18/02/2023
Há 50 anos nasceu o Mundial de Cross! Dominado pelos países europeus, a prova nasceu em Waregem, na Bélgica, sucedendo assim ao Cross das Nações que juntava quase exclusivamente países europeus, com predominância dos britânicos, onde nasceu esta variante do atletismo.
Nesse ano, participaram 286 atletas, de 21 países, sendo 85% deles oriundos de países europeus. Pekka Paivarinta, da Finlândia, e Paola Cacchi, de Itália, individualmente, Bélgica e Inglaterra, coletivamente, foram os primeiros campeões mundiais, em masculinos e femininos, respetivamente.
Apesar de participações anteriores, a atenção para Portugal abriu-se em 1976, quando Carlos Lopes, que hoje comemora o seu aniversário, se sagrou, pela primeira vez, campeão mundial!
Cresceu aí o interesse dos portugueses, eu incluído, aguardando-se ansiosamente pela divulgação das equipas portuguesas, que entretanto foram colecionando mais medalhas para Portugal, quer em masculinos, quer em femininos, sendo para mim uma glória ter podido fazer a reportagem da competição para o jornal “A Bola”.
Contudo, essa minha presença já foi feita numa altura em que a participação europeia já era muito menor, pois em 1988 o “peso” dos atletas europeus foi de apenas 43,9%. Depois de dois anos de novo acima de 50%, os números foram descendo significativamente, até que em 2019, última realização antes da pandemia, a prova registasse uma participação de apenas 25,1% (sendo que o ponto mais baixo fora atingido dois anos antes – 13,4% dos participantes).
Quatro anos depois, devido à pandemia, os Mundiais voltaram a realizar-se, despercebidos entre nós, na madrugada passada, em Bathurst, na Austrália, e a Europa virou (definitivamente?) as costas à competição. Em 453 atletas de em representação de 48 países, apenas 47 eram europeus, sendo que a Grã-Bretanha apresentou 21 e a Espanha 22. Chegámos aos 10,3%.