08/10/2022
A Força.
De onde vem essa força que de repente vi nascer em mim? Em um momento eu arrepiava os cabelos, sentia frio na espinha e amolecia as pernas. Meu medo não era visível pois não o deixei transparecer. Naquele momento segurei, como se tivesse uma rocha invisível diante de mim, e tinha, com certeza, tinha. Não estava preparada para a punhalada, embora soubesse que ela ia acontecer em algum momento, mas naquele dia não, ela não era bem-vinda, mas veio, não fiquei exatamente imóvel, me defendi, mas sabia, que o punhal ao entrar me deixaria vulnerável, então reagi e agi como se tivesse uma rocha me protegendo. O momento era ruim mesmo, me senti ofendida, bom ofensa lá em Minas, é quando você tem em seu corpo a inoculação do veneno da cobra, bom não era uma cobra literal, mas era uma cobra que usava saia e cobria seu corpo com um véu branco, o que escondia suas verdadeiras intenções. O punhal, este veio do diretor ofendido, que dizia conhecer de leis e se baseava em nada, pois ainda diante de sua inexperiência era forjado em uma direção perigosa. A minha punhalada veio dele, impelido pela cobra que invadiu o paraíso e me expulsou de lá. O momento era mesmo ruim, mas a experiência da punhalada e o gosto de sangue misturado com o veneno da cobra tinha um sabor atormentador. Quase senti a morte naquele momento, bom não era meu dia, e após sangrar e sentir o vibrar do veneno em meu corpo, puramente reage e resolvi levantar meu semblante e olhar para um futuro presente, e naquele momento decidi, hoje eles venceram, estou sangrando e envenenada, porém passei apenas por um entorpecimento, porque dizem que o que não mata engorda. Bom eu engordei um pouco: engordei de orgulho, engordei de coragem e adquiri uma sabedoria nova, não se deve confiar em víboras. Como dizem toda Eva tem seu paraíso, eu só preciso encontrar o meu. E como o amor, a alegria, a esperança e a confiança não pagam pedágio, aqui vou eu, criar e renovar a minha vida. A força que vem de dentro de mim tem um novo vigor e um sentido de seguir para frente, porque vento que venta lá, venta cá, e um dia chegará a minha vez. Certamente não ficarei escusa da sociedade. E como diria o diretor, eu estou meio bolada hoje. Mas amanhã é outro dia.
Foco, força e mente.
Escrito por Eleuza Orjiakor