Textos M164

Textos M164 Uma pequena frase pode criar grandes mudanças.

03/10/2022
13/08/2022

FLORINHA ♣ ( - ∞ )
CAPÍTULO 08 - Segunda ordem (Continuação)

— Estou bem e você?
— Estou bem. Podemos conversar um pouco?
— Não, não podemos — é incrível, ele pergunta como se a gente se conhecesse.
Baquita só ficou olhando para mim e para ele, para mim e para ele. Como se quisesse perceber o que estava acontecendo.
— Só um pouco — o olhar dele ainda estava com aquele desejo sexual e isso me irrita muito. Sem dizer que eu já estava chateada com minhas coisas.
— Eu já disse não. Moço, qual é o problema? — respondi enquanto já estava andando.
Baquita veio na minha trás com passos lentos, ainda olhando para o moço.
— Quem é aquele moço? — Talvez ela não olhou bem pra ele na última vez.
— É o jovem do pão!
— Do pão? Como assim? Ele vende pão?
— Não, sempre que eu saio para comprar pão, encontro ele e os amigos conversando — me dei conta que em outros momentos somente encontro ele, nunca me encontrei com os outros jovens.
— Haamnn, agora percebi. Mas ele gosta muito de você, nota-se no olhar dele.
— Baquita, aquele não é olhar de "gostar de alguém". Pode ser qualquer outra coisa, mas não é de gostar. — Eu nunca gostei de homem que me olha com desejo, ainda mais agora. Mas não tinha como explicar tudo isso para Baquita.

Logo que chegamos em casa, vejo Luther. — Sempre que vejo ele penso no meu pai, ele sempre falava desse nome.
— Manaaa.
— Olá, príncipe! Você está bem?
— Sim. Mãe me comprou chocolate. — Luther gosta ser comprado coisas e f**a muito feliz com isso. A nossa mãe não tem problema em dar esses mimos.
— Yuu, que bom, comprou mais o quê?
— Bolacha, chips e sandes.
— Você guardou para mana?
— Sim. — Luther responde, tirando chocolate para mim.
— Obrigada mano! — enquanto dou um abraço a ele.
— Huumn como foi o passeio? — minha mãe pergunta enquanto eu soltava Luther.
— Continua vendo desenhos animados — Luther foca a atenção dele na TV e eu respondo a minha mãe:
— Não foi passeio, mas foi bom — acho que meu semblante estava ainda um pouco pra baixo. Porque a Mamacita olhou para mim e perguntou:
— Huumn? O que foi?
— Nada mãe! Luther sempre me lembra ele. Sinto falta dele.
Minha mãe logo percebeu que eu estava falando do meu pai, olhou para mim com um leve sorriso e disse:
— Ele faz muito falta, vocês são o que me restou do amor dele. — minha mãe respondeu com um sorriso, mas dava para ver que os olhos dela estavam brilhantes e eu dei um sorriso também, só pra aquele brilho não aumentar.
— Mana Fló, já coloquei! — Baquita, interfere na conversa.
— Já o quê também?
— Já coloquei o meu cartão no celular, hiii estou super ansiosa. — Baquita estava muito empolgada mesmo. Isso é bom.
— Mas nem almoçou ainda, hiii, você haamm, Baquita.
— Senhora influenciadora — Mamacita responde, provocando Baquita.
— Mãe, mãe iaaa. K*k.
Não notei como o clima já tinha mudado, mas foi muito bom. Enquanto conversávamos ajudamos a terminar o almoço e fomos à mesa.
— Baquita, celular? — Pergunto, fazendo aquele olhar profundo de chamada de atenção.
— Opha, já está no bolso — ela responde, colocando no bolso. Aprendemos que não podemos almoçar usando o celular e ela estava para fazer isso. Talvez seja pela emoção.
Emoção, é o que eu não estava conseguindo ter, com relação ao celular. Decidi que iria entrar e apenas apagar a conta do Facebook sem ler nenhuma mensagem, caso existisse alguma.
Quando terminamos de almoçar, fui repousar um pouco — gosto de repousar nas tardes, as vezes parece que esvazia a mente. Talvez esvazia a alma também, é uma sensação boa, sentir que todos problemas se foram. Antes de cair no sono, continuei a minha leitura "Por Lugares incríveis": Começa um burburinho lá embaixo, e eu grito:
— Não tente me salvar! Você vai acabar se matando!
Depois digo bem baixinho, só pra ela: " — Acho que devemos fazer o seguinte… — Estou a mais ou menos um passo dela agora. — Jogue as botas em direção ao sino e agarre o parapeito, agarre pra valer, e, assim que conseguir, se apoie nele e passe o pé direito por cima..." — Fico pensando onde "Jennifer Niven trouxe tanta inspiração ao escrever esse livro?" E Continuo a leitura até cair no sono.

