25/09/2023
Quando se estuda, em alguns casos, o Não é a resposta certa!
A informação correta e atualizada, adquirida em estudos, capacitações, congressos e atualizações nem sempre agrada aos pedidos e às requisições que nos são feitas durante a consulta da criança.
Como pais, professores, autoridades, nós pediatras, também, precisamos usar o NÂO como a melhor resposta em algumas ocasiões.
Na ética médica, o princípio de não maleficência sempre esteve relacionado à máxima "Primum non nocere", que pode ser interpretada como “acima de tudo (ou antes de tudo) não causar dano”.
Portanto, quando estudamos que tal ação vai trazer algum risco ou nenhum benefício não estamos autorizados a usá-la, para o bem do paciente.
1- Não solicitar exames de imagem sem indicação definida sabendo que a radiação é cumulativa e pode até causar câncer === estou evitando o dano.
2- Quando evito o desmame informando como são as mamadas e como o crescimento está bom === estou fazendo a mellhor pediatria!
3- Quando, não peço exames após completa avaliação da criança saudável, que não apresenta indicação de checagem laboratorial anual = estou informando que não há evidência científica que oriente tal prática;
4- Já é notório que o uso indevido de antibióticos traz alteração do microbioma, efeitos colaterais, aumentando o risco sem trazer benefício.
5- A tosse faz parte o mecanismo de defesa das vias respiratórias e não deve ser suprimida. Além disso, a maioria dos xaropes não traz benefício ou é contraindicada para crianças.
6- Adicionar carboidrato simples (farinhas, açúcar) à alimentação infantil é costume que não se apoia nas orientações nutricionais atuais. Engordar mais pra quê?
7- Bebês abaixo de 2 anos e em casos com alimentação insuficiente, necessita-se suplementar vitaminas e minerais sempre!
Esses são exemplos de situações em que a ciência não agrada, mas tem o dever de informar e orientar a conduta correta.
