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PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Praça General Lavenère WanderleySergio Botelho – Ontem falamos sobre o atual quartel do Regim...
04/09/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Praça General Lavenère Wanderley

Sergio Botelho – Ontem falamos sobre o atual quartel do Regimento Vidal de Negreiros. De passagem, citamos a morte do general Lavenère Wanderley, alagoano de nascimento, atingido por um tiro naquela unidade do Exército, no início da Revolução de 1930. Hoje, ele dá nome à praça que f**a de frente para o referido quartel, à margem da avenida Cruz das Armas. O homenageado com o nome da praça, então, comandante da 7ª Região Militar, sediada em Recife, se encontrava na cidade da Parahyba por conta da agitação que precedeu a Revolução de 1930, provocada pela morte do presidente do Estado da Parahyba do Norte, João Pessoa Cavalcante de Albuquerque, em julho daquele ano. Sendo o estado um dos epicentros da revolta nacional, o comando da 7ª RM findou transferido para o 22º Batalhão de Caçadores, já em Cruz das Armas. Na madrugada de 4 de outubro de 1930, os revoltosos, à frente Juarez Távora, Agildo Barata e outros oficiais do próprio 22 BC, assaltaram o quartel. Na troca de tiros, tombou ferido o general Lavenère, que veio a falecer horas depois no Hospital Santa Isabel, não sem antes minimizar o fato como “coisas da política”. Quando do tiroteio no interior do quartel, outras unidades militares federais, na Paraíba (incluindo companhias em Campina Grande, Santa Luzia e Sousa, segundo A União de 5 de outubro de 1930) e em outros estados, destacadamente Rio Grande do Sul e Minas Gerais, já haviam aderido ao movimento, que terminou com a posse de Getúlio Vargas, na presidência da República, de Juarez Távora, no comando do Norte, e de José Américo de Almeida, no governo paraibano. Na ocasião de sua morte, o general Lavenère ocupava o posto de general de brigada, sendo promovido, post mortem, em 15 do mesmo mês e ano, ao de general de divisão. A praça General Lavanère Wanderley, por meio da rua Antônio Gomes, permite alcançar diretamente o bairro Trincheiras, em sua parte baixa, e mais a Ilha do Bispo e o Varadouro, num trajeto dominado por residências e até sítios.

Foto da praça General Lavenère Wanderley. À esquerda a avenida Cruz das Armas.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O Regimento Vidal de NegreirosSérgio Botelho – Entre as construções históricas do tradicional...
03/09/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O Regimento Vidal de Negreiros

Sérgio Botelho – Entre as construções históricas do tradicional bairro de Cruz das Armas, certamente a mais marcante é a que sedia, atualmente, a guarnição federal do 15º Batalhão de Infantaria Motorizado. Antes disso, na capital paraibana, havia a 4ª Companhia Isolada de Caçadores e, na sequência, o 49º Batalhão de Caçadores, transferido do Recife para João Pessoa, em novembro de 1919. Em 2 de janeiro de 1920, o major Adolpho Massa (oficial paraibano, falecido no Rio em maio de 1930, no posto de Coronel, atualmente nome de avenida do bairro de Oitizeiro), no comando da unidade federal, foi ao governador Camilo de Holanda, comunicar a transformação do 49º em 22º Batalhão de Caçadores, segundo noticiado pelo jornal A União de 3 de janeiro daquele ano. A novidade fazia parte de um projeto de reestruturação do Exército, posto em prática na Presidência da República do paraibano Epitácio Pessoa, por meio do Decreto nº 13.916, de 11 de dezembro de 1919, alterando a divisão territorial e a organização das divisões de exército. Na época, a guarnição federal, na cidade de Parahyba, funcionava no secular prédio da Polícia Militar, na Praça Pedro Américo. A mudança para Cruz das Armas aconteceu entre 1925 e 1926. No novo endereço, em outubro de 1930, o quartel foi palco de episódio que deu início à revolução liberal daquele ano, na Paraíba, resultando mortos alguns militares, inclusive o General Lavenère Wanderley, comandante da 7ª Região Militar, que se encontrava naquela unidade (uma história à parte). Em 1941, o 22º Batalhão de Caçadores tomou a denominação de 15º Regimento de Infantaria, passando, em 1965, a homenagear o herói da guerra contra os holandeses, André Vidal de Negreiros, militar que governou três estados brasileiros, e Angola. Enfim, em 1º de janeiro de 1974, virou 15º Batalhão de Infantaria Motorizado. O prédio do Regimento Vidal de Negreiros termina demarcando os bairros de Jaguaribe, na altura do ABC, e Cruz das Armas.

