Capitu vem para o jantar

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Capitu vem para o jantar Por aqui você encontra história, comida e literatura!

Ela sentia prazer em inventar as mais variadas receitas ao preparar verdadeiros banquetes aos finais de semana. Com ela aprendi o básico para sobreviver. “Não se cozinha sem tampar a panela”, “o arroz precisa estar mergulhado em pelo menos quatro dedos d'água”, “a massa só está pronta quando desgruda das mãos”. No entanto, sempre admirei quem cozinhasse e, mais do que isso, vivesse do mundo gastro

nômico. Foi a minha mãe também que me influenciou a gostar dos livros. A biblioteca de casa era um acalento e tanto para dias de ócio. Veio o clique: por que não aprender a cozinhar? Porém, faltava uma motivação. E então, enquanto eu relia o livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, me deparei com isso:

"Comprei-as, mas tive de as comer sozinho. Capitu recusou. Vi que, em meio da crise, eu conservava um canto para as cocadas,
o que tanto pode ser perfeição, quando imperfeição. Mas, o momento não é para definições tais;
foquemos em que minha amiga, apesar de equilibrada e lúcida,
não quis saber de doce, e gostava muito de doce"

Surgiu a ideia: Vou fazer a cocada! Ainda mais: E se eu aprendesse a cozinhar toda comida citada pelos meus escritores favoritos em suas obras? Bem… o resultado é o blog Capitu Vem Para o Jantar.

Agora é a sua vez! Você se lembra de mais alguma? Conta aqui nos comentário, vai!🍎😋
26/06/2024

Agora é a sua vez! Você se lembra de mais alguma? Conta aqui nos comentário, vai!

🍎😋

Já que finalmente é sexta-feira, achei que essa frase viria a calhar 🙏Porque, olha, não sei você, mas eu definitivamente...
21/06/2024

Já que finalmente é sexta-feira, achei que essa frase viria a calhar 🙏

Porque, olha, não sei você, mas eu definitivamente preciso de um bom vinho hoje! E o conselho do Lord Byron não dá pra negar, afinal ta aí um cara que entendia de bebida, né? 👀

Falando nisso, estou preparando um conteúdo muito legal sobre isso! Em breve revelo mais.

Por enquanto, bom fim de semana e saúde! 🍷

"Ri, sem palavra. Mas, para ela, não havia riso, nem motivo. Cozinhar é o mais privado e arriscado ato. No alimento se c...
13/06/2024

"Ri, sem palavra. Mas, para ela, não havia riso, nem motivo. Cozinhar é o mais privado e arriscado ato. No alimento se coloca ternura ou ódio. Na panela se verte tempero ou veneno. Quem assegurava a pureza da peneira e do pilão? Como podia eu deixar essa tarefa, tão íntima, ficar em mão anônima? Nem pensar, nunca tal se viu, sujeitar-se a um cozinhador de que nem o rosto se conhece.

- Cozinhar não é serviço, meu neto – disse ela.

- Cozinhar é um modo de amar os outros."

Do conto: "A avó, a cidade e o semáforo", do autor moçambicano Mia Couto.

Essa frase faz parte de um texto do escritor A.A. Milne presente no livro "Not that it matters", uma coleção eclética de...
03/06/2024

Essa frase faz parte de um texto do escritor A.A. Milne presente no livro "Not that it matters", uma coleção eclética de ensaios do pai do Ursinho Pooh.

Na obra tem vários ensaios que apareceram em vários jornais no início do século passado. Muitos eram charmosos e geralmente bem-humorados.

No ensaio "Almoço", ele divaga sobre o fato do almoço ser a sua refeição preferida e ainda se explica: "Comida é um assunto muito mais espiritualmente estimulante do que o clima".

E, bom, é claro que ele também exalta a batata, coisa que eu concordo completamente.

"O óbvio ululante" é uma seleção feita pelo próprio Nelson Rodrigues de algumas crônicas que ele escreveu na coluna "Con...
26/05/2024

"O óbvio ululante" é uma seleção feita pelo próprio Nelson Rodrigues de algumas crônicas que ele escreveu na coluna "Confissões" entre 1967 e 1968 no jornal "O Globo".

No livro tem uma crônica chamada "Sem Amar, nem odiar", que reflete sobre a fome.

Uma fome relativa que o autor viveu na infância. Enquanto os amigos levavam para escola sanduíche de carne, goiabada e outros quitutes, ele explica, o pequeno Nelson levava apenas uma banana, quando levava.

