29/01/2020
Há 3 meses venho caminhando por este lugar. Há 3 meses venho passando entre segundas e sextas feiras procurando por histórias, muitas vezes com a sensação de não estar descobrindo nenhuma.
Mas certas coisas levam tempo.
E finalmente saí. E toda vez que saio descubro uma história que não é minha. Mas que faz com que a minha se revele em meio a tudo que vejo e ouço. (É impressionante como nossos atos e como nossos fins são sempre nós mesmos, mas esse pedaço é só um devaneio).
Me ocupo desse espaço e falo nele como se fosse meu, sempre percebendo como qualquer coisa, mesmo que pouco fora do comum, altera o cotidiano de quem não tem pra onde ir e nem sabe porque vai.
Minha locomoção é de algumas ruas apenas e há outro mundo pra se perceber, mas que se não fosse por quantidade, poderia se dizer que era a mesma coisa, os mesmos personagens. Mas prossigo.
Sento, deito, me levanto e encontro. E então, me despeço. Sento de novo, deito de novo, me levanto, encontro e me despeço. E uma terceira vez, e uma quarta, quinta, sexta. Quantas vezes é preciso repetir uma ação até que ela seja naturalizada?
Quantas vezes é preciso bater até não sentir mais dor?
(É preciso parar de achar que a pobreza é algo com a qual as pessoas se acostumam. A fome não é algo com a qual as pessoas se acostumam. Ah, tô divagando de novo).
Desacelero o tempo. Desaaaaceleroooo o teeeempo. O tempo, o tempo. Entãovolto. Ouquasevolto. Voltopraesseestadoderotinaconsideradocomum. Voltopraesseestadoderotinaconsideradonormal. Pensandonosjulgamentosquerecaemsobremimepelaformacomaqualeudecidoadministrarmeutempo. Meu tempo. Meu tempo. Sua espera. Meu tempo.
- CONTINUA