19/08/2024
AMAZÔNIA NA ROTA DO PETRÓLEO - Oiapoque, no Amapá, cidade no extremo norte do Brasil, entrou nos últimos anos no centro do debate sobre a nova fronteira de exploração de petróleo no país, a margem equatorial. A cerca de 160 km de lá, no oceano Atlântico, f**a o chamado bloco 59 da bacia Foz do Amazonas, alvo de um pedido da Petrobras para pesquisa de óleo, que desconsidera comunidades tradicionais, pop**ações indígenas e pescadores.
A região no extremo norte da costa brasileira, onde está localizado o Parque Nacional do Cabo Orange, abriga um dos manguezais mais bem preservados do planeta. Esse litoral é um gigante berçário de peixes, crustáceos e insetos, extremamente biodiverso, e que garante a sobrevivência de milhares de pescadores.
Um derramamento de óleo e um toque na costa seriam desastrosos, com danos irreversíveis à vida no lugar, tamanha a sensibilidade e a conexão de sistemas biológicos e cadeias produtivas.
Defendido por Lula e por políticos de diferentes matizes, dentro e fora do Amapá, o petróleo na costa amazônica já provoca ondas migratórias antes mesmo de existir uma prospecção do poço. Em Oiapoque migrantes oriundos de várias regiões do Brasil, especialmente Pará e Maranhão, se instalam precariamente em ocupações na periferia da cidade.
É a repetição de um modelo de exploração predatória, já bastante conhecido na história da ocupação da Amazônia, que não leva em conta as pop**ações locais e o meio ambiente. E a ainda f**a a pergunta: e a tal transição energética ?