Na foto, o quartel do Regimento Vidal de Negreiros, na avenida Cruz das Armas.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Jardim TambauzinhoSérgio Botelho – Encontrei nesses dias signif**ativa notícia de jornal a se...
02/09/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Jardim Tambauzinho

Sérgio Botelho – Encontrei nesses dias signif**ativa notícia de jornal a servir de testemunha sobre nossa evolução urbana. Na edição de 21 de outubro de 1952, de A União, sob o título “A Cidade Sobe”, uma nota festejou o crescimento da urbe pessoense na direção do Leste “em busca da brisa solta e das paisagens mais amplas da orla litorânea”, segundo o texto, sob a responsabilidade do próprio jornal. A notícia tratava do loteamento do “futuro Jardim Tambauzinho”, conduzido pelo governo paraibano, a quem o sítio pertencia, por meio do Banco do Estado, tendo sido “grande o interesse despertado junto aos proprietários em adquirir um terreno naquele setor da urbe, para edif**ação de uma casa residencial, num ponto que mais tarde será considerado o melhor de toda a cidade”, considerava o texto, realçando também o fato de já terem sido vendidos 700 dos 1.200 terrenos do loteamento. Apesar de firmada entre as décadas de 1920 e 1930, apenas com a sua pavimentação, naquele início da década de 1950, é que a Epitácio Pessoa passou a signif**ar, mais efetivamente, a ampliação da capital paraibana no rumo do mar (lembrem-se que a cidade foi inaugurada cerca de 350 anos antes disso). Na área em que hoje se encontra Tambauzinho, conhecida como Imbiribeira, funcionava o Campo de Aviação, justamente, como sugere a denominação, onde baixavam aeronaves com destino a João Pessoa. Também na década de 1950 é que foi construído, na região, o I Grupamento de Engenharia, no terreno onde funcionara a Escola Agropecuária da Imbiribeira. Naquele momento, em ponto mais à frente, na Epitácio, o Montepio do Estado e a Caixa Econômica estavam construindo o Jardim Miramar, o destacado bairro que hoje representa uma das áreas mais nobres, do ponto de vista arquitetônico e de valor em dinheiro por m², então, um pretenso, depois consolidado, conjunto habitacional. Em marcha batida, a cidade se expandia rumo às praias. Hoje, Tambauzinho e Miramar são, apesar da importância de ambos, apenas partes da imensidão que representa o Leste pessoense e suas muito vastas adjacências.

Na foto, o Campo de Aviação da Imbiribeira, parcela da hoje Tambauzinho.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. As grandes lojas de tecidosSérgio Botelho – Um roteiro traçado pelo velho amigo Marcos Chagas...
01/09/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. As grandes lojas de tecidos

Sérgio Botelho – Um roteiro traçado pelo velho amigo Marcos Chagas Brito, envolvendo tempos de outrora, em João Pessoa, nos permite abordar amenidades neste domingo, dentro do campo memorial. Fazendo um esforço conjunto com a narrativa feita por ele, chegamos a um rol de antigas lojas que costumavam oferecer tecidos, propagandeando, sempre que possível, opções raras ou exclusivas, atraindo clientes em busca por novidades, no referido segmento comercial, na capital paraibana. A lembrança sobre os ambientes dessas lojas, com recepção atenciosa feita por vendedores com grande conhecimento no assunto, certamente é uma experiência nostálgica. No circuito do comércio, entre a Visconde de Pelotas, Duque de Caxias, Guedes Pereira, Beaurepaire Rohan e Barão do Triunfo tivemos, com exclusividade ou com vendas de tecidos entre suas mercadorias, as Casas Costa Junior, Girafa Tecidos, Novo Continente, Novo Horizonte, Armazém do Norte, As Nações Unidas, Casas Bezerra Gomes, Dragão dos Tecidos, Nova Aurora, Casa Azul e A Preferida. Lembrar dessas velhas lojas que já passaram pela cidade é, de certa forma, um exercício de resgate da memória coletiva. Eram não apenas pontos de comércio, mas também verdadeiros marcos da vida urbana. Os jingles e comerciais dessas lojas, transmitidos pelas rádios locais, tinham um poder quase hipnótico. Eles não só anunciavam promoções ou novidades, mas também se tornavam trilha sonora do cotidiano. A música, as vozes familiares, os slogans repetidos —tudo isso contribuía para fixar na memória uma época e um jeito de viver. Mesmo quem não estivesse diretamente interessado acabava sabendo de cor aqueles jingles, que se tornavam parte do imaginário popular. Gente de rádio, como Pascoal Carrilho, da Tabajara, fez sucesso e demarcou estilo e produziu causos, até hoje famosos, no campo do comercial dessas lojas. Hoje, ao lembrarmos delas, estamos também expondo parte da alma da cidade, forjada no correr de sua existência.

