Revista Foz

Revista Foz A Revista Foz, que integra o universo Figueira TV, é uma publicação mensal generalista, centrada
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Este ano assistimos a um Natal com mais açúcar do que luz.Doces e bolos, há-os mais do que nas mesas. Neste circo onde j...
02/01/2023

Este ano assistimos a um Natal com mais açúcar do que luz.
Doces e bolos, há-os mais do que nas mesas. Neste circo onde já escasseia pão, apesar da beleza dos LEDs, reina uma escuridão que nem se vê na natureza da noite de lua nova. O engodo aos sentidos, o relativismo tóxico que decompõe as identidades da gente e das famílias, as próprias famílias, que delegam o seu papel de elemento base da sociedade, abrem espaço para esta espécie de alienação psicótica.
Na festa da luz – neste memorial da Luz que houve e que pode tornar a existir, logo que o queiramos verdadeiramente – há um desligamento que nos preocupa. Temos, perante nós, a possibilidade de nos religarmos, a nós próprios, aos que estão ao nosso lado, às nossas famílias, talvez até a Algo que vem antes de tudo isto. Se cumprirmos o nosso papel de obreiros no aprimoramento de nós mesmos e da relação de nós connosco estaremos condenados à galopante, sustentada e definitiva melhoria da nossa comunidade, sociedade e vida.
O “mito” cristão do Natal alerta-nos para a chegada de um Rei que vem única e exclusivamente para servir. Esta missão, esta postura, é replicada para os seus 12 – 13 e até mais – seguidores e companheiros. Hoje, junto ao rio, além da maresia que é boa, tresanda a gente subalterna que teima entender-se com vice-reis-que-se-querem-servir-e-sentir-servidos.
Há razão para continuarmos com as reais tradições? Logo que haja humildade intelectual e cardíaca para reaprender, sim – diria até mesmo que se não as houver também valerá a pena, embora o desperdício venha a ser naturalmente maior.
Mas as pequenezas malcheirosas são pequenas o suficiente para nos sentirmos felizes com a resiliência e sucesso dos nossos comerciantes tradicionais (independentemente da sua escala) que, com ou sem as cores dos LEDs, se têm esforçado para se reinventarem e sobreviverem numa espécie de luta desigual. Também a eles o nosso reconhecimento e respeito.
Aos colegas: vamos com calma, de quatro em quatro a coisa muda e os OCS ficam. Não façamos fortalezas com espuma do mar. O mar está poluído e a espuma, para além de etérea, deixa-nos pegajosos.
Um brinde à tradição, aos valores humanistas, à família. Um brinde ao Natal e um Natal de brindes! Com moderação – distorção há a bastante. Boas entradas a todos! A todos, sim.

Editorial da Revista Foz de Dezembro 2022

Passado o Natal há que refletir sobre ele.A Revista Foz está a caminho dos assinantes digitais e dos quiosques.Optámos p...
30/12/2022

Passado o Natal há que refletir sobre ele.

A Revista Foz está a caminho dos assinantes digitais e dos quiosques.

Optámos por juntar duas publicações numa.

A Revista Foz de dezembro faz uma viagem sobre os grandes valores do encontro, da solidariedade, da Luz, dos Direitos Humanos e do Natal. Conheçam alguns dos títulos que encontram nesta revista:

- Enfrentar a Crise - a colaboração da DECO - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor;
- Tradições Natalícias Locais - por Ricardo Santos;
- Natal Sem Tecto - com CASA «Fazemos o Natal todo o ano»;
- 30 Direitos Humanos;
- O Natal, Símbolos e Raízes - pela cientista Natasha Martins;
- O Natal por Jesus de Nazaré - por Paulo Mendes Pinto;
- Natal e Encontro - com Pe. Álvaro Pacheco;
- Deus aqui e agora - por Pr. Sandra Reis;
- O Natal da Palavra - por Timóteo Cavaco;
- Natal de um Ateu - por Ricardo Costa Santos;
- Hannukah, o Natal dos Judeus - com Isaac Assor;
- Cartas ao Pai Natal - com Conservatório de Música David Sousa;
- Consoada Vegan - com Iris Palhas;
- Consoada Cigana - com Tia Xica e Tiago Aires;
- Opiniões, Cultura, Passatempos e mais...

Este número contém ainda «Restaurantes da Figueira da Foz» um primeiro caderno de sabores da nossa Revista Foz.

Vamos a ela? Quem assina esteja atento ao email, que gosta de papel dentro das próximas horas e o dia de amanhã estará disponível no seu balcão habitual.

