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Estatuto Editorial:
Entendemos que as publicações de natureza informativa devem ser independentes do poder político e do poder económico, porque só assim cumprem a sua função perante a sociedade onde existem. Não concebemos, portanto, as publicações informativas como um instrumento ou um meio no serviço de determinados objectivos, por mais louváveis que estes sejam, mas como instituições autónomas

, através das quais os cidadãos possam, em liberdade e no pluralismo, procurar o esclarecimento de que necessitam para o exercício das suas opções. O EXPRESSO considera-se apto para exercer essa função porque não pertence ao estado nem a um partido político nem a qualquer grupo económico, não foi afectado directa ou indirectamente pelas nacionalizações e, apesar das muitas vicissitudes por que tem passado, nunca perdeu nem renunciou à sua capacidade de crítica. No exercício dessa capacidade de crítica temos e teremos presentes os limites que nos são impostos pela deontologia de Imprensa e pela ética profissional, mas só esses. Sabemos, por exemplo, que é indispensável, em cada momento, distinguir entre as notícias - que deverão ser, tanto quanto possível, objectivas, circunscrevendo-se à narração, à relacionação e à análise dos factos - e as opiniões que deverão ser assinadas por quem as defende, claramente identificáveis e publicadas em termos de pluralismo. Sabemos, por exemplo, que a selecção do material a publicar, a sua colocação nas diversas páginas, a colunagem dos respectivos títulos, devem obedecer a critérios de inserção baseados na importância efectiva de cada peça e não nas convicções ideológicas de quem as escreve, escolhe ou pagina. Sabemos, por exemplo, que em casos muito excepcionais, há notícias que mereciam ser publicadas e em lugar de destaque, mas que não o devem ser, não por auto-censura ou censura interna, mas porque a sua divulgação seria eventualmente nociva ao interesse nacional. Reservamo-nos, como é óbvio, o direito de definir, caso a caso, a aplicação desse critério. Sabemos, por exemplo, que a publicação insistente de determinados assuntos -- do crime e do s**o às baixezas da vida política e económica -- poderia aumentar a venda de exemplares, mas recusamo-nos a alimentar qualquer tipo de sensacionalismo que ponha em perigo o jornalismo de qualidade que pretendemos fazer. Respeitamos, acima de tudo os leitores e estamos conscientes de que eles aceitam e desculpam que erremos, mas que não nos perdoariam se, deliberadamente, por acção ou por omissão, os enganássemos ou abusássemos da sua boa fé. Atribuímos prioridade absoluta à coerência que historicamente nos tem permitido sermos nós próprios, para além de quem sobe e de quem desce do poder. Se e quando, um dia, se tornar impossível manter essa coerência, o EXPRESSO acabará, porque - temo-lo dito e é importante repeti-lo - preferimos, nessas circunstâncias, morrer de pé

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