18/03/2022
עיר הכהן והיהודים המבוקשים באמזונס
Cerca de 12% dos brasileiros tem algum antepassado judeu diz novas pesquisas históricas e genealógicas, e porque será que o judaísmo não permaneceu forte no Brasil? Esse número já chegou aproximadamente há 1/3 da população brasileira.
Historiadores vem abordando e redescobrindo as múltiplas história do Brasil, falar da colonização do Brasil sem os judeus é uma grave falha, já que milhares deles foram decisivos para imigração das América na época.
A história de Cametá começa muito antes dos livros de história, a cidade de Cametá possui uma riqueza histórica e arqueológica imensurável, sua saga contém grande riquezas a serem descobertas e recontada, várias comunidades de imigrantes fizeram parte da formação da identidade cametaense, uma delas foi as comunidades judaicas no rio Tocantins nos seus mais variados aspectos chegam com os cristãos novos no século XVII na região, “cristãos novos” eram o apelido dado aos imigrantes da península ibérica, judeus que se converteram ao cristianismo católico forçadamente, milhares vieram na primeira imigração para a região amazônica e tocantina, Cametá na época era uma espécie de Capital da região, a cidade era uma das maiores do norte do Brasil e possuía um importante papel no cenário sócioeconômico na construção da história do Pará.
Milhares de descendentes de Judeus já não sabem sua origem; “Marranos” e “Serfarditas”.
Cametá já possuiu a segunda maior colônia judaizana do norte do Brasil, os remanescentes de judeus de Cametá, Mocajuba, Vila do Carmo são númerosos, mas muitos nem sabe que são filhos de Israel, os judeus possuiem uma grande participação histórica para a construção da identidade cultural e econômica do povo cametaense, mas sua história foi ignorada principalmente pela aculturação e o sincretismo religioso.
Os aspectos econômicos e sociais, junto a relatos de memórias, da inserção das comunidades judaicas na realidade amazônica são de grande valia, não só para a história destas comunidades, como também, para ajudar a construir uma nova história em Cametá e na Amazônia como um todo. Quase sempre quando pesquisadores referem-se à Amazônia são ressaltados os povos da florestas, ribeirinhos, mas quase nunca são citados os grupos judaicos que encontram-se radicados a séculos na região norte, demarcando de uma forma ou de outra seu território identitário, ainda ressaltando que, dois séculos de imigração é algo muito significativo para um país que tem um pouco mais de quinhentos anos.
Cametá foi uma das primeiras cidades da Amazônia a receber judeus, antes mesmo do ciclo da borracha já se podia notar a presença judaica de várias formas na cidade e região. Inicialmente jovens solteiros que viriam ser regatão e administradores de barracões de coletas de produtos da floresta, depois famílias judaicas que paulatinamente chegaram na cidade, muitas fugindo dos surtos de febre amarela que eram muito comuns na capital. Um dos principais produtos da exportação cametaense era o cacau, que logo foi ultrapassado pelas produções bahianas e inglesas nas colônias do Caribe.
Embora hoje a cidade apresente-se uma decadente economia devido má gestões política, Cametá oferecia um modelo de cidade emergente para a época, com coretos importados da França e iluminação pública que adornavam a praça da matriz já no ano de 1906. Até hoje é possível ver os portes de ferro importado da Inglaterra na praça de Juaba, vila importante de Cametá. Os judeus logo integraram-se à elite local, que era formada por portugueses, espanhóis, franceses e libaneses, que ocupavam as primeiras ruas da cidade com seus comércios e residências.
Após a crise da borracha, na primeira década do século vinte, as inúmeras famílias judias que viviam nas cidades e vilas ao longo dos principais rios da Amazônia, gradativamente começam a imigrar para as capitais como Belém e Manaus. Muitas destas famílias prosperaram após anos comercializando produtos regionais, como fazia a maioria da elite constituída na época. Mas, com o esgotamento destes recursos e a desvalorização dos mesmos no mercado internacional, o interior da Amazônia tornou-se um lugar vazio de oportunidades, impulsionando desta forma os judeus que residiam no interior a engrossarem as comunidades já constituídas nas capitais.
Mesmo os judeus com menos recursos, também deixaram as cidades interioranas, e na maioria das vezes valendo-se das redes de ajuda mútua, sempre existentes dentre os judeus ao longo de anos de diáspora, procuravam se estabelecer nas capitais para iniciar um novo passo na história da imigração judaica na Amazônia.
No início dos anos cinqüenta do século passado, as comunidades interioranas estavam totalmente esvaziadas, as gerações que se constituiriam na capital já não teriam uma característica comercial extrativista, a maioria dos componente das gerações nascidas ou imigrada para as capitais enveredou por outro tipo de comércio ou tornaram-se profissionais liberais.
Em Cametá não foi diferente, mais de um século de inserção judaica foi deixado para trás em prol de um novo modelo de vida na capital, mas mesmo atualmente havendo poucos judeus na cidade, se faz importante a realização destes artigo.
Os Bnei Anusim (“filhos dos coagidos”), como são chamados, deram os primeiros passos para serem novamente reconhecidos como judeus, em Cametá. Há um pequeno grupo que busca unir a fé, fé essa perdida pela história.
Cametá e Belém foram as únicas cidades do Pará que tiveram uma sinagoga pública.
Em Cametá dezenas de famílias não sabem que descende de judeus, famílias essas que vieram em uma das duas ondas migratórias judaicas na região; uma no período de colonização e a segunda na “Belle Epoque”.
Famílias como: Elgabre, Maneschy, Alvin, Carneiro, Chaves, Azulay, Laredo, Azancot, Cohen, Sabbá, Coelho, Carneiro e outros descende de Israel.
Prof. Pedro Shimon Chaves,(SEDUC-PA)
Baseado no trabalho do Prof. Wagner Bentes Lins – Antropólogo (USP)