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Os últimos anos fizeram as pessoas entrarem em desacordo. Condições desfavoráveis separam amigos e famílias.Sobre perspe...
25/12/2023

Os últimos anos fizeram as pessoas entrarem em desacordo. Condições desfavoráveis separam amigos e famílias.

Sobre perspectivas entendemos, mas e as concepções?

O que pode ser feito em nome da saúde das relações?

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos7 - Cultura e Consumo O consumo é uma das formas de comunicação e materializa...
16/07/2022

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos

7 - Cultura e Consumo 

O consumo é uma das formas de comunicação e materialização da cultura. Consumimos porque precisamos, por demandas ou por desejos. As influências, necessidades e escolhas nos guiam a consumir (também a elegância). O consumo não para, consumimos matéria, alimento, ar, energia, conhecimento. Os ecos do consumo no ambiente nem sempre são sustentáveis.

O consumo é um ato consumado ou consumido?

Conta pra gente o que você pensa?

O próximo tópico é Valores Morais e Mídia.

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos6 - Cultura e Economia Relacionar economia e cultura deve ser um dos temas ma...
14/07/2022

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos

6 - Cultura e Economia 

Relacionar economia e cultura deve ser um dos temas mais abrangentes da humanidade, mais ainda se a economia trouxer consigo a econometria e a ecologia e a cultura juntar a sociedade e a lógica.

Conta pra gente o que você pensa?

O próximo tópico é Cultura e Consumo.

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos5 - Cultura e Legislação Logicamente, legislação nada mais é do que uma das v...
12/07/2022

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos

5 - Cultura e Legislação 

Logicamente, legislação nada mais é do que uma das vertentes da cultura.

Como as atualizações da legislação podem acompanhar com maior eficiência as subversões da cultura?

Conta pra gente o que você pensa?

O próximo tópico é Cultura e Economia.

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos4 - Cultura e RegrasO convívio dentro de uma cultura demanda regras para faci...
12/07/2022

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos

4 - Cultura e Regras

O convívio dentro de uma cultura demanda regras para facilitar o procedimento do respeito e da liberdade. Sem regras, a matemática não prevê o caos. Uma cultura é um organismo e comporta-se de maneiras inesperadas; entender seu funcionamento é um processo de sensibilidade, uma conversa.

Assim como uma linguagem, a cultura se comunica através de regras. Afirmado o respeito, é possível ser livre relacionando-se com regras?

Conta pra gente o que você pensa?

O próximo tópico é Cultura e Legislação.

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos3 - Cultura e PublicidadeCulturalmente, a publicidade é uma arte, sim, mas a ...
12/07/2022

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos

3 - Cultura e Publicidade

Culturalmente, a publicidade é uma arte, sim, mas a estrutura da propaganda atual faz o valor cultural tender à sua própria desvalorização. Em uma cultura tão rica em valores, quais as consequências de basear a publicidade em finanças?

Entre cultura e publicidade, a economia aparece em questão existencial absoluta. Qual é o valor da cultura? E como relacionar cultura e público?

Conta pra gente o que você pensa?

O próximo tópico é Cultura e Regras.

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos2 - Cultura e Valores MoraisEspontânea e lógica, a cultura é um organismo viv...
10/07/2022

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos

2 - Cultura e Valores Morais

Espontânea e lógica, a cultura é um organismo vivo. Entre categorias, normas, valores, moralidade e tendências simultâneas à universalização e à definição de identidades diversas, há muito tempo e espaço para interpretar as sutilezas do funcionamento dos ecossistemas. A cultura se subverte e é produzida a cada instante. Valores morais trafegam pelo líquido cultural, reagindo entre si e compondo outros valores.

Culturalmente, há valor moral no que não tem valor?

Conta pra gente o que você pensa?

O próximo tópico é Cultura e Publicidade.

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos1 - Cultura e MídiaO que é e pelo meio do que é. A relação entre cultura e mí...
10/07/2022

Panorama da Educação Cultural em 30 tópicos

1 - Cultura e Mídia

O que é e pelo meio do que é. A relação entre cultura e mídia compõe a estrutura das tribos da atualidade. Um grupo circula regras e instrumentos de comunicação e isso cria uma identidade.