Desejamos próspero ano de 2023. Cá estaremos em janeiro com grandes mudanças de linha editorial. Curiosos? Nós também.

Programação Cultural de Novembro publicada na edição de Outubro de 2022 da Revista FOZOs destaques da programação Cultur...
10/11/2022

Programação Cultural de Novembro publicada na edição de Outubro de 2022 da Revista FOZ

Os destaques da programação Cultura e Eventos da Figueira da Foz, para o mês de novembro, são os seguintes:

O Município da Figueira da Foz assinala o 13º Aniversário do projeto de promoção e incentivo à leitura “5as. de Leitura”.

Ao longo destes 13 anos, o Município da Figueira Foz trouxe autores/as de diferentes géneros literários, alguns consagrados e outros que foram lançados, pelo projeto 5as. de Leitura. Participaram nesta iniciativa mais de uma centena de escritores/as e mais de 10.000 leitores.

No dia 3 de novembro, para celebrar este Aniversário, estará presente a poetisa e editora Maria do Rosário Pedreira, e no dia 10 de novembro, o escritor e jornalista José Jorge Letria, este último, primeiro convidado do projeto das 5as de Leitura na Figueira da Foz.

Estas duas sessões irão ter lugar na Sala de Leitura da Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, pelas 21H30, com entrada livre sujeita à lotação da sala.

Ainda neste âmbito, realiza-se no dia 12 de novembro, pelas 21h30, no Grande Auditório do CAE, o espetáculo “Ensaio Sobre a Cegueira”, uma criação de Nélia Pinheiro, pela Companhia de Dança Contemporânea de Évora. Este espetáculo insere-se, igualmente, no Programa das comemorações do Centenário do Nascimento de José Saramago (1922-2022). Os leitores da Biblioteca Municipal da Figueira da Foz têm um desconto de 50% na aquisição do bilhete (mediante apresentação de cartão de leitor), e a entrada é gratuita para alunos e professores das escolas de dança do concelho e para alunos e professores da disciplina de Português, do 12º Ano (mediante comprovativo no levantamento de ingresso).

Quanto à programação do CAE, os destaques, para novembro, centram-se em dois espetáculos internacionais.

Assim, no dia 24 de novembro, pelas 21h30, sobe ao palco do Grande Auditório o Soweto Gospel Choir, para apresentar o espetáculo “Freedom”. Para além dos seus hinos tradicionais sul-africanos, o coro irá apresentar as suas famosas interpretações de "Amazing Grace", "Hallelujah", e "Freedom Songs Medley", num espetáculo repleto de cor, emoção e harmonias únicas. O preço dos bilhetes é de 20,00€ por pessoa.

No dia 27 de novembro, pelas 21h30, no Grande Auditório, é a vez de Lisa Gerrard e Jules Maxwell apresentarem o seu álbum “Burn”, aclamado pela crítica. De referir que a cantora e compositora Lisa Gerrard é um dos elementos-chave do grupo Dead Can Dance, juntando-se neste concerto ao irlandês Jules Maxwell, compositor para dança e teatro e teclista da mesma banda. Este é um concerto integrado no Misty Fest. O preço dos bilhetes é de 20,00€ por pessoa.

Publicado na edição de setembro de 2022 da Revista FOZEm 1987, António Cruz Marques e Vitor Pais fundaram a MICROplástic...
10/11/2022

Publicado na edição de setembro de 2022 da Revista FOZ

Em 1987, António Cruz Marques e Vitor Pais fundaram a MICROplásticos S.A.

Da sua fundação, até às suas primeiras instalações, passaram 3 anos e a sua primeira vocação foram as peças técnicas para a indústria eletrónica, tendo alcançado em 1995 um volume de negócios de 3 milhões de euros. Nesse ano também, obteve a sua primeira certificação ISO 9002.

Desafiado pelo seu cliente Philips para produzir a 1º válvula de água em plástico em substituição do metal, tornou-se em 1996 o 1º fornecedor mundial da Philips.

No entanto, e antecipando a deslocalização das empresas eletrónicas para a Ásia, a empresa mudou o seu rumo para o setor automóvel.

No ano 2000, e fruto do crescimento de volume de negócios que se verificou graças à entrada no setor automóvel, a MICROplásticos expandiu a sua área produtiva, e em 2001 já faturava 10 milhões de euros.

Somente 5 anos mais tarde, a empresa alcançava os 20 milhões de faturação, um crescimento recorde verificado na indústria portuguesa na altura.

