Quero falar te ouvindo.

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20/08/2016

13/11/2015

Um novo conto, um novo instante espero que gostem.

30/09/2015

De tempos em tempos eu preciso do silêncio para abrir caminho pelos impasses que eu delimitei.

08/07/2015

C'est la vie
Respiro fundo, fico sem palavras... meu olhar se perde fico admirando o nada. Minha mente voa vôos caseiros, sou refém do meu ninho, sou pequeno em meu clubinho... sou figurativo, discreto, abaixo do radar, não busco os holofotes, não quero me transmutar! Busco o amor em tons discretos, às vezes cinzas às vezes opacas, às vezes tons desprovidos de reflexos. Apaixonado canto, entristecido canto, enamorado canto, e quando estou mudo é porque a vida segue sem encanto... meu teclado não me obedece, eu digo: seja! ele diz: poderia..., eu digo: quero! ele escreve: você gostaria... eu digo: vida! ele diz calmaria... eu digo: pare... ele diz: ousadia... faço contas de meus sonhos, perdi a contagem sonhando! Quero realizar meus anseios, mas estou cansado, vivendo meu acordar! Vou dormir agora, na esperança de acordar, queria dormir agora sem ter hora para parar de sonhar... mas de que servem os sonhos alguém um dia disse? Se são bons acabam, se são ruins nos fazem sofrem... mas não ligo gosto deles ilusórios ou não, realizados ou não! Sou parte de meus sonhos, sou parte de minhas crenças, sou parte de quem amo, sou partes, de um todo, que ainda tem partes a descobrir, sonho mesmo, prefiro assim, se desisti de meus sonhos, perco parte de mim... C'est la vie
Alexandre C. Cunha

30/04/2015

Texto Maravilhoso de minha digníssima esposa. Vale muito apena ler. Compartilhando outros momentos...

"Eu tentei, eu quis, eu permiti. Busquei novas nuances pra colorir o meu destino. Mas já dizia o poeta: É na frivolidade do tempo, que traçamos o alicerce de quem somos. Estou de volta, não ao ponto de partida, mas àquilo que habituei a chamar de eu. E no breve instante em que saí de mim, entendi o motivo de querer voltar. Não por ser um lugar seguro, porque seguro, nunca foi a palavra, mas por ser a melhor de todas as minhas moradas... e não há nada que se compare, a uma vez regressa, entender o por quê de querer ficar. E nessas idas e vindas, entendi que grandes são só mesmo as coisas, como dizia Marley. Mas entendi também, que a decepção sempre se fará presente, e que é preciso perdoar. Perdoar quem amamos, perdoar quem apenas gostamos, perdoar quem não se dá conta do quanto é refém de si, e não consegue mudar. Assim, encerro esse breve devaneio, me despedindo das amarras do pensamento e dessa vez, me permitindo apenas transbordar..."

Vanessa Campos

28/04/2015

As vezes nada da muito certo, as vezes planos são desfeitos pela imprevisibilidade do destino. Ai é necessário improvisar uma saída para não perder o foco. Ou voltar para o inicio e remar tudo de novo... mas o pior de recomeçar é pensar que se está fazendo tudo novamente, vivendo novamente o erro que passou por você. As vezes quero chutar o recomeçar e só replanejar! Mudar de rota, seguir nova estrada, enfrentar novos problemas e começar em outro eu... mas meu eu em novo caminho ou recomeçando é apenas eu! Com todos os meus enganos e meus acertos, com todas as minhas lágrimas e meus sorrisos! Mudar os ventos é bom, mas não dá para fugir da luta toda vez que eu cair! Não quero fugir dos olhares que insistem em me diminuir, eu quero ser novo sim, mas não posso apagar quem eu já construí. Minha vida não é LEGO! Não dá pra desconstruir minhas bases e apenas fingir que posso ser um novo avatar! Eu sou meus defeitos, mas sou meus acertos, não tenho medo de mudar de opinião, mas também não posso apagar as perguntas que já tive coragem de absorver do outro para mim! Eu vou recomeçar em cada imprevisibilidade, em cada intensidade em cada estrada que os ventos do destino soprarem em mim...

