O município de Breves se encontra localizado ao norte do Estado do Pará, na mesorregião de Marajó, porção sudoeste da Ilha de Marajó, na microrregião dos furos de Breves, conhecida como “Estreito de Breves”.
O município de Breves é formado por um imenso número de ilhas separadas por inúmeros igarapés, furos, canais e estreitos por onde passam as águas do rio Amazonas, e que ao contornarem o sul da Ilha de Marajó acabam se unindo às águas do rio Tocantins. Essa região do delta do Amazonas, nas proximidades do município de Breves, possui uma navegação extremamente difícil, pela enorme quantidade de ilhas e canais, o que a faz receber o título entre os navegantes e moradores locais de “mil canais” ou “mil furos”.
A cidade de Breves localiza-se a uma Latitude 01º40'56" Sul e a uma Longitude 50º28'49" Oeste, estando a uma altitude aproximada de 40 metros acima do nível do mar.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de Breves, em 2017, era de 99.896 habitantes, distribuídos nas Zonas Urbana e Rural, sendo portanto a maior e principal cidade da ilha de Marajó. Por isso, a cidade de Breves é reconhecida pelo título “Capital das Ilhas”.
O município de Breves se limita geograficamente com os seguintes municípios: Afuá e Anajás (ao Norte); Melgaço (ao Sul); Anajás, Curralinho e São Sebastião da Boa Vista (a Leste); Melgaço e Gurupá (a Oeste).
A área do município de Breves é de 9.346 Km².
O município de Breves tem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual a 0,63, que corresponde a um médio desenvolvimento humano, medido por indicadores relacionados à saúde, à longevidade e à renda da população.
O acesso ao município de Breves pode se dar a partir de Belém, capital do Estado do Pará, por meio de barco ou de avião. Por meio de barco, a viagem tem duração aproximada de 12 horas, partindo de 08 (oito) Portos localizados ao longo da Estrada Nova, Bairro Caés, que são: (1) Porto Bom Jesus, (2) Porto São Domingos, (3) Porto Custódio, (4) Porto Tamandaré, (5) Porto Comercial, (6) Porto Mundurucus, (7) Porto Ankel e (8) Porto Leão do Marajó. Por meio de transporte aéreo, a viagem tem duração aproximada de 30 minutos saindo de avião bimotor do aeroporto Júlio César de Belém, ou com cerca de 45 minutos por voos fretados com avião monomotor.
O clima predominante no município de Breves é o Equatorial úmido, com temperatura média de 33º C., apresentando pluviosidade elevada nos seis primeiros meses do ano (período das chuvas) e com período de estiagem nos seis últimos meses do ano (período da seca).
A vegetação predominante na região de Breves é a floresta tropical densa, com destaque algumas espécies como: Viróla ou Ucuúba, Andiroba, Marupá, Angelim, Cupiúba, Sumaúma etc.
Entre os acidentes geográficos mais conhecidos do município de Breves podemos citar: ilhas Mututí e Nazaré; lagoa Macujubim; rio Parauahú que banha a cidade de Breves; rio Aramã; rio Mapuá; rio Jacaré Grande; rio Tajapurú que desemboca no rio Amazonas. Essas ilhas e rios representam grande importância para a navegação, visto que se constituem em um encurtamento, ligando o rio Amazonas ao rio Pará.
A economia do município de Breves está alicerçada no extrativismo, com destaque para açaí, palmito, madeira e pescado (peixes e camarão). Na agricultura destaca-se a produção de milho, mandioca, banana, coco e limão. Na pecuária há predominância de rebanho bovino, além da criação de suínos e aves. Recentemente tem-se fortalecido a piscicultura.
A cidade de Breves possui uma longa e rica história, que se encontra detalhada na obra “Terra dos Breves” do escritor “João Batista Ferreira da Costa”. Vale destacar que grande número de desbravadores, navegadores, naturalistas e estudiosos (como por exemplo: Henry Walter Bates, Jean Louis Rodolphe Agassiz, William Lewis Herndon, Padre Antônio Vieira, Domingos Soares Ferreira Penna e Paulo Emílio Vanzolini), que visitaram o Estado do Pará acabaram chegando à região da Ilha de Marajó, quase sempre passando por Breves. Assim, parte de toda a história local encontra-se registrada com detalhes em registros escritos e até mesmo em documentários em vídeo.
Abaixo, apresento um resumo da história de Breves baseada na obra “Terra dos Breves”, de 2000, do escritor “João Batista Ferreira da Costa”.
Durante o período colonial, na chamada Missão dos Bocas, dois irmãos portugueses se estabeleceram na margem do rio Parauau: o primeiro, Manoel Maria Fernandes Breves, era solteiro e o segundo, Ângelo Fernandes Breves era casado com Inês de Souza.
