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AMAZÔNIA NA ROTA DO PETRÓLEO - Oiapoque, no Amapá, cidade no extremo norte do Brasil, entrou nos últimos anos no centro ...
19/08/2024

AMAZÔNIA NA ROTA DO PETRÓLEO - Oiapoque, no Amapá, cidade no extremo norte do Brasil, entrou nos últimos anos no centro do debate sobre a nova fronteira de exploração de petróleo no país, a margem equatorial. A cerca de 160 km de lá, no oceano Atlântico, f**a o chamado bloco 59 da bacia Foz do Amazonas, alvo de um pedido da Petrobras para pesquisa de óleo, que desconsidera comunidades tradicionais, pop**ações indígenas e pescadores.
A região no extremo norte da costa brasileira, onde está localizado o Parque Nacional do Cabo Orange, abriga um dos manguezais mais bem preservados do planeta. Esse litoral é um gigante berçário de peixes, crustáceos e insetos, extremamente biodiverso, e que garante a sobrevivência de milhares de pescadores.
Um derramamento de óleo e um toque na costa seriam desastrosos, com danos irreversíveis à vida no lugar, tamanha a sensibilidade e a conexão de sistemas biológicos e cadeias produtivas.
Defendido por Lula e por políticos de diferentes matizes, dentro e fora do Amapá, o petróleo na costa amazônica já provoca ondas migratórias antes mesmo de existir uma prospecção do poço. Em Oiapoque migrantes oriundos de várias regiões do Brasil, especialmente Pará e Maranhão, se instalam precariamente em ocupações na periferia da cidade.
É a repetição de um modelo de exploração predatória, já bastante conhecido na história da ocupação da Amazônia, que não leva em conta as pop**ações locais e o meio ambiente. E a ainda f**a a pergunta: e a tal transição energética ?

Ontem choveu no Pantanal. A melhor coisa e talvez a única que poderia acontecer para frear os focos de fogo na região. M...
09/08/2024

Ontem choveu no Pantanal. A melhor coisa e talvez a única que poderia acontecer para frear os focos de fogo na região.
Mas o fato é que o Pantanal tem cada vez menos água. Segundo um estudo do MapBiomas o Pantanal foi o bioma brasileiro que mais secou ao longo da série histórica que cobre o período entre 1985 e 2023.
E a água não está chegando porque chove menos, e isso tem a ver com as mudanças climáticas. Mas também porque os rios que formam a planície pantaneira estão trazendo menos água do Planalto, região que foi completamente devastado pela agricultura intensiva. São centenas de quilômetros cobertos por campos de soja, onde é raro ver uma árvore. Desmatamento, destruição das nascentes e assoreamento dos rios são frutos dessa ocupação predatória que acontece fora do Pantanal mas é no bioma onde as consequências f**am mais evidentes.

PANTANAL- No começo desta semana visitei a fazenda Santa Tereza na região da Serra do Amolar, um dos locais atingidos pe...
08/08/2024

PANTANAL- No começo desta semana visitei a fazenda Santa Tereza na região da Serra do Amolar, um dos locais atingidos pelo fogo que devastou o Pantanal nos últimos meses. Tinha estado lá em 2020 quando os incêndios destruíram a maior parte da propriedade que tem 63.000 hectares, sendo 85% de vegetação nativa dedicada a preservação. O fogo havia passado com tal intensidade que nem mesmo os animais mais velozes como macacos e pássaros conseguiram escapar. As matas se transformaram em paliteiros de carvão sobre um chão branco coberto pelas cinzas das árvores consumidas pelo fogo. O Pantanal perdeu a cor e ficou tudo branco e preto. Quieto, sem vida.
Agora em 2024 o fogo voltou a castigar a Santa Tereza e dessa vez com mais intensidade. Quase toda área da fazenda foi consumida pelos incêndios. O cenário desolador de 2020 se repetiu novamente. Milhares de árvores viraram cinzas, animais foram carbonizados, pastos naturais se transformaram em um imenso tapete preto. Uma tristeza só.
Apesar do esforço hercúleo dos funcionários da fazenda, bombeiros e brigadistas que atuaram sem trégua no combate aos incêndios, o fogo não conseguiu ser parado. O Pantanal está mais quente e seco, e a missão de controlar os incêndios parece cada vez mais impossível. A boa notícia é que está chovendo hoje na região. Essa viagem só foi possível graças a parceria com o .

