06/01/2020
Igreja Católica Brasileira em Santa Cruz sofre com ofensas; mulher foi condenada.
O bairro de Santa Cruz vive uma “guerra santa”. O padre de uma capela da chamada Igreja Católica Brasileira, fundada no no país da década de 1940, diz sofrer intolerância religiosa de fiéis da Igreja Católica Romana, liderada pelo Vaticano. Uma mulher foi condenada, em 2ª instância, a pagar R$ 2 mil por danos morais. Ela entrou numa missa do padre Nilton Ferreira da Silva, de 42 anos, e falou para uma fiel que saísse dali porque aquela não era uma missa de verdade e nem ele era padre.
— Esse incidente aconteceu no cemitério de Realengo em 2 de novembro de 2016, quando celebrava uma missa. Ela falava alto, para que todos ouvissem — diz padre Nilton.
A mulher era, na ocasião, coordenadora da Pastoral da Esperança da Paróquia de São Sebastião, da Igreja Católica Romana, a 1,5km da capela da Igreja Católica Brasileira, comandada por padre Nilton.
A imprensa não conseguiu contato com ela. Mas em reunião de conciliação em maio passado, ela afirmou que a pessoa com que falara durante a missa de Nilton era amiga sua e que se tratava de uma brincadeira.
O padre Marcos Andrade, da Paróquia de São Benedito, subordinada à Arquidiocese do Rio, defendeu que a outra religião, com nome semelhante ao da católica tradicional, merece respeito, como qualquer outra.
— Aqui, estamos cercados por igrejas evangélicas, centros espíritas e a igreja dele. Eu, particularmente, não tenho nada contra. Assim como não tenho nada contra nenhuma outra — afirmou o padre Marcos.
A filial da Igreja Católica Brasileira foi aberta pelo padre Nilton em 2010. Já no primeiro ano, recebeu bilhetes anônimos com ameaças. No ano seguinte, outra mulher também acusou a capela de ser falsa e foi processada. Neste caso, as partes entraram em acordo e ela se comprometeu a não falar mais da igreja do padre Nilton.
— O que eu acho inadmissível é que essas duas pessoas continuam tendo função na Igreja Católica Romana — reclama padre Nilton.
[[ Criação ]]
A Igreja Católica Brasileira, dissidência da Romana, foi criada em 1945 por Dom Carlos Duarte Costa, que era bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio. Hoje, há igrejas em todos os estados do Brasil e filiais em outros países.
[[ Dissidência ]]
A principal diferença entre elas é que a nova igreja não está subordinada ao Papa.
[[ Diferenças ]]
Outra diferença é que o padre pode casar e não recebe salário pelo sacerdócio — ou seja, precisa de outro trabalho.
[[ Calendário ]]
Padre Nilton afirma que as datas importantes para as duas igrejas são semelhantes, mas não idênticas. Na Católica Brasileira, por exemplo, o luto pela morte de Jesus começa três semanas antes.
(Fonte: Portal EXTRA)