02/08/2020
O teatro do Oprimido é um método teatral e modelo de prática cênico-pedagógica sistematizados e desenvolvidos por Augusto Boal (1931-2009) nos anos 1970. Possui características de militância e destina-se à mobilização do público, vinculando-se ao teatro de resistência.
Inspirado na peça didática, m***a Teatro Jornal, 1971. A encenação, aberta ao improviso, utiliza notícias do dia, comentadas pelos atores sob diversos modos. Em exílio, iniciado em 1971, percorre diversos países da América Latina. Seguindo o educador Paulo Freire (1921-1997), que propunha uma pedagogia elaborada pelos e não para os oprimidos, Boal aspira criar uma prática teatral revolucionária, que incite os oprimidos a lutarem pela sua libertação. Chega então às formas do teatro invisível e do teatro foro, cujo esquema dramatúrgico é basicamente o mesmo: uma cena curta contendo uma situação de opressão é apresentada para, num momento seguinte, o ator que desempenha o papel de oprimido ser substituído por um voluntário da platéia. Este deverá, improvisando, trazer saídas válidas que contornem ou destruam a fonte opressora.
Em países europeus, Augusto Boal desenvolve o teatro imagem e o arco íris do desejo, variantes que enfocam aspectos subjetivos e interpessoais da sociedade, ampliando o perfil psicoterapêutico do teatro do oprimido e vinculando-o às lutas das minorias.
Nas décadas de 1970 e 1980 o diretor reside na França e cria centros de difusão do oprimido em muitos países da Europa e de outros continentes. Ao voltar para o Brasil, em 1983, difunde o movimento do oprimido e funda o Centro do Teatro do Oprimido em 1986. Eleito vereador do Rio de Janeiro em 1992, cria o teatro legislativo, outra variante de suas propostas. Entre 1993 e 1996 são trabalhados perto de quarenta projetos, dos quais treze são promulgados e se transformam em leis. CONTINUA NOS COMENTÁRIOS ->