PANTANAL EM CHAMAS - Um grande foco de fogo atinge neste momento a região da Nhecolândia no Pantanal do Mato Grosso do S...
02/08/2024

PANTANAL EM CHAMAS - Um grande foco de fogo atinge neste momento a região da Nhecolândia no Pantanal do Mato Grosso do Sul.

Muito feliz e honrado em ser contemplado com o Maria Moors Cabot Prizes da  e estar junto com tantos colegas que eu admi...
10/07/2024

Muito feliz e honrado em ser contemplado com o Maria Moors Cabot Prizes da e estar junto com tantos colegas que eu admiro tanto.

CERRADO LOTEADO 04. Pela BA-247, a divisa da Bahia com o Tocantins é verde e amarela: são quilômetros de fazendas de soj...
21/06/2024

CERRADO LOTEADO 04. Pela BA-247, a divisa da Bahia com o Tocantins é verde e amarela: são quilômetros de fazendas de soja, milho e algodão, tingindo o horizonte por horas, numa paisagem praticamente inerte.
De tempos em tempos, o silêncio é cortado pelo motor de pequenos aviões que sobrevoam as lavouras despejando veneno e espalhando um cheiro ácido, parecido com água sanitária. Levados pelo vento, os agrotóxicos fazem arder os olhos e coçar a garganta mesmo de quem está dentro do carro, só de passagem.
Na rodovia, ora asfaltada, ora de terra, é difícil encontrar uma lanchonete, posto de combustível ou sinalização de trânsito, ainda que não faltem placas com nomes de diferentes propriedades rurais.
Próximo já de Mateiros ( TO ), que é a porta de entrada para o Jalapão, o contraste da monotonia do mar de soja com a biodiversidade do cerrado é gritante.
Logo em uma das primeiras veredas, onde a vegetação densa cerca as nascentes, foi possível avistar na beira da estrada um lobo-guará, que rapidamente se enfiou no mato ao perceber o carro se aproximando. Longe das plantações, o calorão f**a um pouco mais ameno, o ar passa a ter cheiro de terra e a trilha sonora f**a por conta das araras.
Ali, áreas protegidas por lei seguram o avanço do desmatamento sobre o cerrado. É o chamado Mosaico do Jalapão, conjunto de nove unidades de conservação, com quase 30 mil km², que se espalham por municípios de Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão.
Dentro das UCs (unidades de conservação) é possível ter uma ideia de como era a região originalmente. São 560 áreas públicas com algum tipo de proteção no cerrado, mas elas cobrem apenas 9% da área do bioma. Em comparação, as 381 UCs da amazônia representam 29% da área total da floresta.

CERRADO LOTEADO 03. O maior núcleo de desertif**ação do país, em Gilbués, região do Matopiba, no extremo sul do Piauí. “...
29/05/2024

CERRADO LOTEADO 03. O maior núcleo de desertif**ação do país, em Gilbués, região do Matopiba, no extremo sul do Piauí. “O índice de aridez ao longo dessas décadas tem indicado que [o clima em Gilbués] está se tornando um clima mais seco. Com um clima mais quente e seco, o processo de desertif**ação pode ser acelerado”, explica a física Ana Paula Cunha, do Cemaden. Cunha foi uma das pesquisadoras responsáveis por uma análise feita no final do ano passado, em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que constatou o avanço das condições áridas pelo país. Uma parcela importante desse aumento se deu no cerrado.
A diminuição das chuvas na região anda de mãos dadas com o desmatamento. A remoção da vegetação nativa, além de prejudicar a recarga dos aquíferos no subsolo (de cima para baixo), reduz a quantidade de umidade que as plantas jogam na atmosfera (de baixo para cima). E o cerrado já perdeu 46% de sua cobertura original. **ation

 and De Nieuwe Kerk present ‘The Stories That Matter’ – a day of talks and workshops exploring the issues and narratives...
22/05/2024

and De Nieuwe Kerk present ‘The Stories That Matter’ – a day of talks and workshops exploring the issues and narratives shaping our world through the eyes of photojournalists and critical thinkers.