A fábrica original sofre ainda uma nova ampliação no ano de 2007, e em 2012 fruto da limitação existente para a expansão das instalações, a MICROplásticos adquire um terreno para implantação na margem sul do Rio Mondego, na Zona Industrial da Gala.

Em 2014, 2 anos após a aquisição da área industrial, inicia a produção na que é atualmente a fábrica que contém os processos mais automatizados e modernos da MICROplásticos, mas que também esta já foi alvo de uma ampliação no ano de 2019. Nesse mesmo ano de 2014, alcança os 30 milhões de faturação.

Mas como os desafios, numa empresa que procura o crescimento e evolução, nunca terminam, chegou a hora de dar um salto para o exterior. Depois de vários anos com a semente plantada na cabeça dos seus fundadores, em 2017 a internacionalização tornou-se uma realidade e foi criada a MICROplásticos Polska na Silésia, mais concretamente em Gliwice, tendo iniciado a sua produção 1 ano mais tarde.

No ano de 2020, a empresa mantendo o espírito e desejo de ser uma empresa familiar, concluiu o processo de sucessão que estava em curso, tendo a 1º geração e fundadores Vitor Pais e António Cruz Marques abandonado a direção operacional da empresa, ficando a Administração da empresa a cargo da 2º geração.

Atualmente a MICROplásticos conta com 3 unidades fabris, 2 em Portugal e 1 na Polónia e é reconhecida por se dedicar à produção de componentes de elevado rigor dimensional e precisão, de acordo com os requisitos dos seus clientes. A empresa concentra cerca de 75% do seu volume de negócios no setor automóvel, e 55% do seu mercado é a exportação direta. Os restantes mercados são a indústria Elétrica e Consumer.

Mais recentemente, no ano de 2022, e caminhando no sentido de a MICROplásticos se tornar uma empresa sustentável (tanto ambiental como social) foi traçado e apresentado um plano que permitam à MICROplásticos alcançar a Neutralidade Carbónica nos próximos anos.

Figueiropólio? Anexo Revista FOZ – Out’22A edição da RevistaFOZ traz um anexo, que não é um jogo, mas pode trazer bons m...
09/11/2022

Figueiropólio? Anexo Revista FOZ – Out’22
A edição da RevistaFOZ traz um anexo, que não é um jogo, mas pode trazer bons momentos de diversão entre família e amigos.

Associativismo: uma breve históriaPublicado na edição de setembro de 2022 da Revista FOZ por Ricardo SantosSe há um cami...
09/11/2022