Momentos 28/04/2015.

09/03/2015

Viva suas reticências...

24/10/2014

Timeline Photos

16/10/2014

MEDO

A garganta seca,
Os olhos fechando,
Eu tenho medo...
Separo os instantes
Divido em desejos
Primeiro eu bebo!
Segundo eu durmo!
E terceiro?
Eu tenho medo...

A.C.CUNHA

15/10/2014

Lugar onde tudo se esquece...

Eu quis mudar o curso do vento
Então parei em sua frente de braços abertos e me posicionei
O vento riu de minha ousadia, e por entre minhas brechas
Ele se desfez... ..Então pedi a Deus que tapasse os espaços
Que havia em baixo de meus braços
E como camadas de esperanças
Foi se moldando asas pela minha superfície
E o vento admirado de minha pobre afoiteza
Se inflou em minhas asas com força e sutileza
E ele se deteve por baixo de minha pretensão
Eu que não me contive e fui alçado do chão!!!
E em contato com o vento,
Liberto de minhas arrogâncias
Transcendia o céu de possibilidades
E voava como uma criança!
E o vento agora meu amigo que a nada obedece!
Me guiava para o desconhecido
Para o lugar onde tudo se esquece...
Alexandre C. Cunha

17/09/2014

As vezes temos que nos permitir...
Ótimo fim de Noite.