A foto é do velho prédio, no Ponto de Cem Reis, onde pontificou As Nações Unidas.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Rua Barão do Mamanguape (quem foi ele?)Sérgio Botelho – Se você perguntar a algum pessoense o...
31/08/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Rua Barão do Mamanguape (quem foi ele?)

Sérgio Botelho – Se você perguntar a algum pessoense onde f**a a rua que homenageia Flavio Clementino da Silva Freire, ninguém vai saber. Mas se a pergunta for sobre a rua Barão de Mamanguape, já f**a menos difícil. Trata-se de uma das principais vias do tradicional bairro da Torre, é bastante movimentada, e se estende entre dois dos maiores corredores de trânsito da cidade, representados pelas avenidas Ministro José Américo de Almeida e Epitácio Pessoa. Em seu trajeto, essencialmente ocupado por casas comerciais, serve de endereço para o movimentadíssimo e diário Marcado Municipal da Torre, uma obra da década de 1960 (embora no local já funcionasse uma feira), referência do comércio de mantimentos da cidade (no espaço que lhe é destinado e em seu derredor), e que ostenta uma praça de alimentação bastante apreciada, funcionando da manhã à noite. Flavio Clementino da Silva Freire, o Barão de Mamanguape (1816-1890), bacharel em Direito e fazendeiro, ocupou a função de deputado geral (equivalente, hoje, a deputado federal) entre 1857 e 1869, e de senador do Império de 1869 a 1889. No período em que esteve no Senado, assumiu a Secretaria da Casa, sendo que em 1873, exerceu a Presidência da Província. Foi agraciado, em março de 1860, pelo imperador Pedro II, com o título de Barão ‘com honras de grandeza’. Casou-se com a carioca Carmem Freire (1855-1891), poeta autora de “Visões e Sombras”, prefaciado pelos Olavo Bilac e Guimarães Passos (genro do barão e da baronesa), poetas amigos e fundadores da Academia Brasileira de Letras. Ressalta-se que o homenageado com o nome da rua da Torre nasceu na cidade de Parahyba (atual João Pessoa). Era avô do poliglota cônego Mathias Freire, que, além de padre, foi professor, jornalista e poeta, assim como a avó, sendo um dos fundadores da Academia Paraibana de Letras, e nome de uma escola municipal de ensino fundamental, também na Torre.

(Vista parcial da Barão de Mamanguape, a partir da calçada do Marcado Público da Torre)

Paraibano Petrúcio Ferreira dos Santos, medalha de ouro nas Paraolimpíadas de Paris! Emoção pura!
30/08/2024

Paraibano Petrúcio Ferreira dos Santos, medalha de ouro nas Paraolimpíadas de Paris! Emoção pura!