Quando acordei já havia se passado quase duas horas e já eram 15h37. Saí do meu quando, fui lavar os pratos do almoço. Enquanto terminava, Baquita vem na minha direção toda eufórica.
— Aiiii, mana Fló, você não vai acreditar, o que a-con-te-ceu. — estava tão eufórica que algumas palavras falava sílaba por sílaba.
— O que foi, o que foi? — eu suspeitei que fosse algo relacionado à página dela do Facebook.
— Mana Fló, eu disse que minha página estava com 500 seguidores. Agora está com 1200 seguidores, mana, 1200 seguidores. — Dava para ver a felicidade no rosto dela.
Foi gritaria pra cá e pra lá, juntas, f**amos eufóricas — essa sensação é boa, Baquita consegue me fazer sorrir, mesmo sem essa intenção.
Passado algum tempo, fui sentar na minha cama. Entrei no Facebook para eliminar a conta definitivamente. Logo que entrei, vi que tinham muitas mensagens, pensei em eliminar o Facebook sem entrar na caixa de mensagens mas tive que entrar — a tentação era maior. Eram muitas mensagens, mas o nome dela estava no topo e o pouco que dava para ver da mensagem, dizia: " — Fló, me perdoa, eu não..." — Teria que abrir o chat dela para poder ver toda mensagem. Baquita tinha razão, eu sinto saudades dela, mesmo com toda mágoa que guardo, eu sinto saudades dela. Fiquei pensando entre eliminar o Facebook sem abrir a mensagem dela ou abrir para pelo menos ver como ela se justif**a — o meu coração já estava acelerado, pensei muito, até me decidir em...

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Créditos: Leonardo Mangachaia

11/08/2022

FLORINHA ♣ ( - ∞ )

CAPÍTULO 07 - Segunda ordem

O professor pegou minha transferência e parecia que queria falar algo — Eu fiquei preocupa, pensando "o que ele quer dizer? Não é tudo?" Demorou um pouco, como se estivesse pensando em algo. Até finalmente abrir a boca.
— Heeee... huumn, ya! Eu sou Paulo Sabonito, director desta turma e esses são teus colegas, desde já. Por enquanto é só, pode ir para casa se organizar para poder entrar amanhã. Vais conhecer todos esses ao longo do tempo — eu espera pelo menos ouvir os nomes deles de forma rápida, mas ele é realmente objetivo.
— Está bem, obrigada. tchau.
— Tchau, — enquanto eu já ia saindo ela fala comigo novamente. — Haa, ia me esquecendo, leva essas cópias dos teus documentos e vai dar a senhora pedagógica.
Levei a cópia dos documentos, me retirei da sala e fui andando — é incrível, sempre é possível notar uma pessoa nova em um determinado ambiente. Os alunos me olhavam como uma nova no pedaço.

Quando Baquita me viu fez uma cara de surpresa mas não deu tempo de me perguntar algo, porque fui directo à secção pedagógica. Logo que entreguei os documentos fui em direção de Baquita pensando como a pedagógica é super Incrível e como eu não parava de admirar ela.
— Vamos! Não levanta por quê?
— Hiii, eu pensava que só esqueceu algo, Já?
— Já, aquele professor é super flexível.
— Talvez seja The flash e você não tenha percebido, kakaka — Baquita fala, se levantando para sairmos.
— Você com essas tuas piadas um dia há de ver.
— Iaaa. Mudando de assunto. Está ver aqueles alunos que estão a nivelar o jardim?
— Humn, o que foi?
— A pergunta certa é: quem foi? Kakaka, o Barrigudo é que lhes colocou de castigo, estavam a gritar muito no corredor.
— Não me diga, agora estamos mal yaaa. Kakaka.
— Iaaa, vamos lhe dar limão — e quem chupa limão sorrindo? Para nós dar limão, signif**a deixar a pessoa super nervosa.
— Fomos conversando sobre o que faríamos, o que não faríamos e como seria na escola. Seguimos os passos em direção ao mercado central enquanto conversávamos sobre muitos outros assuntos, gargalhadas para todo lado — já nos sentíamos as donas da cidade.
— Hiii, aqui é muito longe, sair do bairro 17 de Setembro até aqui não vai sendo fácil.
— Não é longe coisa nenhuma, tem pessoas que andam quilómetros e quilómetros para estudar, acredita, Baquita.
— Não estou a falar disso! Me refiro a ter que vir até aqui — Baquita fala, virando a cabeça para o nosso lado esquerdo. Quando olhei, vi um lugar escrito FIPAG, era antes de prestar atenção.
— Haaammmn, kakaka, mesmo assim acho que dá para vir pagar água e logo ir às aulas. — falo, enquanto olho na nossa trás, ainda dava para ver a escola um pouquinho e na nossa frente já estava o mercado central.
Ficamos um tempinho quietas, como se estivéssemos procurando algo — estávamos mesmo, procurando sombrinhas da Vodacom. Logo que vimos, fomos com passos um pouco mais rápidos.

