24/07/2024
E L E I Ç Ã O 2 0 2 4 E M P A U T A ( LXXIII)
LIÇÃO DA ABSTENÇÃO
Não se sabe se os candidatos a prefeito, quase todos já conhecidos, tiveram tempo e vagar para avaliação cuidadosa das experiências que f**aram da eleição de 2020, quando estiveram em cena duas candidatas que agora voltam a disputar. É o caso, por exemplo, de estudar as tendências do eleitorado minoritário, e como poderiam estar pensando os que o compuseram; e, quatro anos depois, como se sentem ante as questões que mais diretamente interessam ao futuro da cidade.
Mas, esse ainda não é ponto que surge como o mais importante para a reflexão dos candidatos e dos assessores que vão orientar as campanhas. Nessa linha, pode ter grande importância a análise do fenômeno da abstenção no segundo turno do pleito municipal anterior. Os números parecem signif**ativos: 29.12%, o que representou 119.497 eleitores, que não foram definir seu voto entre Margarida Salomão e Wilson Rezende. Não saíram de casa. Há quem opine que tão expressiva ausência deveu-se, em grande parte, ao eleitorado mais idoso, recolhido por temer os riscos da Covid, que grassava naquele ano. Agora, vencido o temor, um contingente expressivo daquele abstencionismo estaria de volta em outubro próximo. Pode ser apenas um palpite, mas merece atenção.
FORA OS EX
Tirante Tarcísio Delgado, que trabalha para a eleição do filho, Júlio, os ex-prefeitos não têm revelado entusiasmo pela campanha eleitoral, no que diz respeito à eleição majoritária. Alberto Bejani cuida, no que pode, para reeleger o filho vereador. José Eduardo, Custódio Mattos, Antônio Almas não expuseram sua preferência. Igualmente Bruno Siqueira, que tem se dedicado a colaborar apenas na organização nacional do Avante.
ROTAS SEPARADAS
Se os ex-prefeitos mantêm-se equidistantes, a mesma observação não é válida para figuras de prestígio no tucanato da cidade. Consta que o ex-vereador Rodrigo Mattos e o ex-secretário jurídico do segundo mandato do prefeito Custódio, Gustavo Vieira, além do ex-presidente do diretório do PSDB, Luiz Eugênio, estão na campanha de Charlles Evangelista, do PL. Numa rota diferente, mensagem da campanha da prefeita Margarida Salomão informa a adesão da ex-vereadora Sueli Reis, que foi do PSDB, partido também de Manoel Barbosa, agora no PSB, apoiando a chapa PT-Marcelo Detoni. Sueli nega participação, empenhada apenas no seu escritório de advocacia.
HERANÇA
Credite-se ao ex-prefeito Alberto Bejani robusta contribuição para a história do socialismo mineiro, particularmente de Juiz de Fora. O presidente do PSB no Estado, deputado Noraldino Júnior, foi secretário de sua administração, como também participou de seu secretariado o empresário Marcelo Detoni, confirmado agora vice-prefeito na chapa petista de Margarida Salomão. Detoni é presidente do partido na cidade.
O PSB tem a filiação do vereador Bejaninho. O que vale dizer: o novo socialismo, ao sopro dos ventos do Paraibuna, inspira-se no bejanismo, uma linha política que pode estar afivelando as malas para voltar ao poder num futuro próximo.
(( A história do socialismo em Juiz de Fora deu um vigoroso salto ideológico. Nos anos 50, e mesmo nos tempos quentes do golpe de 64, suas expressões eram bem diferentes: Irineu Guimarães, Tomás Bernardino, Sílvio Rodeghery, Raimundo Nonato, Lindolfo Hill, Mílton Fernandes, entre os principais ))
UNIÃO BRASIL
O diretório municipal do União Brasil, presidido pelo vereador Antônio Aguiar, aprovou a chapa de candidatos a vereador, em convenção realizada na segunda-feira. Dizia o presidente que foi resultado de um ano de pesquisas e consultas, o que o leva a admitir que é uma lista qualif**ada.
Esse partido tem um detalhe particular: em cidades com mais de 200 mil eleitores, como Juiz de Fora, a escolha do candidato a prefeito tem de passar pelo crivo das executivas estadual e federal. Quanto a nomes a serem analisados, os convencionais mostravam-se divididos. Mas, acertado ficou o apoio a Ione Barbosa, com sugestão de o vice ser o advogado Fernando Fagundes Reis.
FÉ E ESPERANÇA
Levantamento superficial, antes de iniciadas as convenções partidárias, indicava que são cerca de vinte os evangélicos militantes que vão disputar a preferência do eleitorado da cidade neste ano. Quase todos sonhando com a conquista de uma cadeira na Câmara. Quanto à eleição majoritária, a luta nos templos e salões de oração está concentrada na deputada Ione Barbosa, da Batista, e no pastor Gilmar Garbero, da igreja Estrela da Manhã, que vem como vice na chapa de Charlles Evangelista.
MAIS VOTANTES
Concluídos e conferidos os mapas dos mineiros aptos a votar em outubro, o TRE informou que, em dois anos, aumentou em 178.276 o número dos que vão, pela primeira vez, escolher prefeito, vice e vereador. Minas tem agora 16,4 milhões, como segundo colégio eleitoral do país, superado apenas por São Paulo.
Explica-se aí o interesse dos partidos pelas lideranças mineiras, com vistas à sucessão presidencial de 2026.
FORA DE CENA
Além de ex-prefeitos citados, sem participação ativa na campanha eleitoral, há vários ex-deputados também ausentes. É o caso de Sebastião Helvécio, cinco vezes deputado estadual e ex-vice-prefeito. A coluna de Márcio Fagundes, no jornal Estado de Minas, informa que Helvécio, consultor do Banco Mundial, está de viagem marcada para Tadjiquistão, na Ásia Central, onde vai falar sobre tribunal de contas, assunto em que se especializou.
PRIORIDADES
Vereador Marlon Siqueira, que busca a reeleição, tem insistido no discurso que privilegia o desenvolvimento econômico, não apenas como forma de ampliar as riquezas do município, mas também solução concreta para melhorar a empregabilidade e a vida dos que trabalham. Ele considera que é prioritário para Juiz de Fora disputar, com vigor, novos projetos industriais e comerciais.
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Em 25 de julho de 1935, o presidente Getúlio Vargas, que durante 12 dias havia instalado, informalmente, o governo em Juiz de Fora, aproveitou para passear. Esteve no Museu Mariano Procópio, na sede da Quarta Região Militar, conheceu a fábrica de artefatos bélicos, em Benf**a, e visitou as obras de abastecimento de água. Foi o presidente da República que mais esteve na cidade: seis vezes. Em duas oportunidades, 1934 e 1935, fez com que seu ministério viesse despachar na Fazenda São Mateus.