Meio a possibilidades de caminhos, sociedades nascem entre os limites da sapiência e da loucura, levantando tópicos para diferenciar a criatividade da patologia.

Cultura é um termo abrangente, aplica-se tanto à agricultura, quanto ao catálogo de informações do conhecimento humano. Mídia é relativa a acessibilidade e adesão da cultura.

Entre cultura e mídia, surge o problema da escolha frente a tantas possibilidades e caminhos definidos. O que são escolhas? Quem ou o que define as escolhas em potencial? Escolher ou não escolher é realmente possível hoje em dia?

Conta pra gente o que você pensa?

O próximo tópico é Cultura e Valores Morais.

Horóscopo cultural para roteiristas!Uma grande co**ha contém o título do vídeo estampado: "A Primeira Desova". A co**ha ...
15/06/2022

Horóscopo cultural para roteiristas!

Uma grande co**ha contém o título do vídeo estampado: "A Primeira Desova". A co**ha se abre e de lá sai um brilho dourado, do qual surge um caranguejo holográfico em suas bilhonésima reinicialização. Em um sopro divino, projeta um buraco negro que gravita óvulos. O buraco negro sublima-se em luz, uma forma humana feminina dança suas diversas mãos entre os corpos que a orbitam - estes, por sua vez, revelam-se em seres diversos: um bom português move-se pelo espaço com ritmo, um aligator ofendido faz sinal de negativo com a cabeça, uma bruxinha mistura temperos no caldeirão. A forma humana, centro de gravidade do cenário, faz reverência a uma cotia e um urso de diamantes que permanecem sentados, sorrindo. Um grande tubarão deixa as águas frias com a sua chegada e devora a cena. Por mais que faminto, cuida muito bem de sua rêmora - quem iria esperar uma atitude assim de um cartilaginoso?

A perspectiva é afastada, o quadro pausa na imagem de uma montanha encontrando uma praia. O clima é menos frio do que esses dias.

Imagem: Lápis sobre Papel Reusado de Livro, Foto Editada no Celular.

**a

Para todos entenderem: não há vídeo.

Horóscopo cultural para existencialistas!Afinal, de que adianta diversidade sem inclusão? E por que a inclusão é um assu...
12/06/2022

Horóscopo cultural para existencialistas!

Afinal, de que adianta diversidade sem inclusão? E por que a inclusão é um assunto tão delicado? As diferenças formam barreiras ideológicas que compõe identidades diversas, a questão do respeito e da sedução entre culturas constela com a urgência de preservação e educação multicultural.

O consumo, os estudos sobre mercado, a presença diversa na constituição dos padrões de beleza e os limites entre especulação ética e incômodo colidem no início de um processo de diplomacia intersemiótica que tende a não ter fim. Para apimentar as coisas no dia dos namorados, um país multicultural ausenta religiões da mídia?

É tempo de muito trabalho, muitas perguntas e poucas respostas. Seguindo a dança!

Imagem: Ausência sobre Cobertor.


Horóscopo cultural para gestores!Clima otimista para quem é brasileiro e não desiste nunca! Movimentos sociais alinhados...
04/06/2022

Horóscopo cultural para gestores!

Clima otimista para quem é brasileiro e não desiste nunca! Movimentos sociais alinhados ao trabalho cultural; sincretismo é uma boa pedida, mas respeito é bom e todo mundo gosta!

A preservação ambiental está em alta e sobressai-se enfaticamente aos outros tópicos: a situação está complicada, mas há felicidade em lutar juntos por uma causa - e, diga-se de passagem, uma consequência. Ultrapassar os pontos de irreversibilidade da natureza é destruir o futuro. Os movimentos em prol do reflorestamento tendem a crescer exponencialmente. É tempo de salvar o planeta!

Será que dá tempo? Os relógios estão a rodar! Mas, como diz o poeta, relógio que atrasa não adianta!