As part of the day, I will be presenting my awarded project ‘Drought in the Amazon,’ alongside the other awarded photographers from the 2024 World Press Photo Contest. Join us for this thought-provoking day.

Saturday 25 May 2024 from 11.00 - 18.00 at De Nieuwe Kerk, Amsterdam. Tickets available now: worldpressphoto.org/calendar/2024/the-stories-that-matter. Event made possible by Pictoright.

CERRADO LOTEADO 02 - “Acabaram as árvores. Gente, quem puxa água são as árvores! E cadê as árvores, pelo amor de Deus?”,...
17/05/2024

CERRADO LOTEADO 02 - “Acabaram as árvores. Gente, quem puxa água são as árvores! E cadê as árvores, pelo amor de Deus?”, indigna-se o agricultor Felicio Simplicio da Guarda, 72. “Os bichinhos eu não sei o que é que viraram. Eles derrubaram tudo, aí não sei para onde vão os bichos”.
Ele viu o lugar em que vive, na zona rural do município baiano de São Desidério (872 km de Salvador), mudar completamente nas últimas quatro décadas. A transformação veio com as grandes fazendas, que começaram a se espalhar pela região e substituir o cerrado, que até então cobria tudo.
O município é o que mais desmatou o bioma em 2023, com 417 km² de vegetação perdidos, segundo dados do sistema Prodes, do Inpe.
Circulando pela região é fácil entender o que isso signif**a. Por toda parte há áreas muito extensas demarcadas por cercas, onde não se enxerga o final das plantações, e os quatro cantos das fazendas são guardados por seguranças armados.
Há também diversos trechos recém-desmatados, em que as raízes das árvores estão empilhadas em longas fileiras, conhecidas como leiras, ao longo de todo o terreno. Na sequência, elas serão queimadas para abrir espaço para a produção.
No cerrado, a relação direta do desmatamento com a diminuição na vazão dos rios se dá tanto pela diminuição das chuvas quanto pela troca da vegetação nativa pela monocultura.
Além da remoção da vegetação, a captação de água, seja dos rios e córregos seja dos aquíferos, para uso na irrigação de lavouras impacta as bacias hidrográf**as, que abastecem a região e boa parte do Brasil.
No bioma nascem rios célebres, como o Doce, Jequitinhonha, Parnaíba, Tapajós, Xingu e afluentes do Madeira. Parte da água do cerrado drena também para as bacias do Araguaia – Tocantins, do São Francisco e do rio Paraná.

CERRADO LOTEADO 01 - O desmatamento cresce a passos largos no cerrado. O bioma, que é a savana mais biodiversa do mundo ...
15/05/2024

CERRADO LOTEADO 01 - O desmatamento cresce a passos largos no cerrado. O bioma, que é a savana mais biodiversa do mundo e onde nasce a maioria das bacias hidrográf**as do país, vem tendo números cada vez mais altos de desmate, que é impulsionado pelo agronegócio. E, com a busca pela expansão de terras, principalmente para cultivo de soja, milho e algodão, vem a escalada dos conflitos no campo.
No epicentro do desmate no país, o Matopiba, como é conhecida a região onde Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia se encontram, concentrou 72% dos 11 mil km² derrubados de cerrado em 2023.
Em Correntina, que ocupa o sexto lugar no ranking das cidades que mais desmataram o cerrado no ano passado, pop**ações tradicionais estão sendo encurraladas pelas grandes fazendas.
Comunidades de fundo e fecho de pasto, prática tradicional em que animais são soltos para se alimentar em áreas públicas de uso coletivo, agora só conseguem acessar o local com escolta da polícia, por temerem a presença de “ seguranças “ armados dos fazendeiros que invadiram o território ancestral da Vereda da Felicidade.
Historicamente, o local servia de abrigo durante os meses de seca, quando faltava água e capim nas pequenas propriedades dos fecheiros e o gado era levado para pastar em áreas abertas do cerrado. Porém, em meio à presença crescente de pistoleiros na região, o rancho comunitário que havia no lugar já foi derrubado diversas vezes e sua reconstrução se tornou arriscada.
Nesta ocupação coletiva da terra, diferentes famílias usam espaços compartilhados, que chegam a f**ar a dezenas de quilômetros de suas casas, para criar gado e coletar frutos e ervas medicinais para subsistência e comércio. Como esse modo de vida depende do cerrado em pé, as áreas tradicionais se mantiveram preservadas mas agora estão ameaçadas pelo agronegócio.