Associativismo: uma breve história
Publicado na edição de setembro de 2022 da Revista FOZ por Ricardo Santos
Se há um caminho de construção humana que percorreu os últimos 140 anos, atravessando convulsões políticas com inaudita capacidade de sobrevivência, foi, sem dúvida, o associativismo. A antropologia explicará objetivamente as causas e consequências desta longevidade. Todavia, bastará pensar que os pilares do edifício associativo emergem da iniciativa livre e voluntária para perceber que o cimento agregador é fruto orgânico da própria sociedade civil.
Sem olvidar as primitivas instituições para a ação coletiva pré-modernas, o associativismo – como hoje o conhecemos – deve muito à ação do «patriarca da liberdade» Manuel Fernandes Tomás e à Revolução de 1820. O quadro político, económico, social e cultural instituído pela monarquia liberal revelar-se-á claramente favorável à emergência do associativismo popular.
Na Figueira da Foz o apelo à associação promove a fundação de diversas instituições, ainda na primeira metade do séc. XIX. Desde logo, no campo do fomento económico, a Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz fundada em 1835 ou, no domínio dos socorros mútuos, a Santa Casa da Misericórdia, criada em 1839. As elites endinheiradas apostam em sociedades patrióticas: a Assembleia Figueirense (1839) é um bom exemplo.
Em paralelo, as filarmónicas têm um papel central na construção do movimento associativo e na Figueira da Foz encontram terreno fértil para a sua expansão. A primeira sociedade a dedicar-se à promoção do estudo da música é precisamente a Sociedade Filarmónica Figueirense, com atividade ininterrupta desde 1842. Em 1848, nasce a atual União Filarmónica Maiorquense. A Sociedade Boa União Alhadense, surge em 1854, a Sociedade Filarmónica Paionense em 1858 e a Sociedade Filarmónica Quiaense existe pelo menos desde 1869. Já a Filarmónica 10 d’Agosto de 1880, por referência ao início dos trabalhos do caminho de ferro da Figueira, é fruto da disputa político-partidária entre progressistas e regeneradores. Todas estas sociedades associavam a música à beneficência, assumindo claramente lógicas de solidariedade social em caso de pobreza ou doença.
Em 1882 a Figueira da Foz já era assim servida por várias associações de referência. O ano não terminará, contudo, sem a fundação de uma nova e relevante instituição: a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz.
Até ao último suspiro da monarquia, a ideologia republicana propagar-se-á também sob a forma de associações de cultura e recreio, de socorros mútuos ou cooperativas, concorrendo para a sua proliferação. A Troupe Recreativa Brenhense (1896), a Sociedade de Instrução Tavaredense (1904) ou o Grupo Caras Direitas (1907) são boas referências, associando a instrução ao teatro de amadores.
A Primeira República não traz mudanças significativas no dia-a-dia de miséria da maioria da população. Serão as coletividades, que se propagam pelas aldeias e vilas do país, que irão dar resposta às necessidades culturais e de instrução. Finda a Primeira Grande Guerra recrudesce uma nova urgência de viver em e com a comunidade. A Figueira assiste a um verdadeiro boom associativo. Datam deste período, entre outras, o Sport Clube de Lavos (1920), o Grupo Instrução e Sport (1920), o Grupo Recreativo Vilaverdense (1921), o Grupo Musical Carritense (1921), o Ateneu Alhadense (1924), a Sociedade Instrução e Recreio de Lares (1926) ou a Sociedade Musical do Alqueidão (1927).
Surgem também associações dedicadas ao desporto e, em particular, ao futebol. O Quiaios Clube (1921) e a União Foot-Ball Buarcos (1921), por exemplo, são organizadas por adeptos da modalidade. A Figueira, contudo, já tinha tradição desportiva: a Associação Naval 1.º de Maio é fundada em 1893 e o Club Gymnastico Velocipédico Figueirense, atual Ginásio Clube Figueirense, em 1895.
O Estado Novo, fruto da ideologia fascista, revela-se hostil ao associativismo livre e resfria o aparecimento de novas associações. Será a inabalável democracia interna e a capacidade de gerar alternativas culturais e sociais que torna as coletividades importantes polos de resistência e democracia.
Ainda antes do 25 de abril, surgem as Casas do Povo como resultado da publicação das normas de cooperação médico-sociais, que reorganizavam os serviços do então Ministério da Saúde e da Assistência. A Casa do Povo do Alqueidão (1972), de Lavos ou de Quiaios (ambas de 1973) são deste período em que era preciso dar resposta às necessidades dos trabalhadores rurais.
Após a Revolução dos Cravos, a consagração constitucional do direito ao repouso e ao lazer, mas também à cultura e ao desporto gera um movimento social determinante para o crescimento e desenvolvimento das associações de cultura, recreio e desporto em Portugal. Estudos indicam que 90% das atuais coletividades surgiram já depois de 1974.
A Associação das Colectividades do Concelho da Figueira da Foz nasce em 2001, no seguimento da identificação da necessidade da estruturação do movimento associativo.
Concluindo, constata-se que há um claro paralelismo entre os ciclos de proliferação associativa e as transformações políticas no país. A sociedade – talvez o Homem – acomoda-se por natureza. É por isso que sempre que há mudança – sejam elas familiares, profissionais, políticas ou sociais – há uma natural predisposição para a ação transformadora. As ações materializam-se em obra. Muitas delas enraízam-se de tal maneira que se tornam parte intrínseca e indissociável da vivência comunitária. As coletividades são – ainda hoje – um bom exemplo e uma torrente fonte de inspiração para a construção de territórios mais desenvolvidos e melhores cidadãos.

Editorial – Outubro de 2022 – Revista FOZPublicado a edição de setembro de 2022 da Revista FOZA revista, como quaisquer ...
08/11/2022