Hora de seguir a dança! 🥁🌴🌿🐝🦗🦤

Imagem: Folha sobre Papel Reciclado.

30/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 5, parte final

Nosso quadrado de terra lá em São Sebastião do Paraná é só uma memória, mas uma memória e tanto. E quanto uma memória não carrega de informações e carga emotiva, não é mesmo? Dia de chuva, eu respirava sozinho entre as árvores. O cheiro da chuva é em si algo incrível. Quase tão incrível quanto o cheiro da chuva é a chuva em si. Trabalhar naquela terra era difícil, muito serviço e nem sempre tanto sossego. Mas eram momentos como aquele que compensavam. A chuva!

A chuva caia sobre as árvores; a água fazia os galhos sacudirem. Protegendo o rosto do vento, acendi um fósforo. Os galhos, em movimento, faziam os frutos cairem. Na minha frente, vi um fruto caindo no chão e, talvez minha visão estivesse embaçada, ou a chuva estivesse muito intensa, mas pude jurar que vi um outro fruto subindo na direção das árvores. O fósforo se apagou com o vento antes que eu pudesse acender meu cigarrinho de palha. Um fruto subiu do chão para cima? Tudo o que desce, sobe? Algo como uma estrela cadente, mas sem luz. Mas ao invés de flutuar pelo espaço, flutuou no ar. Algo não deveria ter acontecido naturalmente. Resolvi ignorar. Sou apegado às certezas dos fatos orgânicos. A ciência me é um tanto metafísica. O estado da arte foi meu desconhecimento.

Há tantos acontecimentos marcantes na vida, tantas memórias, tanto planos para o futuro, tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo no presente. Viver é algo semelhante a coexistir com experiências diferentes, algumas parecidas, mas as águas de um rio nunca levam as mesmas moléculas. Mas um rio continua sendo um rio e água continua sendo água. Viver é em si uma experiência incrível.

Você, leitor, já deve estar careca de saber que o cheiro da chuva é incrível. Mas, por uma última vez, vou repetir que o que me faz mais falta lá do nosso quadrado de terra em São Sebastião no Paraná é o cheiro da chuva!

Boa chuva.

Fim.

30/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 4, parte 2

Sinto saudade do cheiro da chuva, também tem outra coisa lá do nosso quadrado de terra em São Sebastião do Paraná que me faz falta: as conversas com a vaquinha Guilhermina. Eu me lembro bem do dia que terminei meu café e fui encontrar a vaquinha no pasto. Não era um dia no qual meu coração transbordava de alegria, certas memórias não tão boas do passado voltavam com frequência em um tom nostálgico, por mais esquisito que isso fosse. Sabe, Guilhermina, eu não acho que no amor e na guerra vale tudo. Pelo contrário, certos acontecimentos desgastam o nosso próprio valor.

Participei da guerra de 1970, o impacto com a realidade foi imenso. O choque de ver tantas baixas e tanta verdade sobre a humanidade me fez me distanciar do meu próprio eu. Como se minhas memórias se fragmentassem em uma falta de sentido inédita na minha vida. Onde estava todo o sentido que eu sempre senti? Voltei para casa e passei anos sem me lembrar de muita coisa. Um leve reflexo da lembrança de certos acontecimentos aparecia como ansiedade e desconforto eternos. Um dia, as memórias apareceram todas de uma vez. Outro impacto com a realidade, novamente imenso. Depois passou. E depois voltou. Os intervalos de tempo entre os episódios f**avam cada vez menores. Muito tempo depois, acho que eu digeri o que aconteceu. Não foi um processo fácil, a instabilidade do nosso sentido é um problema, porque gera uma bola de neve no nosso cotidiano.

Bom, Guilhermina, muito tempo atrás, construíram uma estátua que podia pensar e resolver as questões da humanidade. Depois de uma construção demorada, perguntaram para a estátua qual era a resposta do universo. Ela deu de ombros e respondeu que, evidentemente, a resposta era sentir, amar, entender o sentido da existência e viver o presente, doce conexão entre o passado e o futuro.

