Navilouca

Navilouca Revista Navilouca de poesia. Primeira edição única 1972-1974 "O nome não seria qualquer um, afinal, naquela revista, naquele grupo, nada passaria em branco.

Navilouca, a revista, ou melhor, o 'almanaque dos aqualoucos', em alusão à Stultífera Navis, a nau que recolhia os loucos e desgarrados na Idade Média. Nasceu em 1972 e foi publicada em 1974, com o carimbo de “Única Edição” logo na capa, porque queria, entre outras irreverências, quebrar com a pecha de “falta de continuidade” dos das publicações da chamada imprensa alternativa da época, ou “urderg

round, tropicalista, marginal, nanica, não alinhada, poesia jovem”. Os principais representantes, no formato revista a coluna Underground (1969-1972) da fase inicial do Pasquim (bastante ilustrativa do caráter internacionalista do pensamento contracultural e de forte influência norte-americana), que foi pioneira e serve de exemplo para outros periódicos do período, como Presença e A Flor do Mal (RJ, 1971), O V***r (Minas Gerais, 1973), Verbo Encantado (Bahia, 1971) A Pomba (RJ, 1973) e as revistas Rolling Stone (RJ, 1972), Bondinho (SP), e Navilouca (RJ, 1974), Pólem (RJ, 1974) e Código (RJ, 1974). Sinônimos de produção literária independente e contraposta a interesses ou tendências dominantes, essa produção corresponde tanto ao desejo de transformações das esquerdas quanto à busca de espaços alternativos à grande imprensa pelos jornalistas, na mira do regime militar". Fernanda De David - Coletivo Cultural

01/05/2024

Notícia do show que quase não aconteceu: os Doces Bárbaros em Porto Alegre. O quarto de hotel de Caetano foi invadido e nada encontrado, mas Gil foi preso por causa de um baseado em Florianópolis, em julho de 1976.

De acordo com Fernando Karam, em comentário desta postagem, o show "Aconteceu sim, apenas foi adiado... teve duas apresentações no Gigantinho, fui nas duas vezes, e foi um show maravilhoso!"

Imagem publicado por Simoni Bampi no grupo Psicodelia Brasileira (Psychedelic Brazil)

01/05/2024
01/05/2024

Gal Costa em 1972

23/04/2024

Site Tropicália http://tropicalia.com.br/ruidos-pulsativos/marginalia

PM dá voz de prisão a estudante que escreveu frase de Hélio Oiticica em mural: “Seja marginal, seja heroi”. DCM, 29/10/2017: http://bit.ly/2IKBtt2

“Seja marginal, seja herói”. Com essa frase, Hélio Oiticica sintetizou uma série de trabalhos que f**aram conhecidos como marginália. A marginália ou cultura marginal passou a fazer parte do debate cultural brasileiro a partir do final de 1968, durando até meados da década de setenta. É nesse período que surgem o cinema marginal, nos filmes pioneiros de Rogério Sganzerla e Ozualdo Candeias, e a imprensa marginal, em jornais e revistas como O Pasquim, Flor do Mal, Presença ou Bondinho. Na literatura e na poesia, o tema da marginália é associado aos trabalhos de autores como José Agripino de Paula, Waly Salomão, Francisco Alvim, Gramiro de Matos, Torquato Neto, Charles ou Chacal. No campo musical, a idéia do artista marginal é substituída pelo rótulo do músico ma***to, cujos principais nomes desse período são Jards Macalé, Sérgio Sampaio, Jorge Mautner, Luiz Melodia, Carlos Pinto e Lanny Gordin.

“eis que esse anjo me disse apertando minha mão
com um sorriso entre dentes vai bicho
desafinar o coro dos contentes”
Jards Macalé e Torquato Neto

A marginália teve origem nos trabalhos de uma série de artistas, principalmente daqueles ligados à formação do grupo intelectual reunido durante 1967 e 1968 a partir do tropicalismo. Após a prisão e o exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil, artistas como Rogério Duarte, Torquato Neto, José Carlos Capinan, Hélio Oiticica, Waly Salomão e outros passaram a apontar em seus textos e criações um caminho mais radical e transgressor para os dilemas culturais da época.

