04/07/2023
Acordamos assim:
Minha mãe parecendo o Ron Weasley depois de tentar o feitiço cara de lesma e eu a Chiquinha depois de comer um frango inteiro.
O jantar foi brabo.
Stent Outra Vez
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Apenas mais uma página de textos aleatórios.
04/07/2023
19 de junho de 2023 – 12h00
Pode ser que seja solitude,
Pode ser que seja solidão,
Pode ser que seja eu,
Mas pode ser que não.
Talvez seja uma paixão,
Quem sabe seja amor.
Pode ser um dia de furacão,
Talvez seja brisa eterna.
Pode ser o fim do inverno,
Ou somente um dia de verão.
Talvez seja ela, talvez não.
Que seja então felicidade
Enquanto durar a estação.
05/06/2023
05 de junho de 2022 – 08h10
Segunda-feira ensolarada. Céu azul, com notas de poluição no horizonte. 14º na Saúde. Frio.
Quando o sol bater na janela do teu quarto lembra e vê que tua casa foi bem projetada, especialmente se for o sol da manhã.
Segundo dia da semana, com cara de primeiro. Dia em que muitos dos corações embebidos em algum tipo de sentimento de gratidão coletiva desejam uma boa semana a todos.
Meu coração é diferente: foi curtido num pote de cinismo. O que não quer dizer que não seja cheio de amor e bondade.
Como diz o filósofo Zeca Pagodinho, “camarão que dorme, a onda leva” e “deixe a vida me levar, vida leva eu.” Se você for um camarão, faz sentido dormir. Se não for, bora trabalhar!
Boa semana a todos!
02/06/2023
Momento cômico:
Peguei o pão, fui ao caixa. Um idoso entrou na fila do preferencial. Direito dele.
Só havia outro caixa, além desse. Entrei na fila. Olhei outro caixa, a moça organizando algumas coisas, fiz de ir até lá, mas vi a placa de caixa fechado. Fiquei, frustrei a expectativa de outro cliente, que também fez de ir até o outro caixa e desistiu.
– Se fodeu, otário! – Pensei com meus botões.
O senhor que passava a compra na minha frente empacou. A outra funcionária abriu o caixa rapidamente, chamou o otário, que passou sua compra e foi embora. Enquanto isso, na minha frente, a moça dizia:
– Deu senha inválida.
O caixa preferencial esvaziou. Transferi meus produtos para lá, paguei e fui embora. Derrotado.
Moral da história: camarão que dorme, a onda leva.
02/06/2023
02 de junho de 2022 – 08h00
Sexta-feira. 16º na Saúde. Ainda não abri as janelas, mas já encarei a paisagem. Terei que pôr blusa para ir comprar o pão.
Gostar de frio é algum tipo de desvio de personalidade. Se a pessoa gostar de frio e café sem açúcar, é quase um sinal de sociopatia.
Ontem, na aula de gestão de negócios, lembrei-me de que tenho preconceito com quem fala “a nível de” e com quem geme ou urra na academia. Talvez por isso eu ache que o Urrador tenha cara de babaca. Não descarto a possibilidade de ele falar “a nível de” em algum momento.
Hoje é aniversário do Careca. Enquanto meus braços quase pediam arrego ao levantar ridículos 8kg no supino reto com halter, lembrei-me de que nunca terei o físico e a saúde dele; são músculos forjados em anos de luta para ganhar o pão de cada dia.
Nem eu, nem o Urrador, nem ninguém naquela academia. Nem o Papai Smurf.
Vida longa ao Careca!
02/06/2023
31 de maio de 2023 – 07h00
Quarta-feira trevosa. Dia bom para ouvir The Cure, She Past Away e Dead Can Dance.
16º na Saúde. Como dizia a canção, “frio e garoa na escuridão”. Dia perfeito para deixar o home office e ir para o escritório. Obrigado, eleitores do Tarcísio.
Ontem encontrei-me com o Thiago. Ele exibia uma figura extraordinariamente magra. Disse que engordou durante a pandemia, depois voltou a comer menos, emagreceu. Seu médico disse que perdeu peso demais; já pode relaxar um pouco a dieta. Gostaria de um dia ouvir isso da minha cardiologista.