Olha, Guilhermina, eu concordo com isso, mas… E antes que eu pudesse continuar, a chuva começou e eu fui lavado pela água que caia do céu. A vaquinha Guilhermina também tomou um belo banho. Minha respiração não estava saudável, mas ainda pude sentir o cheiro da chuva.

30/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 4, parte 1

Lembro bem do nosso quadrado de terra. Lembro das noites quentes de São Sebastião do Paraná. Uma noite estava tanto calor que eu não conseguia dormir. Eu me olhei no espelho e meus olhos estavam arregalados, pupilas dilatadas. Resolvi sair e tomar um ar. Caminhei e encontrei a nossa vaquinha Guilhermina pastando próxima a uma jabuticabeira. Eu me servi de algumas jabuticabas, a lua estava brilhante, o pelo de Guilhermina refletia a luz do luar.

Sabe, Guilhermina, eu não acredito em extraterrestres, não com toda a certeza. Mas o assunto é peculiar. Sabe, Guilhermina, se você tivesse um filho, um bezerro, fêmea ou macho, eu colocaria o nome de Elon Musk. Acho que ir para outros planetas é um passo avançado na ciência de ser humano. Mas o que eu sei sobre isso?

Guilhermina virou de costas e começou a seguir em direção a outra árvore. Inconscientemente, eu a acompanhei e mudei de assunto.

Você não acha que a angústia de entender a dimensão da atrocidade que é cometida com as vacas tinha que ser dividida entre as pessoas? Até o momento que o consumo de carne fosse um pouco mais consciente? Ter esse papo com uma vaca me faz pensar sobre como seria a alimentação das pessoas se realmente tratassem de uma vaca. Às vezes não existe empatia mesmo e de nada adianta, mas, ora, Guilhermina, quando eu te vejo existindo, entendo o valor da vida. Quando eu penso em números, sinto a dor de perspectivas de escalas maiores. Se a vida tem valor, como eu acho que tem, atualmente a humanidade é, no mínimo, insustentável.

Guilhermina se afastou outra vez. Resolvi não insistir. Respirei fundo e caminhei através das árvores. À noite o ar é diferente. Pessoal provavelmente estava dormindo nesse momento. Vi uma corujinha-buraqueira caminhando na grama. Andei mais um pouco e começou a ventar. Eu ainda estava desperto, mas aí veio o cheiro da chuva.

30/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 3, parte 2

Foi lá no nosso quadrado de terra, muito tempo atrás, que eu tive a grande sacada da vida. Não é tempo de transcender à realidade da existência, por isso vou contar essa história indiretamente hoje. Um dia deitei no gramado, próximo a nossa vaquinha Guilhermina e algo na temperatura da brisa que chegou ao meu rosto me lembrou de um outro dia. Puxei assunto.

Sabe, Guilhermina, um dia eu entendi tudo. Foi durante a queda de uma folha ao chão. Aos poucos, em um ato verdadeiramente hipnótico, a verdade sobre tudo chegou ao meu raciocínio. Eu, derrepente, puff, entendi. Antes os pensamento se limitavam até certos nós das ideias. O mundo parecia complexo de mais, as estruturas das coisas se confundiam em seu signif**ado, afinal, por que tudo? Qual o porquê de tudo? Eu parecia quase lá, quase no final, mas nunca chegava. Faltava algum elemento no raciocínio, tenho certeza que era algo sobre sentir. Eu não entendia a diferença entre entender e sentir.

Algumas formigas me incomodaram naquele momento, levantei e puxei a nossa vaquinha Guilhermina para perto de uma árvore. Nós nos acomodamos na sombra da árvore.

Sabe, Guilhermina, minutos depois do ocorrido, daquela queda da folha, que foi levemente da árvore até o chão, mais rápida que uma pena, mas mais devagar do que um fruto, minutos depois eu não conseguia figurar direito o que tinha acontecido. Foi uma sequência de imagens, uma sequência de sentidos, mas tudo fazia, então, sentido.