Em 12 dezembro de 1968, a jornalista e fotógrafa Marisa Alvarez Lima publica na revista O Cruzeiro o artigo “Marginália – arte e cultura na idade da pedrada” e divulga publicamente os primeiros nomes e trabalhos ligados ao tema da cultura marginal.

Através de uma relação criativa entre a arte brasileira e o cotidiano social das grandes cidades, a marginália passa a incorporar em seus trabalhos uma série de elementos e representações da violência diária. Seu intuito era propor uma crítica aos conservadorismos da sociedade. Fruto direto do avanço da contracultura no Brasil, muitas vezes a cultura marginal é associada à idéia do desbunde ou da curtição, termos relacionados a uma parcela da juventude brasileira desse período.

Como obras de destaque relacionados à marginália encontram-se filmes como “Câncer”, de Glauber Rocha (1968), “A Margem”, de Ozualdo Candeias (1967), e “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla (1968); livros como Me segura que eu vou dar um troço, de Waly Salomão (1972), e Urubu-Rei, de Gramiro de Mattos (1972); textos de Hélio Oiticica, de Rogério Duarte, de Décio Pignatari e dos irmãos Campos, publicados em jornais alternativos como Flor Do Mal, Presença e O Verbo Encantado (todos de 1972); além das colunas publicadas por Torquato Neto no jornal Última Hora, com o título emblemático de “Geléia Geral”, e o almanaque de exemplar único Navilouca (1973).

Após uma intensa produção no cinema, na imprensa, na música popular e na literatura, esse grupo se desfaz aos poucos na busca de caminhos individuais de trabalho e tem seu término “oficial” no suicídio de Torquato Neto em novembro de 1972. Seu último ato coletivo foi o lançamento da Navilouca, revista organizada por Torquato e Waly Salomão ao longo de 1972 e publicada no ano seguinte.

22/04/2024

89 anos de nascimento de Luiz Galvão

03/04/2024

Revista Navilouca. Organizadores: Waly Salomão e Torquato Neto. Edição dos autores, 1974. Reprodução da revista faltando poucas páginas: https://drive.google.com/file/d/0B33x_yuIXyl-UzcxQ3VRVXp5dlk/edit?usp=sharing

Navilouca foi uma revista de poesia e arte de vanguarda brasileira, que circulou apenas uma edição, em 1974 .

Inspirados pelas publicações do Concretismo, como Noigandres e Invenção, os poetas Torquato Neto e Waly Salomão elaboraram em 1971 o projeto de uma revista que revelasse a produção poética experimental do Brasil da época, influenciada pelo Tropicalismo e pela contracultura.

A revista teve projeto gráfico de Óscar Ramos e Luciano Figueiredo. Em formato grande (27 x 36 cm), apresentava-se já na capa como "edição única", funcionando como uma antologia de poetas experimentais. No entanto, o grupo não conseguiu reunir os recursos necessários para imprimir e distribuir a sua criação.

Torquato morreu em 1972, sem conseguir ver a revista publicada. Com a intermediação de Caetano Veloso, Waly conseguiu que André Midani, executivo da Polygram, apoiasse a ideia. Navilouca foi finalmente lançada em 1974 e oferecida como brinde de Natal a clientes da gravadora. Em 1975, alguns exemplares foram distribuídos e vendidos em livrarias.