E também teve a grande fome, por volta dos 30 anos, quando sem um tostão para se alimentar, ele entrava em bares e pedia água. "Não estava bebendo, estava comendo água", contou.

Foi nesse tempo que Nelson Rodrigues aprendeu que "o sujeito que não come não se revolta" pois "a fome não odeia nem ama.

"Vinha eu pela rua dos Ourives e olhei acidentalmente para um casal. O rapaz perguntou insolentíssimo: - que é que está olhando? Baixei a cabeça e apressei o passo. Certos brios exigem um salário e três refeições (...) A fome esvaziou-me; e eu me sentia oco, sem entranhas, como um autopsiado".

Assim como o alimento é essencial para sustentar o corpo físico, a poesia alimenta a alma. Clichê, eu sei, mas não sou e...
17/05/2024

Assim como o alimento é essencial para sustentar o corpo físico, a poesia alimenta a alma. Clichê, eu sei, mas não sou eu que estou falando, é Jane Austen, tá?

Bom, quer dizer, mais especificamente, a frase é de Darcy em Orgulho e Precoceito, em um diálogo com Lizzie:

"Eu queria saber quem descobriu a eficácia que tem a poesia de afugentar o amor.

— A mim sempre me disseram que a poesia é o alimento do amor.

— De um amor sincero, sólido, sadio, pode ser. Tudo serve de alimento ao que já tem força. Mas quando se trata de uma ligeira e fraca inclinação, estou convencida que um bom soneto é suficiente para fazê-la morrer de inanição.

Darcy contentou-se em sorrir".

O amor, em sua forma mais pura, necessita de sustento para florescer e perdurar, é verdade. Para Darcy, a poesia oferece esse sustento ao expressar a beleza, a dor, a alegria e a tristeza que acompanham o amor.

Por outro lado, o sorriso dele no final da conversa sugere seu reconhecimento da sabedoria nas palavras de Elizabeth. Ele parece aceitar a ideia de que a poesia, como o amor, tem um poder dual: pode nutrir e destruir, dependendo da força do sentimento que encontra.

E para você? Poesia alimenta ou não alimenta o amor?

Gosto da reflexão sobre como a vida é composta de momentos efêmeros e fragmentados. Muitas vezes, momentos que passam se...
06/05/2024

Gosto da reflexão sobre como a vida é composta de momentos efêmeros e fragmentados. Muitas vezes, momentos que passam sem que percebamos seu significado enquanto acontecem, mas acabam sendo as peças que compõem a nossa história.

Nessa crônica "Epifanias", publicada no Estadão em 1986, Caio Fernando Abreu segue com a reflexão:

"De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nós sentíamos".

Ah, o valor dos pequenos momentos e como eles são essenciais na composição do que somos! A vida não é feita apenas dos grandes eventos, mas também dos detalhes e dos momentos aparentemente sem importância. No fim, são esses que definem quem somos e o que nos tornamos.

Eu mesma tô aqui refletindo nos almoços e jantares e cafés que deixaram uma marca por aqui. E você?

Tolkien, com sua vasta imaginação, nos deixou muitas pérolas de reflexão, entre elas essa frase particularmente cativant...
23/04/2024

Tolkien, com sua vasta imaginação, nos deixou muitas pérolas de reflexão, entre elas essa frase particularmente cativante sobre o que realmente deveríamos valorizar na vida.

Ele nos convida a refletir sobre nossas próprias prioridades. Em um mundo onde o valor é frequentemente medido por status e posses, há um encantamento especial em valorizar aquelas coisas que realmente nutrem nosso ser e fortalecem nossos laços com os outros.

Se mais de nós buscássemos alegria nas simples maravilhas de comer, beber e ouvir música, talvez, apenas talvez, estivéssemos todos dançando um pouco mais ao ritmo da vida e vivendo uma deliciosa vida de Hobbit, vai saber.

😋

E não é que dois dos mais fundamentais e prazerosos aspectos da experiência humana podem se enriquecer mutuamente?Comer ...
15/04/2024

E não é que dois dos mais fundamentais e prazerosos aspectos da experiência humana podem se enriquecer mutuamente?

Comer é uma função biológica essencial para a sobrevivência, ok, sabemos. No entanto, se transformou em uma celebração cultural, emocional e afetiva, proporcionando não apenas sustento, mas também prazer e conforto.

