Revista Passos

Revista Passos Revista mensal do movimento católico Comunhão e Libertação

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© Sociedade Litterae Communionis © Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

«Como quando você tem uma grande amizade, é para sempre. É algo que não possotirar de mim»📌 Eles foram os primeiros a pa...
22/01/2025

«Como quando você tem uma grande amizade, é para sempre. É algo que não posso
tirar de mim»

📌 Eles foram os primeiros a partir em missão para o Brasil, no início dos anos sessenta. De lá para cá, tudo o que aconteceu foi uma ajuda para a vida. A história de Emilio e Mariarita Brughera 👉 Leia na edição de jan/fev

📷 © Lia Sanicola

«Minha aventura na Arábia começou quando fui informado de que fora nomeado pelo Papa: Cristo chegou até mim através da I...
20/01/2025

«Minha aventura na Arábia começou quando fui informado de que fora nomeado pelo Papa: Cristo chegou até mim através da Igreja. É vital permanecer sempre em relação com aquele que te envia. Da mesma forma, não se pode pensar em viver a missão sozinho. O sujeito é sempre uma comunhão»

📌 “Como levar o Evangelho a uma sociedade que já não o escuta?”: esta é a pergunta com que o Papa apresentou o Sínodo. Um dos participantes, o Bispo Paolo Martinelli, conta sua experiência 👉 Leia na edição de jan/fev

📷 © AP Photo/Christophe Ena/LaPresse

Saiu a   de janeiro/fevereiro! Leia o editorial e confira os conteúdos no sumário ▶️ clonline.org/pt/publicacoes/passosM...
17/01/2025

Saiu a de janeiro/fevereiro! Leia o editorial e confira os conteúdos no sumário ▶️ clonline.org/pt/publicacoes/passos

MISERICORDIADOS

Neste número, você encontra imagens da reconstrução da Catedral de Notre-Dame de Paris. No último dia 7 de dezembro, véspera da Imaculada Conceição, o trabalho de mais de dois mil operários e artesãos devolveu a catedral ao mundo, cinco anos após o incêndio. Apesar das polêmicas sobre as escolhas de restauração, a obra traz consigo a beleza e o significado de algo que vai além da construção humana. O arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, lembrou que a catedral é “um presente de Deus e um presente para Deus”, e que os homens apenas fizeram humildemente o que Deus lhes pediu. Por isso, em vez de orgulho, sentimos gratidão. A reabertura de Notre-Dame é uma alegria para toda a cidade, que encontra nela o seu coração e um lugar para se conectar consigo mesma.

É da construção de lugares diferentes, de lugares que são sinal do divino no meio da vida de todos, todos os dias, que falamos nestas páginas, através da voz de quem está em um bairro na periferia de Santiago, no Chile, ou trabalhando de um modo diferente numa maternidade em Jerusalém. E quem partiu nos anos sessenta para o Brasil e continua a missão de “viver o hoje”’. Dom Giussani escreve que colaborar na construção da Igreja é o dever, e é sempre possível, “estivéssemos no meio de uma praça ou dentro de uma prisão, tivéssemos em mãos uma vassoura ou uma pena para escrever, estivéssemos em uma posição visível a todos ou em um lugar obscuro, desconhecido de todos, onde quer que estejamos”. Ele tinha certeza de que nenhuma situação pode impedir que o encontro com Cristo, que continua na companhia de quem crê, penetre o coração do homem e, portanto, a história.

O Papa quis o Sínodo justamente para que se realize uma Igreja que não permaneça “auto-ocupada em sua burocracia, mas sinta a paixão pela humanidade, a necessidade de levar Cristo a todos”, como explica na revista Dom Paolo Martinelli: levá-lo “onde as mulheres e os homens do nosso tempo vivem, esperam, sofrem, caem e se levantam, em busca do que possa dar sentido à fadiga de cada dia e cumprimento à vida inteira”. Francisco, na abertura dos trabalhos deste recente Sínodo, insistiu no fato de que a Igreja sempre reformanda não pode caminhar e renovar-se “sem o Espírito Santo e suas surpresas”. “Estamos em caminho”, disse ele, “como uns ‘misericordiados’, para o pleno cumprimento do amor do Pai. Não esqueçamos esta palavra: somos misericordiados”.

