02/06/2024
O MÉTODO HISTORICISTA
Os defensores do método historicista creem que as profecias, principalmente as dos livros de Daniel e Apocalipse, são como esboço antecipado da história que Deus deu à humanidade por meio dos profetas. As profecias bíblicas, quando se cumprem através da história, mostram evidências de que há um Deus que conhece o fim desde o princípio, pois “é Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis” (Dn 2:21). Deus está no controle da história. Ellen White escreveu que a ação divina se verifica em toda a história da humanidade: “Nos anais da história humana, o desenvolvimento das nações, o nascimento e queda dos impérios, aparecem como que dependendo da vontade e proeza do homem; a configuração dos acontecimentos parece determinada em grande medida pelo seu poder, ambição ou capricho. Mas na Palavra de Deus a cortina é afastada, e podemos ver acima, para trás e pelos lados as partidas e contrapartidas do interesse, poder e paixões humanos – os agentes do Todo-misericordioso – executando paciente e silenciosamente os conselhos de Sua própria vontade.”
O método historicista ensina que Deus controla a história e Ele prometeu que não faria coisa alguma “sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas” (Am 3:7). A profecia é dada para mostrar determinados eventos que ocorrerão no transcurso da história desde o tempo em que o material profético é revelado até sua consumação final. Jesus Cristo deseja que todo aquele que estuda Sua palavra profética creia nEle, ao ver suas predições cumpridas. “Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais” (jo 14:29). “Desde já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que EU SOU” (jo 13:19 e 16:4). O método historicista ensina que as profecias devem ser interpretadas com o princípio dia-ano, isto é, um dia representado um ano. Portanto, as profecias das 2.300 tardes e manhãs, dos 1.260 dias, ou um tempo, tempos, metade de um tempo, dos 1.290 e dos 1.335 dias, etc. devem ser interpretadas como sendo anos, e que a ação divina tem se verificado em toda a história humana e não apenas em um longínquo passado ou ainda no futuro. José Carlos Ramos divide o método historicista em quatro principais modalidades dependendo da maneira como é predito os eventos da História:
1. Sequência Linear – Futuros eventos são descritos um após o outro até o fim dos tempos. Há uma ordem cronológica para a maior parte dos eventos na profecia. Exemplos: As sete igrejas, os sete selos,
as setes trombetas, etc.
2. Recapitulação – As profecias descrevem os mesmos eventos várias vezes de diferentes perspectivas. Mais de uma profecia para o mesmo evento histórico. Exemplo: Tanto as trombetas como as taças estariam predizendo as punições escatológicas que sobrevirão aos impenitentes. Os Adventistas do Sétimo Dia têm usado esta modalidade para interpretar Daniel e Apocalipse.
3. Reocorrência – Também conhecida como apotelesmática, que supõe o cumprimento múltiplo de uma profecia (Mt 24; Is 65:17-26; Dn 8 e 11:21). O princípio aqui apresentado é: mais de um evento histórico para uma mesma profecia.
4. Filosofia da História – É estabelecida na premissa de que a história se repete. É semelhante à modalidade anterior. Exemplo: Levantamento e queda de impérios (Dn 2:21); falsos cristos e falsos profetas apareceriam através dos séculos. Essa modalidade é estabelecida na premissa de que a História se repete e, mais que repetidos cumprimentos históricos, ela propõe contínuas aplicações que vão além de qualquer tempo específico na história.
Os Adventistas do Sétimo Dia têm baseado sua interpretação profética no princípio historicista. Creem que a história já percorreu a maior parte de seu curso, e avança para o clímax, que será a vinda de Jesus Cristo e o estabelecimento do eterno Reino de Deus.