10/04/2023
Depois da conquista, pude dar o abraço que não pode ser visto. Um gesto imaginário, mas que conforta a alma. Creio não ter sido o único. Depois do pênalti cobrado pelo Elvis, que sacramentou o título da 'Nega Véia', boa parte dos torcedores olharam para o céu e disseram: "A Ponte é campeã! Tenho certeza que você tá vendo daí!". Cada um com seu qual. Pai, mãe, tio, tia, irmã, irmão, amigo, amiga, esposo, esposa. Um alguém especial. Um alguém que faríamos de tudo para que estivesse conosco naquele momento. Pessoas que, assim como cada um de nós, sofreram por anos e anos. Sonharam muito, mas se frustraram muito também. Aquele lugar ao seu lado na arquibancada, que por tantos e tantos jogos foi ocupado por um alguém especial, ontem, de certa forma, estava "vazio". A comunicação foi imaginária, mas não inexistente. Lá de cima, ouviram. Viram. Torceram. Se emocionaram. Mandaram boas energias. E foram campeões também.
Aliás, lá de cima? Não sei, não. Tenho minhas dúvidas. "Se a magia do céu me dissesse que haveria um jogo no além, a nossa torcida iria por céu, terra e mar... Não tem pra ninguém!". Ora, se eu conheço bem o torcedor pontepretano, ontem aconteceu a maior caravana da história do clube. Ônibus e mais ônibus vindos do além. "Uh, fudeu, a macacada apareceu". Mais, bem mais do que 17 mil torcedores. E a festa foi linda. O abraço imaginário, de fato deve ter existido.
Do que você tá falando? Isso aí é utopia. Conversa de maluco. É, pode até ser mesmo. Mas ontem, mesmo com os olhos fechados, enxerguei aquele alguém especial comemorando muito. Pude abraça-lo e falar: "Deu nóis! A Ponte é campeã!". Obrigado, Macaca. Deu Ponte até no além!
📷
📝 João Lucas