21/12/2023
A escrita é um afago pra minha alma. Eu gosto de escrever diários, relatos, artigos e até alguns poemas. Mas este não é um texto sobre escrita. É uma reflexão sobre amor, dor e superação.
OTIMISTA
Na jornada do coração, a dor é como a fase inflamatória de uma ferida que não se vê, um ardor profundo que nos envolve por completo. Cada lágrima irriga a ferida da alma, alimentando a esperança do impossível, que é não sentir a própria dor.
Parece que nunca vai passar, mas a intensidade diminui. É preciso de um tempo para respirar e com a calma enxergar as coisas como realmente são. O desdém se torna uma lupa.
Socorrida daquilo que fere, os pensamentos vem como bálsamo para o machucado. A rotina, os amigos, o trabalho, a distância te anestesiam por alguns momentos, horas.
Aos poucos você vai esquecendo. O espaço ora vazio te exige um pouco mais de força para fazer proliferar o amor-proprio. Às vezes esbarramos na ferida e a dor é insuportável, mas à medida que a "casca grossa" se forma, mais rápido ela passa.
Quando você percebe, já sarou. Passou.
O processo de granulação emocional se assemelha à busca incessante por aceitação e cura. Cada passo é uma tentativa de costurar os fragmentos que o tempo deixou para trás. E, finalmente, remodelamos a alma e amadurecemos com o aprendizado. A cicatriz é ao mesmo tempo um testemunho da resiliência e uma lembrança da lição que f**a.
Em cada fase desse processo, descobrimos a força que reside em nós, transformando a dor em uma tapeçaria de superação, por onde seguimos em frente.
Viver é não ter medo de se machucar.