18/03/2024
Com algumas horas de atraso, porque ontem a vontade de escrever não era a maior, mas porque não sou daqueles que na hora da derrota f**am sem “rolo” na máquina fotográf**a e sem “tinta” na máquina de escrever, aqui f**a o relato do dia “horribilis”, da 2ª prova do campeonato nacional da 1ª divisão de feeder, decorrida ontem na barragem de Magos.
Depois do decepcionante resultado de sábado, a vontade de o corrigir era muita, mas foi logo abalada, quando em sorte me calhou o pesqueiro 6D, único setor com duas pontas e respetivas sub pontas, ainda para mais, com quem lá estava colocado (no final fizeram os 4 primeiros lugares). O objetivo passou a conseguir fazer pelo menos 5º e tudo o que viesse acima seria um bónus.
Primeiro lançamento e ao recolher a montagem, com a água cheia de detritos, um destes prendeu-se no nó entre o entrançado e o shock leader, não passou pelo primeiro passador, resultando na quebra de uma ponteira de 40 €. Começava mal a coisa. Cinco lançamentos seguintes, cinco peixes… desferrados a meio do caminho. A cabeça começava a deitar fumo. 🤯 Lançamento seguinte lá entrou um pimpão para dentro da manga. A seguir começou um festival de toques falhados, peixes desferrados vários deles presos na enorme mata de ervas, que o pesqueiro tinha até aos 15 metros, ou a tentar evitar que fossem para lá, terminando a primeira hora em 7º ou 8º, com apenas 7 peixes, quando tinha tido peixe ferrado para estar em 3º ou 4º. Com cerca de hora e meia, lá comecei finalmente a conseguir acertar o passo, tendo eu 11 peixes e o Rui Ferreira, sub ponta ao meu lado, “apenas” 31. Com cerca de duas horas de pesca, o Mário Barros, à minha esquerda, resolve vir para o pesqueiro curto, onde eu já tinha experimentado algum tempo antes sem resultados, e começa a ter um bom ritmo de capturas. O meu ritmo era um pouco inferior, mas o lote era melhor, pelo que me deixei estar. Passado algum tempo o ritmo dele aumentou, deixando o meu melhor lote de compensar, pelo que vim também para trás. Por essa altura a minha diferença para o Rui já tinha diminuído de 20 peixes para “apenas” 13 (42 / 29), sinal que estava a recuperar para a maioria. Foi a meio da terceira hora, que a minha prova “acabou”. Levantou-se algum vento, num sentido diferente ao pouco que tinha estado antes, as ervas no fundo mudaram de posição, e a partir daí aquilo que já era mau, pois já lá tinha perdido vários peixes, passou a ser catastrófico, pois passei a perder a maioria dos peixes, ora por os forçar para não irem para lá, ora por não os conseguir levantar e acabar por lá os perder, sendo que algumas vezes nem valia a pena tentar evitar, pois era o fio logo ao afundar que nelas f**ava preso. O “recorde” foi perder lá dois anzóis (de muitos perdidos) em apenas quatro lançamentos. Isto aliado a uma série de incidentes “normais”, mas compactados num muito curto espaço de tempo, tais como enlear a montagem de duas canas ao colocar uma no suporte, obrigando a refazer uma das montagens, desferrar um peixe mesmo aos pés e o anzol f**ar embrulhado no suporte frontal da cana, ter anzóis a espetar em tudo o que era sitio (t-shirt, cobertura da mesa de iscos, rede dos bichos, boca do camaroeiro – várias vezes) em vez de na boca dos peixes, trazer um pimpão que afundou junto ao fim da manga e o anzol se prendeu nesta (acabei por conseguir arrastar a manga, tirar o peixe e com a montagem toda enleada ter que voltar a refazê-la), psicologicamente acabaram por me derrotar, levando a um sentimento de que, completamente irritado, não estava a retirar dali nenhum prazer e mesmo em competição, que mais que tirar prazer o objetivo é fazer melhor que os outros, sem prazer, torna-se numa “obrigação” / "sacrifício" e dificilmente funciona. Em tantos anos de competição, pela primeira vez, fui assaltado pelo sentimento de que me devia era ir embora, o que só não fiz por respeito para com os meus adversários / companheiros.
Resultado final, 54 peixes que deram um desastroso 8º lugar, fruto natural de acontecer, quando a cabeça já não está lá e só o corpo está a fazer figura de corpo presente. O Mário, que quando me passei, estava sensivelmente empatado comigo, acabou por alcançar um brilhante 5º lugar, sinal que se eu tenho conseguido ter mais calma, também o poderia ter alcançado, mas sendo verdade que o que despoletou tudo foram as muitas ervas (que ele também tinha), foi a minha falta de capacidade para conseguir reagir a uma anormal sucessão de percalços que me afundou.
Não me lembro de alguma vez ter tido um fim de semana tão mau, com 15 pontos, resta agora lamber as feridas e tentar retif**ar o desempenho nas próximas provas. Ma***to S. Pedro, que com a mudança meteorológica da ultima semana, alterou completamente o comportamento dos peixes, deitando para o lixo os muitos treinos (bem) feitos e beneficiando assim quem tinha a mente aberta, por não ter treinado antes destes dias, não partindo assim de premissas, válidas até uma semana atrás, mas que fruto das atuais condições, induziram em erro. Parabéns a quem soube interpretar melhor as condições, e teve pesqueiros com condições para o demonstrar.
Para quem nos segue e gosta dos nossos vídeos, ontem estava previsto gravar um, mas ao chegar ao pesqueiro tinha lá um imenso acampamento, pelo que desisti, pois calculei que quando acordassem, o barulho fosse mais que muito. Em boa hora desisti, senão, com a disposição que estava, ia ter que colocar muitos piiiiiiiii. 😂😂😂
Numa nota final, dizer que continuo a ser um defensor de provas nesta barragem, mas dois anos seguidos de setores desiguais e/ou com pesqueiros com ervas, que retiram verdade desportiva, penso que já terão mostrado que esta não é a altura ideal para lá marcar campeonatos de feeder, nem será também certamente quando a pesca é feita aos pés, pelo que finais de outubro / novembro, com o nível mais baixo e maior igualdade entre pesqueiros, me parecem as datas mais indicadas. É uma mera opinião, tão válida como qualquer outra.
Neste fim de semana não se esqueçam que há concurso nacional do Eborense no Divor.