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«O método aprendido na escola foi decisivo na universidade, mas sobretudo depois, na pesquisa, para a relação com o docu...
20/12/2024

«O método aprendido na escola foi decisivo na universidade, mas sobretudo depois, na pesquisa, para a relação com o documento, porque cada documento, cada fonte, é um encontro com o outro, que é diferente de você e traz um mundo que nos desafia também»

📌 Fruto de décadas de pesquisa, obra da historiadora da psicologia Marina Massimi é consagrada com o prêmio Jabuti ao lançar novas luzes sobre feridas e façanhas na formação do Brasil 👉 Leia na edição de nov/dez

«Cumpriu o último passo do seu percurso de confiança: entregou a sua existência ao Mistério cujo rosto conhecera, descob...
18/12/2024

«Cumpriu o último passo do seu percurso de confiança: entregou a sua existência ao Mistério cujo rosto conhecera, descobrindo que a verdadeira liberdade consiste em depender d’Aquele que é o autor da vida. Na extrema pobreza do Nyokodo e na fragilidade da sua saúde, Takashi, ao entregar tudo, compreendeu que possuía tudo, que encontrou a verdade de si, pois a sua existência é agora alimentada apenas pela amizade com Deus, por aquilo que nunca morre»

📌 Em peregrinação pelos lugares de Takashi Nagai, o médico de Nagasaki que viveu na confiança total em Deus, mesmo sob a bomba atômica 👉 Leia na edição de nov/dez

📷 © Marco Gianinazzi

«O beato austríaco ofereceu a própria existência Àquele que a havia salvado. Cada pessoa, dentro de sua vocação, é solic...
16/12/2024

«O beato austríaco ofereceu a própria existência Àquele que a havia salvado. Cada pessoa, dentro de sua vocação, é solicitada a dar tudo de si no que faz diariamente»

📌 Franz Jägerstätter foi condenado à morte pelos nazistas por se recusar a se alistar. O que seu testemunho nos diz hoje? Um diálogo com padre Emmanuele Silanos, um dos curadores da exposição realizada no Meeting de Rímini 👉 Leia na edição de nov/dez

📷 © Stefano Sacchettoni

«A todos que a educação não consiste apenas em transmitir habilidades e memorizar noções, mas também em ajudar cada cria...
12/12/2024

«A todos que a educação não consiste apenas em transmitir habilidades e memorizar noções, mas também em ajudar cada criança a descobrir a si mesma como um valor infinito e, consequentemente, a considerar todos os aspectos da realidade como um valor. Educa-se por atração»

📌 A diretora da escola de ensino fundamental Luigi Giussani em Kampala, Uganda, impressiona os grandes da terra que se reuniram em Caserta, na Itália. Órfã, ela foi apoiada pela AVSI e agora se dedica aos alunos: “Educar é caminhar juntos para descobrir o sentido da vida” 👉 Leia na edição de nov/dez

«No relacionamento com os adolescentes, não devemos ser como o árbitro que pune, que é distante, mas também não podemos ...
09/12/2024

«No relacionamento com os adolescentes, não devemos ser como o árbitro que pune, que é distante, mas também não podemos cair no erro oposto: querermos ser companheiros de equipe. A figura adequada é a do treinador: ele torce, não substitui os atletas, mas acompanha os jovens à beira do campo; eleva o nível de exigência e deixa a liberdade de errar. Como educadores, somos chamados a acreditar na centelha de beleza que há no outro.»

📌 Para aprofundar o tema da Passos deste bimestre, trazemos uma conversa com o professor e escritor sobre o panfleto de CL “O mal e o amor que salva”. 👇
https://www.clonline.org/pt/atualidade/noticias/marco-erba-nao-arbitros-mas-treinadores

«Seguimos aquele acontecimento de vida que começou com Dom Giussani e chega até nós. O encontro "Pensar a Educação" quer...
04/12/2024

«Seguimos aquele acontecimento de vida que começou com Dom Giussani e chega até nós. O encontro "Pensar a Educação" quer ser esse lugar, uma companhia que nos ajuda a viver até o fundo tudo aquilo que constitui a nossa vida. Viver a vida como sinal de algo maior, como vocação, como missão»

