02/01/2024
MOÇAMBIQUE
"Hoje, 1 de Janeiro, aniversário natalício do General 𝐀𝐟𝐨𝐧𝐬𝐨 𝐃𝐡𝐥𝐚𝐤𝐚𝐦𝐚, republicamos o discurso de adesão à 𝐑𝐄𝐍𝐀𝐌𝐎 em homenagem a esta lenda da democracia Moçambicana.
𝐑𝐄𝐍𝐀𝐌𝐎: 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐜𝐚𝐮𝐬𝐚; 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐟𝐚𝐦𝐢́𝐥𝐢𝐚; 𝐌𝐞𝐮 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨 𝐩𝐨𝐥𝐢́𝐭𝐢𝐜𝐨
Por: Venâncio Mondlane
Estou a passar por uma experiência de denso significado. Eis-me aqui, diante de todos vós, para anunciar algo cujo simbolismo não é fácil de descrever em palavras. Porém, uma coisa é certa, este é o momento em que o nosso Glorioso Deus permitiu que me dirigisse à nação Moçambicana para anunciar, publicamente, a minha filiação à Renamo.
Este renascimento enquadra-se no espírito do que actualmente considero serem os melhores interesses para a pátria Moçambicana, para os ideais políticos por mim comungados e para os anseios de larga parte da sociedade Moçambicana. Um acto na sequência da contínua busca da utopia em que primeiro é o povo. Segundo o povo. Terceiro o povo. Sempre o povo. Que seja inegociável e impensável qualquer alternativa que não tome o povo como o valor mais nobre da nossa existência e acção politica.
Filio-me à Renamo perseguindo a luta pelo direito dos desfavorecidos e associando-me a causa de ser a Voz dos que não tem Voz. Venho de um percurso político ainda muito incipiente, mas que dele para além das coisas que devem ser recordadas como totalmente do passado, ficou a lição para o futuro, uma lição eterna e que nunca vai mudar: de perdoar e pedir perdão.
A minha filiação é de um verdadeiro discípulo. Sabemos que o nosso mentor eterno, o nosso líder para sempre, o saudosíssimo Presidente, o General, o Pai da democracia Multipartidária, Sua excelência 𝐀𝐟𝐨𝐧𝐬𝐨 𝐌𝐚𝐜𝐚𝐜𝐡𝐨 𝐌𝐚𝐫𝐜𝐞𝐭𝐚 𝐃𝐡𝐥𝐚𝐤𝐚𝐦𝐚, perdeu a sua vida biológica pela convicção de que as causas do povo são superiores à qualquer vontade individual.
Foi nesse espirito que decidi dar seguimento como qualquer membro coerente à este exemplo de bravura e de profundidade espiritual. A semelhança do honorável exemplo do nosso mentor e pai político, seguido agora nos mesmos moldes pelo Coordenador da Comissão Politica Nacional, Sua Excelência o General 𝐎𝐬𝐬𝐮𝐟𝐨 𝐌𝐨𝐦𝐚𝐝𝐞, no seio do santuário da liberdade onde se encontra agora, pela causa do povo Moçambicano, renunciei um mandato como deputado e abri mão de todas as regalias associadas ao cargo para que ficasse claro para todos que não são as benesses que determinam as convicções de um verdadeiro resistente.
Hoje me torno membro de pleno direito do partido Renamo, sem pré-condições e sem promessas de vida luxuosa ou algo relacionado, mas apenas movido pela fé de que me estou alinhando com a família do meu real destino político, com a fé de que a verdade é que vai sustentar a minha luta e a justiça a minha sobrevivência. Estou profundamente convencido de que quem está com o povo nunca perecerá. A estrutura de valores em que se baseia a minha vida privada e social influenciou decisivamente as minhas escolhas. Quem está com o povo e quem está pelo povo está sempre guardado!
Filio-me à Renamo na qualidade de simples membro, disponível para trabalhar com os meus irmãos resistentes, de aprender com eles e de retomar conjunta e rapidamente o convívio corpo-a-corpo com o povo. Tenho saudades de conviver e dialogar directamente com as massas anónimas deste país, aqueles que diante de todas as privações e tribulações derivadas da gestão catastrófica dos destinos desta penhorada nação, conseguem permanecer ainda de pé e resistentes. Regresso, com este acto solene de hoje, às entranhas do país real, para partilhar os suores, as dores e as lágrimas dos seus legítimos e heróicos filhos. Aqueles que, faça sol ou faça chuva, sob jugo de forças opressoras e tirânicas, com perspectivas sombrias de sobrevivência, ainda resistem e se entregam sofregamente à luta incansável de garantir o pão para o seu sustento e o dos seus filhos.
