13/11/2014
::: Município adquire Foral de Alpedriz :::
Alpedriz recebeu uma importante notícia da parte da Camara Municipal de Alcobaça, com se poder vê no portal online da Câmara em www.cm-alcobaca.pt, deste município que adquire o Foral de Alpedriz na Torre do Tombo em Lisboa, que disse o seguinte:
‘O Município, após ter tido conhecimento da existência do Foral de Alpedriz num antiquário em Lisboa, tomou as diligências necessárias para atestar a sua autenticidade, dado o valor inequívoco deste documento histórico, tanto para o Município de Alcobaça como para a população de Alpedriz (uma das mais antigas Vilas dos Coutos de Alcobaça).
Após vários pareceres, nomeadamente o do Professor Doutor Saul António Gomes (especialista nestas matérias), que atesta a autenticidade do manuscrito como sendo um dos três exemplares originais do foral de Alpedriz outorgado, e formalmente assinado, pelo rei D. Manuel, em Lisboa, a 20 de março de 1515. Nesse sentido, foi deliberado e votado por unanimidade, na reunião pública do executivo camarário, a sua aquisição. Desconhece-se se existe o segundo exemplar original, que pertenceu à Ordem de Avis, conservando-se, no entanto, o terceiro, na Torre do Tombo, em Lisboa.’
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::: Câmara de Alcobaça recupera foral manuelino de Alpedriz :::
A câmara de Alcobaça vai comprar um foral, atribuído pelo rei D. Manuel I à vila de Alpedriz há 500 anos e descoberto pela autarquia entre o espólio de uma antiquário de Lisboa.
"Temos dois pareceres de especialistas que atestam a autenticidade do documento e a câmara decidiu avançar com a compra, por um valor estimado em 13.500 euros", disse à agência Lusa Inês Silva, vereadora da cultura na câmara de Alcobaça (PSD).
O foral foi descoberto num antiquário de Lisboa, sendo um dos três exemplares autênticos assinados por D. Manuel I, e dos quais era até esta descoberta, conhecido apenas o paradeiro de um exemplar que se encontra da Torre do Tombo.
A localidade que se julga ter sido ocupada pelos mouros durante cerca de três séculos (apesar de não haver sinais da sua permanência) foi em 1147 conquistada por D. Afonso Henriques, monarca que em 1150 lhe deu o primeiro foral.
Sede de uma Comenda dada por D. Sancho I à Ordem de Avis, Alpedriz recebeu a 20 de Março de 1515, o "foral novo", através do qual D. Manuel I instituiu o concelho que viria a ser extinto em Novembro de 1836.
O documento, a que a Lusa teve acesso, estabelecia ainda "a jugada" que os lavradores tinham que pagar ao senhorio pelo cultivo das terras, "o oitavo" de vinho produzido, ou a "açougagem" por cada cabeça de gado vendida.
Mas por outro lado, isentava de "portagem" os moradores da vila, ao contrário do que acontecia nos anos em que a vila tinha sido pertença da Ordem de Avis.
A autenticidade do documento foi, segundo a vereadora, "atestada por vários pareceres", entre os quais um de Saul António Gomes, que assegura tratar-se de um exemplar que "pertenceu ao concelho de Alpedriz" e que esteve na posse da respectiva câmara até "finais do primeiro quartel do século XIX".
No parecer, a especialista defende que o foral terá perdido "a encadernação original" que terá sido substituída "por capa de folha de pergaminho cosida", ainda durante o século XIX.
Saúl António Gomes considera ainda que o exemplar em causa "tem valor patrimonial documental relevante", sendo "um dos documentos maiores na história do antigo município de Alpedriz, e hoje em dia, também do concelho de Alcobaça".
A compra do documento mereceu aprovação unânime do executivo municipal e, segundo a vereadora, o mesmo irá ser "guardado na biblioteca municipal, uma vez que na freguesia não há condições de segurança e salvaguarda adequadas".
A freguesia de Alpedriz foi, em 2013, agregada às de Cós e Montes, formando a União das Freguesias de Cós, Alpedriz e Montes, cujo presidente, Álvaro Santo, confirmou à Lusa não ter condições, na antiga junta, "para preservar um documento desta importância".
A um ano das comemorações dos 500 anos do foral, o presidente acredita que o documento irá nessa data "integrar uma exposição comemorativa para toda a população o poder apreciar devidamente".
Lusa/SOL