06/10/2023
NOTA EDITORIAL DA EUFEME E DO SEU EDITOR
Queríamos deixar aqui uma nota, sobre o “porquê” da Eufeme fechar as portas à edição/publicação.
A Eufeme sempre foi paralela ao sistema editorial, corrente em Portugal. Sempre fizemos questão de fazer da publicação o mais "limpo" possível, sem patrocínios, sem ajudas empresariais e sem apoios estatais, apenas e só com a vontade do nosso editor, Sérgio Ninguém.
Mas é praticamente impossível f**ar paralelo, quando a nossa linha paralela, é empurrada para um entroncamento de mais linhas. Digo isto porque nunca foi nossa vontade concorrer a prémios, nem sequer participamos ou fazíamos lançamentos ou festivais (nada contra eles), apenas por nossa opção e critério. No entanto não cabe à Eufeme proibir e censurar os autores que queiram concorrer a prémios. Os autores são livres.
O que se passou neste 9.º Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, é absolutamente escandaloso para que passasse impune. Vendo e lendo as regras do concurso, é gritante ver assim dinheiro público ou cultural, ser assim tratado, ainda por cima com o nome do saudoso e Enorme poeta António Ramos Rosa.
Entendi que foi meu dever alertar para o escândalo que foi, e é.
É doloroso de certa forma acabar assim, mas vendo que apenas fazíamos corpo presente e sem o sabermos, de certa forma publicamos alguns dos poetas envolvidos nestes prémios nacionais.
Ao contrário que alguns dizem, não é o virar de costas a uma guerra, até porque, não se trata de nenhuma guerra, é uma metáfora infeliz, falamos em livros e estes nada têm a ver com guerras mas sim com paz e sossego. Uma guerra é algo de muito terrível, onde se veem crianças a chorar, fome, balas a entrar em corpos, bombas, destruição, ruínas, sangue, etc., é horrível. Mas vamos considerar o termo batalha/guerra como metáfora válida, então a Eufeme que não quer nada com batalhas/guerras é como fosse uma refugiada que foge, não cobardemente, pois não entendo que os refugiados sejam cobardes. Mas foge para um lugar seguro. Existem jornalistas-críticos-editores-poetas/escritores com um imenso "armamento" (continuando a aceitar a metáfora guerra) para batalhar melhor que a Eufeme. Nós apenas usamos a nossa voz.
A Eufeme era apenas um magazine de poesia trimestral e publicava também alguns livros, e disso nunca se arrependerá.
Agradecemos a todos os colaboradores e leitores que foram legitimando esta ideia.
Agradecemos também a quem nos tem insultado por e-mail ou por telefone. Uns tentando calar a nossa voz, outros insultando mas tentando convencer a continuar a publicar (é realmente estranha esta versão, mas é verídica).
Ainda este mês irá sair a Eufeme n.º 29 (Out/Dez 2023), que será o último número publicado. Em Novembro talvez (ainda não temos a certeza) haja mais um livro a ser publicado. E a Eufeme recolhe ao Olimpo, os sites e as redes sociais irão manter-se abertos onde o nosso editor irá atender apenas para ir escoando o stock dos livros e magazines.
Obrigado a todos do coração,
Eufeme e Sérgio Ninguém
PS. O editor irá continuar a atender o telemóvel a quem o insulta, pois desta forma a(s) pessoa(s) zangada(s) pagam o preço da chamada e talvez desta forma, quem sabe, não haja num próximo prémio uma operadora telefónica a patrocinar um prémio “literário”.
Queríamos deixar aqui uma nota, sobre o “porquê” da Eufeme fechar as portas à edição/publicação. A Eufeme sempre foi paralela ao sistema editorial, corrente em Portugal. Sempre fizemos...