09/09/2023
O grupo musical Sassa Cokwe começou a formação artística na década de 1980 na circuncisão (Mukanda), uma escola tradicional, onde ficavam entre seis e dez anos isolados na aldeia. Com a morte do líder, esmoreceu-se até que se dividiu em dois: um em Luanda outro nas Lundas. Mas nunca deixaram de ser Sassa.
Em 1984, Leopoldo Mboma Bidjô e Mbanvo Sirise, chamados ‘Grio’ porque cantavam e tocavam só com uma viola, fundaram o mítico grupo tradicional do nordeste Sassa Cokwe. Foram precursores da Cianda. Depois houve a necessidade de se pensar na “orquestração”, daí surgiu Txifutxi Shadede, o “primeiro tocador da viola solo dos quiocos”, reconhece Rei da Costa. O grupo era assim liderado por Bidjô, que transformou o batuque ‘Ngoma ya china’ em viola baixo. Na viola ritmo, estava Vuzule e o baterista era Soreme Mukhakhalo. Antes de conhecer Bidjô, que tocava com uma ‘kassekumuna’ (viola de caixa), Rei da Costa, que já interpretava com Shadede e outros autores, aconselhou-o a “evoluir do Grio”, procurando mais gente para se formar uma banda. Foi assim que, em 1990, começou o sucesso da banda. Dois anos mais tarde, morreu o líder Bidjô, o que desmotivou a prestação do grupo, mas não o matou “graças ao apoio moral” dos então governadores das Lundas (Norte e Sul), Moisés Nelo e Norberto dos Santos ‘Kwata Kanawa’.
Em 1999, deu-se a divisão dos protagonistas. Shadede Txifutxi ficou em Saurimo, Lunda-Sul, e Rei da Costa foi para Luanda, onde fundou Sassa Cokwe Kwata-Kwata (‘mãos dadas ou união faz a força’). Cada um deles criou as respectivas ramificações: formavam-se cantores que, por sua vez, criavam bandas próprias.
Da parte do Rei da Costa, surgiram nomes sonantes, como Djokami, Bob Camará, Tchib Kufa, Patrick Mukwenda. Já por parte de Shadede, começaram a tocar Sawalela, Sicrit, Munuma, Eduardo Wanga e Jacinto.
Por: DJ DÓLAR