16/10/2023

Alguns munícipes expressaram este segunda (16) o seu repúdio ao facto de os órgãos eleitorais darem vitória à FRELIMO em quase todas as 65 autarquias, incluindo as cidades de Maputo e Matola. Os nossos entrevistados alegam não ter votado no partido FRELIMO como vingança.
Passados alguns dias depois do anúncio dos resultados pelos órgãos eleitorais, “Carta” foi à rua, nas artérias da província de Maputo, para perceber as razões que levam o povo a discordar da “suposta vitória da FRELIMO” e o que lhes move para tal.
Numa breve conversa, falamos com Clara Ecineta, de 67 anos de idade, residente no bairro T-3. Ela diz que votou no partido que encontrou por perto. “Votei na FRELIMO, mas já não está a dar. Para mim, o pior é que a FRELIMO já não está nem aí para nós. Eles permitem mortes de qualquer maneira, se pudessem ver nos nossos corações, iam nos matar a todos porque já não aguentamos com os desmandos deste partido. Já chega da FRELIMO reinar sozinha, demos-lhe muitos anos e só está a piorar as nossas vidas. Médicos sem salários, professores a sofrer, polícias não recebem há meses... Só Deus para ajudar o nosso país e nos libertar das mãos destes ladrões”.
Carolina Lissenga, de 52 anos de idade, residente em Txumene 2, explicou à nossa reportagem que, mesmo não tendo votado na FRELIMO, o voto dela não contou para a RENAMO.
“Sempre que chega essa época de eleições me lembro da guerra dos 16 anos, nós sofremos muito, eu andava sempre com minha mãe e os homens da RENAMO nos fizeram rastejar de barriga com varas em cima de nós, não queriam saber se havia criança ou adulto, sofri muito, meu pai sofreu mais ainda. Então, se a RENAMO venceu estas eleições não foi com o meu voto porque eu não confio em nenhum destes partidos”, disse.
Para Ratita Nhampossa, de 26 anos de idade, residente no bairro da Matola Gare, esta seria a segunda vez que participaria na votação, mas não foi votar porque sabia que o voto dela não ia contar nem para RENAMO e nem para outro partido.
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