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO MARAJÓ - Na hora do parto, Antônia perdeu o útero e o bebê, Dalva passou por um sofrimento extre...
09/05/2024

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO MARAJÓ - Na hora do parto, Antônia perdeu o útero e o bebê, Dalva passou por um sofrimento extremo –com consequência para a saúde do filho– e Fabiula se viu dentro de uma sala vazia por uma noite inteira, até o nascimento e morte da filha na tarde do dia seguinte.
Mulheres da parte ocidental do arquipélago do Marajó, em especial de comunidades ribeirinhas da região de Melgaço (PA), a cidade com o pior IDH (índice de desenvolvimento humano) do país, são vítimas de violência obstétrica num momento que já é de vulnerabilidade.
Parece uma epidemia, com casos frequentes de mães que enfrentam jornadas pelos rios do arquipélago, longas esperas por algum atendimento digno em hospitais da região e périplos por unidades de saúde e cidades diante da desassistência na hora do parto.
O cerne do problema está no hospital municipal de Melgaço. A unidade de saúde tem uma sala para partos, mas apenas partos normais são feitos. Não há instrumentos, aparelhos e equipe necessários para cesáreas e casos mais complexos.
As mulheres ribeirinhas que precisam de atendimento especializado, e que já percorrem longas jornadas pelos rios até o hospital de Melgaço, são encaminhadas, então, ao hospital de Breves, que f**a a uma hora de lancha. Se há alto risco envolvido, uma terceira parada se faz obrigatória: o Hospital Regional do Marajó, também em Breves.
Nesse percurso, faltam lanchas que funcionam como ambulância, vagas nos hospitais e equipes disponíveis, segundo os relatos ouvidos pela reportagem. Essa lógica persiste no Marajó, com consequências à saúde de mães e filhos. ( texto: )

FOME NO MARAJÓ- A fome ronda casas de madeira suspensas em uma área de várzea, em um igarapé na periferia e na beira de ...
07/05/2024

FOME NO MARAJÓ- A fome ronda casas de madeira suspensas em uma área de várzea, em um igarapé na periferia e na beira de rios profundos que compõem a paisagem do lado ocidental do arquipélago do Marajó.
A cultura do açaí, a pesca do camarão e o Bolsa Família se mostram insuficientes em residências com famílias numerosas; a insegurança alimentar vira rotina para muitas delas. Mais um passo, e a fome se instala na despensa de casa.
Os filhos de Francidalva Mendes Santos, 37, abriam a portinha de madeira da dispensa simples de casa várias vezes no dia, um sábado chuvoso no rio Mujirum, que está na rota de Melgaço (PA). Acharam apenas farinha e margarina.
“Hoje eles só comeram isso, farinha”, disse Dalva, como é conhecida. “Quando é assim, eu apanho e amoleço umas frutinhas de miriti que caem no fundo.”
Na casa de Dalva, é o Bolsa Família de R$ 1.290,00 a fonte de renda principal. Enquanto os filhos comiam farinha, o marido tentava, mato adentro, caçar jabuti e bicho-preguiça, integrados à dieta de ribeirinhos.
A fome, ou mesmo a insegurança alimentar, é o que há de mais urgente em lugares desassistidos do Marajó, sem a presença do poder público. Mas falta muito mais, e nenhuma cidade é mais emblemática dessa realidade do que Melgaço, que tem o pior IDH (índice de desenvolvimento humano) do país.
Dos 28 mil moradores da cidade, 22 mil são atendidos pelo Bolsa Família, que se mostra a principal fonte de sustento para a maioria das famílias da região, especialmente nas comunidades ribeirinhas, onde está a maior parte da pop**ação.
Quatro em dez pessoas são extremamente pobres, segundo dados levados em conta pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social. Os indicadores são semelhantes em Breves, a maior cidade do arquipélago, e em outros municípios da região.
3 dos 10 municípios com pior IDH do país estão no Marajó
A fome de crianças ribeirinhas se estende a escolas rios adentro. É comum que meninas e meninos percorram horas de barco no trajeto até a escola e encontrem dias letivos sem merenda. Elas saem de casa e voltam para casa com fome. ( texto: )