Mas, sabe, Guilhermina, depois eu fui atrás disso. Atrás de tentar entender o que era aquilo, o que era, afinal, entender tudo em determinado momento? Confesso que a cada dia me distancio mais dessa sensação, ao menos atualmente. Pois bem, acidentalmente esbarrei com não uma explicação, mas diversas. Diversos elementos da minha percepção descritos em diversos momentos da história do planeta. Coisa doida? Talvez. Mas, de alguma forma, foi um sentimento magnífico.

A garoa tinha começado; a terra, a areia, o mormaço e a umidade se misturaram e criaram um perfume único, magnífico: o cheiro da chuva. Com certeza e assim espero, você não vai esquecer o cheiro da chuva.

29/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 3, parte 1

Se tem algo que me faz muita falta é trabalhar no nosso quadrado de terra, lá em São Sebastião do Paraná. Um dia, muito cansado, depois de muito trabalho, um dia cansativo daqueles, puxei a vaquinha Guilhermina de canto. Comecei a pitar um cigarrinho de palha e o papo foi fluindo.

Expliquei pra Guilhermina que a ansiedade da Tia Odette era contagiante. Às vezes eu via uma certa influência dela nos nossos filhos, algo no jeito e no tempo de fazer as coisas. Talvez fosse uma questão cultural, talvez Tia Odette e meus filhos tivessem as mesmas influências. Não sei. Obviamente não era um pensamento constante este, mas por que não pensar sobre isso? Como se meu papel e o da minha cônjuge fossem secundários; não é que eu não saiba viver na coadjuvância, mas o quanto o nosso jeito de fazer as coisas revela a nossa personalidade? Nosso jeito mostra nosso jeitinho. Sempre falo pros nossos filhos para não deixarem a Tia Odette contagiá-los com aquela loucura.

É tanto trabalho, Guilhermina, que eu acho que às vezes nem tenho tempo ou oportunidade de parar para ver as coisas bonitas da vida. Quem tem mais tempo sobrando, acaba aproveitando mais. Será que isso deveria me satisfazer? Digo, ver as outras pessoas felizes? Eu acho que eu sou um sonhador. Você não vê a internet por exemplo? Como se as relações humanas fossem catalizadas pela tecnologia. Tudo se conecta e, no final, o desejo de conexão se torna um desafio de identif**ação de si mesmo no meio de quantidades ilimitadas de informação. Será que as pessoas têm tempo para parar e olhar as coisas bonitas da vida? Eu não vejo a hora de poder parar e começar a me dedicar completamente a apreciar a beleza ao redor do mundo.

Olha, Guilhermina, você é, bom, você é uma vaca, mas acho que consegue entender que as relações são mais do que o encontro entre duas entidades, dois fenômenos. Quando conversamos com alguém, estamos sendo nós mesmos e, ao mesmo tempo, defendendo uma identidade que está apenas naquela conversa. Não quero falar sobre lados, mas como se estivéssemos defendendo um lado. Às vezes tenho receio de defender muito um lado e esquecer quem eu sou - ou o contrário.

Tá vendo? Tô ansioso agora que nem a Tia Odette.

Olha, Guilhermina, você é uma vaca, mas entende que temos que ponderar o quanto somos trabalhadores e defendemos uma ideia e o quanto vivemos de forma saudável com o nosso ser. Para pensar sobre isso, acho que precisamos identif**ar as limitações - tanto das ideias, quanto do nosso trabalho. Mas eu acho que eu sou um sonhador.

Mal terminei de pronunciar aquela última palavra, o vento nos encontrou e trouxe uma surpresa agradável. Como eu posso esquecer? O cheiro da chuva!

29/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 2, parte 2

Sempre bate aquela saudade do nosso quadrado de terra. Eis que uma época começamos a viajar com frequência - eu e minha cônjuge. O ar do interior não parecia mais ser o mesmo, mas a poluição ao redor do mundo também me preocupava bastante. Eu e minha cônjuge, como organismos feitos de matéria, em nossa própria composição corporal, éramos repletos de átomos de poluição e poeira. O engraçado é que no interior costumávamos dizer que se você fosse para a cidade, você estaria saindo da poeira. E então caia na folhigem de carbono - grande coisa, pelo menos a poeira eu posso ver. Não é tão fácil respirar - de qualquer forma.