📌 No Brasil, uma série de encontros com o tema “Pensar a Educação: um caminho de educar-se para educar”. Uma ajuda diante dos novos desafios educacionais 👉 Leia na edição de nov/dez

📷 © Vasantha Yogananthan

«No centro do método educativo está o cuidado com cada pessoa e a convivência. Todos os funcionários da escola vão além ...
02/12/2024

«No centro do método educativo está o cuidado com cada pessoa e a convivência. Todos os funcionários da escola vão além de suas competências. “É um abraço que, na tristeza ou na alegria, permite que eles cresçam e os ajuda na dureza da realidade”»

📌 A Escola Agrícola de Manaus celebra meio século de existência. Fundada na Amazônia pelos missionários do Pime, é administrada como uma grande família, e os jovens, para chegar até ela, chegam a passar dias inteiros de barco pelo Rio Negro 👉 Leia na edição de nov/dez

01/12/2024

No início de setembro, em Paderno Dugnano, uma comunidade da província de Milão, um jovem de 17 anos matou os pais e o i...
29/11/2024

No início de setembro, em Paderno Dugnano, uma comunidade da província de Milão, um jovem de 17 anos matou os pais e o irmão mais novo, de 12 anos. Um rapaz aparentemente sem problemas especiais, que vivia numa família normal, como tantas outras, mas que levou a cabo um massacre para o qual nem ele próprio parece conseguir dar uma explicação. Aqui, o panfleto preparado pelo Movimento sobre o ocorrido.

***

A história trágica de Riccardo, de 17 anos, que matou o irmão, a mãe e o pai sem motivo aparente, impressiona-nos e interroga-nos. Pelo que sabemos, ele não indicou nenhum motivo para além de um mal-estar pessoal de que se queria livrar. Há um mistério tão insondável na manifestação de uma maldade tão desumana, que a primeira reação é a de um silêncio desolador. A dor pelas vítimas (e pelo culpado, que agora se vê diante de uma vida inteira marcada pelo que fez) é amplificada pelo olhar para os muitos jovens que sentem um mal-estar semelhante e que, muitas vezes, o comunicam de várias formas, mas que, com a mesma frequência, o escondem dentro de si. Este mal-estar assume a forma de um vazio interior e de um isolamento radical que não se limita a casos particulares. Aliás, ninguém está verdadeiramente livre dele.

A primeira exigência que sentimos, para além dos casos noticiosos, é a de nos interrogarmos e tentarmos compreender o que está na origem de determinados fenómenos, conscientes de que essa interrogação, no fundo, continua a ser um mistério inatingível. Muitos intelectuais, jornalistas e especialistas falaram sobre o assunto; alguns, em particular, acharam oportuno recordar, a «uma sociedade que se recusa a ver o abismo que tem diante de si», que «no mundo existe a presença ativa do mal» (Susanna Tamaro, Corriere della Sera, 4 de setembro). «Um mal insondável, por isso próximo e possível até para nós» (Maurizio Crippa, Il Foglio, 4 de setembro).
Dominados, como todos, por um sentimento de perplexidade, perguntamo-nos, porém, se este mal-estar não encontra um terreno fértil na concepção de liberdade em que estamos mergulhados. A liberdade entendida como autonomia total, como pretensão de que me basto a mim próprio, em que o único horizonte de realização admissível é a concretização dos meus desejos e projetos, muitas vezes derivados de expectativas impostas pela sociedade. Segundo esta visão, o outro não só não tem o direito de me ajudar a compreender quem sou, como tende mesmo a tornar-se um inimigo. O resultado dramático, independentemente da idade, é a ruptura dos laços: talvez não nos isolemos fisicamente, mas perdemos o sentido dessas ligações, correndo o risco de ficarmos aborrecidos ou mesmo deprimidos, cada vez mais vazios e solitários porque incapazes de reconhecer que a relação com o outro nos define enquanto pessoas.