O hábito de ler, por sua vez, é um exercício de imersão intelectual e emocional, um mergulho nas palavras que expandem a mente, oferecem novas perspectivas e estimulam a imaginação.

Penso que essa ideia de Lewis nos encoraja a ver além das funções básicas de comer e ler e reconhecê-las como fontes de alegria e expansão.

Em um mundo cada vez mais rápido e repleto de distrações, o se dedicar a estas atividades pode ser uma forma de resistência, um lembrete para valorizar e cultivar os prazeres simples da vida.

Tá, tudo bem, também tem o fato de que ler um livro enquanto se degusta um saboroso quitute também é tudo de bom, né?

Nos despedimos de um gigante que coloriu a infância de várias gerações. Ziraldo nos deixou da maneira mais pacífica poss...
06/04/2024

Nos despedimos de um gigante que coloriu a infância de várias gerações. Ziraldo nos deixou da maneira mais pacífica possível, embalado em último sono.

Talvez ele tenha sido recebido por seus mais queridos personagens: o Menino Maluquinho, com sua panela na cabeça e um sorriso travesso; a Turma do Pererê, com suas aventuras na floresta; e Flicts, a cor que buscava um lugar no mundo.

Penso que o Menino Maluquinho liderou essa recepção, talvez com um sermão preparado e um puxão de orelha simbólico, questionando as controvérsias que envolveram Ziraldo em seus últimos anos. Flicts, com sua jornada em busca de aceitação, de braços cruzados, com certeza cobrou uma explicação.

Refletindo sobre a vida de Ziraldo, é impossível não evocar a famosa frase: "o livro é o alimento da alma".

Ziraldo compreendia que cada livro aberto é importante como o alimento essencial que nos permite continuar vivos. Os livros são uma janela para novos mundos, uma fonte inesgotável de aprendizado, que nutrem a essência de quem somos.

Por isso, quero indicar o Livro de Receitas do Menino Maluquinho, cheio de receitas feitas especialmente para serem preparadas com as crianças. Uma forma linda, mágica e saborosa para apresentar uma nova geração ao legado de Ziraldo, ao mesmo tempo que se incentiva a leitura e a independência culinária.

É verdade que a partida de Ziraldo nos lembra da efemeridade da vida, mas também ressalta o poder da arte e da literatura em transcender a mortalidade.

Porque enquanto lembrarmos de Ziraldo e de seu vasto universo, ele nunca estará verdadeiramente ausente.

🩵

Geralmente eu escrevo um texto sobre a minha interpretação das frases com contexto alimentar que costumo postar por aqui...
01/04/2024

Geralmente eu escrevo um texto sobre a minha interpretação das frases com contexto alimentar que costumo postar por aqui.

Dessa vez quero fazer diferente. Quer saber de você: qual é a sua interpretação dessa frase?

☕️☕️☕️☕️

Já salva esse post pra ele te ajudar na hora da maratona! 📽E comenta aqui embaixo qual outro filme sobre comida inspirad...
25/03/2024

Já salva esse post pra ele te ajudar na hora da maratona! 📽

E comenta aqui embaixo qual outro filme sobre comida inspirado em uma história real você se lembra?

Vou fazer outro carrossel com as melhores opções 💛

Já tem alguns dias que não posto nenhuma receita porque eu me mudei de casa. E quem acompanhou pelos stories, viu que es...
24/03/2024

Já tem alguns dias que não posto nenhuma receita porque eu me mudei de casa. E quem acompanhou pelos stories, viu que estou sem cozinha rs

Quer dizer, até tenho o fogão e uma pia pro dia a dia, mas sem armários e sem cantinho bonito pra gravar.

E como gosto de fazer do limão, uma torta de limão, tô aqui planejando e voltando pros conteúdos antigos que eu postei quando nem fazia vídeo ainda... quando só postava foto.

E louca de vontade dos armários chegarem logo pra eu gravar essas receitinhas em vídeo.

E também tô aqui postando isso pra você me ajudar nos comentarios: que receita literária precisa aparecer por aqui em vídeo? 💛

“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto mons...
21/03/2024

“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso”.

Ah, Kafka e essa jornada inusitada:

A irmã de Gregor, extremamente preocupada, dá comida para ele: pão e leite. A bebida costumava ser a sua preferida e ele se sente feliz ao ver o líquido branco. Porém, a surpresa: a comida não tem mais o mesmo sabor.