11/09/2014

SALA DE ESPERA
Havia uma copia da Mona Lisa na parede do consultório médico. Nunca consegui entender Mona Lisa! Mas quando se espera o resultado de uma biopsia, o tempo parece redirecionar nossas prioridades. Aquele sorriso que aparentemente dizia muita coisa, destoava das expressões pouco elucidativas que pairavam naquela sala branca de sofá confortável, e musica suave ao fundo. Precisava saber o resultado dos exames! Precisava saber o que fazer de minha vida. Eu sentia medo do acaso, do agora, da Mona Lisa, da serenidade que prediz a morte! Eu sentia medo do medo que podia sentir se soubesse que algo quebraria os planos de futuro que romanticamente escolhi para mim! Mas já estava cansada daquela história! Cansada de esperar pelo incerto, de olhar para a Mona Lisa e ao mesmo tempo fingir não saber que a recepcionista do balcão a minha frente jogava paciência enquanto esperava algo de novo acontecer. Eu queria sair correndo pela rua e viver minha vida sem me preocupar com a tolice do resultado que mataria minha displicência. Eu queria a fuga do cuidado e a morte dos descuidados. Eu queria descobrir que tinha vida antes de descobrir que iria perdê-la!!! Eu queria fugir de quem era e ser parte de quem produzi na infância! Queria subir nas arvore e...
Um suave barulho espanta meus anseios, era a porta da sala do Drº Carlos Toledo se abrindo e ele fortemente chamando:
-MARIA DE FÁTIMA! (A voz alta do médico ressoava) MARIA DE FÁTIMA! (A repetição matava meus desejos). MARIA DE FATIMA AZEVEDO! (esse terceiro chamado me trouxe de volta a realidade do medo da sala de espera!).
Maria de Fátima parecia só ter despertado também após o terceiro chamado, pois se levantou como se estivesse em outro espaço-tempo. E nenhuma das mulheres que na sala estavam ousaram sequer recriminá-la, pois todas estávamos mesmo em outro contexto até aquele momento. Éramos quatro mulheres na sala de espera da clinica do Dr° Carlos Toledo. Maria de Fátima era a primeira e eu era a ultima. Mas saber que em alguns instantes, fatidicamente seria eu, me fez ter certeza que meus devaneios se misturavam com a constatação que fugir dali era apenas uma fantasia de menina. Aquela voz pálida do Dr° Carlos Toledo transformava sofrimento e alivio alheios em apenas rotina de sua vida! Porem o que anestesiava o médico era para mim quase uma prisão de futuros! Foi então que Debrucei meus olhos sobre as duas jovens senhoras que estavam na minha frente. E sem muito esforço percebi que ambas estavam na mesma agonia, pois os olhares eram idênticos, nós nos entendíamos como casais de apaixonados em sintonia, contudo a ironia daquela cena era que a cumplicidade e a repulsa pela semelhança das histórias criava em cada mulher, naquela sala, um silencio intransponível que nos causava imensa dor... A distância dos corpos indicava que ambas não queriam conversa, e a solidão de cada uma, mostrava que aquilo era algo para se resolver sozinha, mas a angustia que sentíamos era um único conjunto que inconscientemente criava a intersecção de nossas incertezas.
Novamente o som da porta da sala se faz presente, só que dessa vez
A porta abre com certa rapidez e com a mesma disposição do abrir da porta, Dr° Carlos Toledo, chama:
- Dayse Gomes! (A voz pálida de Carlos criava náuseas em mim!).
E antes que Dayse entrasse na sala das respostas, saia de lá Maria de Fátima, apressada, entristecida. Nossos olhares aflitos buscavam em Maria um contato de retorno, porém Maria ao sair do consultório demonstrava o mesmo olhar flutuante e sem resposta que nós carregávamos. A diferença que o dela era um olhar de quem parte para vida sem saber se a vida partiria dela, ou se seguiria a imprevisibilidade do destino! E eu tinha mais medo da continuidade daquele olhar do que da resposta negra do doutor Carlos Toledo. Carlos Toledo era o mensageiro da morte, criava em mim uma estranha sensação que estava nua de minhas forças! E aos braços de um desconhecido Doutor. Era como se no tear do destino ele fosse à mão que cortaria a linha de meu progresso ou apenas reforçaria o delicado fio que segue pelo fluxo dos meus dias!!! Maria já tinha cruzado a porta do adeus, e entre a espera e a realidade restaram na sala apenas Flavia e eu. Sabia seu nome, pois ouvi a recepcionista dizer que ela seria a próxima. Flavia se retorcia na cadeira era pura ansiedade. Não sabia se olhava para o teto, se olhava para a porta, se roia as unhas, se mexia no celular ou se buscava abrigo em mim. Ela me olhava com um sorriso fechado, os olhos marejados do medo de viver para ouvir que poderia morrer! E o engraçado da dor que se molda em outros rostos é que enquanto via Flavia brigar com tempo para não sair dali correndo, esqueci por alguns instantes minhas próprias mazelas, pois sua angustia me anestesiava de tal forma que queria amenizar a dor que ela sentia tentando ser menos duvidas e mais certezas. “Este é o que considero a verdadeira generosidade. Você da tudo de si e ainda sente como se não lhe tivesse custado nada”, Simone de Beauvoir se Declamava na minha cabeça e até que aquela frase fazia sentido, pois me afastei de meu labirinto pessoal para me dar a Flavia. E na explosão da vontade de dizer algo:
Novamente a porta se abre, só que dessa vez com muita delicadeza e para segui seu fluxo de trabalho, Doutor Carlos Toledo, vem até a porta e com uma voz calma chama:
FLAVIA MONTEIRO! (Dizia o desanimado DR° Carlos encostado na porta).
