27/04/2021
Além de toda confusão mental introduzida pelos (des) estudos de gênero, uma nova e violenta forma de reafirmar a identidade vem se estabelecendo. Até pouco tempo, cada pessoa contentava-se antes de fazer representar por suas roupas ou suas convicções. Ao começarem uma guerra do corpo contra o s**o, os ideólogos feministas do gênero conduziram os jovens a agir contra sua forma corpórea, adulterando-a e mutilando-a. Se aqui for comum que os rapazes tenham cabelos curtos, eles o deixam crescer por rebeldia. Se acolá é comum que estejam compridos, cortam-lhes.
Convencidos de que as roupas têm um peso opressor que precisa ser violado, a juventude passa a depender apenas da forma de seus corpos para comunicar o seu gênero ou qualquer outra mensagem. Como consequência direta, mostram o corpo demais e, na mesma proporção, fazem um uso forçado dele: musculação, dieta, plástica ou qualquer sacrifício estético ao alcance. As moças criam antipatia pelos seios fartos que naturalmente aparecerão, por que não se sentem fêmeas ou mães para amamentar, porque consideram o corpo uma prisão e não a manifestação de si mesmas. Outras os exibem insistentemente, crendo que as roupas já não bastam para mostrar toda a sua essência de fêmea. Em suma, estamos desacreditados, subestimamos o símbolo de nossas vestimentas, enquanto os especialistas da moda os superestimam, criando modelos cada vez mais andróginos.
É verdade que nem todas as mulheres têm as mesmas pretensões, as mesmas predileções ou a mesma vocação. E essa encômoda verdade serve para nós, que pretendemos distinguir o masculino do feminino, tanto quanto para as feministas, que pretendem representar todas as mulheres. Não é possível, a fim de que seja evitada a tirania do espírito, que homens e mulheres sejam postos em compartimentos hermeticamente fechados e separados, nos quais estivessem dadas de antemão as qualidades de um como de outro. Por outro lado, é completamente inaceitável deixar de reconhecer a complementaridade genérica e universal entre o macho e a fêmea da espécie humana. Nada afirma mais nossa identidade individual do que aquilo que nos difere de nossos irmãos, pais ou amigos. Do mesmo modo, nada afirma mais a feminilidade do que aquilo que a difere do masculino, e vice-versa.
Fabrice Hadjadj resume isso ao afirmar que o homem é mais homem quando está diante de uma mulher. O contraste não é apenas um símbolo da distinção, mas é a própria distinção. Essa distinção se manifesta biologicamente, inevitavelmente pelo s**o diretamente na psicologia e na agência social.
Trecho do livro FEMINISMO: PERVERSÃO E SUBVERSÃO, Ana campagnolo.