Seguimos na história e descobrimos que ele prefere se esbaldar no lixo com os restos das refeições da família.

Esta é uma passagem importante, pois é a alimentação que desperta nele o primeiro instinto como inseto.

Ele entende que o paladar nunca mais será o mesmo, nunca mais será humano. E, para a nossa surpresa, nunca se questiona: por que isso aconteceu?

As descobertas diante da nova condição envolvem, é claro, encontrar uma nova comida preferida. Esta é o queijo podre. Mas... por que raios ele odiou o leite e ama o queijo se queijo nada mais é do que leite em outro estado? Seria uma provocação de Kafka?

O leite metamorfoseado para um ser metamorfoseado? Significaria um rompimento com a condição humana revelando a nova natureza?

Ao longo da narrativa, Gregor vai perdendo o interesse em comer. Mas, sente fome.

Ele se lembra com nostalgia das refeições preparadas pela mãe. Talvez não seja a comida o que faz falta e sim a experiência de comer com a família.

Assim, em certo momento, Gregor não quer mais saber de comer. Vai perdendo o interesse pelos alimentos e no dia de sua morte, a faxineira o vê e lamenta: como estava magro. Depois o varre para fora do quarto.

"Metarmofose" foi lançado em 1915. Em 1924, Kafka morreu de fome aos 40 anos. A tuberculose na laringe o impedia de comer.

Prometo em breve falar de "O artista da fome", outra
obra dele cheia de simbologia.

Como vocês sabem, me propus a cozinhar as receitinhas citadas nas obras literárias. Porém, tem muitos livros que citam alimentos importantes e que não precisam de receita: desde os restos de comida de Gregor até a maçã do amor de A Branca de Neve.

Por isso, começo hoje a trazer reflexões sobre tais citações. Me ajudem a lembrar: quais comidas merecem aparecer nesse novo quadro?

A frase da escritora Joanne Harris captura a essência mágica e encantadora que permeia o mundo da culinária: "Existe uma...
19/03/2024

A frase da escritora Joanne Harris captura a essência mágica e encantadora que permeia o mundo da culinária:

"Existe uma feitiçaria em todo trabalho culinário, na escolha dos ingredientes, no processo de misturar, raspar, derreter, macerar e aromatizar, nas receitas retiradas de livros antigos, nos utensílios tradicionais".

É muito verdade que a cada vez que entramos na cozinha, estamos embarcando em uma jornada de encantos e alquimia. Uma aventura cheia de descoberta, criação e celebração dos sentidos.

A feitiçaria da culinária também te inspira por aí? 😋✨️

Muitas casas de escritoras se tornaram Casas-Museus. Ou seja, significa que, para a nossa sorte, dá pra visitar e conhec...
12/03/2024

Muitas casas de escritoras se tornaram Casas-Museus. Ou seja, significa que, para a nossa sorte, dá pra visitar e conhecer o universo particular e culinário dessas grandes autoras.

Hoje eu falei sobre a cozinha aberta à visitação de 5 delas que gostavam muito de comer e falavam sobre isso em suas obras!

Salva o post pra você planejar uma baita viagem. Quem sabe a gente até não se encontra por lá?

Bora? ❤✈

  das minhas últimas semanas bem intensas!Foto 1: livro que li no Carnaval e que eu tô doida pra falar um pouco mais sob...
05/03/2024

das minhas últimas semanas bem intensas!

Foto 1: livro que li no Carnaval e que eu tô doida pra falar um pouco mais sobre ele aqui (só tô esperando a poeira abaixar, pois como você entenderá mais adiante, estou vivendo um caos).

Foto 2: meu filho Pedro que de uma hora pra outra virou um adolescente e eu tive que registrar em foto. Já já está entrando no movimento estudantil.

Foto 3: ainda meu filho Pedro bom de prato, graças às deusas.

Foto 4: a meia do meu mozão. Totalmente influenciados por vídeos dessa rede, a gente criou um grupo "Reclame Aqui" para compartilhar as presepadas do cotidiano de cada um: como largar uma meia no hack da TV. Por enquanto, isso tem feito a gente dar mais risadas do que brigar, espero que continue assim rs

Foto 5: essa vista linda de Águas de São Pedro, cidade que eu amo muito e que a minha família por parte do meu marido vive.

Foto 6: assisti ao documentário na Netfliz e fiz uma live por aqui para indicar a leitura desse livro porrada, difícil, mas necessário.