Um dia voltamos para o quadrado, eu e minha cônjuge, e notamos que a vida não poderia continuar da mesma forma. Começamos a discutir sobre o futuro. Minha primeira ideia foi a de mandar nossos filhos pro mundo e, bom, boa sorte. Pensei até no que dizer pro mais velho ao vê-lo partir: "você está no caminho errado, encontre o caminho certo - e rápido". No final foi só um pensamento, a razão me guiou a entender que eu que estava deslocado, que eu precisaria partir mais uma vez. Peguei minha cônjuge pela mão, acho que não conseguiria deixá-la em São Sebastião do Paraná e, então, fomos embora. Tia Odette morava na cidade há muito mais tempo, ela ficou com as crianças. Os avós continuaram visitando. Levamos a vaquinha Guilhermina, por segurança.

Lembro bem do dia que saímos, foi praticamente uma fuga. Nós nos despedimos antes de todos dormirem e então partimos no meio da noite. Um casal de certa idade com uma vaquinha na coleira. Fomos a pé até onde foi possível, depois pegamos carona em um caminhão. Não lembro bem se chegamos a descansar, mas lembro de ter tido altas conversas sobre a vida com a minha cônjuge. Talvez fosse a presença de Guilhermina.

Passamos por diversas cidades, passeamos, conhecemos muitas pessoas, gente boa como a gente de São Sebastião do Paraná. Nossas aventuras dariam uma série de livros.

Um dia simplesmente acordamos e resolvemos que iríamos voltar. E voltamos.

No primeiro dia de volta, sentei na varanda, o sol ainda quente, uma única nuvem se aproximou e uma leve garoa começou. A chuva caindo no solo quente levantou uma neblina inebriante. Eu levantei minha cabeça, respirei e, sim, como eu pude esquecer do cheiro da chuva? Do nosso quadrado de terra lá em São Sebastião do Paraná, o que me faz sentir mais saudade é o cheiro da chuva.

28/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 2, parte 1

O quadrado de terra f**a perto de uma vila, cidadezinha bem pequena, pessoal humilde e bem ligado à terra. São Sebastião do Paraná é terra boa, terra de gente boa. Nem sempre tenho a oportunidade de dizer, mas sou agradecido pela relação com o pessoal. Gosto muito de bicho, mas também gosto de gente. Na nossa cidadezinha, a gente se ajuda como pode.

O ruim é quando o pessoal encosta. Tem sempre uma meia dúzia que acaba pegando para si o trabalho dos outros. Acho que esses são algo próximo de líderes. Mas é aquela velha história, como ser pai e mãe, tem que medir o quanto a gente se esforça e o quanto a gente para - também para dar espaço às outras pessoas.

Em casa a gente não fala muito da Tia Odette. Ela também não fala muito. Sempre se veste de preto, encanou com o fato de que sua vestimenta é seu charme de viúva. Passa os dias em uma pequena horta, onde planta hortelã e salsinha. A idade curvou sua lombar, até curioso vê-la na horta, parece que o formato corcunda de seu corpo encaixa completamente às suas plantas. Tia Odette tem um passado sofrido, não se pergunta sobre o passado de uma mulher.

Tinham dias no quadrado que ninguém conversava. Talvez seja um hábito de interior.

Então eu sentava na varanda, mais de tardezinha, protegido do sol poente pelas árvores. Eu inspirava fundo e rapidamente me dava conta de que a chuva estava por vir. Então eu respirava ainda mais tranquilo. Se tem uma coisa da qual eu nunca vou me esquecer, com toda certeza, é o cheiro da chuva.

27/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 1, parte 3

Uma vez tivemos uma ninhada de raposas no quintal lá do nosso quadrado de terra. Como eu disse antes, era um espaço limitado, mas nosso coração sempre foi grande e receptivo. Coisa de interior, muita mata preservada ainda por perto, a bicharada aparecia e se acomodava em qualquer local mais mucosado.