A voz do mensageiro da desgraça acabara com toda minha fragilizada benevolência em me doar. E para levar de vez a pouca paz que conquistei, o olhar de Dayse denunciava o pior! Não eram as lagrimas que denunciavam, mas a falsa serenidade de quem queria voltar no tempo e não descobrir que a duvida virara pesadelo! Seu ar de tudo bem era contraposto com o andar arrastado, de quem cambaleante havia dito a vida que iria partir! A tranqüilidade mórbida de Dayse desestabilizou Flavia de tal forma que em prantos ela gritava:
EU NÃO QUERO MORRER!!! (desfeita de forças a jovem moça perde seu equilíbrio), EU QUERO TER FILHOS! (ajoelhada ao chão buscava a voz mais alta que tinha), EU QUERO CASAR! (a voz gradativamente ia baixando) EU QUERO MINHA VIDA!(as lagrimas de Flavia falaram por si.)
E ao se jogar no chão em puro destempero emocional, acudida pela recepcionista, não muito espantada, e pelo menos espantado ainda Calos Toledo, foi se levantando de seu pranto, ao mesmo tempo em que ao ouvido Dr° Toledo dizia-lhe algo que mudaria seu comportamento. Quase que um encanto a mulheres a beira de um ataque de nervos.
E a pobre Dayse meio que dopada acompanhava toda aquela cena, e com um leve movimento de cabeça vira o rosto em minha direção e diz:
- A vida não segue uma regra! Não acha? (não sei descrever a expressão de Dayse, era apenas muita dor)
E eu espantada novamente com a necessidade de falar algo a alguém que não tem nada para ouvir, caladamente incentivei a continuar:
-Quer ouvir uma coisa engraçada? (Ela tinha um leve sorriso desesperador no rosto.)
Calei-me com o humor desajustado do destino. E na explosão suave de quem perdeu o elo com a vida, ela sussurra em minha direção:
- Estou grávida! (novamente não sei descrever aquela expressão)
Risadas baixinhas acompanharam seu sussurro e com aquela cena de tragédia teatral, Dayse se perde pela porta como se aquela noticia não fosse de nenhuma valia. Mesmo a recepcionista fria e acostumada, engoliu seca sua amargura goela abaixo e tonteou por alguns instantes frente aquele desabafo desesperador.
E eu na solidão da sala vazia, ainda não recuperada da confissão que ouvira, eu me dava conta que a próxima a ser conduzida ao confessionário do medo seria eu! E por algum irônico toque do destino, nenhuma mulher entrou pela porta depois que Dayse se despiu e saiu! E eu ainda nua, era alvejada pelo desprezo conformista da recepcionista que conduzia as horas naquele ambiente com tanta maestria que parecíamos estar em temporalidades diferentes. A dor não me feria, mas eu suava pelos poros da alma o gélido liquido do não saber! Não sabia o que pensar, não sabia o que deixar, não sabia o que levar, não sabia o que encontrar em mim para que acelerasse o medo ou a coragem ao ponto de produzir algo melhor que meus angustiantes momentos de silêncios! Que não paravam de criar espasmos em minha cabeça. Como se o silencio da morte revelasse que as vozes do passado não representam nada alem de fumaça, e que por outro lado o silencio do desconhecido produzia uma explosão tão ensurdecedora em minha psique, que a loucura era a amiga mais próxima que eu podia dividir meus anseios naquele terrível lugar. Eu pensei em ligar para alguém e dividir meus insólitos pensamentos, eu pensei em ligar e chorar cada lagrima insana que carrego no peito, mas nada se conectava em minhas vontades, eu era refém da loucura, da recepcionista, da Mona Lisa, do médico imbecil! Que decidiu viver para me servir de mensageiro da desgraça que poderia levar minha vida! Não me interessava se o imbecil podia salvar minha vida, naquela hora tudo que eu queria é que ele nem existisse, que aquele lugar não coexistisse no medo que sentia! Que tudo retrocedesse ao ponto que eu apenas pudesse ser um elo qualquer do inestimável milagre que é viver sem ter ideia do que pode acontecer... E finalmente o rio de lagrimas represado em mim se rompe, e começo a deixar que as águas resfriem o furor que queimava em meu rosto, e começo a me conectar com o instante e paro de navegar entre os tempos, entre os mundos, que vivi ou pensei em viver! Eu era a lagrima do agora, chorando por fora, sofrendo por dentro, criando camadas para suportar o devir do incerto, disposta a ver beleza em minha fragilidade nua e me revestir com toda delicadeza forte que sempre se abrigou dentro de mim...
E o som da porta da sala dá o tom da musica que estava disposta a orquestrar.
E lentamente eu vejo Flavia saindo, e o milagre acontece. O desespero anterior daquela pobre menina rica era passado, pois nada parecia ter acontecido! Rapidamente ela em altiva felicidade, pega o telefone da bolsa e liga quase que discando o numero ao vento e pronta para dizer ao destino, que estava pronta para reencontrar com a vida! E ela me olha, sentada, cansada e decidida e... Sorri! Sorri em minha direção com um suave piscar de olhos, e de forma gloriosa, ela não se mede, não cabe em si. Ela se credita! Ela se prioriza! Ela irradia felicidade!!! E sai com a esperança e deixa tanto rastro, que posso até usurpar um pouco daquele momento belo para mim. Mas em contra ponto preciso deixar que Flavia parta com sua alegria, para reescrever minha história naquela sala de espera! O homem do jaleco branco com o nome bordado no bolso me esperava junto à porta e em voz baixa dizia: - Sofia!
E a reorganização do tempo me transmutava, pois via tudo com uma lentidão de movimentos tão densa, que quase podia remodelar o ar! E caminhando em direção a porta aberta do Drº Carlos Toledo, em serena tranquilidade, pude perceber finalmente que estava dialogando com o destino, pois meu agora era eterno! E minhas efêmeras esperanças de futuro eram apenas vontades, eram apenas prisões de possibilidades que não traduziam nada de mim! E no entrar na sala e ouvir a porta batendo atrás de mim! Descobri que estava morta! Não! Descobri que estava viva! Sim! Descobri que teria vida para viver apenas um momento, um breve momento de cada vez...