Num tal contexto, afirmar que a emergência é a educação significa ter no coração o destino de todos nós. Ouvir os jovens e levar a sério as suas questões é decisivo, mas não basta se não houver também alguém que lhes indique um caminho e o partilhe com eles, como nos testemunham de forma simples os avós de Riccardo, que não o abandonaram. Nada é mais necessário do que os pais e os professores que propõem aos jovens uma hipótese de sentido para a vida. Na escola, em particular, este envolvimento deve ser favorecido, para que os jovens possam realmente verificar as propostas educativas. A tendência, pelo contrário, parece ser a de silenciar estas vozes, em nome de uma concepção mal compreendida de laicidade como neutralidade. O problema não é tanto educar para um modo de vida, mas educar para perguntar por que e para que viver. Essa necessidade de sentido que tentamos dissimular de tantas maneiras é, de facto, uma aspiração que não se pode eliminar, mesmo nas suas expressões mais áridas ou mesmo trágicas. O que desejamos, mais ou menos conscientemente, é que alguém nos ame, reconheça o nosso valor, nos liberte do mal.

Um amor assim parece impossível. Mas houve um momento na história em que ele se apresentou e se afirmou nos traços de um rosto com um nome muito preciso: Jesus de Nazaré. Como aconteceu com a mulher samaritana de que fala o Evangelho: Jesus decidiu tomar o caminho mais difícil, através do deserto, e ir ao poço numa altura do dia em que ninguém lá ia, de propósito para falar com aquela mulher. Aquele encontro salva-a: o próprio Deus incomodou-se por ela. É o início de uma vida nova, a possibilidade de um olhar sobre si mesmo e sobre a realidade cheio de esperança. Assim é também para nós. Frágeis e limitados como toda a gente, perante o abismo inexplicável do mal, não temos nada a oferecer ao mundo senão este amor que recebemos por nossa vez e a amizade como lugar para o experimentar.

Setembro de 2024
COMUNHÃO E LIBERTAÇÃO

📫 Uma presença presente!A chegada de Nicolle com seus filhos Berlín e Gianna Celeste por meio da Associação Famílias par...
28/11/2024

📫 Uma presença presente!

A chegada de Nicolle com seus filhos Berlín e Gianna Celeste por meio da Associação Famílias para a Acolhida, a qual nos propôs acolhê-la por algumas semanas em casa para que ela pudesse se recuperar do parto, foi um grande presente. Sua chegada foi bastante imprevista, porque lhe deram alta um dia antes do que estava programado. Em geral, o imprevisto é a possibilidade de reconhecer de que matéria o milagre é feito, que é algo tangível e cotidiano, “a única esperança”. E é verdade! O primeiro jantar foi o início de uma comunhão, de uma unidade. Só isso sustenta, só nisso queremos que nosso coração consista. Ficamos muito surpresos ao vermos nossas três filhas brincarem com Berlín, como se eles se conhecessem desde sempre. O olhar dos outros educa o nosso. Também nos demos conta de que a presença de outras pessoas em casa não nos obrigou a estar mais atentos para não errarmos, a nos comportarmos diferentemente do que costumamos fazer. Um dia pedi a Nicolle ajuda para dobrar as roupas das minhas meninas e coloquei a música que sempre ouço em casa e comecei a cantar! Foi incrível ver a presença de Nicolle como mistério que de repente te liberta, você já não é um amigo desconhecido! Ela e seus filhos foram para nós o anúncio de que a algo que é dado não podemos acrescentar nada mais que um sim. Esse fato mudou até a maneira como nos olhamos como casal. Descubro que o mistério não é acrescentado como algo a mais ao que existe na minha vida, mas que é algo que se apresenta já dado e com tudo.

Daniel e Ilária, Barcelona (Espanha)

📌 Edição de julho/agosto de 2024

📷 © Usplash/Kelsey Chance

«Os adolescentes são farejadores, ficam intrigados antes de tudo com os adultos, mesmo fora do ambiente familiar, que ve...
27/11/2024

«Os adolescentes são farejadores, ficam intrigados antes de tudo com os adultos, mesmo fora do ambiente familiar, que veem vivendo de maneira verdadeira, apaixonada e satisfeitos com o que fazem»

📌 Como são os jovens no século XXI? E que olhar os “adultos” têm sobre eles? A experiência de Anna Ballerini, psicóloga e psicoterapeuta 👉 Leia na edição de nov/dez