As raposas, você sabe, eu alimento de vegetais, elas comem alguns insetos no chão, você também sabe, as raposas têm seus dentes.

Ver os bichinhos crescendo foi uma experiência e tanto. Eles brincavam de brigar entre si, rolavam pelo chão em mordidas e guinchos. Eu f**ava preocupado, mas de alguma forma fizeram deles raposas mais fortes quando adultos. A energia do crescimento de alguma forma resulta em brigas, na minha época o costume era precaver. Tinha uma fita que colocavam na TV e um senhor aparecia de frente para a câmera, com um prédio isolado atrás dele. O cenário já revelava, mas ele reafirmava o óbvio "vamos derrubar esse prédio". Era um tom sereno, não tinha ameaça, tinha um êxito de exaltação, de alguma forma era uma boa notícia. A fita tinha 90 minutos de duração. O senhor mostrava o prédio, mostrava a segurança envolvida no processo, mostrava de ângulos diferentes aquele prédio que seria destruído. Era puro concreto, acabamento antigo e chão repleto de restos de mudança e poeira. Muito bem, pois bem, queríamos ver o prédio, afinal, caindo.

90 minutos se passavam e ficávamos em profundo silêncio. Era uma experiência completamente interessante esperar pelo que viria. E então esperávamos. Escutávamos o homem falando e víamos detalhes do prédio. Nesse momento, você pode achar que, no final, o prédio não caia e que tudo tinha sido em vão. Engano seu, o final era uma demolição histórica, sem precedentes para quem assistia filmes em fita na televisão. Que satisfação. Destrutivo? Sim, mas educativo. Eu não soube aplicar isso às raposas. Talvez nem tivesse como.

Um dia uma das raposas mais velhas trouxe um ratinho e entregou em frente a uma das raposas da ninhada. Nunca vi um gesto mais específico e direcionado antes por parte das raposas. Como se aquele momento tivesse sido o ponto de virada da vida da raposa. Ela comeu o rato. Hoje em dia continua praticamente vegetariana. Desde então, nunca mais brincou de brigar.

Faz um tempo, eu me sentei com a minha raposa, olhamos o sol através das árvores e então o vento trouxe algo inesperado. Levemente úmido, como uma maresia mais leve, era mais um aviso que a chuva estava por vir. Como eu vou me esquecer daquele cheiro tão marcante? Sim, o cheiro da chuva.

27/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 1, parte 2

Eu nunca neguei o fato de que quero ter netos logo. A idade vai passando, vai acumulando, acho que quero ver as linhas da vida continuando - enquanto ainda estou aqui. Mas meus filhos ainda são jovens. A dinâmica entre eles é muito interessante. O mais velho, Noturno, é um galo. Sempre atrás de um rabo de saia, mas quando o assunto é proteger o Hendrix, vira um galo de briga. Hendrix é o do meio, ele e o Noturno discordam em suas filosofias de vida, por isso brigam muito. Ah, se não fosse o Waters, o caçula! Sempre pondera as coisas. Ele é novo, mas a alma é velha! Precisa ver.

Hendrix ainda está descobrindo o mundo. É o do meio, então não é nem tão dócil, nem tão decidido. Chama muito a atenção e, como dizia a minha avó, "sem Zizek esse aí não vai longe". Nunca entendi o que ela queria dizer, mas o tom que ela dizia explicava tudo. A proteção e atenção do mais velho sempre foi essencial e sempre me deixou mais tranquilo quanto à harmonia das coisas.

Não falei da nossa vaquinha Guilhermina? Amor de ser. Meio melancólica, assim como são os olhos de toda vaca. Vi crescendo, desde bezerro. Não entendo muito o que ela pensa, mas está sob nossa proteção, o leite é de primeira e temos longas conversas sobre a existência. Passo muito tempo filosofando em voz alta. Guilhermina não parece se importar, mas eu também tento não exagerar para não oportuná-la.