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Rua Desembargador José PeregrinoSérgio Botelho – Chama-se José Peregrino uma rua do Centro de...
30/08/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Rua Desembargador José Peregrino

Sérgio Botelho – Chama-se José Peregrino uma rua do Centro de João Pessoa que nasce na Rodrigues de Aquino e termina se encontrando, na altura do Mercado Central, com a avenida Almeida Barreto, da qual é originariamente paralela. Também paralela à histórica avenida João Machado, a José Peregrino é reta, quem faz curva é a Almeida Barreto. A referida via, cheia de casas representativas de uma arquitetura de classe média que remete às décadas de 1940 e 1950, possui trânsito constante, o dia inteiro, apesar de meio tumultuado, às vezes, por servir de concorrido estacionamento, assim como acontece com as ruas mais próximas. O homenageado, que se assinava José Peregrino d’Araujo, formado na Faculdade de Direito do Recife, que viveu entre 18 de novembro de 1840 e 5 de outubro de 1913, foi promotor, procurador, juiz (na Paraíba, no Rio Grande do Norte e no Amazonas), deputado provincial (equivalente ao deputado estadual de hoje), deputado federal e desembargador. E, ainda, segundo verbete publicado no site do Ministério Público da Paraíba, redator e colaborador dos jornais O Liberal Parahybano e A União, além de provedor da Santa Casa de Misericórdia. Contudo, para o ilustre paraibano nascido no Vale do Sabugi, mais precisamente no antigo distrito de Várzea de Santa Luzia, emancipado em dezembro de 1961, o cargo mais importante que exerceu foi certamente o de presidente do Estado da Paraíba, entre 1900 e 1904. Em seu governo, enfrentou fortíssima seca que prejudicou as finanças do estado, tendo que empreender esforços no combate ao cangaço, cuja maior expressão, na época, era o pernambucano de Afogados da Ingazeira, Antônio Silvino, com incursões constantes em território paraibano, e que somente viria a ser preso em 1914, 10 anos depois de José Peregrino ter deixado o governo estadual. Entre as obras providenciadas por ele, na cidade da Parahyba (atual João Pessoa), com o status de presidente estadual, destaque para a reconstrução da Ponte do Baralho, por sobre o Sanhauá.

Foto da rua Desembargador José Peregrino, na altura da Monsenhor Sabino Coelho, tendo ao fundo a rua Rodrigues de Aquino.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Um amigo velho e uma antiga entrada na cidade de João PessoaSérgio Botelho – Ontem, tive a sa...
29/08/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Um amigo velho e uma antiga entrada na cidade de João Pessoa

Sérgio Botelho – Ontem, tive a satisfação de rever um velho companheiro dos tempos de Primário no Arquidiocesano Pio XII, Marcos Chagas Brito, sobrinho de doutor Hercílio e de dona Iracema, o casal que dirigiu aquele colégio católico em seus primeiros anos, depois conduzido pelos professores Afonso Ligório e Francineide. Todos de nossa época. Passamos a manhã conversando, quando foi possível constatar que o velho companheiro se acha em tranquilizadora recuperação, após problemas de saúde que andaram lhe aperreando. Está mesmo lépido e fagueiro e muito cheio de ideias! Sobre outra coisa conversamos que não fossem reminiscências, passando longe de saudosismos, conversa facilitada pelo interesse recíproco em um memorialismo saudável sobre momentos antigos da cidade de João Pessoa. (Embora Marcos tenha pesquisas importantes, envolvendo diversos assuntos. Música, então, sabe de tudo!). Natural de Sumé, e vida praticamente inteira na capital paraibana, o companheiro tem pronto um livro. Em linguagem afetuosa e intimista, ele descreve o caminho urbano feito, entre o final dos anos 1950 e início da década de 1960, quando chegou com a família em João Pessoa. Naturalmente, o mesmo de quem quer que estivesse vindo do Sertão. Depois da estrada, a avenida Liberdade, em Bayeux, e a ponte do Baralho, sobre o Sanhauá. Daí, a ladeira da rua da República e a Praça da Pedra. Então, quebrando à esquerda, a “sopa” descia a Maciel Pinheiro até a Barão do Triunfo. Agora, pegando a direita, subia a Barão do Triunfo até chegar à Praça Pedro Américo, então, a nossa rodoviária intermunicipal e interestadual, com direito a abrigos de sol e chuva, balcão de atendimento e portas bagagens. Em sua narrativa, Marcos lista o que avistou na jornada, nos remetendo, por exemplo, à primeira grande loja de material esportivo, Ignácio Vinagre, na esquina da Maciel Pinheiro com a Barão do Triunfo. São muitos os registros, sobre os quais pretendo ir contando, junto com ele, de vez em quando, neste espaço. Formidável reencontro!