Alexandre Campos da Cunha.

22/07/2014

Conversas e poesia.

Me deixa deitar no divã de palavras, e entre os meus medos e minhas angustias ouvir tua voz dizer: “Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.” Mas como pensar assim se a alma me angustia, se a vida me solicita e se dor me empurra contra a parede? Como modelar meus sonhos? E no abaixar do rosto e no olhar por cima dos óculos a poesia vem me dizer: “Todo conhecimento começa com o sonho. O sonho nada mais é que a aventura pelo mar desconhecido, em busca da terra sonhada. Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. Como mestre só posso então lhe dizer uma coisa. Conte-me os seus sonhos para que sonhemos juntos.” E nesse instante me desarma de minhas angustias, e minha mente figurativa viaja para perto de sua inquieta sabedoria, me permito te ouvir em tons suaves, vejo cor em suas palavras, quero a brisa, quero o fogo, quero a vida de teus instantes. E num sorriso discreto resolve me contar uma história: “...Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.”
Mas que pedra mestre? Como passar a pedra que se multiplica por minhas estradas, por minhas palavras, por minha necessidade de ser? E numa explosão disse: “Uma vez que você tenha experimentado voar, você andará pela terra com seus olhos voltados para céu, pois lá você esteve e para lá você desejará voltar.” E continuou: “Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.” E pela primeira vez me senti pequeno, mas fiquei feliz por isso, e que meu pescoço doa pelo resto dos dias de tanto buscar nas nuvens desejo de voltar. Então levanto do divã das palavras e seu rosto se multiplica, e no devir desencontrado vejo Clarice, vejo Rubem, vejo Carlos, vejo Leonardo, vejo Friedrich, vejo poesia atemporal entre meus instantes, entre minhas lagrimas, congestionada em mim.

Alexandre C. Cunha

07/07/2014

Quero falar te ouvindo.

Quando não vejo nada...
Quando não vejo nada, nem pela janela de casa, nem pela janela da alma, sinto que quebrei minha relação com o tempo.
Quando não vejo nada, nem pelos cantos da casa, nem pelos cantos da vida, sinto que deixei de ter certezas se as lagrimas são minhas amigas, ou se elas apenas me abandonam por me conhecer demais...
Quando não vejo nada, seja no escuro do quarto ou na claridade do dia, acho que as meninas dos olhos me deixaram apenas só, com minha dor.
Quando não vejo mais nada, as palavras perdem a simplicidade, tudo é menos, e menos é intensidade e só significa imensidão...
Quando não vejo mais nada, nada é tão fundo, tudo é tão pouco, muito é tão único e único é apenas um momento no tempo que queria verter...
Quando não vejo mais nada, é por que nesse momento não tenho mais nada que quero ver.....mas que seja apenas um momento.
Alexandre C. Cunha

