30/04/2024
Semana 1:
Hoje completei uma semana de nascido. Que alegria ter vindo a este mundo!
Mês 01:
Minha mãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar.
Mês 02:
Fui separado da minha mãe hoje. Ela estava muito inquieta, e com seus olhos se despediu. Estou esperando que minha nova "família humana" cuidasse tão bem de mim quanto ela...
Mês 04:
Cresci rápido, tudo me chama a atenção. Tem várias crianças na casa que pra mim são como "irmãozinhos". Nós somos muito inquietos, eles puxam minha cauda e eu mordo eles brincando.
Mês 05:
Fui repreendido hoje. Minha dona ficou irritada porque eu fiz "xixi" dentro de casa; mas nunca me disseram onde devo fazer. Além disso, eu durmo no quarto... E eu não aguentava mais!
Mês 06:
Eu sou um cão feliz. Estou com o calor de um lar; me sinto tão seguro, tão protegido. Eu acho que minha família humana me ama e me mima muito.
Quando eles estão comendo eu sou convidada. O quintal é só para mim e eu me vôo escavando como meus antepassados os lobos, quando escondem a comida. Nunca sou educado. Tudo o que eu faço tem que ficar bem.
Mês 12:
Fiz um ano hoje. Eu sou um cão adulto. Meus mestres dizem que cresci mais do que eles pensavam. Devem estar orgulhosos de mim.
13o mês:
Senti-me tão mal hoje. "Meu irmãozinho" tirou minha bola. Eu nunca pego seus brinquedos. Então, tirei-a. Mas minhas mandíbulas ficaram muito fortes, então eu o magoei sem querer. Depois do susto, eles me acorrentaram quase sem poder me mover para o raio do sol. Dizem que vou ficar sob observação e que sou ingrato. Não entendo nada do que se passa.
Mês 15:
Nada mais é igual... Eu vivo no telhado. Me sentindo muito sozinho, minha família não me ama mais. Às vezes esquecem-se que estou com fome e sede. Quando chove, não tenho um teto que me abrigue.
Mês 16:
Fui descido do telhado hoje. Com certeza minha família me perdoou e eu fiquei tão feliz que estava dando saltos de gosto. Minha cauda parecia reguilete. Além disso, eles vão me levar com eles para um passeio. Fomos para a estrada e de repente eles pararam. Eles abriram a porta e eu saí feliz acreditando que íamos fazer o nosso "dia de campo". Não entendo porquê.
Eles fecharam a porta e foram embora. "Esperem! " Se... esquecem de mim.
Corri atrás do carro com todas as minhas forças. Minha angústia crescia quando percebi, que quase desaparecia e eles não paravam: tinham me esquecido.
Mês 17:
Tentei em vão encontrar o caminho de volta para casa. Sinto-me perdido. No meu caminho há pessoas de bom coração que me veem com tristeza e me dão algo para comer. Eu agradeço-lhes com meu olhar e do fundo com minha alma. Eu gostaria de ser adotado e seria leal como ninguém.
Mas só dizem "coitado do cachorrinho", parece que está perdido.
18o mês:
No outro dia passei por uma escola e vi muitas crianças e jovens como meus "irmãos". Aproximei-me, e um grupo deles, rindo, atirou-me uma chuva de pedras para ver quem tinha melhor pontaria. Uma dessas pedras machucou meu olho e desde então não vejo mais com ele.
Mês 19:
Parece mentira, quando eu estava mais bonito eles sentiam pena de mim. Já estou magro demais, minha aparência mudou. Perdi meu olho e as pessoas me levam de vassoura quando pretendo me deitar em uma pequena sombra.
Mês 20:
Mal consigo mexer-me. Hoje ao tentar atravessar a rua onde os carros passam, um me atropelou. Segundo eu estava em um lugar seguro chamado "cuneta", mas nunca vou esquecer o olhar de satisfação do motorista, que até encostou para me concentrar. Eu queria ter
matado, mas só deslocou a minha anca. A dor é terrível, minhas patas traseiras não respondem e com dificuldades rastejei para um pouco de erva na encosta.
21o mês:
Tenho 10 dias de sol, chuva, frio, sem comer. Não consigo mexer-me mais. A dor é insuportável. Me sentindo muito mal; fiquei em um lugar molhado e parece que até meu cabelo está caindo. Algumas pessoas passam e nem me veem; outras dizem: "Não se aproxime". Estou quase lá.
inconsciente; mas alguma força estranha me fez abrir os olhos. A doçura do seu
voz me fez reagir. "Pobre cãozinho, olha como te deixaram", dizia ele...
junto a ela vinha um senhor de bata branca, começou a tocar-me e disse:
"Desculpe, senhora, mas este cachorro não tem mais remédio, é melhor parar de sofrer"
A gentil dama saiu lágrimas e acenou. Como pude, mexi a cauda e olhei para ela agradecendo-lhe que me ajudasse a descansar. Senti o piquete da injeção e adormeci para sempre pensando porque tive que nascer se ninguém me quis.
A solução não é jogar um cachorro na rua, mas educá-lo. Não torne uma ótima companhia um problema. Ajude a abrir a consciência para que possa acabar com o problema dos cães de rua
Na rede.