Foto da Praça Pedro Américo, nossa antiga "Rodoviária", atualmente.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O siri mole e a BagaceiraSérgio Botelho – Atendendo a pedidos, hoje retomo tema brando e saud...
28/08/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O siri mole e a Bagaceira

Sérgio Botelho – Atendendo a pedidos, hoje retomo tema brando e saudoso, que atende pelos nomes de siri mole e Bagaceira. Siri mole é uma iguaria popular e Bagaceira um lugar no inconsciente da cidade de outrora. O siri passa a “mole” quando está trocando a carapaça, que então f**a macia, tornando-o completamente comestível, sem necessidade de remover a casca dura. O assunto é retomado para lembrar de como esse prato era desejado na velha Bagaceira da Festa das Neves, ponto de encontro de poetas, seresteiros, jornalistas e intelectuais em geral, que curtiam a tradicional novena da padroeira pessoense de uma forma menos pia, já que cercados de bebidas e tira-gostos, embaixo de lonas dispostas em barracas armadas, em desafio à lei da gravidade, ao longo da calçada e do muro do Colégio Nossa Senhora das Neves, na Praça Dom Ulrico e Ladeira da Borborema. E nem adiantava chuva, o que não é muito difícil de acontecer entre finais de julho e inícios de agosto de todos os anos, na capital paraibana. O siri mole, preparado com o esmero de cuidadosas cozinheiras (famosas, elas até identif**avam as barracas) vinha ali de perto, do Porto do Capim, ponto de oferta do pescado. Preocupação da freguesia com higiene não estava entre as prioridades, prevalecia a confiança absoluta nas chefs. Era o jeito! O siri-mole, mergulhado em caldo com leite de coco ou de tomate e legumes, era habitualmente servido com fatias de pão, permitindo que, após degustar tudo, o cliente raspasse o que f**ava no prato. Um espetáculo! Revolucionários e conservadores conviviam harmoniosamente na Bagaceira. Discutir e falar alto, podia. O propósito era beber, e, conforme o orçamento permitisse (havia muito estudante “quebrado”), degustar as "comidinhas". Além do siri-mole, se destacavam ainda o caranguejo, preparado de diversas maneiras, e a inigualável buchada de bode. O siri mole, ainda é possível encontrar no Porto do Capim, já referido, além de Cabedelo e Forte Velho. A Bagaceira acabou, junto com o que a gente entendia até anos atrás como Festa das Neves. Chorare!

O belo cenário onde se postava a Bagaceira, junto com o siri mole.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Monsenhor Sabino CoelhoSérgio Botelho – Há uma breve rua no Centro de João Pessoa, ligando a ...
27/08/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Monsenhor Sabino Coelho

Sérgio Botelho – Há uma breve rua no Centro de João Pessoa, ligando a Desembargador Trindade à avenida João Machado, que homenageia um clérigo cajazeirense, com relevância na vida educacional e no catolicismo de sua época, em Parahyba (atual João Pessoa), mas também, e fortemente, na história da Igreja Católica e da educação em sua cidade natal. Como um dos marcos urbanos da cidade, em seu período de maior desenvolvimento (principalmente, pela abertura da João Machado, nas primeiras décadas do Século XX), na rua Monsenhor Sabino Coelho destaca-se a casa em que residiu por algum tempo o historiador Horácio de Almeida, justamente na esquina com a João Machado. Sabino Coelho foi vigário geral da Diocese da Paraíba, formando no Cabido Episcopal (colégio de religiosos auxiliares da Mitra). Na capital paraibana, ensinou no Lyceu, no Seminário Episcopal e no Colégio Diocesano Pio X, tendo sido, esse último educandário, criado, ainda na parte final do Século XIX (março de 1894), pelo primeiro bispo paraibano, Dom Adauto de Miranda Henriques, falecido em 1935, então, como arcebispo. Quatro anos depois, em 1939, nos deixou Monsenhor Sabino, ao tempo em que o comando do arcebispado paraibano já era exercido pelo seu irmão mais novo, o também cajazeirense Dom Moisés Coelho, primeiro bispo de Cajazeiras, que governou o catolicismo estadual até o ano de 1959, quando faleceu. (Os irmãos Coelho são descendentes de uma família de projeção política em Cajazeiras, no século XIX). Sabino Coelho atuou como principal arrecadador para a criação da Diocese de Cajazeiras, sendo considerado elemento fundamental para a viabilização do projeto. Também dirigiu o histórico Colégio Diocesano Padre Rolim, na sua reabertura, em 1903. Abrigando o endereço do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência do Estado da Paraíba, a via tem trânsito regular, no circuito Diogo Velho, Desembargador Trindade, Rodrigues de Aquino e João Machado, sendo, ainda, muito utilizada como estacionamento de automóveis.