Compramos dois cartões e registamos — dava para sentir a emoção que havia tomado conta de nós. É como aquela sensação de comprar um celular novo e deixar carregando 8h, o tempo passa lentamente.
— Eu levei meu celular, posso colocar o cartão? Kakaka — Pelo visto, Baquita estava mais ansiosa.
— Huumn, não! Vamos fazer isso em casa, com mais calma.
Enquanto andávamos, Baquita ia contando como estava ansiosa para a página dela do Facebook: BSB — me lembro como eu sempre tinha que ouvir Baquita gravando os vídeos dela, quando ainda estávamos na Beira.
— Sabe mana, no tempo que deixamos as redes sociais por um tempo, a minha página já estava com 500 seguidores. Esse tempo talvez já aumentaram uns 100 ou 200 seguidores.
— Ou mais, nunca se sabe, já estavas popular.
— Iaaa não exagera. K*k.
— É sério, k*kk. — As vezes não falo para ela, mas admito muito ela, sempre batalha pelo que quer e não passa por cima de ninguém.
— E você? Sente mais falta de? Assim que ligar os dados móveis, o que é que vai querer ver primeiro? — Ela fez essas perguntas de forma directa na pura normalidade, mas eu senti muito profundas.
Fiquei um pouco quieta, o ânimo baixou um pouco e respondi com a voz um pouco baixa:
— Haaa, nada.
— Nada? Como assim? É possível você f**ar todo esse tempo e não sentir saudades de nada? — Baquita falava enquanto já tinha saído do meu lado e já estava na minha frente, andando de costas.
Fiquei um tempinho em silêncio, Baquita, que estava com muita energia, olha pra mim nos olhos e f**a um pouco para baixo. Reduz os passos, ainda andando de costas na minha frente, praticamente para de andar e fala:
— Mana Fló, o que foi? Hei, de repente estás assim, o que foi?
Continuei em silêncio, fiquei olhando para ela, não demorou muito para ela perceber. Baquita ficou calada alguns segundos e falou novamente:
— Esse olhar, sentes saudades dela, né?
— Baquita, eu não quero falar disso. — As vezes parece que ela lê os meus pensamentos.
Nem sempre a gente f**a triste por lembras coisas ruins que nos acontecem, percebi que também podemos f**ar tristes por saber que não teremos mais alguns momentos bons.
Continuamos andando, já estávamos num silêncio total e muitos pensamentos invadindo a minha mente, fiquei pensando se ter novamente acesso à internet seria mesmo bom ou não. Se valia mesmo apostar nessa ideia. O Silêncio foi interrompido quando já estávamos quase em casa. A gente ouviu uma voz:
— Olá, tudo bem?
Quando olhamos, percebi logo quem era e respondi:
— Estou bem e você?
— Estou bem, podemos conversar um pouco?

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Créditos: Leonardo Mangachaia

30/07/2022

FLORINHA ♣ ( - ∞ )

CAPÍTULO 06 - Armando Forças (Continuação)

— Você e tuas piadas. Kakakaka.
— Alô, senhoras! Venham.
— Meus Deus, me assustei rsrsrs — Baquita fala levantando e segundo a mão de Luther.
Eu respondo dando gargalhadas silenciosas:
— Eu também, k*khkhukju.
— Parem de rir, já temos que entrar no gabinete da pedagógica — e de repente f**amos sérias. — Senhora pedagógica, aqui estão elas.
— Haaa que bom, sentem! Meninas.
Enquanto íamos nos sentando, a pedagógica continua falando:
— Então, você é a Baquita? — Ela me aponta e eu faço uma cara tipo "What????" — Haaa não? É que você parece a mais nova.
— Kakaka, eu sou a Baquita e sou a mais nova — é incrível como Baquita f**a tão a vontade como se ela e a pedagógica fossem amigas de longa data.
— Haaa desculpa, mas essa é a ESG 25 de Setembro, essa é a escola piloto ou modelo de Quelimane, aqui nós não admitimos... — Ela foi falando muita coisa, sobre como a escola é isto, aquilo, coisas que nenhum aluno presta atenção.
Nós tínhamos que dar sorrisos e concordar quando fosse para concordar, discordar quando fosse para discordar até o momento que ela falou algo interessante:
— A senhorita Flora, sendo que está na 12ª classe, estará estudando nas manhãs e a senhorita Baquita, 10ª é nas tardes e estará na turma A.
— E eu, senhora pedagógica! Em que turma estou? — Pergunto muito entusiasmada, porque amo estudar de manhã.
— Estará na B/B.
Baquita já estava com uma cara que dava para perceber que não ficou feliz em estudar no período da tarde — também quem gosta? É chato, nas manhãs não dá tempo de fazer nada.