Foto 7: registro da parceria com que me mandou um carregamento de barrinhas saudáveis e deliciosas para eu ter o que mastigar durante a leitura, simplesmente amei e indico muito.

Foto 8: casa nova, uma mudança que causou um caos na minha vida nas últimas semanas, mas que acredito que será pra melhor! 💛

Simone de Beauvoir, em "O Segundo Sexo", solta uma daquelas verdades que fazem a gente parar e pensar: o trabalho domést...
24/02/2024

Simone de Beauvoir, em "O Segundo Sexo", solta uma daquelas verdades que fazem a gente parar e pensar: o trabalho doméstico é como a tortura de Sísifo, condenado a rolar uma pedra colina acima apenas para vê-la rolar para baixo novamente, por toda a eternidade.

Ela tá cutucando uma ferida maior do que a louça que se multiplica na pia: a de que, por muito tempo, esse trampo infinito e muitas vezes invisível, caiu quase que exclusivamente nas costas das mulheres, sem muitos aplausos ou reconhecimento.

Diante disso, é como se o tempo fosse congelado, uma repetição constante que não leva a lugar nenhum: "Comer, dormir, limpar - os anos já não se elevam ao céu, ficam espalhados à frente, cinzentos e idênticos", complementa ela.

E ainda arremata: "A batalha contra o pó e a sujidade nunca é vencida".

🤷‍♀️

Ao julgar por suas peças, o Bardo comia muito. Há pelo menos uma menção à comida em cada uma de suas peças. E que maneir...
22/02/2024

Ao julgar por suas peças, o Bardo comia muito. Há pelo menos uma menção à comida em cada uma de suas peças.

E que maneira intrigante de ler a obra shakespeariana: com um olhar culinário para compreender a alimentação de um tempo e um povo.

É claro que em um carrossel é impossível abordar toda a história da alimentação da era elizabetana né?

Então, considere o conteúdo como um pequenino petisco, que tal?

E já adianto: sim, vai ter receita literária de Shakespeare! 💛

Sempre me encontrei na escrita. De cartinhas para amigos e amores, passando por diários recheados de confidências, até i...
15/02/2024

Sempre me encontrei na escrita. De cartinhas para amigos e amores, passando por diários recheados de confidências, até inúmeros rascunhos de livros escondidos na gaveta.

Não me lembro como e quando aconteceu, só sei que aos poucos deixei de escrever. Bom, não é inteiramente verdade. Minha profissão atualmente se baseia em escrever: escrevo reportagens, artigos, posts e roteiros.

É que aqui falo sobre o escrever que vem da alma, sabe? O escrever terapia, o escrever pra decantar, o escrever pra se investigar. Tenho sentido muita falta.

Por isso, prometi que em 2024 eu voltarei a escrever. Fiz um grupo no WhatsApp chamado "SOS Surto", me julguem, com a proposta de conversar comigo mesma. A ideia é tirar os pensamentos da confusão da mente e analisá-los melhor durante a escrita.

Também decidi que vou escrever mais por aqui. Podem continuar esperando vídeos, mas também mergulharei nos textões.

E a cereja do bolo: me propus a escrever um segundo livro do Capitu em 2024. Porque é algo que vocês me pedem demais e porque o primeiro livro já tem quase dez anos. Sou outra pessoa, muito mais madura e com muito mais bagagem. Considero que é o momento ideal para a empreitada.

Assim como vejo este espaço perfeito para dizer que também aceito convites para escrever sobre literatura e gastronomia, podem me chamar, viu?

Está prometido. E teria melhor jeito de anunciar isso do que com um textão? rs

📃✒️

Ah, essa festa maravilhosa com suas máscaras e fantasias, que oferece um palco para a expressão daquilo que normalmente ...
09/02/2024

Ah, essa festa maravilhosa com suas máscaras e fantasias, que oferece um palco para a expressão daquilo que normalmente é reprimido ou escondido.

A verdadeira essência do carnaval vai além dos confetes e serpentinas; reside na capacidade humana de transformar o ordinário em extraordinário. E, talvez, essa seja a maior loucura de todas: acreditar que, no meio do caos, podemos escolher ser portadores da alegria.