Colaboradores

Augusto de Campos
Rogerio Duarte
Torquato Neto - Anjo Torto
Waly Salomão
Décio Pignatari
Duda Machado
Hélio Oiticica
Jorge Salomão
Stephen Berg
Luiz Otávio Pimentel
Ricardo Chacal
Luciano Figueiredo
Óscar Ramos
Ivan Cardoso
Lygia Clark
Caetano Veloso
Haroldo Giovani Santos de Campos

Fonte: Wikipédia

03/04/2024
03/04/2024

Geração Baseada, de Luis Galvão (Codecri, 1980)

Por Washington Morais, pesquisador cultural

GERAÇÃO BASEADA - Ao longo do século XX tivemos alguns expoentes que conseguiram retratar com precisão as suas gerações. Nas décadas de 1920/30, um nome representativo foi F. Scott Fitzgerald, um ícone da chamada Geração Perdida. Aqui no Brasil na década de 1960 tivemos a Contracultura e o movimento hippie com o lema Paz e Amor.

Luiz Galvão surgiu neste período e ao lado dos Novos Baianos escreveu riquíssimas páginas na nossa música popular brasileira. E este seu livro retrata bem este período. Há uma certa ironia e provocação no título do livro, uma vez que Geração Baseada refere-se ao famoso cigarrinho (...) (maconha, ma*****na) mais conhecido como "Baseado" .

Em sua autobiografia "Novos Baianos, a história do Grupo que mudou a MPB" na página 161 ele conta um pouco como foi a realização deste livro:

"Em 1982, a Editora Codecri lançou o meu primeiro livro editado por eles o "Geração Baseada" um livreto com uma linguagem recheada de girias, direcionado ao público jovem daquela época. A resposta foi compensadora, tanto pela edição esgotada (tiragem de cinco mil exemplares), como pelo que ouvi de um hippie intelectual que me disse:
- Li seu livro na praia, é um barato.

Foi um misto de tradutor em palavras das coisas que eu tinha vivido como compositor de músicas cantadas pelo grande público, até pelos governantes e militares. Ao mesmo tempo, contava ações vividas com a filosofia anárquica que praticávamos na juventude e no Novos Baianos".

* * *

Luiz Galvão – Nome artístico Galvão – Tem mais de cem parcerias musicais com Moraes Moreira, e juntos fundaram os Novos Baianos que gravaram nove CDs e com mais três componentes: Baby do Brasil – Pepeu Gomes e Paulinho Boca de Cantor.
No CD Acabou Chorare que foi eleito pelo voto da Imprensa Nacional numa eleição feita pela revista Rolling Stone, como melhor disco de todos os tempos, Galvão é autor de sete das nove músicas que estão no citado CD. Sua música mais gravada é Dê Um Rolê que está no compacto lançando por Novos Baianos, nos discos de Gal Costa, Z**i Possi e Lulu Santos. Luis Melodia gravou O Mistério do Planeta – Daniela Mercury gravou Farol da Barra que é uma parceria sua com Caetano Velosoe Mariza Monte já tem 5 musicas no seu repertorio. É também parceiro de Gilberto Gil, Pepeu Gomes, Itamar Assunção, Zeca Baleiro e Peu Sousa.
Galvão Vem ao longo do tempo fazendo shows em vários espaços culturais como: Bar Avenida, em São Paulo, e nos teatros Jorge Amado, SESI, Gregório de Matos e em 2007 fez dois dias de show no CESC Pompéia em São Paulo, e na Co**ha Acústica do Teatro Castro Alves para um público de 5 mil pessoas. Em 2008 se apresentou no Café Portela e Bumerangue, em Salvador e também na cidade de Brasília-DF. No corrente ano atuou na Universidade em Fortaleza e participou do show do grupo Novos Baianos na Virada Cultural de São Paulo na Avenida São João para o público de trezentos e trinta mil pessoas.
Na área da literatura lançou os livros Geração Baseada (Romanceado) Editora CODECRI/PASQUIM, Rio de Janeiro – Ovos Brasil (Poesia) Editora Brasiliense, São Paulo – Anos 70 Novos e Baianos (Romanceado) Editora 34, São Paulo

Texto do blog do Poeta Luis Galvão. Link: https://osnovosbaianos.wordpress.com/o-poeta/

Conheça a campanha de relançamento da obra literária de Galvão em suas páginas oficiais:

Facebook: https://www.facebook.com/poetaluizgalvao

Instagram: https://www.instagram.com/poetaluizgalvao/

23/03/2024

Vamos Somar Meu Bem · Ana & Mú ! Música de Luiz Galvão (Novos Baianos) e Mú Carvalho (A Cor do Som). Link pra ouvir: https://youtu.be/Hz1piA9vzqs?si=ysg7b6PLfMXuiLUt

"Essa é uma das duas músicas que tive a honra de compor com grande poeta Luiz Galvão. O nome dos Novos Baianos é de uma grandeza gigante no cenário da música no Brasil.

