22/01/2025
Mais uma vez, de forma dolorosa, está comprovado: a vida é mesmo um sopro. Não só o Kuduro, mas, sim, a cultura, o guetto, os sonhos f**aram todos na ilha de Luanda.
Diante disso, não tem como não se emocionar, não chorar. A morte não é justa, e torna-se mais injusta ainda quando bate à porta de jovens com muitos sonhos por realizar.
Não há nada mais lixado do que morrer no auge do sucesso que demorou para se alcançar. Morrer quando as coisas finalmente começam a dar certo, quando os sonhos se tornam realidades, e quando te tornas a fonte de pão de muita gente. É inacreditável e inaceitável.
Num momento em que o Chaba começa a comer do seu talento, esforço, dedicação, aí vem a maldita máquina de destruição de sonhos: a morte. Tão jovem, cheio de força e coragem para lutar pelos seus, num momento em que vence a miséria, encantando Angola, inspirando muitos jovens com um conteúdo extremamente motivacional, Chaba decide nos deixar para ir iluminar os céus como uma verdadeira estrela.
Nessa altura, nossos corações estão partidos. É, com certeza, um pesadelo para a tropa em geral que, mesmo diante da realidade, nos recusamos a acreditar que o Chaba se foi.
Um jovem com muitos sonhos ainda por realizar, menor de idade, mas com uma mentalidade adulta, indiscutivelmente, deixa uma história, embora curta, desenhada por superações, foco e determinação.
Se dependesse de nós, 2025 nem poderia começar. Não será tão fácil superar sua ida prematura. A verdade é que talentos como o Mano Chaba não vêm à toa toda hora.
Felizmente ou infelizmente, o Chaba nos deixou, mas, além de sua rica arte, um legado de luta e inspiração, mostrando que, diante das "malambas", é possível sim concretizar sonhos, até porque "sonhar também não é mal".
Por: Elácio Domingos (Jornalista)