20/02/2022
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T3, CAP.: 16: LÚNCIFERIUS DIABULUS
Por: José João Neves JJN
As forças bruxárias jogavam as árvores de um lado para o outro! Um encantamento era feito, ouvindo-se por toda a floresta malígna! Com muito cuidado, o Bruxo Branco aproximava-se, afastando as árvores, com seus olhos de bruxaria iluminando o caminho escuro, ele se aproximava da voz que recitava um arrepiante encantamento. As almas de Lencantry e de Jaster estavam guardadas no Ácter ( o recipiente usado para guardar almas). O Bruxo, na sua forma divina, empunhava um bastão com uma bola de luz na extremidade! Zatra, o demónio que habita no corpo do Bruxo, dizia:
-- Sinto cheiro de bruxaria malígna! Alguém está fazendo um ritual!
O Bruxo Branco viu finalmente uma mulher vestida de preto, levitando no meio de uma de um círculo de oito velas brancas! Era a bruxa Animalium, a Lúnciferius Diabulus, invocando as forças da bruxaria animalium! Quando ela sentiu a presença do Bruxo Branco, abriu os olhos de gato e disse:
-- Eu sabia que você passaria por aqui, por isso, aqui estou para impedi-lo de atravessar! As almas dessas crianças são minhas, bem como as almas dessas crianças! Bruxo Branco, finalmente você libertou o deus da morte que estava adormecido na sua alma! Você sabe o preço que terá de pagar por usar esse tipo de bruxaria! O preço é sescentos e seis recém nascidos!
O Bruxo Branco, aproximava-se, segurando o seu bastão de bruxaria, preparado para atacar. A Bruxa Animalium soltou um grito tão perturbador que abalou as árvores, arrancando-as do chão. Do vestido dela escorreram serpentes, lagartixas e aranhas com cabeças deformadas de humanos! Todos aqueles bichos rastejavam-se em direção do Bruxo, lançando seus venenos contra ele, mas ele começou a esmaga-los com o bastão, cuspiu fogo bruxário sobre eles. Enquanto os bichos ardiam em chamas, o Bruxo os esquartejava! A Bruxa Animalium abriu a boca e vomitou um rio de imundícies formados por terríveis bichos. O Bruxo estendeu o bastão e da bola de Bruxaria que estava na extremidade saiu uma forte luz que travava o rio de imundícies!
-- Sua alma apodrecerá nesse lugar! Você nunca sairá daqui! Não pode escapar outra vez, seu mestiço! -- disse a Bruxa Animalium.
A luz que emanava da bola de bruxaria queimou os bichos! De seguida, o Bruxo assoprou na bola e raios de luzes bruxários saíram e atingiram a Bruxa Animalium pela cabeça, jogando-a ao chão!
A Bruxa Animalium erguia-se, lentamente! Ela fez um corte nas suas mãos e jogou gotas de sangue nas árvores, dizendo:
-- Das profundezas animalium eu vos desperto! Ouçam o chamado das trevas e sirvam a vossa deusa, santos animalium!
As árvores transformaram-se em animais bruxários terríveis. Eles jogaram-se contra o Bruxo, estendendo suas garras, agarrando-los pelas pernas, arranhando suas costas, tentando abrir-se a barriga! O Bruxo fez um sinal bruxário e as caveiras de fogo que pairavam por cima de Sá cabeça abriram suas bocas monstruosas e começaram os bichos! Com a luz bruxária que emanava do bastão, o Bruxo queimava os animais bruxários! A Bruxa Animalium estendeu seus braços longos que enrolaram-se a volta do pescoço do Bruxo, apertando cada vez mais até quebrar seus ossos. Mas, com a mão cadavérica, o Bruxo rasgou aqueles braços. Abriu sua barriga e mil línguas da morte saíram dela, enrolando os animais bruxários, puxando-os para dentro da barriga onde dentes os mastigavam!