Em 19 de novembro de 1738, o Capitão-General do Pará, João de Abreu Castelo Branco, concedeu aos irmãos Portugueses Manuel Maria Fernandes Breves e Ângelo Fernandes Breves, uma sesmaria contendo duas léguas de frente por uma de fundo, localizada às proximidades do rio Parauhaú, doação confirmada pelo rei de Portugal em 30 de março de 1740.
No local de suas terras, Manuel Maria Fernandes Breves construiu um engenho que denominou Santana, além de fazer, também, plantação de roças, ficando o sítio conhecido como "Lugar dos Breves".
Depois de instalada, em 1738, a família dos irmãos Breves, no furo Pararau, outros parentes se juntaram, dando ao local tal desenvolvimento que, 1781, Manoel Maria Fernandes Breves e outras famílias requereram ao Capitão-General José de Nápoles Tello de Menezes que concedesse ao sítio o procedimento de lugar, que através de uma portaria de 20 de outubro daquele ano, passou a chamar-se de Santana dos Breves, incluindo, também, terras de Melgaço.
Até a Lei nº 172, de 30 de novembro de 1850, que lhe conferiu a categoria de Freguesia, com nome de Nossa Senhora Santana de Breves, o lugar pertenceu, sucessivamente, a Melgaço e Portel.
O município de Breves foi criado pela Resolução nº 200, de outubro de 1851, com a elevação da Freguesia de Nossa Senhora dos Breves à condição de Vila. Essa Resolução nº 200, de 25 de outubro de 1851, além de criar o município de Breves também anexou o território da vila de Melgaço, que perdeu sua autonomia pelo ato.
Apesar de a resolução haver extinto o município de Melgaço e criado a vila dos Breves, de fato, não ocorreu a extinção do citado Município, pois o ofício da presidência da Província, de 24 de março de 1852, apenas transferiu a Câmara de Melgaço para a nova Vila, ficando a sede municipal, de direito, em Breves, a de fato, em Melgaço.
Com o falecimento dos irmãos, Saturnina Teresa ficou como única proprietária, em 1854, da antiga sesmaria dos Breves e, ao tentar reivindicar seu patrimônio, nada conseguiu. Esta última representante da família era analfabeta e, segundo Palma Muniz, nada se conseguiu obter do destino e do nome dos seus sucessores.
O crescente e acentuado desenvolvimento do rio Anajás e sua região fez com que, em 1869, pela Lei nº 596, de 30 de setembro, fosse criada a freguesia de Menino Deus do Anajás, tendo sido complementada com a Lei nº 637, de 19 de outubro de 1870, que estabeleceu a incorporação ao município de Breves de todo o território dessa freguesia que, anteriormente, pertencia a Chaves.
A cidade de Breves obteve essa categoria pela Lei nº 1.079, de 2 de novembro de 1882.
A adesão de Breves ao Regime Republicano ocorreu em 24 de Novembro de 1889, fato histórico registrado no escudo do Município.
No período de 1903-1906 o Conselho Municipal de Breves, através da Lei Municipal nº 190, de 22 de dezembro de 1905, autorizou o intendente municipal, Coronel Lourenço de Mattos Borges, a mudar a sede do Município para outro local.
O povoado escolhido obteve a categoria de vila com a denominação de Antônio Lemos, pela Lei nº 989, de 31 de outubro de 1906, e pelos decretos 1.508 e 1.509, de 4 de maio de 1907, foram transferidas para lá as sedes do Município e da Comarca de Breves, que foram instalada, em 13 de maio do mesmo ano.
Com a Lei nº 1.122, de 10 de novembro de 1909, Antônio Lemos teve o predicamento de cidade e foi instalada a 17 de dezembro do mesmo ano, não conseguindo, entretanto, conserva-se sede do Município, pois a Lei Municipal nº 240, de 18 de março de 1912, extinguiu a cidade de Antonio Lemos, rebaixando-a para vila e transferiu a sede do Município para Breves. A delimitação do Município foi estabelecida no governo de Augusto Montenegro, pelo Decreto nº 1.201, de 18 de Outubro do mesmo ano.
O Decreto nº 6 de 4 de novembro de 1930, manteve o município de Breves, anexada a este a vila de Antonio Lemos e a Curralinho o território do extinto município de Melgaço.
A divisão territorial do Estado do Pará, fichada pelo Decreto-Lei Estadual nº. 4505, de 30 de dezembro de 1943, para vigorar de 1944 a 1948, apresenta o município de Breves com os seguintes distritos: Breves, Antônio Lemos e Ituquara.
Desde a década de 1950, o Município é constituído por quatro distritos: (1) Breves (Distrito Sede), (2) Antonio Lemos, (3) Curumu e (4) São Miguel dos Macacos. A denominação vem do sobrenome dos irmãos portugueses Manoel Maria Fernandes Breves e Ângelo Fernandes Breves.