Antes de nos retirarmos, entra um professor. Alto, estiloso, folgado, claro.
— Bom dia!
— Boas! — Ele responde de uma forma solta, parece mais folgado do que eu pensei. Continuou falando: — Boss, aqui estão aqueles documentos então.
— Ha, sim! Deixa nessa mesinha — é incrível como o gabinete da pedagógica é grande e organizado, parece uma mulher inteligente, me dei conta naquele momento que o gabinete era grande mesmo. — Haaaa, Sabonito, ia me esquecendo, essa é Flora, nova aluna desta escola. Coloquei ela na tua turma.
— Okk, que bom, assim estou indo entrar justo na B/B. Acho que pode levar tua pasta, vamos juntos para se apresentar hoje e amanhã a coisa é outra, virá para estudar mesmo. — Foi tudo tão rápido que não conseguia dizer algo.
— Que bom, deixa fotocopiar a transferência dela para poderes apreciar enquanto vão — a pedagógica parece também uma mulher flexível, a organização do gabinete dela explica tudo.

Troquei olhares com Baquita — ela também estava estranha. Estava ser tudo tão rápido demais. Saímos todos juntos, a Mamacita pediu um momento comigo.
O professor ficou parado, lendo a minha transferência.
— Então, eu vou deixar minha guia e vocês f**am aqui. Luther vem comigo.
— Eu fico a fazer o quê? — Baquita estava um pouco tensa, assim como eu.
— Ua, você não ouviu que só vou me apresentar? Nem vou demorar — por conta de tudo, eu já estava sem paciência, sem falar que o professor estava me esperando.
— Não demorem muito aqui. Vamos Luther — pela primeira vez já estávamos nos separando nesta cidade(fora de casa).
— Tchau manas, — Luther sempre f**a feliz quando vai com a nossa mãe, ela sempre compra muitas coisas para ele, para além das coisas que ele pede.
— Tchau príncipe — eu e Baquí nos despedimos de Luther.
— Tchau Baquí, até logo — estava tudo estranho para mim, eram só despedidas.
— Até logo, faz rápido — Baquita responde enquanto já estava sentando.

Ando em direção ao professor, antes mesmo de eu dizer algo ele começou:
— Dona Flora, estava lendo tua transferência e vejo que vem da Beira, nasceu na Beira e com o sotaque forte que tens, acredito que também cresceu lá! Certo? — Eu já estava me sentindo invadida. Pensando eu que não diria a ele de onde venho, a transferência não me deu o trabalho de mentir, eu já estava sem jeito, sem graça, eu estava com uma mistura de emoções. Se alguém me perguntasse como eu estava me sentindo? Não saberia responder. E como fui esquecer o sotaque, não tem como fugir daquilo que você é ou de onde você vem. Sem jeito, respondo:
— Sim... heee, sim. — Eu nem sabia o que dizer.
— Vamos das escadas — ele nem parecia estar preparado comigo, ele nem sabia o que se passava na minha mente naquele momento.
— Deixamos o rei do chão, já estávamos no primeiro andar, deixamos de subir as escadas e fomos no corredor do primeiro andar — mas tinha mais um andar.
— Chegamos, essa é a sala. Espera um pouco aqui.
— Sim! — Eu respondi com o meu nível máximo de respeito.
— Hei, Hei, esse todo barulho??? Qual é a cena putos pha? — Penso "Ele é muito folgado mesmo". Mas realmente os alunos estavam provendo barulho — talvez seja porque o professor se atrasou um pouco.
Quando os alunos calaram, ele continuou: — Entra! — Entrei, toda tímida.
— Ya! Esta é uma nova aluna desta dessa turma, ela vai se apresentar — ele falou olhando para mim, admiro como ele é directo, claro e objetivo.
— Bom dia! Eu sou Flora Soares Baquito. Serei a vossa colega. — Eu odeio estar em frente de muita gente desconhecida, prestando atenção em mim.
— Seja bem vinda! — Responderam em coro. Fiquei me perguntando se eles ensaiam para isso.
— Obrigada! — Digo, olhando o professor, como se fosse um sinal de "missão concluída".
Alguns alunos cochichavam algo no ouvido, outros faziam sinais que eu não percebia, e eu? Só queria sair pela janela voando.

O professor pegou minha transferência e parecia que queria falar algo — Eu fiquei preocupa pensando "o que ele quer dizer? Não é tudo?" Demorou um pouco, como se estivesse pensando em algo. Até finalmente abrir a boca.
— Heeee...