Editorial – Outubro de 2022 – Revista FOZ
Publicado a edição de setembro de 2022 da Revista FOZ
A revista, como quaisquer outros documentos, pode ter vários objetivos ou utilidades.
A Revista FOZ, desde que abraçou esta moldura humana, tem claro na sua visão editorial um único objetivo geral: dar PODER à sociedade civil figueirense.
Em agosto fizemos um trabalho de recuperação desta revista, com uma nova cara e uma estrutura de conteúdos que abrisse horizontes para mudanças profundas na forma de ela ser.
Em setembro revisitou-se a história da cidade da Figueira da Foz, com fim a partilhar com os figueirenses o passado da sua terra. Acreditamos que é fundamental saber quem somos e de onde vimos: qual a nossa identidade e conjunto de ferramentas.
Em outubro o foco da FOZ é o Poder. Queremos olhá-lo e dissecá-lo, com a ajuda de nobres participações e inputs. Começa a ficar claro que a Revista FOZ tem um compromisso sério com os seus leitores: dar-lhes um resumo de conhecimentos e vias para serem e aplicarem a mudança que eles desejam ver na sua comunidade.
Diversos tipos de poder são abordados nesta revista local, todos eles estão de alguma maneira disponíveis a ser usados para construção de uma sociedade mais justa e esclarecida. É evidente que inúmeros problemas acontecem, e poderão perguntar-se porque não os abordamos – lá chegaremos. Na minha e na nossa visão pode ser ainda mais estéril oferecer à vista e às bancas um sem-fim de problemas chamativos e virais, sem antes ter este diálogo sério com quem nos lê (de como poder fazer frente a esses desafios); do que o contrário, simplesmente ainda não os abordar em detrimento deste serviço ao público, deste auxiliar de memória e gatilho para pensamento prático rumo à melhoria da nossa qualidade de vida.
Para além disto, entramos numa nova etapa desta recuperação da revista, apresentamos uma conexão mais forte e visível com a cultura e a vida em sociedade locais – é também para isto que contamos com as revistas…
Até ao final do ano poderá esperar da Revista FOZ este trajeto, centrado em temas, numa ótica de compilação de conhecimento e promoção de liberdade de pensamento.
Como se diz «O futuro a Deus pertence», mas nós tentamos dar-lhe uma mãozinha nesta procura de formulação de rumo e participação ativa para que todos, e cada um de nós, possa entrar nestes tempos difíceis mais livre, forte, conhecedor e capaz.
No fim do dia esta é a verdade. Mas durante o dia, a boa disposição é necessária – não abdicamos dela. Tem encontrado, em nós, alguns momentos da leitura mais ligeiros, provocadores e picantes. Neste número também os há.
Queiramos reencontrar-nos no próximo mês entre aromas e memórias, luzes e verdades negras, festa e reflexão. Aproveite esta revista e dê-nos o seu feedback através do nosso e-mail que pode encontrar na página seguinte.
Termino agradecendo a participação das muitas pessoas, individuais e coletivas, que tornaram possível esta Poderosa Revista.

FIGUEIRA AOS OLHOS DE JOSÉ HERMANO SARAIVA - edição de Setembro de 2022 da Revista FOZ.(transcrição adaptada)Senhores te...
08/11/2022

