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" O fascismo, às vezes apresentado como nazi-fascismo, é objeto de estudo de historiadores, sociólogos, psicólogos e cie...
23/05/2023

" O fascismo, às vezes apresentado como nazi-fascismo, é objeto de estudo de historiadores, sociólogos, psicólogos e cientistas políticos desde o momento mesmo em que os regimes nazi-fascistas começaram a ascender no mundo europeu. E, embora se possa distinguir o nazismo do fascismo, a rigor, para efeitos de análise, os dois regimes costumam ser pensados juntos como integrantes de um mesmo processo de crítica profunda ao liberalismo que havia, em todo o século xix, regido o mundo ocidental.
Dá-se o nome de fascismo, ou nazi-fascismo, ao fenômeno histórico específico ocorrido no mundo europeu entre 1922 e 1945, o chamado período entre-guerras,
caracterizado pela ascensão de regimes políticos totalitários que se opuseram, ao mesmo tempo, às democracias liberais e ao regime comunista soviético (também este
de caráter totalitário) e cuja repercussão atingiu numerosas Nações que adotaram regimes semelhantes. Há certo consenso entre os pesquisadores de que este fenômeno tem muito a ver com a chamada sociedade de massas e de que ele deve ser situado espacialmente na Alemanha e na Itália. Essa definição espacial tem a vantagem de evitar que regimes apenas autoritários e ditatoriais situados em outras Nações sejam
nomeados erroneamente de fascistas. Assim, a Espanha franquista, o peronismo argentino, a extrema-esquerda no contexto da Guerra Fria e regimes autoritários da América Latina, da Ásia e da África foram definidos erroneamente como fascistas por seus opositores. E tais regimes não são fascistas porque apresentam características específicas ligadas ao contexto histórico em que emergiram."

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos Históricos.2 ed. 2 reimpressão, São Paulo;Contexto,2009,p.141.

Uma das discussões sempre presentes no estudo da história é sobre conjecturas que não ser tornaram reais. Em relação a h...
23/05/2023

Uma das discussões sempre presentes no estudo da história é sobre conjecturas que não ser tornaram reais. Em relação a história do Brasil, vez ou outra, alguém indaga:" e se o Brasil fosse colonizado por ingleses, franceses ou Holandeses?"
O historiador Boris Fausto dedica algumas linhas a essa questão no livro História do Brasil(1995,p.89-90)onde escreve:
"Uma pergunta que sempre surge quando se estuda a presença holandesa no Brasil é a seguinte: o destino do país seria diferente se tivesse ficado mas mãos da Holanda e não de Portugal?
Não há uma resposta segura para essa questão, pois ela envolve uma conjectura que não se tornou real. Quando se compara o governo de Nassau com a rudeza lusa e natureza muitas vezes predatória de sua colonização, a reposta para ser positiva. Mas convém lembrar que Nassau representava apenas uma tendência e a Companhia das Índias Ocidentais outra, mais próxima do estilo do empreendimento colonial português. Vista a questão sob esse ângulo, e quando se constata o que aconteceu nas colônias holandesas da Ásia e das Antilhas, as duvidas crescem. A colonização dependeu menos da nacionalidade do colonizador e mais do tipo de colonização implantado.Os Ingleses,por exemplo,estabeleceram colônias bem diversas nos Estados Unidos e na Jamaica.Nas mãos dos portugueses ou Holandeses,com matizes certamente diversos,o Brasil teria mantido a mesma condição de colônia de exploração no sistema colonial."

O dia 30 de janeiro de 1933,quando Hi**er foi chamado pelo Marechal Hindenburg, presidente da República, para o cargo de...
23/05/2023

O dia 30 de janeiro de 1933,quando Hi**er foi chamado pelo Marechal Hindenburg, presidente da República, para o cargo de chanceler(primeiro ministro),tornou-se data histórica. Mas o que realmente aconteceu naquele dia? Para muitos alemães, foi um dia como os outros. Poucos tiveram a viva impressão da derrota sem batalha que aquilo significava.
Um dos trunfos maiores de Hi**er ,como de Mussolini dez anos antes, foi apresentar-se como um bufão, um imitador de Charles Chaplin ,foi ser palhaço entre os papa-defuntos da classe política legitimada. Como levar a sério o apocalipse anunciado por um comediante, no pior dos números de cabaré?
Hi**er, no essencial, não fazia mistérios de suas intenções e de seu programa ;lançadas à conquista da rua, antes mesmo de janeiro de 1933,suas tropas de assalto desenhavam com marcas de sangue as perspectivas do futuro- e, no entanto, Hi**er não causava medo, verdadeiramente, pois o fim do mundo que ele anunciava, era para imensa maioria dos seu contemporâneos, inconcebível.
O cronista político Raymond Recouly, já em 1931,prevê que Hi**er chegará ao poder logo nas próximas eleições, mas quando evoca o antissemitismo dos nazistas, é para conjurar qualquer perspectiva catastrófica nesses termos: "Além de sua pregação e de suas instigações contra judeus, que talvez não se deva tanto levar para o lado trágico, pois a responsabilidade do poder pode muito bem conduzi-lo a renunciar rapidamente a isso, seu programa comporta uma luta sem tréguas contra os comunistas".
Interessante: como muitos notáveis e conservadores-inclusive judeus -Recouly tende a levar bem mais a sério o programa anticomunista de Hi**er do que seu programa antissemita.
O homem da ordem, secreta ou abertamente esperado, é claramente percebido, o bárbaro e seus progroms anunciados em alto e bom som são banalizados como se tratasse de um simples efeito de retórica.

Alain Brossat. Cenas do fim do mundo. In: Lionel Richard.Berlim,1919-1933:a encarnação extrema da modernidade. Rio de Janeiro,Zahar,1993.

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