07/07/2014

Quando não vejo nada...
Quando não vejo nada, nem pela janela de casa, nem pela janela da alma, sinto que quebrei minha relação com o tempo.
Quando não vejo nada, nem pelos cantos da casa, nem pelos cantos da vida, sinto que deixei de ter certezas se as lagrimas são minhas amigas, ou se elas apenas me abandonam por me conhecer demais...
Quando não vejo nada, seja no escuro do quarto ou na claridade do dia, acho que as meninas dos olhos me deixaram apenas só, com minha dor.
Quando não vejo mais nada, as palavras perdem a simplicidade, tudo é menos, e menos é intensidade e só significa imensidão...
Quando não vejo mais nada, nada é tão fundo, tudo é tão pouco, muito é tão único e único é apenas um momento no tempo que queria verter...
Quando não vejo mais nada, é por que nesse momento não tenho mais nada que quero ver.....mas que seja apenas um momento.
Alexandre C. Cunha

11/06/2014

O BALDE

EU VI UM BALDE VAZIO
E ELE SORRIA PRA MIM
COM SUA BOCA ABERTA
ELE SORRIA DE MIM

E EU SORRIA DE VOLTA
ACHANDO GRAÇA DA VIDA
A BOCA ABERTA DO BALDE
COM A BOCA ABERTA MINHA

BOCA ABERTA FECHADA
BOQUIABERTO POR SEGUIR EM FRENTE
ESVAZIANDO O BALDE DO ACUMULO
EU TRANSBORDEI PRA FORA DA MENTE

O BALDE SORRIA PARADO
E EU SORRIA CALADO
A BOCA ABERTA DO BALDE
ACHAVA TUDO ENGRAÇADO

ENGRAÇADO NÃO TER CERTEZA
ENGRAÇADO NÃO TER MOTIVO
ENGRAÇADO TRANSBORDAR DO MEDO
ENGRAÇADO SORRIR SOZNHO

EU VIA O BALDE VAZIO
TRANSBORDANDO SILENCIO DIVERTIDO
EU VI MINHAS PALAVRAS CESSAREM
TRANSBORDAREM AS MARGENS DO RIO

LIBERTO O BALDE VAZIO
SORRIA COM SUA BOCA ABERTA
LIBERTO O POETA INQUIETO
TRANSBORDANTE DE PALAVRAS QUIETAS
LINDO! OLHA! O SILENCIO...

01/06/2014

Quero falar te ouvindo.

Vontade de chorar...

Às vezes bate desespero, vontade não querer acordar, desejo de desistir, não da vida, mas de parte da vida que não faz sentido, que consome alma, espírito e disposição! As lagrima são tão densas que consomem a clareza ou mesmo a vontade e lutar, e então... apenas continuamos! Nem desistimos, nem enfrentamos, apenas empurramos com a barriga, arrastamos com as pernas, desprendemos energia tamanha para só ganhar o dia, e sem a sensação de vitória ao final dele. E o pior de tudo é que ninguém entende isso, pois é tão pessoal e contraditório em nós, que parece não fazer sentido quando tentamos explicar ou mesmo demonstrar. Às vezes tudo que queremos é “ um vão para se esconder...” como diria Ana Carolina...
Mas entre lagrimas e desespero, deixamos de entender algo muito simples nessa equação da dor. Nenhum resultado acontece sem tentar! Nenhuma mudança acontece seguindo o mesmo caminho que conduz ao erro, nada pode ser diferente se fizermos sempre a mesma coisa! Não existe milagre sem oração, não existe resposta sem pergunta, não existe solução sem a disposição de solucionar o problema. A dor muita das vezes cria em nós um sentimento de aconchego do mal, estamos protegidos em nosso casulo de incerteza, só nós sentimos, só nós choramos, só nós entendemos, só nós pensamos... só que o problema disso tudo é simples, só e somente nós temos o que precisamos para mudar. E o pior ou o melhor disso tudo é que não existe caminho fácil para essa mudança, no processo de fazer diferente a probabilidade de causar mais dor é muito grande, mas o que acontece com tanta dor é que aprendemos a lidar com ela e com o passar do tempo sentimos menos e com mais tempo ainda vencemos e quando olhamos para trás pensamos porque perdi tanto tempo sem fazer nada para mudar? E mudar não é fugir, mudar é fazer diferente ainda que o mínimo, mas diferente. Mudar é muitas vezes recomeçar, ou aprender a começar! Ta difícil mude nem que seja hoje 10% do que faz e vá aumentando e se nada acontecer continua mudando, continua tentando, continua nadando que vai chegar uma hora, que a dor vai desistir de você... apenas uma reflexão.