FIGUEIRA AOS OLHOS DE JOSÉ HERMANO SARAIVA - edição de Setembro de 2022 da Revista FOZ.
(transcrição adaptada)
Senhores telespectadores este é o Forte de Santa Catarina. E aqui bem na nossa frente vemos a Capela de Santa Catarina que deu origem ao nome do forte. Santa Catarina é advogada dos que andam perdidos sobre as ondas do mar: e rezam a Santa Catarina, que também ela foi navegante. Depois como a capela estava sempre a ser assaltada por mareantes vadios e piratas e flibusteiros, fizeram aqui à volta uma muralha; da muralha fez-se o Forte de Santa Catarina. Deixou de haver corsários e fizeram ali um farol para fazer sinal aos navegantes à noite. Os navios entram e saem porque felizmente a barra está cada vez mais praticável. O mar é que marca a história de toda essa região.
A foz do rio Mondego foi avançando: há três mil anos estava a mais de 20km daqui, num lugar chamado Santa Olaia. Aqui foram encontrados inúmeros objetos fenícios, para os ver vale a pena visitar o Museu Municipal Santos Rocha. Os fenícios vinham aqui buscar um estanho com o qual misturado ao cobre, fabricavam o bronze. E atracavam ali em Santa Olaia porque aquilo ainda era mar. Eles vinham em navios com um certo calado e depois vinham, do interior, as cargas praticamente em jangadas - o Rio era navegável em grande percurso, e até Penacova foi navegável até um tempo relativamente perto de
nós (era uma má estrada, mas não havia outras). E isso faz da foz do Mondego, fez sempre, uma região riquíssima de civilização. (…)
Através da comparação das vasilhas fenícias que podem ser vistas no Museu, obtém-se uma espantosa lição sobre a colonização desta faixa ocidental da península pelos navegadores vindos da Fenícia. (…)
Estes e outros espólios podem ser encontrados no Museu Santos Rocha. Mas não era justo falar dele sem referir uma figura nossa contemporânea, a Doutora Madalena Perdigão, figueirense. Foi ela quem insistiu com o marido, Doutor Azeredo Perdigão, Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, em fazer este belíssimo Museu.
No ano de 1808 Portugal esteve ocupado pelo exército francês, é aquilo a que se chama a primeira invasão francesa. Esse facto foi comemorado, aqui na Figueira da Foz com uma exposição neste Museu...
É muito importante compreender o papel que as marinhas tiveram durante toda a pré-história portuguesa. À medida que o mar ia recuando ficavam vastas zonas de águas marítimas que, evaporadas pelo sol forte, davam sal. Apareceram as grandes salinas da Figueira da Foz. Sugiram grandes estaleiros para fazer lugres e grandes extensões de seca de bacalhau. Era o tempo em que os políticos prometiam bacalhau a pataco.
Aqui também havia marinhas no século XVI e em XVII estavam em grande desenvolvimento. Está-se agora a assistir a uma espécie de reaproveitamento das marinhas com fins museológicos.
O principal monumento histórico da Figueira da Foz é este edifício que se chama Casa do Paço. É um palácio com uma fachada enorme, quem o mandou construir foi um Bispo de Coimbra. Devia ter um torreão em cada lado, mas o segundo nunca foi feito, porque esse Bispo começa as obras em 1690, morre catorze anos depois, em 1704, e isto não era uma obra propriamente religiosa, era uma obra da pessoa, que nessa altura era Bispo. Portanto, quando ele morreu não ficou para a diocese, ficou para os sobrinhos – que não tinham dinheiro para concluir o segundo torreão. O que torna mais enigmático este paço é que as salas são forradas por 12.000 azulejos que não são portugueses. As figuras nos azulejos devem representar uma luta entre cavaleiros cristãos e mouros. Os que têm capacetes metálicos são os únicos que possuem armas de fogo, estão a disparar os seu revolveres sobre os outros; todos os que estão caídos dos cavalos têm turbantes – são cavaleiros
turcos. Admite-se que seria uma carga de azulejos com destino a Malta e que o navio, por algum motivo ficou aqui. São oriundos da Holanda e designados por azulejos de Delft, eram caríssimos e se observarmos com atenção é um desenho finíssimo representando cenas com muito interesse, de inícios de séc. XVIII e fins do séc. XVII.
Uma questão que dá que pensar, é que ideia terá sido a de um Bispo de Coimbra vir fazer um verdadeiro palácio num lugar que, nessa altura, nem aldeia era. É possível que o Sr. Bispo ao estabelecer aqui uma casa muito grande, quisesse ou já tivesse tomado uma posição nos comércios do bacalhau ou do sal. A Figueira da Foz só teve foro de vila em 1772 – quase cem anos depois da construção da Casa do Paço – já nos últimos anos do tempo de Marquês de Pombal.
Esta estátua e túmulo é do estadista Manuel Fernandes Tomás – contém as suas cinzas que foram transladadas há alguns anos por iniciativa da Academia Portuguesa da História. É Manuel Fernandes Tomás quem lidera intelectualmente a grande revolução de 1820- 1822, que a revolução que em Portugal põe termo ao regime semifeudal e que introduz o regime liberal.