Na foto, a rua Sabino Coelho, a partir da Desembargador Trindade, tendo ao fundo a Avenida João Machado.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O homem é Pedro!Sérgio Botelho – Recebi neste domingo, 25, do amigo José Mário Espínola, notá...
26/08/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O homem é Pedro!

Sérgio Botelho – Recebi neste domingo, 25, do amigo José Mário Espínola, notável cardiologista pessoense, além de admirável cronista, acesso a um filme realizado quando da comemoração dos 100 anos do ex-governador Pedro Gondim, natural de Alagoa Nova, comemorados em 2014. A fita, de iniciativa da Fundação Ulysses Guimarães, do MDB, realizada em parceria pelos Porta Cênica, CCA Comunicação e Bolandeira e mídia, foi dirigida pelo laureado cineasta, jornalista e produtor cultural, Lúcio Vilar, professor da UFPB. Intitulada "O Homem é Pedro", a peça nos remete a um momento inesquecível da política paraibana. Falo da campanha do então governador em exercício (por conta do adoecimento do titular), Pedro Moreno Gondim, ao governo do estado. Tradicional filiado ao Partido Social Democrático (PSD), sigla pela qual havia sido eleito vice-governador do Estado, em chapa de pacif**ação encabeçada pelo empresário Flávio Ribeiro Coutinho, Pedro Gondim foi rifado pelo seu partido como candidato ao governo, na eleição de 1960. Rebelou-se, se inscreveu no Partido Democrata Cristão (PDC), e cunhou a enérgica frase “prefiro ser expulso por rebeldia a ser condecorado por subserviência”. Para completar, por onde você passasse, perguntasse ou fosse perguntado por “quem é o homem?”, a resposta estava na ponta da língua: “o homem é Pedro!”. Garrafões no Ponto de Cem Reis arrecadavam dinheiro popular para a campanha. Foi demais para o seu principal concorrente, o deputado federal Janduhy Carneiro, irmão do senador Rui Carneiro (ex-interventor do estado), que concorria pelo PSD. Ao fim e ao cabo, Gondim venceu na proporção de 55% a 44% nas eleições de 3 de outubro. Em João Pessoa a vitória foi acachapante: 67% contra 33%. Pedro Gondim governou o estado entre 1961 e 1966, com atenção à cultura e aos movimentos sociais. Foi cassado pela ditadura militar em 13 de dezembro de 1968, junto com o AI-5. Na década de 1980, filiado ao MDB, participou ativamente das atividades políticas pela redemocratização do Brasil. Faleceu em 26 de julho de 2005, aos 91 anos.

A foto de Pedro Gondim é da época.

Lançamento de Brando Fogo das Palavras, de Sérgio de Castro Pinto, provoca marcante festa cultural na Livraria do LuizFo...
25/08/2024