01/06/2014

Vontade de chorar...

Às vezes bate desespero, vontade não querer acordar, desejo de desistir, não da vida, mas de parte da vida que não faz sentido, que consome alma, espírito e disposição! As lagrima são tão densas que consomem a clareza ou mesmo a vontade e lutar, e então... apenas continuamos! Nem desistimos, nem enfrentamos, apenas empurramos com a barriga, arrastamos com as pernas, desprendemos energia tamanha para só ganhar o dia, e sem a sensação de vitória ao final dele. E o pior de tudo é que ninguém entende isso, pois é tão pessoal e contraditório em nós, que parece não fazer sentido quando tentamos explicar ou mesmo demonstrar. Às vezes tudo que queremos é “ um vão para se esconder...” como diria Ana Carolina...
Mas entre lagrimas e desespero, deixamos de entender algo muito simples nessa equação da dor. Nenhum resultado acontece sem tentar! Nenhuma mudança acontece seguindo o mesmo caminho que conduz ao erro, nada pode ser diferente se fizermos sempre a mesma coisa! Não existe milagre sem oração, não existe resposta sem pergunta, não existe solução sem a disposição de solucionar o problema. A dor muita das vezes cria em nós um sentimento de aconchego do mal, estamos protegidos em nosso casulo de incerteza, só nós sentimos, só nós choramos, só nós entendemos, só nós pensamos... só que o problema disso tudo é simples, só e somente nós temos o que precisamos para mudar. E o pior ou o melhor disso tudo é que não existe caminho fácil para essa mudança, no processo de fazer diferente a probabilidade de causar mais dor é muito grande, mas o que acontece com tanta dor é que aprendemos a lidar com ela e com o passar do tempo sentimos menos e com mais tempo ainda vencemos e quando olhamos para trás pensamos porque perdi tanto tempo sem fazer nada para mudar? E mudar não é fugir, mudar é fazer diferente ainda que o mínimo, mas diferente. Mudar é muitas vezes recomeçar, ou aprender a começar! Ta difícil mude nem que seja hoje 10% do que faz e vá aumentando e se nada acontecer continua mudando, continua tentando, continua nadando que vai chegar uma hora, que a dor vai desistir de você... apenas uma reflexão.