Eles foram revolucionários, e no DNA dessa superbanda tem a força das palavras do Galvão, que com o Moraes Moreira - outro parceiro querido - e tb Pepeu Gomes, meu irmão Dadi, Jorginho Gomes, Paulinho Boca, Baby e Baixinho, construiu esse som". Mu Carvalho, 23/10/2022

Apesar de alguns sites importantes, como o Dionário Cravo Albin da Música Brasileira, creditarem a expressão A Cor do Som a Caetano Veloso, o autor do nome da banda é Luiz Galvão , quando foi criada a primeira vez, no início dos anos 1970, composta por Baxinho, Pepeu, Jorginho Gomes e Dadi, dentro dos Novos Baianos. Diferente do que afirma a Wikipédia o nome não é originado da música A Cor do Som, criada depois da formação da banda. A Wikipédia credita essa música erradamente a .

* * *

De acordo com a pesquisa "A guitarra cigana de Pepeu Gomes" (2006) "o núcleo  instrumental elétrico do conjunto A Cor do Som" quando ainda fazia parte dos Novos Baianos "era formado por Pepeu Gomes (guitarra), Dadi (baixo) e Jorginho Gomes (bateria e triângulo)".

"O conjunto A Cor do Som original era formado por Pepeu (guitarra elétrica), seu irmão Jorginho ([cavaquinho], bateria e bongô), Baixinho (bateria e bongô) e Dadi (baixo)"

"Ouvindo o disco [Acabou Chorare] f**a evidente que o trabalho do conjunto instrumental do Novos  Baianos intitulado A Cor do Som, foi decisivo para a sonoridade universal alcançada pelo  grupo. À frente dele estava Pepeu mostrando uma de suas habilidades que iria cada vez  mais se tornar uma rotina: cuidar do arranjo musical".

Marcos Paulo Bin afirma que “Em 1976, quando Moraes Moreira deixou os Novos Baianos para seguir carreira solo, levou consigo Dadi [...] que por sua vez convidou Armandinho e Gustavo Schroeter. O trio acompanhou Moraes por dois anos, até  que decidiu formar uma banda independente. Com a entrada do tecladista Mu, retomaram o nome A Cor do  Som, por sugestão de Caetano Veloso. A primeira apresentação foi no Festival Nacional do Choro, em 1977, onde  chamaram a atenção pela habilidade em números instrumentais. No mesmo ano, o quarteto lançou o LP de  estréia pela multinacional WEA, recém-instalada no Brasil. A gravadora via em A Cor do Som o potencial de  falar com a juventude brasileira e construir uma carreira no exterior. Em 78, já como um quinteto, com a  adição do percussionista Ary Dias, A Cor do Som foi a primeira banda brasileira convidada a participar do  Festival de Jazz de Montreux. A apresentação rendeu um disco ao vivo, o segundo do grupo.”(Marcos Paulo  Bin in www.universomusical.com.br, 17/08/05).

Citado em "A guitarra cigana de Pepeu Gomes: um estudo estilístico" (Affonso Celso de Miranda Neto, Martha Tupinambá Ulhôa, 2006)

14/03/2024
02/03/2024

"Tem gente que pensa que eu sou o Alceu Valença", cantava Moraes Moreira. Mas, na época dessa foto, poderiam achar também que fosse o Zé Ramalho, pois os dois sem barba e bigode muito se assemelhavam.

