03/08/2023
21 Passados esses acontecimentos, Paulo decidiu, no seu espírito, ir para Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, e projetava: “Depois de haver estado ali, é necessário igualmente que eu veja Roma”. 22 E, enviando à Macedônia dois dos seus cooperadores, Timóteo e Erasto, ficou por mais algum tempo na província da Ásia. Tumulto na assembleia do povo
23 Naquele tempo aconteceu grande alvoroço por causa do Caminho. 24 Um ourives chamado Demétrio, que confeccionava miniaturas de prata do templo de Diana e proporcionava grandes lucros aos artífices, 25 promoveu uma reunião destes com os demais trabalhadores dessa profissão e lhes declarou: “Senhores! Sabeis que deste ofício vem o nosso enriquecimento. 26 E estais observando e ouvindo que não apenas em Éfeso, como também em quase toda a província da Ásia, esse indivíduo Paulo, tem persuadido e alterado o modo de viver de muitas pessoas, afirmando que deuses feitos por mãos humanas não têm poder divino! 27 Ao continuar isso, corremos o risco de ver não apenas nossa arte perder o prestígio que ostenta diante de todos, como também de o templo de a grande deusa Diana cair em descrédito. E mais, de a própria deusa, hoje adorada em toda a província da Ásia e em todo o mundo, ser destituída de sua majestade divina”.
28 Assim que ouviram isso, foram tomados de grande ira e começaram a exclamar: “Grande é a Diana dos efésios!” 29 Rapidamente, toda a cidade foi envolvida por absoluto alvoroço. O povo correu alucinado para o teatro, arrastando os companheiros de ministério de Paulo, os macedônios Gaio e Aristarco. 30 Então, Paulo quis apresentar-se à multidão, mas os discípulos o contiveram. 31 Também alguns dos oficiais religiosos romanos, amigos de Paulo, chegaram a mandar-lhe um recado expresso, rogando-lhe que não se arriscasse a ir ao teatro. 32 A assembleia estava em total confusão. Uns gritavam de uma forma; outros, protestavam de outra. E a maior parte das pessoas, nem sabia ao certo porque estavam concentradas ali. 33 Um grupo saído da multidão julgou que Alexandre fora o causador daquele tumulto, quando os judeus o impeliram para que fosse à frente. Ele, por sua vez, fazia sinal com as mãos, solicitando silêncio ao povo, para que pudesse expressar sua defesa pública. 34 Todavia, assim que perceberam que ele era judeu, todos, a uma só voz, exclamaram durante quase duas horas sem parar: “Grande é a Diana dos efésios!”
35 Então, o secretário geral da cidade acalmou a multidão e ponderou-lhes: “Caros cidadãos efésios! Quem, porventura, desconhece que a cidade de Éfeso é guardiã do templo da grande Ártemis e da sua imagem que caiu de Zeus?” 36 Portanto, considerando que estes acontecimentos são inegáveis, convém que vos aquieteis e nada façais irrefletidamente. 37 Porque estes homens, que aqui trouxestes, não são ladrões de templos, nem tampouco blasfemaram contra nossa deusa. 38 Assim, se Demétrio e os artífices que o acompanham têm alguma queixa contra alguém, os tribunais estão abertos, e há procônsules para isso. Eles que apresentem suas denúncias ali. 39 Contudo, caso haja qualquer outro pleito, este deverá ser decidido em assembleia regular, conforme a lei. 40 Porquanto, da forma como estamos procedendo, corremos o perigo de sermos acusados de perturbar a ordem pública, tendo em vista o tumulto ocorrido hoje. E, neste caso, não nos haveria motivo razoável que pudéssemos alegar para justificar tamanha movimentação do povo”. 41 E, tendo dito isso, desfez a assembleia.
Atos 19