intensa de afeto e saudade me trouxe um misto de admiração e dor. Admiração pela força daquele vínculo, e dor por uma ausência que sempre carreguei comigo.
Nunca conheci meu pai. Nem sequer tenho uma foto 3x4 para imaginar seu rosto. Essa falta, que já me acompanhou por tantos anos, foi sentida com uma intensidade renovada naquele instante. Ver o amor entre pai e filha ali na minha frente fez ecoar um vazio dentro de mim, o espaço de uma ausência que só foi preenchida quando de fato conheci e fui adotado por Deus como meu único e suficiente pai.
Penso em quantas outras pessoas, como eu, sentem o mesmo neste dia. Para milhares de meninos e meninas, o Dia dos Pais não é uma data de celebração, mas um lembrete cruel do que lhes falta e aquela canção de Fábio Junior, Pai, é como o ecoar de uma bomba atômica para nós. Para muitos, o espaço destinado ao nome do pai na certidão de nascimento está vazio, assim como o espaço em suas vidas. E para outros, mesmo com um nome preenchido, o pai é uma figura ausente, alguém que, por escolha ou circunstância, não está ou não esteve presente.
Esse abraço que presenciei me fez refletir sobre o que significa ser pai, e também sobre o impacto da ausência. Ser pai é estar lá, é criar laços que nem o tempo nem as adversidades conseguem quebrar. E a ausência, essa marca profunda e silenciosa, pode moldar uma vida inteira, deixando cicatrizes invisíveis, mas sentidas a cada novo Dia dos Pais.
Enquanto me emocionava ao ver aquela cena, pensava nas histórias que não conheço, nos motivos que afastaram pais de seus filhos, e nas vidas que seguiram, apesar da dor. Penso nas crianças que cresceram sem conhecer a voz de seus pais, nas mães que assumiram todos os papéis, e nos pais que, por qualquer razão, não puderam ou não quiseram estar presentes.
Esse dia, que para muitos é de celebração, para outros é de reflexão e, muitas vezes, de dor. Mas ao mesmo tempo, é um convite para que pensemos na importância dos laços que construímos e na responsabilidade que temos, seja como pais, filhos ou simplesmente como seres humanos que se importam uns com os outros.
Hoje, escolho carregar comigo a emoção daquele abraço. Um lembrete do amor que é possível, das relações que ainda podemos construir, e da força que podemos encontrar em nós mesmos, mesmo quando aquilo que nos falta parece ser tudo o que precisamos, por isso, tento ser sempre o melhor pai do mundo.
Se você sente essa ausencia de Pai, saiba que Deus anela ter um relacionamento contigo, só Ele para preencher esse vazio. No mais desejo a todos Feliz dia dos Pais.