Sinto-me profundamente feliz por finalmente estar na família que foi responsável pelas mais importantes transformações políticas, económicas e sociais em Moçambique, em toda a extensão e compreensão da sua história. Revejo-me integralmente na estrutura ideológica de centro-direita em que gravita o partido Renamo, assente na garantia das liberdades políticas e civis, da igualdade de oportunidades, da coexistência pacífica e do direito à imprensa livre e independente, contrária a todo e qualquer extremismo e intolerância à diferença. Aliás, foi a Renamo quem trouxe à Moçambique a liberdade de associação e o exercício de direitos políticos, económicos e sociais. Foi esta família quem travou a violência comunista contra o próprio povo Moçambicano, as perseguições, a repressão política e a abolição de um sistema político de partido único e de um sistema político-económico marxista-leninista.
Estou feliz por me juntar à família campeã da promoção das liberdades individuais e colectivas no nosso país. A família que permitiu, com a sua tenacidade e sentido progressista, a mudança da Constituição da República e da orientação do Estado para o multipartidarismo. Aquela que, como fruto da sua prolongada, abnegada e resistente luta, forçou a realização das primeiras eleições gerais multipartidárias no país, que passaram a ser periódicas, incluindo as eleições autárquicas e a das assembleias provinciais. Mais recentemente, a família que está na vanguarda do alargamento e aprofundamento dos processos de descentralização da administração pública à escala nacional.
A história da Renamo está repleta de muitos episódios que serão contados por várias gerações. O episódio marcante, o ponto de partida, foi o que se seguiu após a proclamação da independência nacional. A herança que devíamos ter recebido da independência nacional, foi sequestrada, defraudada e espoliada. Os Moçambicanos passaram a viver numa ilha isolada de pobreza, lambendo as feridas causadas pelas algemas da perseguição, da segregação e pelas correntes da discriminação. Após a independência foi dado aos Moçambicanos um cheque sem cobertura, a Renamo surgiu para vir exigir que esse cheque fosse pago ao povo.
É nessa justiça histórica que projecto continuar a minha luta na família da Renamo, amadurecendo os métodos de resistência e contribuindo com todas as minhas capacidades e energias para a construção de uma sociedade Moçambicana mais plural, de justiça social, de transparência governativa, do reatamento do respeito pelos direitos das comunidades, da propriedade privada e de um sistema de prestação de contas ao Povo.
Filio-me hoje à Renamo não só impulsionado pela legitimidade e pela nobreza das suas causas políticas, mas também inspirado pela janela de oportunidade que este partido colocou ao meu dispor, para a prossecução dos mais nobres e patrióticos deveres como cidadão Moçambicano, emancipado, livre e resistente que sou e que continuarei a ser. Com efeito, e como disse outrora um grande pensador, “tudo o que um sonho precisa para ser realizado é de alguém que acredite que ele possa ser realizado”.
A Renamo acredita nos meus sonhos para um Moçambique diferente e eu acredito na Renamo como interlocutora legítima dos interesses, vontades e aspirações do povo moçambicano. É dentro dessa comunhão recíproca de valores e de ideologia que pretendo ser uma diferença positiva e qualitativa ao dispor dos interesses superiores deste partido, perseguindo sempre a convicção de que o povo é o princípio e o fim de toda a acção política. O povo moçambicano merece mais e diferente!
Assim, estou disposto a contribuir para provar que a luz da Renamo continua florescente, para provar que a Renamo tem um poder muito especial, um poder tremendo que há mais de 40 anos se procura ocultar e deturpar, um poder muito para além da sua estrutura militar, um poder enraizado no mais profundo da alma do povo, o poder dos seus eternos e imutáveis ideais: democracia, liberdade, justiça, oportunidade e esperança. Esse é que é o verdadeiro pilar da Renamo. E este é o momento da Renamo. Por isso, venho perante as câmaras nacionais e internacionais afirmar de viva voz que, a Renamo é a minha causa. A Renamo é a minha família. A Renamo é o meu destino Político.
Que Deus abençoe a Renamo. Que Deus abençoe profundamente a Moçambique e aos Moçambicanos."
Fonte Venâncio Mondlane