23/04/2021
“Lamego Eu Acredito”… Se eu acredito em Lamego, claro que sim. Se acho este projeto é importante por divulgar o que se vai passando na cidade? Sem dúvida! Sigo atentamente todas a publicações que vão sendo divulgadas, com bastante apreço e apenas com a pena de que quem vai passando pela rubrica, tenha sempre de ser alguém conhecido de quem a escreve ou com alguma ligação ao atual círculo camarário, o que não me admira, quando o autor do projeto é alguém que atua num cargo público e ao mesmo tempo num cargo privado. Muitos estão a pensar que tal poderá dar origem à falta de imparcialidade o que já aconteceu em certos casos. Se fizerem uma retrospetiva, apercebem-se de que nenhuma outra instituição lamecense tem tanto destaque nas comunicações do Município como a Santa Casa da Misericórdia… Facto que ainda piora se tivermos em conta que os jornais regionais publicam apenas os comunicados que lhes são enviados pelas Câmaras e Juntas de Freguesia (uma vez que não têm jornalistas a trabalhar) gerando uma informação que devido à sua parcialidade pode levar à desinformação. É aqui que muitos dos que estão a ler já estão com macaquinhos no sótão a pensar que estou contra o atual executivo camarário, deixem-se disso! Sou apenas contra as cunhas, contra os preferidos, contra a hipocrisia! Se alguém se lembra de pôr um bolo em cima de flores, o que é que “Lamego” faz? Acredita que é inovação, assim como, acredita que não foram “notícia” por uma das meninas em questão ser sobrinha da Vereadora da Câmara Municipal. Nada contra as jovens que tenham muito sucesso e que o projeto lhes corra pelo melhor. Apenas questiono quantas pessoas fazem bolos nesta cidade ou arranjos de flores para ganhar a vida e nunca foram notícia (talvez ninguém se tenha lembrado porque as flores são altamente tóxicas e não se devem pôr perto da comida). Alguém abre um hostel em pleno coração da cidade, numa zona extremamente desejada para o turista e no ano a seguir ao turismo no Douro ter crescido neste tipo de hospedagem e é um destaque fantástico, no entanto, têm noção da percentagem de pessoas que na cidade lutam para manter os seus alojamentos abertos? Ah, esses não interessam, não são novidade e não estudaram na ESTGL que por acaso até é em Lamego e forma gente inovadora! Pior, o Sr. Ricardo tem noção da quantidade de alojamentos que abriram na nossa região nos últimos anos e não tiveram qualquer tipo de destaque?
Apesar de tudo isto tenho de reconhecer que o projeto até nem é mau, bastava dar a mesma prioridade a todos e lembrar-se dos que não são novidade e já cá andam há muitos anos. Esses estão em plena agonia e um empurrãozinho não fazia mal, não Sr. Ricardo? Agora vamos ao que realmente me trouxe aqui… “Lamego No Seu Melhor” uma nova rubrica do “Lamego Eu Acredito”. Na primeira publicação ficamos logo a perceber que o melhor de Lamego é afinal o seu pior, o Cela 39. Primeiro, para mim o conceito de bar a abrir à 10h da manhã não me faz muito sentido, mas isso sou eu, um velho antiquado. Depois o facto de afirmarem que faltava este bar em Lamego para se ouvir boa música, é um ultraje para os outros estabelecimentos do género que existem na cidade e que não põem as donas a cantar na inauguração (para bem dos ouvidos dos clientes e do músico que teve de fazer aquela cara de quem estava a gostar e que lá a meio teve de soltar um “muito bom” (o que uma pessoa tem de fazer para ganhar uns trocos, depois de um ano sem concertos). Apresentar o projeto da senhora como algo inovador é a mais pura das mentiras, lembre-se que já existem outros locais na cidade onde servem belas tapas e lá sim, a música é MUITO BOA, a música e o vinho, já que a comida fala por si só! Por último, não sendo eu um expert em decoração de interiores parece-me a mim que nada naquele bar faz sentido em termos de decoração que mais parece ter sido escolhida por um bêbedo depois do vinho ter estado em promoção no Continente (passo a publicidade). Ora vejamos, temos um mural com o Nelson Mandela, o Martin Luther King e o Álvaro Cunhal, logo aqui fico com a sensação que o senhor que fez o grafiti só sabia fazer estes desenhos e como tal foram os que ficaram. Depois para o bar ser inspirado nos cafés americanos dos anos 50, não basta ter uns sofás e uma menina a olhar por cima dos óculos para o carro, que por um lado acaba por ser a coisa mais fixe no local, pelo menos pareceu-me quando visitei o espaço. Já agora a pergunta que se coloca… servem batidos? Sempre quis experimentar um daqueles que aparecem nos filmes! Caso alguém me queira explicar, também gostaria de perceber se afinal o conceito é de café dos anos 50, de taberna escocesa ou de bar noturno… fiquei confuso. Por falar em taberna escocesa era muito mais fixe o logo que têm da “cela 39” na imagem da menina com os óculos (fiquei encantado com a moça) do que o raio do lobo que parece saído das t-shirts de uma qualquer equipa de liceu americano ou também pode ser o boneco de uns cereais manhosos (nada contra o senhor que o desenhou, que considero um artista). Para aquelas pessoas que passaram dias a publicar nos “Facebooks” e “Instagrams” desta vida que “Black Lives Matter” parece-me motivo para nova revolta juntarem no mesmo bar o Luther King e o Mandela, ao pé de umas meninas que têm t-shirts com as palavras “SWAT” e “Police”, o meu cérebro deu o nó a esta altura. Pronto, pronto, não gostei, mas o bar em si pouco me importa, apenas me dá uma coceira miudinha o destaque que se dá a uns em detrimento dos outros. Meu caro é só mais um bar, é só mais do mesmo, em nada inovaram, só copiaram e mal. Mas a partir do momento em que se cortam ruas para a dona do espaço em questão fazer uma festa de aniversário para o seu salão, quando mesmo nesta altura nem todos têm direito a ter uma mísera esplanada, é caso para dizer que uns são filhos e outros enteados ou se calhar o Sr. Ricardo ainda tem tempo para ser assessor de comunicação em mais alguns espaços da cidade na candonga, quem é em dois, é em 3 ou 4. Lamego no seu melhor, sem dúvida! Chega de Blá, blá, blá!