A Bruxa estendeu sua mão transformada em serpente e enrolou-se a volta do bastão! Enquanto o Bruxo puxava o bastão de um lado, a Bruxa o puxava do outro lado, numa tentativa de ver quem ficaria com o bastão! Enquanto seguravam e se puxavam o bastão, dos olhos do Bruxo saíram bruxaria em forma de espinhos, lançando-os contra a Bruxa Animalium, mas ela abriu o seu terceiro olho e animais bruxários saíram deles, lançando-se contra os espinhos que saíam dos olhos do Bruxo! Todos os animais bruxários foram perfurados pelos espinhos. De seguida, das costas da Bruxa ergueu-se uma cauda que estendeu-se até a cabeça do Bruxo, da extremidade da cauda saiu uma cabeça cheia de dentes que mordeu o pescoço do Bruxo, depois o bateu contra as árvores! O Ácter caiu da bolsa e ficou jogado ao chão, entre a Bruxa Animalium e o Bruxo Branco! Eles entreolharam-se, a Bruxa sorriu maliciosamente, depois, jogou-se para apanhar o Ácter, dizendo:
-- São minhas, essas almas!
O Bruxo Branco saltou. No ar, o bastão lançou-se e o Bruxo Branco o segurou cravando-a nas costas nas costas da Bruxa. Ela largou o Ácter, gritou de terror! Ela arrancou o bastão das costas e jogou distante, mas percebeu que a bola de bruxaria havia ficado dentro dela. Ela enfiou as mãos na barriga, tentando tirar a bola de bruxaria. Naquele momento, o Bruxo Branco juntou os crânios de fogo, formando uma corrente bruxária de crânios e enrolou-a a volta da Bruxa, apertando, queimando e esmagando-a! A Bruxa vomitou a bola de Bruxaria, misturada com sangue e pedaços de carnes! Com suas garras, ela quebrou a corrente de crânios, esconjurou uma espada de dois gumes. Ela e o Bruxo puseram-se a agredir-se bizarramente; com o bastão, o Bruxo estrangulava o rosto e o corpo da Bruxa. Ela, com a espada, fazia cortes profundos no rosto do Bruxo, rasgava seu peito! O sangue salpicava pelas árvores e queimava a relva quando caía ao chão. Era um terror, um verdadeiro cenário sangrento! A Bruxa estendeu a espada para cortar a cabeça do Bruxo, mas este agachou e atravessou a barriga dela com o bastão; entrando pela barriga e saindo pelas costas! A Bruxa vomitava sangue, o bastão queimava seus órgãos internos. Ela empunhou a espada e rasgou o Bruxo de cima para baixo! Aos gritos, eles se esquartejaram seus corpos ficarem destruídos, o sangue escorria pelo chão. O Bruxo sentou-se por cima da Bruxa, enfiou o bastão no peito dela, perfurando os pulmões. A Bruxa enfiou a espada na boca do Bruxo, saindo pela nuca! Os corpos dos dois ficaram estendidos ao chão. Suas almas saíram dos corpos e vomitaram fogo uma a outra! O fogo bruxário que saía da boca do Bruxo travava o fogo bruxário que saía da boca da Bruxa Animalium!
Da alma da Bruxa saiu um bando de morcegos vampíricos que lançaram-se contra a alma do Bruxo que, estendeu suas mãos e delas saíram bizarras cabeças de demônios que engoliram os morcegos! O Bruxo Branco disse para o seu demónio interior:
-- Zatra, está na hora de espalhar o terror bruxário!
Da boca da alma do Bruxo saíram cabeças cadávericas que lançaram-se sobre a alma da Bruxa, batendo-lhe de todo os lado. De seguida, o Bruxo agarrou-a pelo pescoço e começou a esfregar o seu rosto contra o chão. Depois, amarrou-as pelos pés e pendurou-a numa árvore. De cabeça para baixo, a alma da Bruxa dava malígnas gargalhadas, os olhos fumegavam e dizia:
-- Não podes me matar! Não há bruxaria suficiente que mate uma deusa Animalium!