📸 Luiz Galvão e Moraes Moreira em detalhe de foto de autor não identif**ado. Talvez de Cláudia Andujar, pois Galvão está muito parecido, tanto no corte de cabelo como na expressão, com a foto da revista Bondinho de 1972 com matéria sobre os Novos Baianos.

Moraes e Galvão são autores da maioria das músicas dos Novos Baianos, incluindo os hits Acabou Chorare, Dê um rolê e Preta pretinha entre outros sucessos.

Ouça Novos Baianos!

Spotify https://open.spotify.com/intl-pt/artist/2ohBjgFT9V0LRDWO2wF9DJ?si=tO1bYirMQ8WCe10zZ-FMhQ

YouTube https://www.youtube.com//playlists

Apple Music https://music.apple.com/br/artist/novos-baianos/271251151

Deezer https://www.deezer.com/br/artist/241426

10/02/2024

Fundação Pedro Calmon apoia publicação que resgata a Bahia dos anos 70

SECULT BA - Leitura e Memória - 03/04/2017

São 200 relatos de uma Bahia viva nos anos 70. Uma Bahia de cultura diversif**ada e lugares paradisíacos, de arte, de presenças renomadas. Tudo isso estará no livro “Anos 70 Bahia”, idealizado, organizado e com redação final do publicitário, fotógrafo e produtor cultural Sérgio Siqueira e do escritor, jornalista e publicitário Luiz Afonso Costa. O livro será lançado nesta terça (4), no Póstudo (Largo de Santana- Rio Vermelho).

“Esta é uma obra coletiva, que começou com uma brincadeira, em 2014, quando começamos a postar fotos dos anos 70 e as pessoas interagiam, relembrando vivências desta época, contando casos. Decidimos que isso daria um livro e, em nove meses, ele saiu. Um processo inédito, portanto, de escrita que traz a história de um tempo em que a Bahia estava no imaginário do mundo. É também um registro histórico de como a Bahia, em especial sua arte e cultura, era possível apesar da repressão. Era brilhante, sem medo de criar, arriscar, vivia mais da emoção do que razão, as pessoas faziam do coração” – Sergio Siqueira.

No evento, o público poderá assistir a telões com imagens e músicas da época, em uma festa que os autores prometem se estender “do pôr do sol à meia noite”, como indica o convite. A publicação, que conta com apoio da Fundação Pedro Calmon/SecultBA, traz a memória de quando o Carnaval da Bahia se tornou referência no mundo, de quando os trios elétricos renasceram e se multiplicaram. Também relembra o surgimento dos blocos afro, dos festivais e espetáculos de dança e teatro em Salvador, dentre outras temáticas.

Divulgando e valorizando a memória contemporânea da Bahia, “Anos 70 Bahia” retrata a reinvenção baiana no contexto social, político e cultural que o Brasil apresentava à época. Tem Gesse Gesse morando em Itapuã, Caetano e Gil voltando do exílio, Novos Baianos, Praça Castro Alves, Berro D’Agua, Icba, Pituaçu, Porto da Barra, Moraes Moreira, Dodô e Osmar, Teatro Vila Velha, Escadarias do Pecado, Bloco do Jacu…além de outros relatos.

O livro tem oito capítulos, foi escrito ao longo de nove meses, de forma on-line, episódio a episódio, por meio de relatos na rede social Facebook. A edição é da Editora Corrupio, sob coordenação editorial de Bete Capinan e projeto gráfico de Valentina Garcia.

“Anos 70 Bahia” é, sobretudo, um livro de memórias de uma geração que experimentou ao mesmo tempo uma tremenda repressão política e de costumes, e um enorme desejo de liberdade, muitas vezes levado às últimas consequências. A Bahia ocupava um lugar de destaque na cena e no imaginário do Brasil. Salvador era um caldeirão de experimentações de liberdades artísticas e comportamentais. Este livro é, assim, um documento histórico, tanto pelas memórias nele contidas, pelos personagens muitas vezes ressuscitados nas lembranças, quanto pela forma inovadora que foi composto. É tanto um documento da nossa história recente, quanto do nosso presente” – Mariângela Nogueira, diretora do Livro e Leitura da Fundação Pedro Calmon.

