24/07/2023
Atire a primeira pedra quem nunca presenciou a banalização do capacitismo.
Os apelidos, comentários e perguntas, sozinhos, poderiam passar apenas como “inconvenientes”, e na sociedade, você tendo deficiência ou não, vai lidar com pessoas inconvenientes, é normal.
O problema é que, na verdade, toda essa inconveniência carrega junto consigo problemas muito maiores.
O susto ao encontrar uma pessoa com deficiência no bar é, na verdade, a falta da naturalização de pessoas com deficiências com vida social e funcional, que no fim das contas, vira os inúmeros lugares sem acessibilidade, acompanhados de um “mas pode vir que a gente dá um jeito”.
A pergunta invasiva e absurda de “como você tr4nsa”, por exemplo, vai pros dois lados: a s3xualização, não somos nada além de um fetich3 OU a incapacidade de enxergar PCDs como pessoas que se interessam por outras romantica e s3xualmente.
Também podemos falar da incompreensão da capacidade das pessoas com deficiência, o choque em saber que você trabalha, estuda, mora sozinho… Que reflete no mercado de trabalho, sem acessibilidade, sem interesse e fazendo de tudo para driblar a lei que exige que hajam vagas para nós.
Privilégio? Não. Carência, de acessibilidade, oportunidade, de um olhar humano pra nós. Se é preciso uma lei que EXIJA que hajam oportunidades para nós, é porque sem ela, nunca teríamos.
A gente não quer nada a mais não, só o mínimo, o básico, o que é nosso por direito, assim como é seu por direito também.
É muito mais do que uma piadinha desconfortável, é uma cortina que esconde camadas e camadas de falta do mínimo. É esse que é o problema, é isso que “tem de mais