Um lindo e inspiradora Carnaval a todos! ❤️🎉

Essa citação de Dante Alighieri, presente na "Divina Comédia", é particularmente significativa, considerando a própria e...
05/02/2024

Essa citação de Dante Alighieri, presente na "Divina Comédia", é particularmente significativa, considerando a própria experiência de Dante. Exilado de Florença em 1301, ele começou a escrever a "Divina Comédia" durante o exílio, por volta de 1308, terminando-a em 1320, um ano antes de sua morte.

Dante, em algum momento de seu exílio, foi hóspede de Bartolomeo I della Scala, senhor de Verona entre 1301 e 1304, e mais tarde retornou lá como convidado. Aqui, a referência a "escada" ("scala" em italiano) adquire uma camada adicional de significado. Pode significar "escada", literalmente, mas também é uma alusão à família della Scala, que o apoiou por muitos anos.

Ou seja, o "pão alheio" simboliza não apenas a amargura da dependência, mas também o sustento recebido dos della Scala durante o exílio.

A "escada alheia" representa não apenas as dificuldades do exílio, mas também a realidade literal de viver sob o teto de outro, com a ambiguidade de ser tanto um refugiado quanto um hóspede.

Guimarães Rosa foi casado com Aracy de Carvalho. Eles se conheceram quando trabalharam como funcionários no consulado br...
09/01/2024

Guimarães Rosa foi casado com Aracy de Carvalho. Eles se conheceram quando trabalharam como funcionários no consulado brasileiro de Hamburgo.

Aracy é notória por ter sido o grande amor da vida do escritor de "Grande Sertão: Veredas" e "Sagarana", mas também por seu apelido "Anjo de Hamburgo", que surgiu após ela ter ajudado dezenas de judeus a entrarem no Brasil, fugindo da Alemanha nazista.

Em 1946, mesmo ano de lançamento de "Sagarana", Guimarães Rosa escreveu uma carta para amada:

“Para mim tuas cartas são como marmelada, doce de laranja, aipim, manjar branco, artigo elogiando ‘Sagarana’ no suplemento do jornal... Oh, Ara, que feitiço é esse?”.

Fiquei encantada e com água na boca. Há juras de amor mais sinceras do que aquelas comparadas às comidinhas que amamos?

💛

Bom, tai uma pessoa que realmente gostava de comer 🤔Não à toa é o escritor de "A fisiologia do gosto", um dos livros mai...
19/12/2023

Bom, tai uma pessoa que realmente gostava de comer 🤔

Não à toa é o escritor de "A fisiologia do gosto", um dos livros mais importantes sobre gastronomia.

Muito se fala sobre os melhores começos de livros da história.Desde Kafka, quando certa manhã Gregor Samsa acordou metam...
05/12/2023

Muito se fala sobre os melhores começos de livros da história.

Desde Kafka, quando certa manhã Gregor Samsa acordou metamorfoseado num inseto monstruoso; até Tolstói, com famílias infelizes que se parecem à suas maneiras; passando por Nabokov, com a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para soletrar Lo-li-ta.

Porém, quando o assunto é melhores finais de livros, o Instituto Data Denise sempre elegeu "A Hora da Estrela".

É, a frase acima é a frase final do livro. Mas, não se preocupe. Você precisa ler a história para entender.

Agora, imagina só. Se fora de contexto, esta já é uma frase forte, misteriosa e cheia de significado, imagina inserida na triste e comovente história de Macabéa?

E como não poderia deixar de ser, a comida como metáfora, tão utilizada como ferramenta por Clarice em suas histórias.

É por isso que escolhi fechar com chave de ouro o Manjar do Literato desde ano com A Hora da Estrela. E com palestra incrível do

As vendas começam sexta-feira, dia 08, mas você pode se inscrever agora no link na bio para ganhar um cupom de desconto. Bora?

Na narrativa envolvente de Haruki Murakami em "Norwegian Wood", onde a morte é um tema intrínseco, onde os personagens s...
22/11/2023

Na narrativa envolvente de Haruki Murakami em "Norwegian Wood", onde a morte é um tema intrínseco, onde os personagens são compelidos a encarar a fragilidade da vida, o ato de comer adquire uma simbologia filosófica.

A delicadeza emocional dos personagens, mergulhados na dor da perda, encontra na comida um refúgio, uma conexão com a vitalidade que persiste. Comer não é apenas um ato fisiológico, mas uma afirmação de estar vivo, de experienciar prazer sensorial em meio às complexidades da existência.