Serviço:

Lançamento “Anos 70 Bahia” – Editora Corrupio, 232 pgs

Valor: R$40

Data: 4 de abril, a partir das 17h30

Local: Restaurante Póstudo (rua João Gomes, 87, Largo de Santana, Rio Vermelho)

* * *

Sobre

O Bloco Jacu concentrava e saia na esquina do Hotel da Bahia, no Campo Grande. O carro abre-alas na frente, com a divina Valéria em estado de glória, ao lado do artista plástico Luís Jasmin. Todo mundo de cabeça feita, encharcado de cerveja até os pés. A alegria era muita e o cheiro de lança-perfume flutuava no ar. A onda azul tomava conta da avenida e a pororoca seguia levando a multidão, cantando em coro “Tomara que esse ano lhe encontre de novo/no meio da rua/no meio do povo/mortalha encharcada de cerveja até o pé/e a boca lambuzada de acarajé...” O Jacu não tinha cordas e, logo, aquela onda azul se misturava com a multidão e f**ava tudo colorido. Todo mundo podia chegar, era o bloco mais democrático do planeta carnaval. “Venha do norte/meu irmão venha do sul/mas venha morrer de alegria/no seu bloco do Jacu."
WALTINHO QUEIROZ – O Carnaval da Bahia nos anos 70, o carnaval-participação, atraía jovens do mundo inteiro e o Jacu era um dos atores principais dessa polarização, bloco líder da utopia, desfilando celebridades como Fafá de Belém, Pelé, Clara Nunes, Gessy Gesse e outras tantas. Ao lado disso, a minha mãe [Luz da Serra, artista plástica e figura lendária na sociedade baiana] puxava a burguesia, o que fazia do Jacu um paradoxo ambulante, que era o todo misturado e isso é carnaval. (...) O Jaguar, do Pasquim, me disse que a Banda de Ipanema sabia da existência do Jacu e que nós éramos coirmãos. A coirmã do Rio tinha um lado cultural bem forte, tanto que manteve viva uma tradição que o Jacu personif**ava aqui na Bahia – a postura do bloco de metais, do bloco de sopro – e fez uma ponte tão grande que, agora, o carnaval espontâneo de rua no Rio está voltando com intensidade, com esse tipo de formação, que defendi na Bahia em contraponto ao mundo eletrônico. (Depoimento no livro "Minha vida com o poeta", de Gessy Gesse, pg. 227).
WALTINHO QUEIROZ – O Carnaval da Bahia nos anos 70, o carnaval-participação, atraía jovens do mundo inteiro e o Jacu era um dos atores principais dessa polarização, bloco líder da utopia, desfilando celebridades como Fafá de Belém, Pelé, Clara Nunes, Gessy Gesse e outras tantas. Ao lado disso, a minha mãe [Luz da Serra, artista plástica e figura lendária na sociedade baiana] puxava a burguesia, o que fazia do Jacu um paradoxo ambulante, que era o todo misturado e isso é carnaval. (...) O Jaguar, do Pasquim, me disse que a Banda de Ipanema sabia da existência do Jacu e que nós éramos coirmãos. A coirmã do Rio tinha um lado cultural bem forte, tanto que manteve viva uma tradição que o Jacu personif**ava aqui na Bahia – a postura do bloco de metais, do bloco de sopro – e fez uma ponte tão grande que, agora, o carnaval espontâneo de rua no Rio está voltando com intensidade, com esse tipo de formação, que defendi na Bahia em contraponto ao mundo eletrônico. (Depoimento no livro "Minha vida com o poeta", de Gessy Gesse, pg. 227).
grandes festas e todo o ano eu fazia uma nova música. Uma delas foi premonitória: numa segunda-feira de Carnaval, já de noitinha, O Jacu deu uma parada. Exausto, deitei num banco da Piedade. Só acordei no dia seguinte, a praça estranhamente vazia, dois teiús me encarando e eu pensando que tava vendo dois minijacarés. Depois, esfregando os olhos me dei conta que já era Quarta-feira de Cinzas... No caminhão abre-alas reinava absoluta a transformista e cantora Valéria e o povo ia ao delírio! Muitas vezes o pano de uma mortalha era retalhado em tiras, permitindo uma família ou um outro grupo brincar no bloco com a anuência dos outros. Ninguém chiava. Era tudo jacu! Celebridades tivemos muitas, mas não as cortejávamos com a voracidade dos camarotes e megablocos de hoje em dia transformando a festa num espetáculo de insensibilidade social, cujo o violento preço já estamos pagando todos. Enfim, fizemos e amamos um Carnaval que tinha limites, respeitava os seus ritos, celebrava a diversidade, tudo movido à paixão, alegria e birita... que ninguém é de ferro!