A alma do Bruxo empunhou o bastão e cravou-a na barriga da bruxa, drenando sua energia! Aos gritos, a Bruxa soltou-se e pulando de árvores em árvores, fugia. Foi então que o Bruxo percebeu que ela havia tirado-lhe o Ácter. O Bruxo lançava crânios de fogo contra a Bruxa, mas ela, fugindo, saltando de árvores, alcançou uma árvore tão alta que chegava ás nuvens e começou a escala-la! O Bruxo estendia as suas teias, os tentáculos, lançava os crânios, mas não alcançavam a alma da Bruxa que a estava no alto da apavorante árvore. A alma do Bruxo Branco não conseguia se transformar na Águia Branca, então, transformou-se na demoníaca Serpente Branca e escalava a árvore. A alma da Bruxa assoprou na árvore e de seus ramos saíam animais de bruxarias; vermes, parasitas, cães, lagartixas e todos animais bruxários! Estes enrolavam-se na Serpente Branca, mordendo-a, comendo pedaços dela e empurrando-a para baixo! Porém, a Serpente subia, comendo alguns animais bruxários!
No alto da árvore, a alma da Bruxa lutava para abrir o Ácter, tirar as almas de Lencantry e de Jaster, mas não conseguia, pois este estava trancado com Bruxaria Branca! Então, a Bruxa disse, sorrindo, olhando para as almas das crianças:
-- Eu vou comê-las mesmo assim!
A alma da Bruxa jogou o Ácter para a boca. A Serpente Branca abriu a sua boca, ficando tão grande e quase a rasgando ao meio e mordeu a árvore, dividindo-a ao meio. A árvore caía, a Bruxa e a Serpente também. No ar, a serpente abriu novamente a boca e com uma força bruxária, começou a puxar a alma da Bruxa. Ela resistia, fazia bruxarias, mas não dava certo. A Bruxa caiu diretamente na boca da Serpente. A queda foi terrível; a Serpente caiu no campo dos espinhos! Os espinhos eram assustadoramente altos e perfuraram o corpo da Serpente. A Bruxa, rindo macabramente, saía da boca da Serpente.
-- Tenho bruxaria suficiente para viver uma eternidade lutando! -- disse a alma da Bruxa.
A Bruxa fez um sinal Animalium e um portal se abriu no tronco duma árvore. Ela marcava passos para atravessar o portal, subitamente a alma do Bruxo saiu da Serpente Branca e jogou-se contra ela; agarrou-a pela cabeça bateu-a contra uma árvore, depois, jogou-a ao chão, arrancou uma enorme pedra e bateu-a na cabeça da alma da Bruxa. De seguida, o Bruxo Branco abriu a boca dela até rasgar e enfiou sua língua que desceu até a barriga e retirou-lhe o Ácter!
A alma da Bruxa correu e jogou-se no seu corpo rasgado que afogava-se no rio de sangue. A alma do Bruxo Branco também mergulhou no seu corpo dilacerado pela espada da bruxa. Os corpos contorciam-se no chão, com os dedos faziam sinais de transformação bruxários e aos gritos terríveis, eles se transformavam em monstros! A pele rasagava-se, os cabelos caíam da cabeça, pernas e braços alongavam-se, os maxilares ficavam enormes, unhas se transformavam em garras!
O Bruxo Branco estava transformado no Demónio Vermelho, com uma cauda de Satã. A Bruxa Animalium se transformou num monstro híbrido, uma mistura de animais grotescos e bizarros da dimensão animalium bruxaris! Os monstros correram ao encontro do outro, com suas garras, rasgavam-se, arrancavam pedaços de carne um do outro. O Demónio Vermelho rasgou o rosto do monstro híbrido, arrancando toda a pele até aos ossos. Por sua vez, o monstro agarrou o demónio pela cabeça e mordeu-o no ombro, arrancando metade do pescoço! O Monstro de sete braços, prendeu o Demónio com seus dois braços, com os outros braços começou a perfurar-lhe a barriga, removendo os órgãos internos! Depois o levantou, bateu-o ao chão, pisou-lhe nas costas e com toda força arrancou-lhe os chifres! Das costas do Demónio Vermelho saíram tentáculos que prenderam o pescoço do Monstro, apertando terrivelmente até os ossos serem esmagados! A cauda Satânica do Demónio Vermelho entrou pelo â**s do Monstro e saiu-lhe pela boca! Com aqueles estrídulos dentes, o Monstro cortou a cauda do Demónio Vermelho!