Não esqueça de dar um gosto.
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Créditos: Leonardo Mangachaia

29/07/2022

FLORINHA ♣ ( - ∞ )

CAPÍTULO 05 - Armando Forças

Acordamos muito cedo, tínhamos que fazer os trabalhos domésticos e nos prepararmos — já era segunda feira, não tinha como acordamos tarde — em pouco tempo já estava tudo pronto para a grande corrida do dia.
— É assim, logo que sairmos da escola, vocês terão que comprar novos cartões, registar e voltarem para casa. Eu terei que ir apresentar a minha guia na escola em que vou trabalhar — por conta dos contactos que o meu pai tinha, a minha mãe fez uma transferência rápida, de uma província para outra sem muitas dificuldades.
— Teremos que levar cadernos e tudo? — Baquí faz uma pergunta lógica.
— Sim, terão que levar.
— Mãe! Logo no primeiro dia? — Pergunto, sem perceber nada, até parecia o primeiro dia de escola.
— Simm, ontem o vosso tio Bernardo enviou-me uma mensagem a dizer que já falou com a Pedagógica da escola — a minha mãe mantém contacto com a nossa família.
Está beeeemmm — respondemos em coro, com os ombros caídos.
— Psiu, minhas filhas, as férias acabaram — quando a minha mãe falou isso, senti como se agora fossemos f**ar super expostas e isso me assusta.
— Haaa mãe, sendo que as três estamos saindo, como f**a Luther? — Baquita pergunta, pegando no cabelo do Luther. Ela gosta de pegar o cabelo dele, até porque ele é que tem o cabelo mais bonito. Diferente de nós, as mulheres.
— Luther vai connosco.
— Desde que não durma, não tem Dodoma hoje. — Baquita se referia ao colo dela.
— Eu não vou dormir. — Luther agora fala pouco, frases curtas. Talvez seja por tudo que passamos e pela mudança.

Logo que chegamos na escola, a primeira coisa que fiz foi olhar o nome "Escola Secundária Geral 25 de Setembro".
— Até que gostei do nome.
— Nome? — Baquita estava distraída, olhando os alunos.
— Sim! Nome da escola — respondi, virando o rosto para onde estava escrito.
— Haaa, sim! É um nome "Yaa".
— Nome "Ya", o que é isso? K*kk. — Eu pergunto, sem perceber. As vezes Baquita é muito estranha "num bom sentido", muito descolada. Talvez seja por sempre fazer vídeos para o Facebook e tal — ela sonha em ser uma grande influenciadora digital.
— Dizem que é a melhor escola Secundária de Quelimane — minha mãe responde, sem deixar Baquita me explicar o que é um nome "Ya".
— Haaa que bom. — Respondo como quem quer ver se isso é verdade.
— Chegamos, sentem aí e eu vou na secção pedagógica deixar os vossos documentos.

Olho em volta e percebo que a escola é grande, os alunos usavam camisas brancas, calças azuis (azul escuro) e gravatas também azuis, do mesmo tom das calças. À nossa esquerda tinha um corredor, vários pilares — comecei a f**ar convencida de que é a melhor escola da cidade, mas precisaria ver as outras, para poder confirmar.
Baquita estava fazendo cócegas ao pequeno Luther e ele dava altas gargalhadas, contradizendo todos os lugares que estavam escritos "Silêncio", ao longo do corredor.
À nossa direita estavam sentados alguns senhores, as batas denunciavam que eram professores. Mas eles não ligavam para o barulho em volta, não do Luther. Os alunos também gritavam, davam gargalhadas.

— Heheheh, barrigudo está entrar, aquele é carro dele — um dos alunos falou isso para os outros que estavam sentados no jardim, no lado direito do corredor.
— Heeee vama bazah, txeee — parece que gostavam muito de calão e isso me incomoda um pouco.
— Xaaaaaaaa.
Iam resmungando enquanto o barulho reduzia e todos se dispersavam. Acho que tinham medo do "barrigudo".
O carro passou atrás da secretária e estacionou no lado direito do corredor. Era um senhor claro, médio e gordo — agora fazia sentido o nome "barrigudo". Tinha cara de poucos amigos.
— Acho que esse é um chefe ou algo tipo isso. — Baquita fala bem baixinho para ele não poder ouvir.
— Éééé, daqueles que complica a vida dos estudantes — Eu falo mais baixo ainda porque ele ja estava andando em nossa direção.
— Mas meu rosto também se nota né?
— O quê?
— Que eu sou Baquita, a senhora que complica a vida dos professores que complicam a vida dos estudantes, nota-se?
— Você e tuas piadas. Kakakaka.
— Alô, senhoras...

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Créditos: Leonardo Mangachaia

28/07/2022

FLORINHA ♣ ( - ∞ )

CAPÍTULO 04 - Externo

— Fló, Fló, Fló... — acorda filha, acorda.
— Quando consegui abrir os olhos, mãe já estava tão aflita — me deu um abraço, muito forte, falava enquanto tentávamos conter a respiração.
— Vai f**ar tudo bem, meu amor, vai f**ar tudo bem. Esses pesadelos vão passar, estou aqui meu amor.
— Dessa vez foi muito real, mãe! Eu não quero mais isso, não quero, mãe — não dava para segurar as lágrimas.
Ainda abraçadas, quando olhei na porta do meu quarto vi Baquita com lágrimas nos olhos. Ela parecia guardar muita coisa que não podia falar.
Já eram 06h, não percebi como caí no sono, nem sequer vi a noite passar. Foi tudo tão rápido.
— Você precisa ser forte, todos precisamos ser fortes, vamos passar tudo isso juntos, estamos contigo mana Fló — Baquita fala, sem deixar a lágrima escorrer.
Alguns minutos depois, eu já estava um pouco calma. Eu me esforço muito para esquecer a minha cidade natal, o meu bairro e tudo que aconteceu lá. Mas os pesadelos me desequilibram, me fazem viver tudo novamente. O problema não é se conectar ao passado, o grande problema é nos conectarmos a ele através de lembranças ruins.