Muito feliz e honrado de ser premiado mais uma vez no World Press Photo, o prêmio mais importante do fotojornalismo mund...
03/04/2024

Muito feliz e honrado de ser premiado mais uma vez no World Press Photo, o prêmio mais importante do fotojornalismo mundial. Agora com uma foto que trata de dois temas aos quais venho me dedicando nos últimos anos, Amazônia e mudanças climáticas. A imagem, realizada durante a seca extrema que atingiu a bacia amazônica em 2023, mostra um pescador indígena caminhando pelo leito seco de um braço do rio Amazonas ( ou Solimões, aqui no Brasil ) em frente a comunidade tradicional de Porto Praia, próximo a Tefé, AM.
O ato de fotografar é bem solitário, mas o caminho até chegar o momento de olhar pelo visor e apertar o botão é um processo bem coletivo. Por isso gostaria de agradecer algumas pessoas que foram fundamentais para que essa imagem fosse realizada. Começando pelo meu companheiro de histórias amazônicas que no ano passado salvou minha vida quando peguei um meningite meningocócica em Oiapoque, no Amapá. ( ele não aguenta mais ouvir isso ). A , editora de meio ambiente da Folha, que foi a grande incentivadora dessa cobertura.

O , secretário de redação da que continua apoiando a difícil e cara missão de fazer jornalismo na Amazônia.

Agradeço também a todos os personagens que encontramos pelo caminho, que abriram suas portas, suas vidas e seus corações para que pudéssemos contar essa história.

E por fim, o mais importante de tudo, a minha família ( , e ), que sempre me espera de braços abertos.

MIGRAÇÃO EM DARIÉN - Após atravessar por dias caminhando a selva perigosa que separa a Colômbia do Panamá, os milhares d...
09/03/2024

MIGRAÇÃO EM DARIÉN - Após atravessar por dias caminhando a selva perigosa que separa a Colômbia do Panamá, os milhares de migrantes que atravessam diariamente o estreito de Darién chegam a Bajo Chiquito. Dessa comunidade indígena, já no lado panamenho, os migrantes que tem dinheiro embarcam em uma canoa ( US$ 25,00 / pessoa ) no rio Tuqueza em uma viagem de 5 horas até a Estação de Recepção Migratória de Lajas Blancas. Os que não podem pagar, ou porque foram roubados durante a travessia na selva ou porque já começaram a jornada com poucos recursos, precisam caminhar mais 25 km sob um sol escaldante até Lajas Blancas.
Da estação migratória, os migrantes que ainda tem dinheiro pegam um ônibus ( US$ 40,00 / pessoa ) que atravessa o Panamá e os leva diretamente para a fronteira com a Costa Rica, a próxima escala rumo aos Estados Unidos.
Mas muitos migrantes não tem esse dinheiro para pagar o ônibus e acabam f**ando “presos “ em Lajas Blancas por dias. Sem perspectiva de conseguir o recurso, e sem outra alternativa, muitos deles partem caminhando pela rodovia Panamericana rumo ao norte, inclusive famílias com crianças doentes e bebês de colo.
Uma dessas famílias que encontramos pelo caminho foi a venezuelana Naibe, 28, mãe solo viajando com os quatro filhos, os gêmeos de 4 anos e duas meninas de 8 e 9 anos.
Sem dinheiro para pegar ônibus ela caminhava lentamente, extenuada pelo sol forte. Dois de seus filhos estavam com febre alta. Acenar para os carros que passavam pela rodovia Panamericana seria em vão: transportar imigrantes sem autorização no Panamá é crime.
O objetivo dela era chegar a cidade de Metetí em busca de alguma unidade do Western Union , para sacar dinheiro e continuar sua viagem rumo ao norte. Ela não tinha um centavo no bolso.

