23/02/2024
Uma breve análise da música "evangelho de fariseus" e o que há por detrás dessa letra.
Embora a música "Evangelho de Fariseus" da adolescente Aymeê traga à tona algumas questões relevantes, como a hipocrisia presente em algumas instituições religiosas, a análise da letra revela uma série de erros teológicos e fáticos que demandam um olhar crítico e atento.
1. Generalizações Perigosas: A música faz muitas generalizações perigosas sobre as igrejas, jogando todas na mesma "vala". Afirmando que "o reino virou negócio" e que "o dízimo importa mais do que os corações" é uma simplificação grosseira que ignora a diversidade de práticas e valores existentes dentro das diversas igrejas. A esmagadora maioria das igrejas no Brasil, são dirigidas por pastores(as) muito humildes e simples, que enfrentam todo tipo de desafio financeiro para manter a igreja funcionando, mesmo quando os recursos são tão poucos que mal dá para manter a igreja aberta. A maioria dessas igrejinhas, nos mais distantes lugares do interior do Brasil, apesar de todas essas dificuldades, estão dando o máximo de si para fazerem missões nos mais distantes lugares do interior do Brasil, da Amazônia, do sertão, com ribeirinhos, indígenas, etc, fazendo ações sociais e ajudando os mais carentes.
2. Letra permeada de Ambientalismo e Globalismo: A letra crítica, está permeada de ambientalismo e o globalismo sem apresentar argumentos sólidos para combatê-los, se limitando apenas a acusar, e pior associando a morte dos "animais que se vão, superaquecidos pеlo ego dos irmãos", trazendo algo absolutamente desconexo e sem sentido. O cuidado exacerbado com o meio ambiente na verdade trás para os púlpitos uma "ideologia globalista disfarçada". Há uso de palavras inadequadas e sem sentido, como "estamos apodrecendo o corpo de Cristo". Mesmo que metaforicamente, não podemos ignorar que uma igreja é formadas por pessoas imperfeitas que estão buscando a Deus. Afirmar que estamos "apodrecendo o corpo de Cristo" é algo que não traz edificação, especialmente para quem está buscando a Deus e é novo na fé.
3. Erros Teológicos: A música apresenta vários erros teológicos graves, como a afirmação de que "a fé virou modinha" e que "a Bíblia virou manual de regras" e "estamos estocando maná" visto que a Bíblia afirma que era impossível estocar o maná que se transformava em bichos e vermes (Êxodo 16: 19,20). A fé cristã não se resume a modismos ou regras, mas sim a uma profunda relação com Deus e com o próximo. Se há erros, não é certo generalizar. Trata-se da crítica pela crítica. O nome disso é trazer deboche.
4. Ignorância da Ação Social: A letra ignora completamente o trabalho social realizado por milhares de igrejas em todo o mundo, trabalho intenso e reconhecido como essencial para a paz social em muitos lugares. Afirmar que "ninguém tá fazendo nada" é desconsiderar o trabalho de missionários, pastores, líderes e leigos que dedicam suas vidas a ajudar os mais necessitados.
5. Incoerências e Desconexões: A letra apresenta incoerências e desconexões, dificultando a compreensão da mensagem que a autora deseja transmitir. A mistura de críticas, deboche, à hipocrisia religiosa com ataques ao ambientalismo e globalismo torna o texto confuso e inconsistente. "Oramos errado há séculos, dias, horas e anos", como assim? Será que somente essa adolescente é que agora descobriu que todos oram errado e somente ela é que está orando certo? Algo sem sentido. São sempre termos genéricos e mais ofendem a igreja e seus membros que edificam o espírito.
F**a bem evidente qual ideologia essa adolescente segue. Mas colocar isso em uma letra e chamar de "hino", é esperar a opinião alheia. O laço é sutil, mas há um alvo bem definido nessa letra, por isso tantos esquerdistas estão adorando e aplaudindo esse "hino" para usar contra a igreja. F**a a dica, cuidado com essas letras de certos "hinos". Nem tudo que se canta serve para edificar e adorar a Deus. E pior, é que isso vai, sem que a maioria perceba, invadindo os púlpitos das igrejas, de uma letra que ataca a própria igreja, seus membros e líderes de forma generalizada. Claro que erros sempre existirão em toda instituição formada por pessoas, mas o erro aqui é a generalização. A música "Evangelho de Fariseus" apresenta uma visão distorcida da grande maioria da realidade das igrejas e da fé cristã no Brasil. Ao invés de promover um diálogo construtivo, edificante e que promova adoração a Deus, a letra propaga generalizações perigosas, que agora estão sendo utilizadas por correntes ideológicas externas ao meio cristão para atacar a igreja e seus membros. Há erros teológicos, heréticos e fáticos graves. É importante discernir com cuidado as mensagens presentes em cada música e buscar fontes confiáveis de informação para construir uma visão crítica e fundamentada sobre a fé, antes de levar certas músicas para os púlpitos das igrejas.
Gesiel Oliveira, um simples membro da Assembleia de Deus e missionário na Amazônia há mais de 20 anos.