17/04/2014

SONHOS DE AREIA

Foi caminhar na praia, com lagrima nos olhos e pesar sobre os ombros, sofria, pois acabara de ser demitida, ansiosa como seriam os dias seguintes andava sem rumo, com os olhos fitos na imensidão do mar sentou-se na areia, com a roupa do antigo trabalho e sapatos em uma das mão, desabou! E entre lagrimas e desespero, e pensamentos nada organizados, abriu-se uma janela diante seus olhos, eram as lembranças do passado. O sonho de menina de construir um castelo de areia. Determinada e disposta a metaforizar a vida fez um traço na areia cavou uma cova em forma de circulo pra só depois começar a construir. Pisando na terra, para deixar a base firme, definiu que ali naquele circulo transformaria areia em sonho, quase que uma montanha de areia, lágrimas e aflição. Começou a levantar seu monobloco, mas as lagrimas que minavam de seus olhos não eram o suficiente para sustentar seu projeto de castelo, precisava de mais água.
Sofia tinha medo do mar, talvez a imensidão do mar lhe causa-se mais solidão, ou talvez ela tinha medo do mar pois ele carregava tudo e até mesmo carregava os sonhos pro meio do nada. Mas naquele momento ela não ia deixá-lo destruir o que ainda não tinha nem construído. Destemida foi até o mar, calça Jeans na canela, água nos pés, medo nos olhos, e passos fundos na areia ela caminhou até água salgada. As ondas batiam forte, e o ir e vir do mar fazia ela lembrar das palavras de sua mãe: “-Cuidado filha areia não tem cabelo!”. Mesmo assim ia Sofia com uma garrafinha de água em mãos, deixada por algum mal educado, pegar água salgada não tão perto da orla, mais para o meio, onde água era mais água e o mar era mais dono de tudo. Ela caminhava, caminhava devagarzinho, com medo de ser puxada, com medo de ser molhada. Caminhava enquanto a onda batia em suas pernas e espirava água, ela se retorcia de agonia da água gelada e salgada violando seu corpo queimado de sol e de amargura, porém quanto mais ela caminhava menos ela se retorcia, quase que se entregando as caricias do mar que a conduzia para seus domínios, onde a água tinha menos areia e onde o mar era menos camarada. E no ponto exato de pegar água limpinha ela se jogou de corpo, suor e areia aos encantos do mar, deixou ser tomada pela força do banho mais renovador que conhecia. Ela mergulhou vestida, mas entregue, nua de pudor, aos deleites do mar. E se envolveu tanto que quase deixou para trás a garrafinha. O desejo de se aproximar cada vez mais fundo do mar só era refreado pelo medo e a certeza que não saber nadar criava nela um certo respeito ao perigoso mar. Então ela voltou contrariada para areia salgada e quente. Ela caminhava de volta, porém sem mais pudor do mar salgado salpicando em seu rosto, mas ainda assim precisava sair, pois já tinha sua água, já tinha seu motivo. Então caminhava a passos largos, porém delicados até o calor e quando saiu sentiu o peso da gravidade voltar ao seu corpo, com as roupas pesadas e a pele molhada, foi ela embora, pois tudo o que ela queria naquele agora era se sentar para começar a construir seu castelo de areia...
Sofia senta, com as roupas pesadas, alma lavada e loucura no olhar. Ela vai levantando com as mãos na areia úmida sua pirâmide de infinita partes, de incontáveis tristezas e uma pequena porção de ser. O mar grita em seus ouvidos, o vento uiva em sua pele, porém o monte de areia, agua e sofrimento está de pé. mas ainda não é um castelo, observa Sofia desconfiada, talvez por pensar que do jeito que estava aquele projeto seria facilmente sub julgado, seria facilmente consumido pela força do mar. Não! nem de longe aquilo parecia um castelo, do jeito que estava Sofia sabia que não poderia usar a coroa de rainha louca e reinar sobre cabeças degoladas das angustias que ansiava condenar. Então com uma pazinha de sorvete e sua garrafinha de agua do mar, começa a dar forma de castelo ao amontoado de areia e querer. Ela vai modelando os dentes da torre, sete dentes que rodeiam sua construção. Ela quer a fuga da morte, pretende transformar a pirâmide que a aprisiona e transforma-la em sua morada. Ela quer reescrever sua sorte, fugir do fim e se abrigar no agora, onde pode reinar sem pensar no por vir. Ela vai dando forma cilíndrica ao monte e com cuidado vai modelando, rodeando e formando o que antes era apenas um monte de porquês. já está ali por horas e todos em sua volta despejam sobre ela olhares de desdém, mas nesse instante Sofia deixou de ser plebeia e apenas reina sobre a ideia que viver o instante é tudo que ela pode fazer. Está pronto! Observa criticamente seu projeto, e então percebe que precisa abrir janelas, aquelas janelas que interagem com a alma e dialogam com o pensar. Sim ela precisa abrir janelas em seu castelo e com a pazinha vai modelando varias janelas em sua torre de areia e sonhos. Mas a inquietude perfeccionista de Sofia lhe alerta que aquele quase castelo precisa de um largo portão, pois em algum instante do espaço temporal o mar vai reivindicar seu castelo, e ela precisará sair do agora com sua loucura e seus sonhos para outro instante, pra outro contexto além dali. Então com pesar Sofia abre um imenso portão deixando que a loucura tenha sua rota de fuga, deixando que o agora ficasse a vontade para partir. Já é fim de tarde, Sofia sente o frio do vento a convidando a ir. O mar se aproxima com seu exercito de ondas disposto a tomar tudo de volta, mas ao olhar seu projeto terminado Sofia percebe que já não existe mais reinado, pois o castelo pronto deixou de ser dela. E entre o mar e o já vazio castelo se despede com um sorriso, e sai caminhado de encontro ao fim do dia deixando seu nobre castelo ao seu prórpio mal...

Alexandre C. Cunha

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