Isso me fez lembrar de ter lido em algum lugar sobre mulheres que neuroticamente buscavam ter um abdômen negativo. Não sei o porquê de tanto drama. Sempre tive barriga negativa: não me lembro de nenhum médico que tenha feito uma avaliação positiva sobre ela.
Moral da história: não há, porque isso não é uma fábula.
29/05/2023
29 de maio de 2023 – 08h40
Segunda-feira marrenta. Dia bom para ouvir Black Sabbath, The End e Riders on the Sorm.
16º na Saúde. No Brasil tropical, a arquitetura não é feita para o frio.
Como dizia uma postagem no Facebook, não sou nem jovem, nem velho. Se eu tivesse um infarto, diriam que sou jovem demais para enfartar. Se eu montasse uma banda de rock, diriam que perdi o juízo. Sou velho demais para ter uma banda.
Como já enfartei, talvez fosse o caso de montar uma. Só não posso chamá-la de The Stents porque descobri no Instagram que já existe uma banda com esse nome. Mas tenho uma carta na manga: ela pode se chamar Stent Outra Vez.
Chega de bobagem. Minuto de sabedoria do dia: não pense que o coração aguenta se você parar.
29/05/2023
26 de maio de 2023 – 13h20
Em 13 de novembro de 2021 a morte veio e me tirou para dançar.
- São dois pra lá, dois pra cá.
Como não sabia os passos, ela desistiu.
- Tome esses três tubos de presente. Viva mais um pouco. Ainda não é sua hora.
Vivo estou, sem pressa de aprender a derradeira valsa.
27/05/2023
Estado de espírito: jogando Sudoku e ouvindo Paulo Sérgio.
27/05/2023
26 de maio de 2023 - 19h40
Escrever é um exercício para o espírito, uma espécie de musculação psicológica.
Do mesmo jeito que uns treinam o corpo malhando, jogando bola ou lutando, outros cuidam do espírito escrevendo, tocando um instrumento ou cozinhando, entre outras possibilidades.
Nem todo mundo malha para ser o Chuasneguer, nem todo mundo escreve para ser Machado de Assis.
É só uma questão de saúde mental.
Pense nisso, Ulisses!
27/05/2023
26 de maio de 2023 – 08h30
Enquanto preparava minha crepioca com queijo minas e tomate, ocorreu-me a seguinte fábula:
Dona Coelha e Seu Tartarugo se conheceram num aplicativo. Saíram algumas vezes e começaram a namorar.
Moravam longe um do outro. Havia uma dificuldade nisso: a coelha era rápida, a tartaruga lenta. Combinaram então que a coelhinha iria visitar a tartaruga mais vezes que o inverso.
Tudo ia bem até a primeira desavença. Foi quando a coelha acusou a tartaruga de falta de reciprocidade. “Eu venho muito mais vezes em sua casa que você na minha!”, disse a felpuda.
Tartaruga é bicho lerdo, mas paciente. Reataram, mas em toda a discussão, a mesma coisa: “Não tem reciprocidade! Eu venho mais vezes aqui que você vai lá!”
As dificuldades de locomoção do réptil, o peso do casco, tudo isso parecia não importar. Chega um momento em que até o sangue frio esquenta.
Puseram fim ao namoro. A tartaruga se recolheu em seu casco, sentindo-se culpada. Ficou assim algum tempo, até que ouviu alguém bater. Era outra coelhinha.
Mesmo não querendo nada com coelhos, começaram a conversar. O quelônio contou sua história. A coelha então exclamou: “Nossa, mesmo com todas as dificuldades, você fazia questão de ir lá, mesmo que não fosse tantas vezes quanto ela gostaria!” Em seguida emendou: “Sabe, eu moro perto daqui. Talvez possamos tomar um chá qualquer dia desses.”
Não se sabe o que aconteceu depois, mas há quem diga que a primeira coelhinha se encantou com a conversa de um tal raposo. Porém, ele só queria comê-la.
Moral da história: pão francês é bom, mas engorda.
