11/08/2020
Tudo começou com minha filha a quem li histórias quase que diariamente durante anos. Foi demais! Percebi a intimidade que se consolidava entre nós duas e entendi que recontar a mesma história várias vezes tinha uma função. Minha pequena azul decorava os contos e bastava eu abrir o livrinho pra fazermos, juntas, a narração. Eu lia um trecho e ela antecipava outro. Quero crer que parte da sua tremenda criatividade tem a ver com esses momentos.
Aí vieram os dois primeiros netos.
A eles também contei histórias e li livros. Um dia, o mais velho interrompeu um conto inventado no qual o irmãozinho enfrentava um monstro (sim, vovó desmiolada).
Do topo de seus cinco anos, ele disse com firmeza: essa história eu NÃO quero. Só permitiu que eu prosseguisse, porque garanti que o irmão se salvaria. O final feliz, claro, estava garantido.
Lembro também do aniversário de quatro anos do neto mais novo. Ajuntei os amiguinhos para que cada um me ajudasse a inventar uma história. A segurança do meu neto (que orgulho!) foi demais. Ele deu sequência à frase que lancei e explicou para os amiguinhos como fazer. Claro que depois virou uma baita bagunça.
Os contos trazem o encantamento dos filhos, netos, alunos... da criança, inclusive a que fomos e somos.
Enquanto o neto caçulinha ainda não pode ouvir as histórias da vovó, sigo me dedicando a estudar e contar histórias de fada, de tradição oral.
A jornalista que sou há mais de 45 anos, ainda está por aqui. Mas a contadora vem se alargando dentro de mim. Tenho contado histórias para crianças e adultos em diferentes lugares e agora estarei por aqui, nesse pequeno imenso espaço.
Aguardem contos contados, curiosidades, indicações de livros e tudo que me vier na telha.
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̧ao