07/11/2021
Em tempos, conheci uma mulher, um certo dia contou - me uma história, a sua história marcou - me tanto que dava por mim, a pedir-lhe uma, outra e outra vez, para que me voltasse a contar a mesma história.
A história passou-se com ela mesma, Lucília, era casada e tinha o sonho de ter uma filha mulher, mas quis o destino, dar - lhe dois filhos homens.
Sem esperar, sendo já os seus filhos homens feitos, apareceu - lhe uma menina na sua vida, a menina seria filha do filho mais novo de Lucília que nasceu de um relacionamento extraconjugal.
A menina, era frágil, vivia em condições de pobreza extrema, chegou mesmo a ir de urgência para o hospital com a vida pendurada por um fio(fome).
Alguém, por pena, chamou aquela mulher (Lucília) e pediu que por favor levasse aquela menina, daquele sítio, pois estava tão frágil , os tempos estavam difíceis e financeiramente seria muito complicado cuidar da menina.
Foi música para os ouvidos de Lucília, sem olhar atrás, nem medir consequências, Lucília pegou na menina, enrolou-a numa manta e levou-a para a sua casa.
Naquele dia, seu coração pulava desgovernado sem saber como iria enfrentar o seu marido com um presente daqueles, Lucília, chegou de táxi, com uma criança ao colo, enrolada numa manta, levantou a cabeça e entrou na sua casa, logo estava o seu marido que a viu com algo no colo e perguntou que trazia ela ali, a sua resposta foi breve e curta, respondendo, - trago aqui uma menina, a nossa menina.
Foi de todos os tempos a melhor história que ouvi, pois era com satisfação que esta história me era contada a meu pedido, a mulher que em tempos conheci, embalava-me nos seus braços nos momentos em que eu mais precisava, e nas noites em que eu tinha mais dificuldade em adormecer, pedia-lhe para ela contar a história da menina que chegou ao colo, mais sabia eu que a menina era eu.