Eu não queria que o dia se estragasse. Já bastava ver mãe e Baquita tristes logo cedo, não queria que Luther tivesse que acordar e encontrar esse ambiente. — O meu pai sempre dizia "Filha, você precisa sentir as emoções, sejam elas boas ou não, temos que nos permitir sentir porque não somos robôs. Somos humanos e temos emoções." — mas acho que hoje não é um bom dia para sentir as emoções negativas.

Até a hora do almoço, Luther não conseguiu ver os desenhos animados. Estava tão empolgado para o passeio que não conseguia f**ar parado.
— O almoço já está pronto — Baquita ama falar isso, ela se sente a chefe de cozinha de casa.
— O que será hoje? Mais alguma inovação?
— K*k, kakakakaka — no quarto, soltei uma gargalhada porque eu já sabia que a Mamacita estava falando isso como forma de provocação. É que por vezes, Baquí gosta fazer receitas da internet e por conta disso, uma vez, fez um prato horrível. Mas todos admiramos como ela leva isso a sério.
— Não, haaa, mãe! Hoje é um prato normal: Arroz, feijoada e peixe frito. Sem esquecer a salda, só pra aquela coisa. k*k.
— Está bem, filha! São brincadeiras.
— Aqui ninguém cozinha como mana Baquí.Huuumnn.
— O quê????? — Saindo do quarto, pergunto num tom alto e ameaçador, mas Baquita reage:
— Você ouviu bem, mana! Não precisa tentar assustar o pequeno Luther para mudar o que ele disse. Senta e coma a melhor feijoada da tua vida. Kakakaka.
— Psiu, Luther, coma com calma — ele estava tão apressado. Até parecia que já estávamos saindo.
Quando provei a comida olhei para a Chefe, realmente a feijoada estava muito boa. Tenho que confessar que Baquí tem se dedicado muito mesmo e temos notado que ela tem mesmo um grande talento na cozinha.
— Não vai dizer nada? — Mamacita pergunta e olha para mim esperando alguma resposta. Eu já sabia que ela se referia à comida.
— Está muito boa, kakakaka — os nossos pais nos ensinaram que algo bom, sempre deve ser elogiado e que os elogios da família contam muito. Porque existem muitas famílias que não conseguem elogiar ou motivar uns aos outros.
— Não ouvi bem, fala novamente, falaaaa. — Baquí fala sorrindo.
— A comida está muito boa, muito boa — falei olhando na cara dela e bem audível, — deu para ouvir agora? A comida está muito boa chefe Baquita.
— Haaa, não exagera, feitiço começa assim mesmo. Outra coisa que vai nos matar é saber que nossa irmã mais nova cozinha melhor que a gente, kakaka.
— Haaamnn, força.
Nos perdemos na conversa até a Mamacita sair da sala e voltar novamente.
— Assim vocês ainda vão f**ar aí só com esse assunto? Vosso irmão já está sem paciência, lavem a loiça juntas para ser rápido e se preparem.
Tudo teve que ser feito às pressas por causa do supervisor Luther. Ele vivia reclamando a nossa demora.
Já eram quase 14h40min quando saímos de casa.
— Mãe, não temos número de nenhum txopela, como faremos? — Baquita parecia ter lido os meus pensamentos.
— Haaa ia me esquecendo, aqui o táxi mais usado é de bicicleta, por enquanto é o que vamos usando.
— O quê? Mãe! — olhamos para ela ao mesmo tempo — heee, eu não vou me acostumar txeee.
Enquanto conversávamos sobre táxi, passou um jovem olhou para mim e falou:
— Olá, tudo bem ? — eu olhei primeiro para saber quem era, sendo que sou nova aqui e não tenho amigos.
Prestando mais atenção ao moço para saber quem era respondi para não ser bruta.
— Oi, estou bem — foi tudo tão rápido, já estávamos andando e acabei lembrando que é um dos quatro moços que eu encontro quando vou comprar pão.
Aquela situação me incomodou um pouco, mas o perfume del era muito bom, fiquei pensando "acho que sei que perfume é, haaa INUKA - 1 Million" — fiquei perdida nesses pensamentos que não notei que já havíamos dado alguns passos num silêncio absoluto.
— Quem é ele? Fló, eu já disse que — antes da minha mãe terminar de falar, fui me defendendo:
— Mãe, eu não conheço ele, nós nem temos duas semanas aqui, sempre estamos em casa, agora de onde viriam essas amizades? Eu só respondi para não ser bruta, só por respeito. — Ela olhou para mim como quem não queria falar muito.
— Está bem — já estavamos na estrada principal, já estava tudo agitado, talvez seja por isso que ela não falou muito. — Táxi.
— Assim é sério? Mãe! Vamos de táxi de bicicleta? — Baquita não estava acreditando, muito menos eu.
— Vamos sim.
Sem escolha, tivemos que subir e partir para a grande aventura.
— Ai meu Deus, eu não vou conseguir — dava para ver que Baquí estava muito tensa.
Não levou muito tempo, já estávamos na Av. Marginal, como a nossa mãe já esteve nesta cidade, foi nos falando muitos nomes de lugares enquanto andávamos, tantos que não cabiam numa cabeça como a minha — e dizem que sou desastrada — o meu pai era o único que não concordava com isso. Eram nomes e nomes " antiga catedral, hotel chuabo, praça dos heróis, mercado central, restaurante Nara — onde paramos para comer um pouco, para a alegria do Luther, safari, PEP, Shoprite e muitos outros lugares. É sempre bom um passeio com a família, sem celulares para atrapalhar.
— Huuumnn
— O que foi?
— Espera, — falei, com a mão esquerda tampando a boca porque estava cheia.
— Mas como vai falar com a boca cheia?
— Haaaaaa, mãe! Essa é mana Fló — Baquita fala, em tom de provocação.
Depois que terminei a comida que estava na boca, continuei:
— Eu disse que queria perguntar algo e acabei me esquecendo! Lembra? — Odeio quando acontece isso comigo, fico tentando me lembrar e chateada comigo mesma.
— Humnnn!!
— Pois é, lembrei! Aqui tem cinema?
— Aiiii, ia me esquecendo, é verdade, hehehe mana lembrou boa coisa, k*kk. — Baquí reagiu com entusiasmo.
— Eu sou mana Fló — falei, me gabando e elevando os ombros.
— Que pena, não tem cinema aqui. — A Mamacita fez uma carinha de pena por saber como a gente ama séries e animes.
— Justo cinema — respondo, um pouco decepcionada com a cidade.