Os dias no nosso quadrado vão passando, o entardecer vai chegando e lá vem o cheiro da chuva. Aos poucos, entra pelas minhas narinas e… que maravilha é o cheiro da chuva!

27/05/2022

O cheiro da chuva, capítulo 1, parte 1

Tive que cuidar dos nossos filhos ainda imaturo. Morávamos num pequeno quadrado de terra lá em São Sebastião, no Paraná. Éramos minha cônjuge, eu, nossos filhos (Noturno, Hendrix e o mais novo, Waters), a tia Odette e a nossa amada vaquinha Guilhermina. Não era só isso, por menor que fosse o espaço, vira-e-mexe, tínhamos outros animais e plantas. Os avós vinham nos visitar. Eram muitos avós, sempre dispostos a nos ajudar, o que aliviava a barra da criançada.

Chorava muito nossa prole, o som do nosso quadrado variava entre uma sinfonia de alerta e uma paz que só o interior pode proporcionar. Fazer o quê? A vida é assim, não é?

Eu falava para ela que não gostava muito de deixar trabalho pros avós. Por mais que eles estivessem sempre prontos e sempre presentes na educação dos ovos, ou melhor, dos nossos sucessores, eu gostava do jeito que eu e minha cônjuge procedíamos. Era algo sobre o tipo de energia que a gente aplicava nisso, era feito com amor, eles eram feitos com amor, além de sujeitos, eram a representação do nosso amor. Amor, amor e amor - e um pouco de filosofia.

Veja bem, eu e minha cônjuge estivemos em situações complicadas da vida, muita energia e muito tempo foi gasto para fortalecer nossas estruturas e sempre é tempo de descansar. Eternamente coloco na balança a nossa saúde (mental, física, cotidiana) e o sonho de proporcionar aos nossos filhos melhores possibilidades e condições de identidade do que nós dois tivemos.

Ainda me lembro do que eu mais gostava naquele nosso quadrado de terra. Ao entardecer de um dia quente, uma noite quente se anunciava e então, bem aos poucos, uma garoa aparecia. O vento trazia o cheiro da chuva, que depois se transformava em um toró. Como se o cheiro da areia quente fosse limpado pelo v***r sutil da chuva que vinha vindo. Era um cheiro maravilhoso: o cheiro da chuva.

Horóscopo cultural para você!Novo quadro aqui na página, nosso horóscopo cultural vai trazer esporadicamente algumas das...
26/05/2022

Horóscopo cultural para você!

Novo quadro aqui na página, nosso horóscopo cultural vai trazer esporadicamente algumas das principais tendências e índices culturais do mercado digital da arte - para diferentes públicos-alvos.

O objetivo é rever alguns objetivos de acordo com a filosofia cultural, mas a arte sempre se sobressairá! Começamos afirmando que a arte é em si um objetivo - e vamos aos poucos explicar o porquê.

F**a o convite para constelar as metas culturais do seu projeto, da sua empresa ou organização com algumas ideias da vanguarda artística. 

Gostou? Então espera que vem mais!

Imagem: Preparado de Urucum sobre Parede de Alvenaria.

Qual marca você deixou no mundo?
12/04/2022

Qual marca você deixou no mundo?

Hoje é o nosso aniversário de 6 anos!Um hexágono satisfatório de rotações ao redor do sol - nada mais poético!Muita saúd...
06/04/2022

Hoje é o nosso aniversário de 6 anos!

Um hexágono satisfatório de rotações ao redor do sol - nada mais poético!

Muita saúde e felicidade a todos!

💻💻💻💻💻💻

14/06/2021
28/05/2021

Esperança é esperar uma boa.

Continuamos juntos, mas separados.

🍀🌏🐴

Alguns te**es de render deste estudo de iluminação no Autodesk Maya. Tempo vai, tempo vem e o audiovisual continua um un...
10/02/2021

Alguns te**es de render deste estudo de iluminação no Autodesk Maya. Tempo vai, tempo vem e o audiovisual continua um universo imenso para se navegar!

Por Yuri Tucci Eterovic

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