18/06/2017
Buzianos como a Gente: Ramon Diaz Bialet
Por Marcial SoAres
Outro grande personagem buziano, representante legítimo da belle èpoque , onde o paraíso ainda não estava contaminado pela ganância, e o sonho do paraíso era possível…. Nascido em Buenos Aires (afinal não se escolhe isso), filho de mãe espanhola, ainda criança morou no Uruguai e, em seguida, a família se estabeleceu na Espanha. Foi lá, ainda criança, que aprendeu com seu irmão Javier a arte do mergulho,da pesca submarina, da vida simples e sadia dos pescadores nativosa
Quando jovem, seu pai o levou para estudar Economia na Suíça. De rebarba aprendeu o esqui alpino, vindo a ser instrutor da modalidade em Bariloche, quando conheceu Mônica Balcaldi, a quem reencontraria casualmente anos mais tarde em Búzios, e ajudaria a se estabelecer neste paraíso. O aprendizado da língua francesa também o ajudou quando se estabeleceu em Paris como desenhador de moda e antiquário.
Foi exatamente neste período que, em uma viagem ao Rio com seu irmão Javier, acabaram parando em Cabo Frio, onde ouviram falar de um lugar bom para a pesca submarina, com muito peixe e lagosta. Brigite já tinha passado por aqui, mas sua passagem, na realidade nao colaborou muito ao desenvolvimento e crescimento da beleza deste lugar. Aquela foi a primeira vez que ouviram falar de Búzios ,onde, no dia seguinte acabaram chegando, após uma viagem de quatro horas de ônibus, partindo de Cabo Frio.
Antes mesmo de passarem a primeira noite na Pousada dos Sete Pecados Capitais, na praça dos Ossos, já tinham decidido: ficariam morando em Búzios. Montaram o “Ibiza Bar” no canto esquerdo de Geribá, que foi um emblemático e maravilhoso lugar, onde as cabritadas e luares duravam tres dias e a música rolava dia e noite. E assim já se passaram 41 anos.
O primeiro mergulho foi decisivo e os colocou em contato direto com os queridos pescadores locais.
À partir daí, estabeleceram-se as bases da criação da Associação dos Pescadores de Armação e dos Ossos. Em nome da Associação, conseguiram arrecadar o material necessário e , num trabalho de mutirão (coisa rara nestes tempos atuais), construíram o cais e quiosque dos pescadores da Armação. Esta Associação desenvolveu ainda projetos de formação como o de maricultura e sempre ajudando os pescadores na suas necessidades.
Alguns anos depois Ramon abriu a Timão Imobiliária (o guia de seus sonhos), que não só ajudou muitos minhocas a regularizarem suas terras, como proporcionou o estabelecimento de pousadas e investimentos que até hoje estão na ativa como a Tartaruga e a Casa Colina. Na verdade, seus conhecimentos pessoais acabaram trazendo para Búzios investidores da França, Espanha (Ibiza) e da Argentina (principalmente nos tempos áureos do dólar bem alto, época do ministro Martinez de Oz). Ainda no desejo de divulgação deste paraíso, e do sonho de fazer um lugar sofisticado, chique, glamouroso e charmoso, trouxeram convidados jornalistas da Argentina, das revistas Status e Parati (mais tarde da Pl***oy), sendo de certa forma responsável pela forte divulgação e presença de turistas hermanos na península maravilhosa.
Mais do que todos estes trabalhos, visando o desenvolvimento comum, Ramon e seu irmão Javier tinham a idéia de criar, ratificar e fortalecer um estilo de vida simples, descontraído, naturalmente elegante e sofisticado, enfim , a cara das paisagens de Búzios, do seu jeito tradicional de ser, valorizado pelo extenso leque cultural daqueles que aqui decidiram se establecer e morar no paraíso que cada dia nós mesmos criamos e acreditamos “ESTILO BUZIOS”, unico e só para os escolhidos.