Depois do jantar, vimos que Luther já estava muito cansado e já era tarde.
— Que horas são?
— 19:23! Mãe. — Baquita ama relógios e sempre tem um, no pulso.
— Temos que ir para casa, já se divertiram o bastante.
Saímos do restaurante, chamamos táxis — o medo já não era como antes — chegamos em casa exaustos, principalmente o Luther que já estava dormindo no colo de Baquí.
— Eu já vou repousar, não esqueçam que amanhã vamos à escola, acordem cedo.
— Está bem, mãe. Boa noite — Baquí seguia a nossa Mamacita para deixar o Luther no quarto dela.
Fui me deitar, pensando " como será lá na escola? qual será o nome da escola? será que vou conseguir me socializar?" — enquanto pensava nisso, pego meu celular para dar play na minha playlist de "músicas para dormir", — músicas ajudam muito quando a pessoa está com insónia. O medo dos pesadelos sempre me cria isso ultimamente. Mergulho fundo no mar e decido relaxar um pouco. Dou um clique em "Play".

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Créditos: Leonardo Mangachaia

27/07/2022

FLORINHA ♣ ( - ∞ )

CAPÍTULO 03 - Negociações

— Nós teremos um passeio amanhã. Vamos dar voltas pela cidade — enquanto ela fala, eu dou um leve sorriso e ela percebe que gostei da ideia.
— Hoooooo, não é possível. Isto é super, super, super boooommm. — O Luther já estava empolgado e ninguém podia segurar ele.
— Não é tudo, não é tudo — a Mamacita fala como se viesse mais bomba.
Ficamos todos atentos, esperando a outra surpresa. Era suspense pra cá e suspense pra lá, Baquita já estava f**ando irritada, tanto que já estava só reclamando. — Haaa mãe também, xaaa, isso não tem graça então... — suspense é uma das coisas que mais irrita Baquita e nós gostamos ver ela muito irritada k*k.
— Na segunda feira vamos à escola com as vossas transferências.
Naquele momento, eu vi o rosto de Baquita brilhar, ela não reclamava mas eu sabia que ela andava sufocada de só f**ar em casa. Diferente de mim, Baquita é muito extrovertida, alegre, fácil de fazer amigos, é mais social e sem falar que ela levou mais da minha mãe. Tem o corpo viola, é linda, muito linda, cintura fina e ancas normais, tornando o corpo dela perfeito e por vezes, parece que ela é a mais velha.