MIGRAÇÃO EM DARIÉN - No território inóspito entre a Colômbia e o Panamá, o estreito de Darién, controlado, de uma lado p...
04/03/2024

MIGRAÇÃO EM DARIÉN - No território inóspito entre a Colômbia e o Panamá, o estreito de Darién, controlado, de uma lado pelo narcotráfico e, de outro, por grupos indígenas, a mais grave crise migratória das Américas na atualidade transcorre como uma rotina.
Todos os dias, mais de mil pessoas, em média, conseguem concluir a perigosa travessia. Entre elas, crianças e adolescentes brasileiros. Desde 2020, mais de 15,7 mil, a maioria filhos de haitianos, cruzaram a sufocante floresta tropical, em uma caminhada de cerca de 100 km.
São os haitianos que emigraram ao longo da década de 2010, após o grande terremoto daquele ano, construíram suas famílias e tiveram filhos brasileiros. Muitos se veem hoje sem perspectiva e buscam no estreito de Darién, a chamada “selva da morte”, uma rota rumo aos Estados Unidos.

Crianças yanomamis de regiões tomadas pelo garimpo vivem sofrimentos múltiplos. Enfrentam, ao mesmo tempo, fome, diarrei...
20/01/2024

Crianças yanomamis de regiões tomadas pelo garimpo vivem sofrimentos múltiplos. Enfrentam, ao mesmo tempo, fome, diarreia, malária. Invasores perderam o pudor, e a crise humanitária ganhou escala. Um novo capítulo de “Cerco às aldeias”, na , dá a dimensão da crise.
Eu e Vinicius Sassine fomos à região de Surucucu, epicentro da emergência em saúde, que completa um ano. A crise tem repiques na proporção do avanço dos garimpos; ações do governo Lula são insuficientes; o helicóptero usado para resgate de indígenas no território não para.
Surtos de malária se espalham por diferentes comunidades. Crianças desnutridas correspondem à maior parte dos atendimentos médicos no polo de Surucucu.
O garimpo parece não ter cercado aldeias, mas engolido comunidades. A aldeia Minau foi deslocada: as famílias fugiram para outro espaço na terra indígena, para se verem longe dos garimpeiros. Agora, encaram a malária.
Tudo se passa em área de fronteira, onde há pelotão do Exército. Militares f**am alheios, intencionalmente. A fronteira está porosa: livres, aviões do crime circulam da Venezuela ao Brasil e do Brasil à Venezuela. Uma pista clandestina opera em área cinzenta da fronteira.
A repressão e destruição da logística de exploração de ouro não contam com apoio das Forças Armadas. Na ponta, estão agentes do Ibama, cujos helicópteros têm baixa autonomia de voo em razão da retirada de um entreposto no território para o reabastecimento de aeronaves. Esse entreposto era responsabilidade dos militares.
Mesmo assim, as operações prosseguem. Acompanhamos uma equipe do Ibama que detectou um alerta recente de garimpo, de dezembro, e decidiu fazer uma incursão em área do rio Uraricoera, mais perto da borda da terra indígena.
A equipe usou dois helicópteros. Em terra, encontrou um garimpo com tudo pronto para funcionar: acampamento, mantimentos, motores, geradores, antena de internet, tubulações, mangueiras, jatos e 14 galões abarrotados de combustível.
No território tradicional, os operadores do garimpo agem como se os yanomamis não existissem.

