23/04/2021
Na literatura, nas novelas, nos fimes, o vilão sempre se esconde detrás de sua personalidade: ético, altruísta e ator no que concerne a busca pelo bem comum. Todavia, sabemos que, ao fim da história, sua máscara emblemática é posta a mesa, e suas reais intenções: destruição e provocação do caos, são escancaradas. O "salvador da democracia" ipixunense, Artemes Oliveira, que orquestrou uma face de renovação política e social, nem esperou a recorrência do clímax da trama e já encontra-se sob declínio. Agora, não se sabe ao certo se ele realmente é um dos mocinhos ou mais um vilão que pretende levar o município ao abismo. Nos primeiros dias de seu governo, Artemes demonstrou o porquê de seu apoio "neurótico" ao bolsonarismo: não utilizava máscara nas suas ações pelo município nem tornou o seu uso obrigatório, pelos funcionários, dentro das repartições públicas. Sua característica negacionista teve como consequência ser diagnosticado pela Covid-19. Após o ocorrido, o prefeito de Ipixuna do Pará mudou inteiramente sua conduta: passou a adotar as medidas sanitárias para conter o vírus na cidade e tornou obrigatório a utilização de máscaras nas secretarias. O que é mostrado nas páginas da prefeitura são suas obras de teor positivo para o município, enquanto as reais problemáticas e obstruções são escondidas nas gavetas. O estado precário das ruas, o crime organizado, que dia a dia vem se tornando uma supremacia, o aumento exponencial (mais de 300 casos atualmente, enquanto, em 2020, nunca havíamos chegado a 100 casos) da doença que está assolando o mundo é resultado de uma gestão sob decadência e negligência social. O vilão dessa trama se revelou muito cedo. Mas ainda assim é difícil saber o final dessa história. Uma coisa é certa: não dar para saber se teremos um final feliz. O mais trágico dessa trama social é que o ator coletivo, o Ministério Público de Ipixuna, que sempre constituiu-se como a válvula de escape da população, está inerte.