Manuel Fernandes Tomás nasceu em 1771 numa casinha que já não existe. Era uma casinha pobre, de uma família pobre, numa rua pobre até que o nome que lhe davam era a Rua dos Tropeções. Na certidão de nascimento de Fernandes Tomás diz-se que o pai era empregado na vida marítima, era um homem que tinha um barco e se dedicava a fazer transporte de sal – um homem muito modesto. O filho, com os parcos meios locais, aprendeu rapidamente e ficou em condições de poder entrar na Universidade. Acaba a formatura em 1791: é o ano da primeira Constituição da República Francesa.
Em Coimbra já ouve falar das ideias novas da Constituição, é protegido do Bispo (Conde de Arganil) que o nomeou Juiz de Fora de Arganil. O rapaz revela-se um juiz excelente, é um homem de uma irredutível honestidade, àquelas mãos pode-se entregar ouro em pó – isso, já nessa altura, era uma exceção em Portugal. É, posteriormente nomeado como o Superintendente das Alfândegas de Aveiro, Coimbra e Leiria.
Em 1808, o Reino de Portugal foi ocupado pelo exército francês. Os ingleses enviam o exército comandado pelo general Arthur Wellesley. Um exército precisa de muita coisa, mas não tem aqui nada. Nessa altura aparece um homem, que conhece profundamente os meios locais, que está de alma
e coração com esse exército já que está a favor dos ingleses e contra a invasão francesa. Os ingleses resolvem pagar a esse intendente das alfândegas, esse homem extraordinário, Manuel Fernandes Tomás, dão-lhe um belo lugar: Desembargador da Relação do Porto – em 1811. Dá-se então uma coisa extraordinária: Fernandes Tomás só vai tomar posse do lugar em 1817 porque era um homem sério e disse «eu não estou preparado para ser Juiz da Relação do Porto». Aceitou o lugar e título, não recebeu os vencimentos e ficou em Coimbra a estudar. No tempo de Fernandes Tomás a legislação estava dispersa por leis designadas leis extravagantes. Ele faz um Reportório Geral e Índice Alfabético das Leis Estravantes do Reino de Portugal – este homem entendia que a primeira obrigação de um juiz é de entender a lei.
Fernandes Tomás, agora já bem consciente do direito que vai praticar, toma posse do seu lugar na Relação do Porto e parece que vai ter uma vida sossegada como juiz superior, mas não vai, porque exatamente nesse ano, 1817, surge um movimento em Lisboa de jovens oficiais que querem que Portugal volte a ser português: foram todos condenados à morte e enforcados no Campo de Santana – chama-se hoje Campo dos Mártires da Pátria. Então resolve criar um pequeno grupo de intelectuais que saibam bem o caminho a tomar no caso de haver uma revolução. Em 1820 acontece a revolução e temos um grupo que sabe perfeitamente o que quer: quer uma Constituição. Depois das revoluções começa a aparecer uma praga, que não há revolução nenhuma que se consiga livrar dela: é a praga dos oportunistas, os que vêm dizer «Eu também, eu também quero, eu também fui».
Diz, então Fernandes Tomás, que as revoluções se fazem para servir o país «ninguém pode ganhar nada com a revolução», portanto é proibido ganhar um real que seja com os cargos políticos. Simplesmente Fernandes Tomás, a partir da revolução, não tem senão cargos políticos – está em Lisboa, dirige as cortes constituintes, particamente exerce o governo todo. Sendo os cargos gratuitos e não sendo rico, deixa de comer e continua a trabalhar, até que adoece, deixa de ir à câmara dos constituintes. Falta 5 dias e câmara pergunta «o pai da Pátria, por que é que ele está doente?» - foram a casa dele e viram
qual era a doença que ele tinha, morria de fome e sucumbe. Esta lição é das mais impressionantes que a história de Portugal nos conta, hoje – talvez por isso ninguém a quer lembrar.
Estamos na praia da Figueira da Foz, ainda hoje é uma praia notável, conhecida em toda a Europa. No século passado era a principal praia portuguesa, vinha para cá imensa gente, tinha bons acessos e um lugar chique, vir à Figueira passar os dois meses de agosto e setembro.
Um dos livros mais curiosos sobre as praias portuguesas é um livro publicado em 1870, pelo grande escritor Ramalho Ortigão, um grande amante das praias. Tendo ido às praias todas, veio à Figueira e fez desenhar barraquinhas com riscas azuis.
A praia de banho é uma instituição da sociedade burguesa que vem com a revolução industrial e vem já no séc. XIX.
A Figueira da Foz é uma das maiores praias da Península Ibérica e não é difícil de adivinhar que vai ter um grande futuro. Com este clima extraordinário, com este ar atlântico com este sabor a maresia… Este é realmente um lugar único. Uma terra assim tem garantido um lugar no Futuro.

