22/11/2022
Hoje gostaria de refeltir sobre esse livro sensacional da Brené Brown, que fala sobre nossas vulnerabilidades e como elas influenciam nossas relações e nossas decisões na vida. Muitas vezes, por medo do julgamento, da exposição, do que os outros vão achar, deixamos de fazer coisas que nos fariam bem, que seriam boas oportunidades de trabalho, de relacionamento, etc.
O medo e a vergonha nos paralisam, e por isso, acabamos por seguir um caminho que atende mais às expectativas dos outros que às nossas próprias vontades. Nos limitamos a papeis que nos são impostos, ou não temos a coragem de ousar e sair fora da caixa. O tal do perfeccionismo. Aquele que nos paralisa porque achamos que as coisas nunca estão boas o suficiente, ou que não somos boas o suficiente. Alimentamos a necessidade de dar conta de tudo, e tudo tem que sair perfeitamente como esperado...
Essa semana esse livro me veio à cabeça, no caldeirão de emoções que estive mergulhada porque positivei para a Covid. Senti um misto de preocupação, raiva, indignação, medo, carência. Fiquei sim, indignada, porque tenho me cuidado muito desde o início dessa pandemia, praticamente zerei os programas sociáveis em grupo, principalmente porque tenho familiar com problema de saúde, o que requer cuidado extra. Minha convivência social estava se resumindo ao trabalho, e às tarefas do dia a dia. Então veio aquele sentimento de culpa, de falha. Sim, senti que falhei, pois devo ter baixado a guarda.
Mas...não sou eu apenas um ser humano? E como tal sujeito a qualquer tipo de coisa, seja boa ou não? Em qualquer lugar? Por que preciso ser forte, perfeita, guerreira? Por que presumiria que estaria isenta a isso? Então me coloco no meu papel de ser humano, que cuida sim dos outros, e que tem a consciência para cuidar de si mesma. Sei que fiz o meu melhor. Como pessoa, humana, imperfeita, na arena da vida, sujeita a todo tipo de situação.
E assim, a lição desse livro se faz latente: acolher a vulnerabilidade e permitir que esse momento de recolhimento lance luz nos cantos obscuros: "em todas as coisas há uma fenda; é por aí que a luza entra".