FOME HISTÓRICA- No Nordeste, que tem 63% de seu território formado pelo semiárido, 21% das pessoas convivem com a insegu...
27/12/2023

FOME HISTÓRICA- No Nordeste, que tem 63% de seu território formado pelo semiárido, 21% das pessoas convivem com a insegurança alimentar grave. Isso quer dizer que pouco mais de 12 milhões de nordestinos passam fome, o maior contingente do país, segundo o Inquérito de Segurança Alimentar elaborado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan).
No Piauí, de Betânia —município de 6.000 habitantes e com o segundo pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado—, 1 a cada 3 pessoas (34,3%) passa fome.
Esse cenário só mudou de maneira relevante a partir de 2003, com a implementação da Estratégia Fome Zero, que criou um novo paradigma de política pública voltada à convivência com a seca.
A melhora dos índices, que levaram o país a deixar o Mapa da Fome da ONU em 2014, no entanto, durou pouco. A partir de 2016, houve o desmonte de uma série de programas e um dos impactos sentidos foi no acesso à água, com a desaceleração do Programa de Cisternas, do governo federal. Criado em 2003, ele atingiu seu pico em 2014, com 149,1 mil cisternas construídas. Desde então, foi reduzido drástica e sistematicamente até atingir seu pior desempenho em 2022, com apenas 3,7 mil unidades.
Maria da Conceição Santos, 45, até tem uma cisterna no quintal, mas ela está praticamente vazia. Um de seus 9 filhos, com 7 anos, p**a dentro do tanque de concreto de dois metros de profundidade para raspar o fundo com uma jarra de plástico. É muito pouco.
Nesta época do ano, após a seca mais intensa, é com a água barrenta do pequeno açude que Maria da Conceição cozinha o arroz e o feijão de cada dia. “No dia que tem comida, faz. No dia que não tem, não faz”, resume. Quando o alimento acaba, ela engana o choro dos filhos “com um chazinho”.
“Chego a f**ar dois dias sem colocar uma panela de comida no fogo”, diz, apontando para o fogão à lenha da cozinha sem geladeira. Quando “as tripas f**am tudo tremendo”, ela diz que o jeito é esperar. “Passar fome é f**ar parada. Não dá para fazer nada.” ( texto: )

CERCO ÀS ALDEIAS. A Terra Indígena Sararé, um pequeno território Nambikwara em Mato Grosso, foi  o segundo mais invadido...
20/12/2023

CERCO ÀS ALDEIAS. A Terra Indígena Sararé, um pequeno território Nambikwara em Mato Grosso, foi o segundo mais invadido pelo garimpo em 2023. A pequena estrutura do Estado presente no local não consegue impedir a entrada de invasores. A própria base da Funai, onde f**am 3 funcionários do órgão e 5 policiais da Força Nacional, está localizada a cerca de 1,5 km de um grande garimpo de ouro chamado Fofoquinha, onde estima-se que trabalhem mais de 1.000 homens e funcionem 5 prostíbulos. Esse é apenas um dos muitos garimpos que operam dentro território indígena.
Da base da Funai é possível ouvir o barulho das escavadeiras “ comendo “ a terra e o piseiro tocando nos cabarés.
Os garimpos estão cada vez mais próximos das aldeias e muitos jovens indígenas são cooptados pelos garimpeiros, o que acaba causando conflitos internos e desestruturando as relações na comunidade.
Bem ao lado da aldeia Serra da Borda, que também está cercada pelo garimpo, caminhamos com os indígenas por cerca de 1 quilómetro no meio da mata até encontrar uma grande escavadeira ( chamada no garimpo de PC ) que havia sido enterrada pelos garimpeiros para fugir de uma operação de fiscalização. Apesar da tentativa, os agentes acabaram encontrando e queimaram a máquina. Acompanhamos também uma operação de fiscalização realizada por um agente da Funai com 5 policiais da Força Nacional na borda do garimpo Fofoquinha. Ao lado de um garimpo ativo, entre a pouca vegetação que restava, os agentes encontraram um prostíbulo funcionando. O Bar da Loira.
Eram dois barracões cobertos de lona plástica preta. No primeiro funcionava o bar, onde tinha até palco improvisado com tábuas de madeira e um tronco para realização de pole dance. Debaixo da lona da construção ao lado, oito barracas azuis de nylon ( essas de acampar ), onde as mulheres dormiam e faziam os programas. Quando a abordagem foi feita tinham seis mulheres trabalhando no local sendo uma grávida e duas que pareciam menor de idade. Depois que elas recolheram seus pertences e saíram caminhando o agente da Funai queimou o local.