🔥O Poder! O que é e onde está? Tu tens poderes? Tens! Descobre-os na 14ª Revista FOZ. Os nossos assinantes digitais já a...
02/11/2022

🔥O Poder! O que é e onde está? Tu tens poderes? Tens! Descobre-os na 14ª Revista FOZ. Os nossos assinantes digitais já as estão a receber e sem custos! Estarão nas bancas habituais e mais algumas já nesta sexta-feira. Quanto ao pequeno atraso, sabemos que tens o PODER necessário para nos desculpares e perceberes que valeu a pena!

Participe neste brevíssimo questionário (sem qualquer pretensão científica)O filme The Godfather celebra em outubro de 2...
12/10/2022

Participe neste brevíssimo questionário (sem qualquer pretensão científica)
O filme The Godfather celebra em outubro de 2022 o seu 50º aniversário. A Revista FOZ não é indiferente a isso: estamos a perguntar aos figueirenses quem, para eles, é O Padrinho na Figueira da Foz.
É evidente que não nos referimos a qualquer dimensão menos lícita. De forma bem humorada apenas queremos saber quem considera ser a pessoa influente que "apadrinha" a Figueira da Foz.
É anónimo! Dê-nos a sua opinião!
Apenas para fins de estatística solicitamos que nos diga a sua idade e profissão.
(tempo médio de resposta 30 segundos)

O filme The Godfather celebra em outubro de 2022 o seu 50º aniversário. A Revista FOZ não é indiferente a isso: estamos a perguntar aos figueirenses quem, para eles, é O Padrinho na Figueira da Foz. É evidente que não nos referimos a qualquer dimensão menos lícita. De forma bem humorada ape...

Cronologia Geral de 1771 a 198412 de Março de 1771 ELEVAÇÃO A VILA1801COMEÇO DA EXPLORAÇÃO DE CAL HIDRÁULICA NO CABO MON...
12/10/2022

Cronologia Geral de 1771 a 1984

12 de Março de 1771
ELEVAÇÃO A VILA

1801
COMEÇO DA EXPLORAÇÃO DE CAL HIDRÁULICA NO CABO MONDEGO

1835
CONSTITUÍDA A ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL

1839
FUNDADA A ASSEMBLEIA FIGUEIRENSE

1842
FUNDADA A SOCIEDADE FILARMÓNICA FIGUEIRENSE.

1858
CONSTRUÇÃO DO FAROL VELHO

1869
CONSTRUÇÃO DO BAIRRO NOVO DE SANTA CATARINA

1872
INSTALAÇÃO DA FÁBRICA DE VIDRO DO CABO MONDEGO

1874
INAUGURAÇÃO DO TEATRO PRÍNCIPE D. CARLOS

1875
INAUGURAÇÃO DO AMERICANO

1875
CONSTRUÇÃO DA ESTRADA PARA LEIRIA

1878
FUNDAÇÃO DA METALÚRGICA MOTA DE QUADROS

1880
FUNDADA A FILARMÓNICA 10 DE AGOSTO

1882
FUNDAÇÃO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

1882
CHEGADA DO COMBOIO À FIGUEIRA DA FOZ

20 de Setembro de 1882
ELEVAÇÃO A CIDADE

1884
INAUGURAÇÃO DO TEATRO-CIRCO SARAIVA DE CARVALHO

1885
FORMAÇÃO DA PRIMEIRA EMPRESA ARMADORA

1886
ADJUDICAÇÃO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

1888
CHEGADA DA LINHA FÉRREA DO OESTE

1889
CRIAÇÃO DA ESCOLA INDUSTRIAL

1891
FUNDAÇÃO DAS OFICINAS DO MONDEGO

1891
CONSTRUÇÃO DO JARDIM MUNICIPAL

1892
CONSTRUÇÃO DO MERCADO MUNICIPAL

1893
CONSTITUIÇÃO DA ASSOCIAÇÃO NAVAL 1.º DE MAIO

1894
INAUGURAÇÃO DO MUSEU

1895
FUNDAÇÃO DO GINÁSIO FIGUEIRENSE
INAUGURADO O CASINO PENINSULAR

1897
CONSTRUÇÃO DOS PAÇOS DO CONCELHO

1910
INAUGURADA A BIBLIOTECA PEDRO FERNANDES TOMÁS
TEATRO DA TRINDADE EM BUARCOS

1914
INAUGURAÇÃO DO JARDIM ESCOLA JOÃO DE DEUS

1917
FUNDADO O TENNIS CLUB

1920
ABRIU A VIDREIRA DA FONTELA

1922
FINALIZADO O PALÁCIO SOTTO MAYOR

1947
CONCLUÍDA A TORRE DO RELÓGIO

1948
CONCLUÍDO O EDIFÍCIO DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS

1953
INAUGURADO O GRANDE HOTEL E A PISCINA-PRAIA

1966
CONCLUÍDOS OS PRIMEIROS MOLHES DA ENTRADA DO PORTO

1967
ENCERRAM AS MINAS DE CARVÃO DO CABO MONDEGO

1982
INAUGURADA A PONTE EDGAR CARDOSO

1984
ENCERROU A FÁBRICA DE CIMENTO
ABRIU A CELBI – BEIRA INDUSTRIAL

Endereço

Rua Da Liberdade, 72
Buarcos
3080-080

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