18/04/2024
ALERTA ITAÚNAS
Projeto para o entorno da Igreja de São Sebastião de Itaúnas: patrimônio e política pública
A Vila de Itaúnas é uma joia localizada no norte do Espírito Santo, no município de Conceição da Barra. Não foi fundada. Surgiu da relação do homem com a natureza. Resulta de um desmatamento que provocou, através da ação dos ventos, a movimentação de areia causando o soterramento da primitiva vila. As dunas que se assentam sobre ela é de beleza rara e excepcional. Seu valor foi reconhecido pela proteção legal, através de tombamento estadual em 1986. A riqueza ambiental da região integra o Parque Estadual de Itaúnas (PEI), criado em 1991 e, posteriormente, em 1992, a UNESCO chancelou as áreas de proteção da Mata Atlântica, incluindo a área do PEI como Patrimônio Natural da Humanidade. Neste território de beleza singular ocorrem ricas manifestações culturais, típicas do Espírito Santo, como o Ticumbi. Tem-se, ainda, o Alerdo, o Jongo, os Reis de Bois, e a Capoeira, realizadas na festa de São Sebastião e São Benedito. O Ticumbi é uma manifestação de origem africana, considerada uma referência cultural e celebração festiva afro-brasileira específ**a do nosso estado. Essas manifestações possuem um forte relação com o território, notadamente, como alguns espaços, como é o caso da área de vizinhança da Igreja de São Sebastião. A área é objeto de um projeto. Indaga-se qual o objetivo dessa intervenção realizada pelo poder público e como a o patrimônio imaterial e as territorialidades desse entorno estão sendo preservadas pelo projeto? A preservação do patrimônio está na esfera dos direitos culturais da sociedade, garantidos pela Constituição Federal, entre outros instrumentos jurídicos. O acervo de bens culturais de Itaúnas, materiais e imateriais, devem ser objeto de proteção legal. Visando proteger e garantir a sobrevivência das manifestações culturais deve o poder público investir em política cultural. Essa política cultural deve anteceder qualquer projeto. No caso de Itaúnas, o chão, suporte das manifestações culturais seculares, fincadas nos saberes e fazeres das celebrações deve ser entendido como um patrimônio territorial.
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