«O medo é o maior inimigo da educação, porque bloqueia tudo, não deixa você tentar, não valoriza a liberdade, não permit...
25/11/2024

«O medo é o maior inimigo da educação, porque bloqueia tudo, não deixa você tentar, não valoriza a liberdade, não permite a correção. O que transmitimos aos nossos jovens é o nosso medo»

📌 A crise de toda uma geração, a dor dos jovens, o medo dos adultos e o caminho em direção a um relacionamento “total” e “vivo”. Publicamos as notas de um diálogo com Franco Nembrini e Matteo Severgnini ocorrido durante a Assembleia dos responsáveis de Comunhão e Libertação da Europa, em maio deste ano 👉 Leia na edição de nov/dez

📷 © Vasantha Yogananthan

Saiu a   de novembro/dezembro! Leia o editorial e confira os conteúdos no sumário ▶️ portugues.clonline.org/passosPAIXÃO...
14/11/2024

Saiu a de novembro/dezembro! Leia o editorial e confira os conteúdos no sumário ▶️ portugues.clonline.org/passos

PAIXÃO EDUCATIVA

No final de mais um ano escolar, a Passos nos traz o tema da educação, um dos pilares da proposta de Luigi Giussani, o fundador do Movimento Comunhão e Libertação. Na Itália, no início dos anos 50, quando estava num trem viajando de Milão para Rímini, o sacerdote deparou-se com alguns jovens e viu que desconheciam totalmente a religião e o cristianismo. Esse episódio fez nascer nele um grande desejo de que pudessem conhecer o que a ele havia sido dado. Mas conhecer o quê? “Que as pessoas entendam aquilo para que está feito o seu coração, […] o Destino para que foram criadas […]. Tudo começou com o desejo que me animava de comunicar a outros, mais jovens do que eu, a razão da minha alegria de viver” (L. Giussani, Realidade e juventude. O desafio, Lisboa: Diel, 2003, pp. 59-60).

As reflexões deste número da Revista têm origem na paixão que Dom Giussani tinha por comunicar-se aos jovens. Há anos que todos dizem haver uma crise educacional, mas com menor frequência falam da “paixão educativa”, da relação que nasce entre adultos e jovens quando dão e exigem liberdade recíproca, quando comunicam a experiência feita convidando a verificar se tal proposta corresponde ao seu desejo. A idade mais complexa no percurso educativo é a juvenil, e aqui está o coração desta edição. O diálogo inicial entre os educadores Franco Nembrini e Matteo Severgnini traça um panorama do que eles veem a partir da larga experiência que possuem: a imagem de jovens sem um significado para a vida, e de adultos amedrontados, incapazes de assumir sua tarefa. Neste panorama, a contribuição que os dois interlocutores propõem é o convite a levar a sério a proposta de Dom Giussani. A experiência educativa é sobretudo um encontro, uma relação humana que se torna uma estrada para percorrer em companhia. Uma estrada que já se concretiza entre muitos de nossos amigos, também no Brasil, e que chega a gerar obras sociais, como a Escola Agrícola de Manaus que completa 50 anos.

“Introdução à realidade total” é como Dom Giussani chama a experiência educativa, e acrescenta: “É o testemunho de um modo vivo de relacionar-se com o real”. Foi com essa postura que deu aulas no Liceu Berchet e na Universidade Católica de Milão. Dom Giussani ofereceu a própria chave interpretativa da realidade expondo-se ao risco do confronto, mais ainda, convidando ao diálogo e à crítica. A educação é uma presença de vida, é comunicação da verdade de si: uma maneira de estar presente na contramão da mentalidade comum, que costuma reduzir a tarefa do educador a técnicas e práticas. No entanto, só a vida comunica a vida.

Essas experiências e reflexões podem ser uma ajuda preciosa a tantos de nós que estão enfrentando a educação de filhos jovens. A tendência, infelizmente, é de que uma “angústia geral” na educação dos jovens só se agrave, pois, em nossa sociedade, não estamos vendo a possibilidade de mudanças drásticas na relação do adulto com o adolescente. Portanto, contribuições como essas, que nascem de um cristianismo aberto para a realidade, são cada vez mais necessárias, para nós mesmos e para tantos outros que encontramos em nosso cotidiano.

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