23/05/2020
A BELEZA DEGRADA
Por Amanda Kelly
O fascínio pelo s**o feminino e sua beleza me chegaram muito cedo. Sete anos.
Aos sete, eu já sabia, ainda que em germe, do que era capaz o poder avassalador da Beleza sobre o Mundo. Nesta idade, enquanto fuçava umas revistas (na casa de quem não direi, rs), encontrei uma revista Pl***oy, na edição que trazia Adriane Galisteu nas ilhas gregas, e fiquei absolutamente encantada com a perfeição que uma mulher é capaz de possuir.
Meus olhos infantis f**aram extasiados: jamais haviam visto ser tão belo, quase que uma ode viva à perfeição, sem nada que maculasse a obra. Eu olhava e não acreditava que as fêmeas pudessem ser tão belas, e que eu era uma partícipe da categoria (o que muito me alegrou), mas eram. Deus quis mesmo que os Seus filhos que não fossem tão espiritualmente elevados (tal qual eu) tivessem experiência do Sublime pelos pálidos simulacros de Bem que temos na nossa vida terrena: a beleza da mulher, a inocência de uma criança, as amizades ainda que imperfeitas, a paz de uma bela pradaria ou a perfeição artística de um poema épico.
Ninguém mais, senão a mulher, recebeu a tarefa de tornar a vida bela, doce, e ao mesmo tempo avassaladora e pacif**adora, a depender tão-somente de sua escolha.
Este contato primitivo, desordenado e nada sofisticado deu-me olhos benevolentes para com quase todas as mulheres, mesmo as comuns, não tão belas, nada sofisticadas, nada brilhantes.
Infelizmente cresci, nos horrendos anos 90, vendo até à exaustão a hiperexploração monotemática e burra que no Brasil se fazia da Beleza feminina. A descida ao mau gosto, o comércio s*xual grosseiro (como dum bodegueiro a vender cereais básicos), o uso pródigo e repetitivo de encantos que são em essência tão mais sutis e próprios de sua dona, a uniformização das mulheres, e, por fim, o enfaro e o desencanto, como se a beleza perdesse sua mágica ante a dessensibilização da massa perante tanta fartura imerecida. Não é novidade para ninguém a quantidade colossal (e crescente) de mulheres belas e sozinhas, enfiadas numa vida de trabalho e sobrevivência, quase no fim dos ciclos ovarianos e ainda sem filhos, sem um alento de romantismo, sem jamais conhecer o amor, condenadas à solidão ou investindo em relacionamentos fracassados: agradeçam por isto à Revolução Sexual, majoritariamente.
A Beleza não perdeu seu poder, e nem está se perdendo por completo na matéria: foi degradada. Degradada no meio da competição pública pelos últimos machos, degradada pela autolatria, pela incapacidade da doação. A exaltação da beleza burra ou da mulher simplesmente má traz maus arquétipos para o mulherio: quando uma feia e/ou má (a "cantora" Madonna, que é as duas coisas, por exemplo) passa a ser o s*x symbol de uma época, o modelo de imitação serve para rebaixar todos os padrões físicos, morais e comportamentais das mulheres.
É óbvio que antes da tal Revolução havia machismo e opressão feminina em casamentos burgueses: sempre haverá gente que não sabe viver (e nem deixa os outros fazê-lo): o erro a que somos induzidos é pensar que isto era regra geral. A verdade é que a Revolução Sexual como que devolveu a mulher à sua condição pré-cristã: importância secundária. O Cristianismo foi quem exaltou Maria Mãe de Deus como a mais perfeita de todas as criaturas, e o homem (no sentido de s**o masculino, mesmo) pôde então perceber a força da delicadeza que não se utiliza da sedução, riqueza ou magia para reinar, mas do sacrifício e renúncia que elevam o ser humano, seja homem ou mulher.
A propósito, esta constatação imprescinde de ser católico: qualquer um (pagão, agnóstico, cristão não católico ou de qualquer outra crença), desde que ocidental e com uma inteligência e honestidade mínimas, admite que nenhuma figura feminina pré-cristã (seja humana, figura mitológica ou deusa) é equiparável a Maria Mãe de Jesus. Em nenhum aspecto.
P.S. :
É claro que a beleza "pagã"/"carnal" me encanta: sempre vou admirar as divas que espalharam beleza e elegância pelo mundo. Mas agora, depois que conheci quem é Maria Mãe de Jesus, sei o que é o ideal superior de ser uma mulher, pois a mais perfeita das criaturas Deus quis que fosse mulher, aquela que esmagará a cabeça da serpente.
Façam o teste: comparem as fotos de Beyoncé (com sua inegável beleza agressiva) a fotos da mística Maria Valtorta, que tinha um rosto perfeito e gentil com olhos que refletiam o Céu.
As mulheres não sabem a noção da palavra sacrifício para uma vida com propósito é signif**ado.