Noite insana, nenhuma ave sobrevoava a floresta! O sangue dos monstros pintavam as árvores. O Monstro estendia um dos braços para retirar o Ácter, mas o Demónio Vermelho, enfurecido, gritou:
-- Relarius Bruxaris!
As nove línguas do demónio vermelho perfuraram os olhos do monstro, entraram em seus ouvidos e nariz e começaram a drenar-lhe toda a energia! Com seus braços, o Monstro tentava se livrar, mas os tentáculos do Demónio Vermelho prenderam-nos, partindo os ossos! O Demónio jogou o Monstro contra um tronco que entrou-lhe pelas costas, perfurou o coração e saiu pelo peito! Olhando para o Demónio Vermelho, o Monstro começou a se transformar novamente na Bruxa Animalium, mas fraca, gravemente ferida! O Demónio Vermelho também voltou a se transformar no Bruxo Branco, cheios de arranhões pelo corpo!
A Bruxa Animalium vomitou gafanhotos imundos contra o rosto do Bruxo, mas o Deus Mortandade manifestou-se nele e, ele se transformou em escuridão! Por todo lado, a Bruxa Animalium via trevas, olhos famintos, ouvia gritos e choros sofríveis! Ela virou-se e viu um caixão vermelho aberto e uma força a empurrava para dentro dele! Ela lutava, tentava agarrar-se em algum lugar, mas não havia nada que a pudesse ajudar! A voz do Bruxo Branco recitava o encantamento:
-- Sanctânis Infernaris Inundaris! Trancaris Pactus Diabulus Almarus Invocari!
A alma da Bruxa Animalium foi puxada para dentro do caixão e este trancou-se! Dentro do caixão, havia milhares de espíritos parasitários que tentavam devorar a Bruxa, mas ela, transformada num bizarro Animalium, os devorava e dizia:
-- Eu não estou preso com vocês! Vocês é que estão presos comigo! Eu sou o terror, o medo, o mal, sou a escuridão dentro da escuridão, trazendo morte a todos que habitam nela!
Do caixão ouviam-se gritos, batidas e choros dos espíritos que eram estralhaçados pela Bruxa Animalium. Com o Ácter na bolsa, o Bruxo Branco caminhava, indo para o lago dos mortos, a fim de fazer a travessia. Ele ouvia a voz da Bruxa Animalium e das Três Marias Bruxas que estavam presas na escuridão da Mortandade:
-- Sairemos desta prisão trevosa! Você não pode prender as servas do Mal Supremo por muito tempo. O Mal sempre encontra uma maneira de escapar das correntes!
O Bruxo Branco estava esgotado, suas forças bruxárias haviam chegado ao fim e, precisava atravessar o lago de cadáveres. Era um lago tão amaldiçoado que roubava que se alimentava de almas. Os espíritos afogados ás vezes flutuavam nas águas feitiçárias do lago transformadas em lindas princesas, atraíam os navegadores, com seus cânticos:
-- O vento sopra nas águas dos deuses. Sua alma está refletida nelas! Venha entregar sua alma ao vento divino! Venha mergulhar no lago, seus olhos se abrirão e o que não pode ser visto será visto. Então, você saberá que está morto!
A Divindade Mortandade que habitava no Bruxo Branco, dizia:
-- Eu preciso me alimentar! Quero carne, carne humana, preferivelmente de recém nascidos! Você sabe que deve fazer o sacrifício de 696 humanos, depois de usar o seu lado divino!
Cansado, sem forças para se colocar em pé, o Bruxo Branco rastejava-se, em direção ao lago dos mortos! ..
AS AVENTURAS DO BRUXO BRANCO