Lançamento de Brando Fogo das Palavras, de Sérgio de Castro Pinto, provoca marcante festa cultural na Livraria do Luiz
Foi uma grande festa cultural o lançamento do livro Brando Fogo das Palavras, do poeta Sérgio de Castro Pinto. O evento aconteceu na Livraria do Luiz, capítulo MAG Shopping, na última sexta-feira, 23, à noite, com direito às apresentações de Paulo Ró, Adilson Medeiros e o grupo Evocare, cantando e recitando versos do histórico membro do memorável grupo Sanhauá. Uma pequena multidão acompanhou tudo, inclusive as antológicas apresentações literárias feitas por João Batista de Brito e Hildeberto Barbosa Filho. O livro encerra um repertório poético de altíssima sensibilidade estética, social e existencial, como é do feitio de Castro Pinto. Em “Improviso”, quando diz “sou um tênue e frágil talo pendente debruçado sobre as águas de um rio sequer tenho margens apenas frio...”, o poeta como que expõe a fragilidade, a efemeridade e a incerteza da condição humana. No social e empático O “Preto Cosme, Pintor de Paredes”, quando descreve Cosme “caiando-se a si mesmo”, enquanto trabalha, transmite uma poderosa imagem de identidade e invisibilidade, como se o personagem se fundisse e desaparecesse na própria parede que pinta. No passeio sensual de “Recuerdos de Mi Juventud”, utiliza linguagem delicada e sugestiva, quando afirma que a “liberdade dos seios é sentirem-se presos na co**ha das mãos”, conduzindo a sentimentos de desejo e ternura. Enfim, em “Jogo Frugal”, dedicado a Alda Lúcia, o autor celebra um amor profundo e enraizado pela falecida esposa (“não escrevi à faca o teu nome no tronco do sapotizeiro, mas na raiz”), como algo interno e inquebrantável. Mas tem mais, muito mais! Contudo, é preciso ir rápido à Livraria do Luiz, Centro ou Mag.

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS. A SanbraSérgio Botelho – Não é possível falar da Sociedade Algodoeira do Nordeste Br...
25/08/2024

PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS. A Sanbra

Sérgio Botelho – Não é possível falar da Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro-Sanbra, sem evitar o banzo. Sendo um dos tentáculos da internacional Bunge, ainda hoje em atividade no mundo, a Sanbra, que processava agave e algodão, tem especial signif**ado para o Estado da Paraíba. Ainda mais para Campina Grande, onde se instalou, a partir de 1935, no governo estadual do campinense Argemiro de Figueiredo. A existência da empresa na Rainha da Borborema coincidiu com o boom da produção algodoeira no estado, quando Campina Grande representava importante centro econômico. De tal forma, que a cidade paraibana chegou a ser chamada de Liverpool brasileira, em comparação à pujança daquela cidade inglesa no comércio internacional (Campina alcançou a posição, no comércio algodoeiro, de segunda do mundo). Conheci a Sanbra entre menino e pré-adolescente, nas décadas de 1950 e 1960, quando passava férias no Cariri e tinha a oportunidade de ir a Campina Grande, aos sábados, com o dono de fazenda (saudoso Jaime Barbosa, o pai), amigo da família, para negociar a produção própria de queijo, gado e agave, oportunidade em que ele comprava casca e farelo de algodão na Sanbra, transportando tudo em seu caminhão. É que o gado, nas bravas condições do clima caririseiro somente sobrevivia, em alguns períodos, na base do confinamento. Lembro muito do intenso movimento de caminhões, nos armazéns da Sanbra, atendidos por um grande contingente de trabalhadores (chego a saber, hoje, que poderiam ser contados na casa das centenas). A empresa, na condição de âncora econômica, provocou desenvolvimento na infraestrutura local, atraiu outras empresas parceiras ou fornecedoras, tornou a cidade mais atraente a investimentos, e aumentou a oferta de empregos diretos e indiretos, influenciando existencialmente a vida urbana campinense. Os investimentos paulistas na produção algodoeira, e, enfim, a praga do bicudo na cultura agrícola específ**a, no Nordeste, enterraram a Sanbra, no estado, que não se foi sem deixar profundas marcas sentimentais na história de Campina Grande.

Na foto (do IBGE), maquinário da Sanbra, em Campina.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Ensejos republicanosSérgio Botelho – No dia 21 de julho de 1903, intelectuais paraibanos, por...
24/08/2024