Ao saborear algo delicioso, os personagens de "Norwegian Wood" reafirmam sua presença no mundo. É notável como Murakami tece essa relação entre comida e vida, ressaltando a importância do simples ato de alimentar-se em um contexto de perdas e desafios existenciais.

Vamos falar mais sobre isso no Manjar do Literato desse mês. O clube gastro-literário explorará as nuances e simbolismos da alimentação em "Norwegian Wood". Com palestra incrível do O link para inscrições está na bio.

Você já leu Norwegian Wood? 📚🩷

Este mês, o nosso Manjar do Literato será uma jornada sensorial pelas páginas de "Norwegian Wood", a emocionante obra de...
21/11/2023

Este mês, o nosso Manjar do Literato será uma jornada sensorial pelas páginas de "Norwegian Wood", a emocionante obra de Haruki Murakami. Neste encontro, mergulharemos nas sutilezas da narrativa envolvente enquanto exploramos a presença marcante da comida simples e cotidiana nessa história marcante.

Venha se deliciar com uma discussão que vai além das páginas do livro. Vamos explorar os sabores que permeiam a história de Toru e seus complexos relacionamentos, onde cada refeição simples se torna um elo entre os personagens e suas emoções.

O link para participar está na bio. Bora? 📚🍴✨

Saiu a segunda receita no Receitas Globo. Dessa vez, uma iguaria digna de Halloween inspirada no livro e no filme "Sween...
28/10/2023

Saiu a segunda receita no Receitas Globo. Dessa vez, uma iguaria digna de Halloween inspirada no livro e no filme "Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco da rua Fleet".

Receita para sua festa de Halloween: confira como fazer tortinha de carne inspirada na do filme Sweeney Todd, O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet.

Mãe, tô na Globo! 😁 De hoje até o Halloween eu estarei lá no Receitas Globo fazendo quitutes de Halloween em homenagem a...
27/10/2023

Mãe, tô na Globo! 😁 De hoje até o Halloween eu estarei lá no Receitas Globo fazendo quitutes de Halloween em homenagem a personagens icônicos da Cultura Pop! Espero que gostem! ❤️

Aprenda a fazer um drink para o Halloween: O Beijo do Vampiro leva licor de framboesa e vodca e é fácil de preparar. Confira!

Quando uma amiga lhe perguntou como devia educar a filha como feminista, Chimamanda Ngozi Adichie respondeu com uma cart...
16/10/2023

Quando uma amiga lhe perguntou como devia educar a filha como feminista, Chimamanda Ngozi Adichie respondeu com uma carta: "Querida Ijeawele", que se tornou o livro "Para educar crianças feministas", lançado no Braisl pela Companhia das Letras.

Trata-se de uma carta em que a autora compartilha quinze sugestões sobre como criar uma filha feminista, baseadas em suas experiências e observações. Uma das sugestões mais poderosas que Adichie oferece é a que aborda a ideia de que a habilidade de cozinhar e a responsabilidade pelo serviço doméstico não devem ser automaticamente atribuídas às mulheres.

A autora enfatiza que cozinhar não é uma habilidade inerente às mulheres, mas uma aptidão que pode e deve ser aprendida por todos. Ela desafia os estereótipos de que as mulheres devem ser as principais responsáveis pelas tarefas domésticas e aponta para a importância da igualdade na divisão dessas responsabilidades.

É por isso que a comida é sempre usada simbolicamente ao longo de seus romances. No livro "Hibisco Roxo", por exemplo, conhecemos Kambili, uma adolescente nigeriana criada em uma família rica e extremamente religiosa. Kambili e seu irmão, Jaja, são submetidos a um pai autoritário e religiosamente extremista, mas à medida que visitam sua tia Ifeoma, eles começam a questionar o mundo em que foram criados.

Na obra, a mesa de jantar se torna um espaço onde segredos são revelados, conflitos se desenrolam e laços são fortalecidos ou rompidos. O ato de compartilhar uma refeição torna-se um meio de comunicação não verbal, onde as emoções, tensões e afetos são transmitidos de forma interessantíssima.

Quer saber mais sobre isso?

Já começaram as inscrições para o Manjar do Literato sobre "Hibisco Roxo". Esse mês está recheado de conteúdos maravilhosos e uma palestra especial com Larissa Januário, apresentadora do programa “Jantar o Quê?” no canal Sabor & Arte e criadora do projeto gastronômico “Sem Medida”.

Bora? Se inscreva no link: https://hotm.art/manjardoliterato

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