27/05/2023
25 de maio de 2023 – 09h00
Ulisses não sabe cantar. Se acha desafinado. Priscila quer ser querida. Acha que quando algo dá errado, só aguenta quem for querido, quem tiver alguém que se importe.
– Eu não, eu sempre quis ser um rock star. Pena que sou desafinado. Se eu fosse afinado para cantar, seria um Prince (tenho que me amar, né?), porque também sou multi-instrumentista.
Priscila tentou incentivá-lo.
– Elevei muito minhas expectativas. Steven Tyler, Robert Plant, Sebastian Bach são minhas maiores inspirações.
A conversa foi se desenrolando. Intervi de forma sutil:
– Você é querida. Você, Ulisses, só é b***o mesmo.
Priscila se espantou com minha delicadeza.
– Mas, não é? Está com a faca e o queijo na mão, mas f**a se preocupando com bobagens. Pela lógica dele, Keith Richards, John Paul Jones e Ringo Star não são rock star.
– Faz sentido. – Respondeu Priscila.
– Se aqueles quatro jovens feios, desengonçados e perturbados f**assem lamentando não cantar igual ao Steven Tyler, o mundo não conheceria Os Ramones.
Foi então que me lembrei do meme sobre a caneta Bic, que é a mesma desde 1950.
Às vezes o sucesso pode vir da extravagância. Às vezes, basta gritar one, two, three, four e fazer o básico bem feito.
Pense nisso, Ulisses.
25/05/2023
24 de maio de 2023 – 08h53
Pela manhã, ocorreu-me o seguinte pensamento:
Não se esqueça do passado, pois nele há importantes lições. Mas não se apegue a ele.
Pense no futuro. Para nau sem rumo, iceberg é porto. Planeje, mas não se esqueça de viver o presente.
Aproveite o dia, mas não como se fosse o último. Se tudo der certo, haverá um amanhã.
10/05/2023
“Rita Lee foi passear, Rita Lee vai encontrar o amor.”
Rita Lee passeou pela vida e encontrou o amor. Viveu e amou como poucos.
Deus trabalha de forma misteriosa, envia seus anjos em forma de artistas.
Mas como o diabo não dorme no ponto, também envia seu séquito na forma de fundamentalistas religiosos e moralistas de araque.
O diabo inventa a missa, Deus nos dá Michelangelo. O diabo inventa o culto, Deus nos dá a soul music.
Deus nos convida para a liberdade e o prazer pela arte; o diabo nos aprisiona no sofrimento do fundamentalismo.
O pai da mentira sabe como confundir os homens.
Por isso precisamos da arte, por isso somos gratos à Rita Lee.
Além de ovelha negra da família, foi também um anjo.
09/05/2023
Também costumo observar as pessoas e lhes dar apelidos que só eu sei. Tem o Montanha, o Tropeço (da família Addams), o Capitão Caverna, a Wakandana, o Mandarim, a Elba Ramalho e o Papai Smurf, que é minha inspiração. Gostaria de chegar à terceira idade com o físico e a força dele.
Será que alguém me observa e me apelida? A Mari observou em minha postagem no status do WhatsApp que fui treinar de polo. Às vezes faço isso. Como a polo já está usada, vou com ela mesmo, para depois colocar para lavar.
Será que alguém pensa em mim como o tiozinho de polo?
09/05/2023
Costumo julgar as pessoas na academia, internamente. Quando vejo pouco peso, penso: "que fracote!".
Na maioria das vezes, é muito mais do que eu coloco nos aparelhos.
09/05/2023
Acabo de voltar da academia. O de hoje está pago, como se diz. Torresmo, feijoada e cerveja no sábado, exercícios na segunda. Equilíbrio.
Comecei a frequentar a academia assim: num belo dia, simplesmente fui e comecei a malhar. Sem grandes pretensões, a não ser a de exercitar os músculos e melhorar a saúde física.
Do mesmo modo, começo esta página. Sem grandes pretensões, escrever coisas sem sentido – ou, quem sabe, com algum – para exercitar o cérebro e melhorar a saúde mental.
Por enquanto é isso. Vou tentar levar a sério a ideia de uma página.
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