Famílias ribeirinhas de comunidades próximas ao arquipélago de Anavilhanas são obrigadas a deixarem suas casas e se muda...
19/10/2023

Famílias ribeirinhas de comunidades próximas ao arquipélago de Anavilhanas são obrigadas a deixarem suas casas e se mudarem para canoas as margens do rio Negro em busca de água. A seca extrema nesse ponto da Amazônia, que deixou o rio Negro num nível nunca visto na história recente, vem produzindo deslocamentos forçados, modos de vida e habitação inimagináveis para um lugar tão úmido e tão marcado por cursos d'água. em tempos normais.

SECA NA AMAZÔNIA - Pescador caminha pelo leito seco do rio Solimões próximo a Tefé, Amazonas.
16/10/2023

SECA NA AMAZÔNIA - Pescador caminha pelo leito seco do rio Solimões próximo a Tefé, Amazonas.

CERCO ÀS ALDEIAS - TI MUNDURUKU. Os garimpos roubaram roça, água e saúde de indígenas mundurukus, e seguem em plena ação...
10/10/2023

CERCO ÀS ALDEIAS - TI MUNDURUKU. Os garimpos roubaram roça, água e saúde de indígenas mundurukus, e seguem em plena ação, com trânsito livre de garimpeiros em rios e aldeias. Para a série "Cerco às aldeias", na Folha, eu e Vinícius Sassine fomos à Terra Mundurucu, onde o despejo de mercúrio ganha outra dimensão. As águas do Kabitutu, o rio que dá vida a aldeias populosas, ganharam aparência pastosa; estão enlameadas, em razão da terra revirada por escavadeiras em dezenas de grandes garimpos ilegais. A contaminação por mercúrio se espraiou, assim como malária e diarreia em crianças. Nas aldeias, famílias buscam pajés para respostas sobre a saúde de algumas crianças. Elas têm “retardo mental grave”, “atraso do desenvolvimento psicomotor”, “transtornos globais”, como consta em prontuários. Os casos podem estar associados a intoxicação das mães por mercúrio. Não há investigação sobre os casos dessas crianças, que passam os dias em redes (não falam, não sentam, não brincam). Não há testagem. Não há atendimento médico satisfatório. Para ajuda, é preciso chegar a Santarém (PA). São horas pelo Kabitutu, pelo Tapajós e pela Transamazônica. Mesmo com garimpos em plena operação, com cenário de contaminação e com consequências que precisam ser investigadas, o governo Lula colocou a desintrusão da Terra Mundurucu no meio da lista de prioridades. O Ibama tem um plano pronto. Mas ministérios priorizaram outros territórios. Nos comentários, o ambiente especial da reportagem, que é o segundo capítulo de "Cerco às aldeias".

Manejo do pirarucu na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, próximo a Tefé, na região do Médio Solimões. Pesca a...
19/07/2023

Manejo do pirarucu na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, próximo a Tefé, na região do Médio Solimões. Pesca artesanal realizada de maneira sustentável traz renda para as comunidades ribeirinhas e ajuda a preservar a espécie. Trabalho feito para a , coordenado pela e realizado com o apoio do .

A exploração de petróleo na foz do rio Amazonas pode afetar a pesca artesanal em uma área que é uma das regiões pesqueir...
03/07/2023

A exploração de petróleo na foz do rio Amazonas pode afetar a pesca artesanal em uma área que é uma das regiões pesqueiras mais produtivas do país, que se estende do norte do Pará ao Amapá.
Segundo pescadores artesanais que vivem na vila de Ajuruteua, parte do município de Bragança (PA), já há uma escassez de peixes na região. O problema é reflexo da chamada pesca predatória e da sobrepesca, quando mais animais são retirados do mar sem a intenção de consumo ou para suprir mercados internacionais, como o americano e o chinês.
Se a Petrobras conseguir a autorização para explorar os poços de petróleo na bacia sedimentar da foz do Amazonas, que compreende a margem equatorial, se estendendo por uma área de mais de 350 mil quilômetros quadrados, essa produção pesqueira pode ser ainda mais afetada.

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