— Agora sim, haaa mãe, a senhora é um mimo — Baquita fala isso enquanto beija todo o rosto da nossa mãe maravilhaaa.
— Haaa me encher de baba só, sai daqui — enquanto isso Baquita pega nos ombros dela e olha nos olhos dela.
— Mãe, só falta uma coisa, só uma, mãe!
— O quê também?
Baquita gosta tudo perfeito, eu já estava imaginado o que ela ia pedir — fiz uma cara para ela, tentando lhe dar um sinal querendo dizer que não era o tempo de fazer aquele pedido, mas ela estava tão concentrada nos olhos da nossa mãe maravilha, até parecia que ia hipnotizar ela.
— Mãe, só falta o celular e comunicação, só isso mãe.
— Pensei muito nisso, filha! Não sei se é o momento certo.

— Mãe, o que aconteceu lá machucou todos nós, mas está na hora de esquecermos, como mãe disse quando chegamos aqui. Lembra?
— Eu já disse, não quero que as pessoas saibam onde estamos — já estava ter um ar de pânico. Decidi me intervir.
— Mãe, vamos eliminar os contactos de todos, vamos eliminar nossas contas do Facebook e não vamos dizer nenhuma pessoa em que cidade estamos.
Baquita olhou para mim de um jeito estranho, mas não disse nada. Ficou olhando a nossa mãe para ouvir o que ela iria dizer.
— Bem, hee, como é que eu vou dizer? Heee.
— Mãe, fala logo. — Baquita já estava tensa.
— Está bem, faremos isso — antes de pularmos de alegria, a nossa mãe continuou. — Mas vocês as duas vão ter que trocar de números, combinado?
— Combinado — respondi firme e confiante. Até porque eu me sinto bem assim: afastada daquela cidade de todas as formas.
Mas Baquita não parecia feliz, nós olhamos para ela esperando alguma resposta, continuou quieta e nos olhando. Até finalmente abrir a boca.
— Para mim está tudo bem, mas...
— Mas?
— Calma mãe, vamos ouvir o que ela tem a dizer.
— Sim, heee, eu não vou conseguir fazer a segunda coisa das três, que mana Fló disse. Não posso prometer, mãe!
Baquita já estava f**ar desanimada. Ela tem 15 anos, tem toda razão de estar apegada ao Facebook. Na idade dela, eu também pensava que aqueles do Facebook eram meus amigos, mas chega um tempo que você desapega de tudo, cria um tempo para você mesma e se foca nas coisas mais importantes. Mas é importante passar por tudo isso, são experiências que nos tornam pessoas crescidas. Pensando nisso tudo, sendo a mais velha, achei melhor f**ar do lado de Baquita.
— Mãe, eu posso fazer tudo isso mas podemos deixar Baquita usando o Facebook dela — elas trocaram olhares e logo me olharam novamente, como se fosse algo ensaiado. — Mas Baquita, você precisa prometer que não vai dizer onde estamos, nem mesmo para Fely, promete? — Fely é a melhor amiga de Baquita, ou era, não sei ao certo, elas conversavam sobre tudo, tudo mesmo.
Ela f**a meio receosa mas sem muitas opções. Deve prometer, mas fala bem baixinho. — Prometo.
— Eu não ouvi.
— Promeo — dessa vez ela fala mais firme e confiante.
— Promete, o quê? — Essa é uma pergunta que o nosso pai, nos ensinou a fazer, por cima da promessa, para ver se a pessoa está ciente do que está prometer.
— Prometo que não vou falar para ninguém onde nós estamos, nem pra Fely. — Era o que eu queria ouvir, porque a Baquita é muito culta com as promessas, ela não as quebra.
Com toda aquela conversa perdemos a tarde e saímos todos satisfeitos, incluindo o Luther que estava tão empolgado que não parava de se agitar.
— Então é isso, combinado. Vou repousar um pouco — antes da Mamacita sair da sala ganhou um abraço muito forte da Baquí.
Assim que a nossa mãe foi ao quarto ela olhou para mim e fez aquele olhar 38 mordendo os lábios. Aquilo me deixou arrepiada, ela sabia que eu fazia aquilo com o nosso pai, k*kk. Percebi que ela fez aquilo em gesto de agradecimento.

Saí, me deitei um pouco e fiquei pensando "como deve estar a cidade natal? Como os meus colegas devem estar preocupados, porque saí sem despedir, como está a Betany? Como está o meu grupo de Leitura? Que livro estão lendo agora? Como faço para não pensar mais nele?
Continuei perdida nesses pensamentos até jantarmos e até me deitar novamente para finalmente poder repousar e o azul do meu quarto faz eu me sentir no fundo do mar. Gosto dessa sensação.

— Hei, como você entrou no meu quarto?
— Essa janela não tem segurança e você sabe como eu sou.
— Sai, hei, para, o que é isso? Mãe, Mãe.
— Fló, hoje ninguém vai te defender. Quero ver teu pai fazer algo agora.
— Para, por favor, mãe, mãe, mã... e.e.e.
— Hoje você vai sentir bem...
— Fló, Fló, Fló...

Textos M164
Créditos: Leonardo Mangachaia

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Eduardo Mondlane
Quelimane Do Sal
2401

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