Texto compartilhado no perfil de Eva Cristina Freitas (.freitas.79) em 09/02/2024.

Referência

No meio da rua, no meio do povo. A Tarde, 01/03/2001. Link: https://atarde.com.br/bahia/bahiasalvador/no-meio-da-rua-no-meio-do-povo-286059

* * *

Link para adquirir a versão eletrônica: https://www.amazon.com.br/Anos-70-Bahia-contracultura-tropicalista-ebook/dp/B076MCRNWL

Foto: Fernando Noy informa que quem aparece na imagem são Inés e Cacá Dourado.

❤️
15/01/2024

❤️

(...) que nada se esconde sob o nome da palavra NADA, nada, nada - os passos...
Os passos leves do vento
Os passos leves do vento
por entre
nos interstícios.

(Waly Salomão - 1972 - revista Navilouca)

12/11/2022

Reportagem do Canal Globonews sobre a exposição Transmigração:Uma exposição inédita em São Paulo celebra o talento do cantor, compositor, e artista plástico ...

10/11/2022

Nota de Pesar

É com profunda consternação que a Associação de São Jorge Ebé Oxossi e o Terreiro do Gantois informam o retorno ao Òrun da Sra. Maria da Graça Costa Penna Burgos, Ègbón Gal Costa de Omolu.

O retorno de Ègbón Gal Costa à essência deixará saudade em nós todos(as) mas temos a certeza de que seu caminhar no plano espiritual será de Luz e nos braços de Ọlọ́run.

Iniciada por Mãe Menininha, Ègbón Gal Costa brilhou em sua vida inteira transmitindo amor, alegria, consciência humana e solidariedade através de sua arte, bem como por sua devoção aos Orixás e ensinamentos adquiridos na sua vida religiosa. Seu carinho e admiração pelo Terreiro do Gantois são exemplos a serem seguidos por todo(as) Filhos(as) de Santo da Casa.

Desejamos serenidade e paz de espírito a todos(as) Familiares, Amigos(as) e fãs espalhadas por todo o Mundo.

Ọ̀ṣàlá conforte a todos(as).

Mãe Carmen
ASJEO

Parabéns, Circo Voador!
03/11/2022

Parabéns, Circo Voador!

Artistas como Marina Lima e Marcelo D2 relembram suas histórias com uma das casas de espetáculo mais famosas do Brasil

03/11/2022
03/11/2022

São Paulo is a municipality in the southeast region of Brazil. The metropolis is an alpha global city—as listed by the GaWC—and is the most populous city in Brazil and Americas as well as in the Southern Hemisphere. The municipality is also the largest in the Americas and Earth's 12th largest city proper by population. The city is the capital of the surrounding state of São Paulo, one of 26 constituent states of the republic. It is the most populous and wealthiest city in Brazil. It exerts strong international influences in commerce, finance, arts and entertainment. The name of the city honors the Apostle, Saint Paul of Tarsus. The city's metropolitan area of Greater São Paulo ranks as the most populous in Brazil, the 11th most populous on Earth, and largest Portuguese language-speaking city in the world.

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