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Ensejos republicanos

Sérgio Botelho – No dia 21 de julho de 1903, intelectuais paraibanos, por meio de memorial ao Conselho Municipal da cidade, solicitava que fosse substituído o nome da rua da Misericórdia pelo de Peregrino de Carvalho, jovem herói da Revolução de 1817, episódio que ainda não havia completado 100 anos. O objetivo foi alcançado e, até hoje, a referida via, cujo trajeto começa na antiquíssima Igreja da Misericórdia e vai até a Praça Pedro Américo, atende pelo nome do revolucionário nascido na cidade de Parahyba. Puxei o assunto para falar um pouco sobre um tal Club Benjamin Constant, criado em 1899, a homenagear um militar brasileiro, nascido Benjamin Constant Botelho de Magalhães, em Niterói, de muita importância na implantação da República, no Brasil. Militante contra a Monarquia, a partir de certa etapa de sua vida, participou destacadamente da proclamação do novo regime, se tornando ministro da Instrução Pública, e empreendendo reforma educacional no sentido dos novos valores positivistas em voga. Embora a Paraíba não seja exatamente um estado onde as ideias republicanas tenham resultado em ações relevantes antimonárquicas (a não ser pelos paraibanos que não residiam, no estado), o advento da República fez surgir alguns grupos de estudo e ação intelectual, na cidade, como foi o caso do Benjamin Constant, cujos sócios se ocupavam em cultivar a literatura, a ciência e o civismo, além de reverenciarem as lutas pela independência no correr da nossa história, como a de 1817. Naturalmente, por conta do privilégio no acesso à educação, esses clubes eram formados por gente da elite paraibana. Porém, importante registrar que o referido clube chegou a reunir crianças pobres com “o nobilitante intuito de espancar as trevas da ignorância d’aquelles cérebros infantis, procurando fazer d’aquellas crianças, os futuros cidadãos conscienciosos (...) por isso que poder-se-ia dizer que a Parahyba já possui um pequeno orphanato”. O anúncio do Benjamin Constant, publicado em A União, datado de 16 de novembro de 1906, bem revela os novos ardores cidadãos que a República começava a ensejar.

Rua Nova (foto) foi endereço do clube.

Daqui a pouco (18 horas), na Livraria do Luiz do Mag Shopping, tem o lançamento de mais um livro (Brando Fogo das Palavr...
23/08/2024

Daqui a pouco (18 horas), na Livraria do Luiz do Mag Shopping, tem o lançamento de mais um livro (Brando Fogo das Palavras) do poeta Sérgio de Castro Pinto. Hildeberto Barbosa Filho e João Batista de Brito apresentam. Flávio Tavares fez a capa.

Paraíba brilha na Amazônia, em Feira Internacional de Turismo em Santarém. A participação paraibana na Fita destaca atra...
23/08/2024

Paraíba brilha na Amazônia, em Feira Internacional de Turismo em Santarém. A participação paraibana na Fita destaca atrativos turísticos e reforça parcerias para o desenvolvimento do turismo sustentável na região Norte.

A participação paraibana na Fita destaca atrativos turísticos e reforça parcerias para o desenvolvimento do turismo sustentável na região Norte. A cidade de Santarém, no Pará, está sediando a Feira Internacional de Turismo da Amazônia (Fita) até este domingo (25). O evento serve como uma ...

08/07/2024

Sérgio Botelho – Entre o cume da Ladeira da Borborema, onde f**a a Praça Dom Ulrico (antigo Largo da Matriz), e o meio da Ladeira Feliciano Coelho, existe uma rua que ganhou mais prumo a partir da década de 1930. Digo isso, baseado em notícia veiculada na edição de A União de 28 de dezembro...

Rua São Mamede, no Centro Histórico.
08/07/2024

Rua São Mamede, no Centro Histórico.

Sérgio Botelho – Entre o cume da Ladeira da Borborema, onde f**a a Praça Dom Ulrico (antigo Largo da Matriz), e o meio da Ladeira Feliciano Coelho, existe uma rua que ganhou mais prumo a partir da década de 1930. Digo isso, baseado em notícia veiculada na edição de A União de 28 de dezembro...

Senado avança na legalização de jogos de azar no BrasilProjeto de Lei aprovado pela CCJ prevê Cassinos, bingos e jogo do...
19/06/2024

Senado avança na legalização de jogos de azar no Brasil
Projeto de Lei aprovado pela CCJ prevê Cassinos, bingos e jogo do bicho sob controle do Estado; projeto vai a plenário
A Comissão de Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (19), por 14 votos a 12, o projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos no Brasil, legaliza o jogo do bicho e permite apostas em corridas de cavalos. O texto segue agora para votação no Plenário do Senado.

Projeto de Lei aprovado pela CCJ prevê Cassinos, bingos e jogo do bicho sob controle do Estado; projeto vai a plenário A Comissão de Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (19), por 14 votos a 12, o projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos no Brasil, legaliz...

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