30/03/2020
“𝐄𝐬𝐭𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐧𝐮𝐦𝐚 𝐠𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚 𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐢𝐧𝐢𝐦𝐢𝐠𝐨 𝐧ã𝐨 𝐟𝐚𝐳 𝐛𝐚𝐫𝐮𝐥𝐡𝐨.”
O último dia do festival, , ficou marcado pela presença de António Serafim (), António Raminhos () acompanhado de Luís Filipe Borges (), Glimario Vembo () e Rui Zink (.zink).
Diretamente do Alentejo, chegou até nós António Serafim. Passava pouco das 21 horas, quando o comediante invadiu o Instagram, provocando inúmeras gargalhadas e likes por parte dos seguidores. Desde conversas sobre a inteligência da mulher, piadas sobre cabras até às aventuras da rádio, à qual pertenceu quando era mais jovem, não faltou comédia à mistura.
Durante o espetáculo, apresentou ainda as suas mascotes e os seus peluches em forma vegetais e frutas, que o acompanham ao longo da sua tour. No final do direto, devido à escolha das mascotes, deixou apenas uma mensagem clara aos seus seguidores, “na hora da compra, experimentem ler os rótulos para perceber o quão são enganados.”
Raminhos e Luís Filipe Borges, amigos há cerca de 16 anos, começaram já o seu espetáculo às gargalhadas. “Isto é o festival rir em casa. Portanto, vamos todos começar a rir. Prontos já está e até amanhã.” Como seria de esperar a comédia não terminou por aqui.
Logo de seguida, anunciaram os dois temas em que a conversa iria incidir: o que estar em casa permitiu aos dois comediantes realizar e o que irão fazer mal se consigam livrar da pandemia do COVID-19.
No que toca ao primeiro tema, Luís Filipe Borges admitiu que já tinha arrumado a arrecadação e até pensado sobre o tema de uma nova rúbrica. Como conclusão final, ambos demonstraram o desejo de visitar os Açores, de forma a matar as saudades do ambiente, local de mil aventuras entre os dois.
De seguida, entrou em cena Gilmario Vemba. Desde o início, fez questão de falar apenas para as pessoas mais “paniquentas” com o vírus. “Não posso fazer um live e tossir que as pessoas ligam logo para o número de emergência.” No entanto, admitiu que percebe o pânico, desde o momento em que “estamos numa guerra em que o inimigo não faz barulho” e que as pessoas não estão consciencializadas que, este, pode atingir qualquer um de nós.
Ao longo do tempo, o comediante lançou outras problemáticas, entre elas a falta de pepino nos supermercados e os divórcios. Acredita que, mal isto acabe, estes vão aumentar substancialmente.
Como mensagem final, deixou um apêlo a todos os espectadores para que a partir de agora comecem a dar mais valor aos artistas, como forma de agradecimento.
A última performance do dia e da iniciativa ficou ao encargo de Rui Xará () & Rui Zink (.zink). Os humoristas, nunca com receio do calão, decidiram citar dois poemas, “Tirania” e outro que se segue assim:
“"Toda a gente se ri do coxo
mas do coxo não ri quem ama
porque só quem ama o coxo
sabe a graça que o coxo tem
ao ir aos saltinhos pr'a cama."
Mais tarde, Rui Xará propôs um duelo - quatro acordes do flamengo, cantares ao desafio. De rimas simples e gargalhadas se preencheu o direto. Xará proferiu “Oh Zink quando eu te convidei não foi para a televisão / foi mesmo por estares desse lado, / um amigo à minha mão.
Em resposta, “Oh o meu amigo Rui Xará/ que me vieste dar trabalho,/ mas sem dinheiro o que será de mim,/ vai pro caralh...../ Porque eu não sou malcriado, / malcriado como tu,/ eu sou professor universitário / e tu vais levar no c…”
Os humoristas referem que, fora a iniciativa, são capazes de se juntarem mais vezes. Acreditam que será nestes pequenos momentos que estarão o “mais próximos de um Natal dos Hospitais.” Para terminar pedem desculpa aos espectadores pela recorrência ao humor negro.
No entanto, não cedem a terminar com a música que “o vírus cantaria hoje se tivesse uma guitarra na mão”:
“vou levar-te comigo
vou levar-te comigo
vou levar-te comigo, meu irmão”